quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

pra que a pressa | respira






essa imagem me lembra a floresta daquele filme que esqueci o nome, um suspense gravado com a câmera na mão. mas na verdade é costa de dentro, um lugar que eu adoraria morar.

o susto do verde sabe, aquele impacto. as vezes nas trilhas a vontade é tão grande de chegar lá, sei lá onde, que todos os espaços mais aconchegantes de verde, uma delícia de ficar  um tempo, acabam só no desejo, um dia quero parar aqui.

habitar o percurso, que não é  começo nem final, partida nem chegada, será que isso é que é viver?

30/05/23

Sombras a dentro


Se esconde uma vida tão grande, que as vezes me confunde. 
Quando eu era pequena, nossa mãe levava a gente para passear no meio do mato, quando ela convencia nosso pai ia a família toda, no mais das vezes era ela, suas  crianças, e mais umas outras agregadas de momento. Eram cachoeiras-mini, córregos, banhados, pastos cheios de bois e vacas, que a gente deveria ser sábio sobre que horário passar para não pegar a volta do gado..; cercas de arame farpado para atravessar, mato alto, cristais na terra; lugares sombreados e úmidos com muito barulho de coisa viva. A gente lá, e eu sem saber exatamente o tudo que morava lá, e mesmo, muitas vezes a duvidar se voltaríamos para casa! 
Desde tenra idade tenho um certo receio com o que se move e que exatamente não estou vendo, que não consigo conter ou fugir fácil, que não sei se morde,  não sei se quer que eu esteja no local, ou se quer se aproveitar da minha presença para algo que eu talvez não queira, tipo, um pedaço de mim. Evidente que a ânsia de verde de D. Vera e sua prática contemplativa hoje também são minhas. E essa vontade me leva às sombras, à casa de todos os bichos, lugares imprevisíveis, distantes, difíceis, lindos! 
Isso é que me confunde. A distância entre o receio e o prazer onde transito e diversifico a frequência. Ela que varia em virtude das circunstâncias, abrindo sempre novos precedentes. 
Um pouco de mim, e um pouco mais quando tento alargar a escala... 
E quem sabe o que um dia hei de encontrar?