estamos sempre sós, eu e você. é sempre a mesma sensação,
você me intima, mas me intimida a ponto de não saber mais como te agradar,
ou como fazer você gostar mais de mim.
como começar, como te tocar, qual a propriedade e qual a expressão possível para
que você também deixe de ser pálida, fria e aparentemente tão vazia quanto crítica?
seria o emotivo; o inteligente e o político?
em verdade penso, e quando penso em você também vem tudo aquilo que indiretamente já tive,
e tudo quanto já imaginei te oferecer, quando nos relacionamos.
às vezes fico assim... essa fragilidade, que por vezes não é qualidade,
mas que denota envolvimento, atenção...
te comove?
ingrata! aqui permaneço, e sinto que já te entrego minha primeira palavra.
pode não ser a mais importante, mas a deixo impregnar e ecoar...
só não se preocupe, logo agora quando tudo começa
e as palavras ganham plural,
você não é mais a mesma,
já não sou mais eu...
só nos veremos na próxima.
"estamos sempre sós, seja no estúdio ou diante da página em branco" godard