Se esconde uma vida tão grande, que as vezes me confunde.
Quando eu era
pequena, nossa mãe levava a gente para passear no meio do mato, quando ela
convencia nosso pai ia a família toda, no mais das vezes era ela, suas crianças, e mais umas outras agregadas de
momento. Eram cachoeiras-mini, córregos, banhados, pastos cheios de bois e
vacas, que a gente deveria ser sábio
sobre que horário passar para não pegar a volta do gado..; cercas de arame farpado para atravessar, mato alto,
cristais na terra; lugares sombreados e úmidos com muito barulho de coisa
viva. A gente lá, e eu sem saber exatamente o tudo que morava lá, e mesmo,
muitas vezes a duvidar se voltaríamos para casa!
Desde tenra idade tenho um
certo receio com o que se move e que exatamente não estou vendo, que não consigo
conter ou fugir fácil, que não sei se morde, não sei se quer que eu esteja no local, ou se
quer se aproveitar da minha presença para algo que eu talvez não queira, tipo,
um pedaço de mim. Evidente que a ânsia de verde de D. Vera e sua prática
contemplativa hoje também são minhas. E essa vontade me leva às sombras, à
casa de todos os bichos, lugares imprevisíveis, distantes, difíceis, lindos!
Isso é que me confunde. A distância entre o receio e o prazer onde transito e diversifico a frequência. Ela que varia em
virtude das circunstâncias, abrindo sempre novos precedentes.
Um pouco de mim,
e um pouco mais quando tento alargar a escala...
E quem sabe o que um dia hei
de encontrar?