sábado, 12 de dezembro de 2015

!o dia da clínica..

o dia era de ver a vida que vem de dentro. 
a imagem daquele serzinho, trazido à TV pelo aparelho estranho 
que vê dentro da gente, como um sonar de morcego, 
traz para nós todo o mini-corpinho,
um minihumaninho, que se forma, que é parte da nossa parte, 
a cabecinha, o pé, a coluna, 
e um pintinho!

pai de Cibe




minha barriga já tem barriguinha e eu prestes a fazer o primeiro ultrassom da vida. 
dúvidas, curiosidades e entrega ao imponderável =]..
a primeira dúvida, serão dois? nãaaao temos 1 bebê xD.. uff
menino ou menina? ao primeiro tcham de passada de imagem e a torcida comentarista
[das comadres do falar alto e das risadas inacreditáveis] já tinham seus palpites, e inclusive eu... 

um mini-luli, um menino, um mini-ldml!!!





edit. 2020
eu tenho a impressão que até você ter algum interesse de visitar esse passado, essas postagens terão muitos edits. mas eu volto nessa para te dizer que antes de ser Cibele, você foi Joaquim!





sexta-feira, 27 de novembro de 2015

o meu último aniversário






primeiro pensei em chamar uns amigos, a chuva torrencial por dias completamente me desanimou.
depois íamos sair,  Danilo  e a chuva, de novo, completamente me desanimaram.
mas estávamos prontos!
já não me recordo do menu!

o único insistente, digo, convidado foi o nanuke, que ficou muito contrariado porque não podia compartilhar do jantar, servido no chão da sala, o seu lugar por excelência.




para demonstrar seus sentimentos, já no findi-festa quebrou uma taça, e foi dormir...

nós, ficamos ali, entre pensamentos sobre a vida, o namoro, o amor, a vida a dois, coisas a fazer, planos possíveis, impossíveis. tentando já naquela época reencontrar, reabastecer ou alimentar, a marcha ascendente do entusiasmo de estarmos juntos.




esse foi meu último aniversário, e o último de uma forma de ver a vida.

já tive outras comemorações em postagens, e eram outras vidas também, das quais me vejo muuuuuito longe...
em 2012 compilei reflexões de anos anteriores; como foi neste mesmo ano que moramos juntos pela primeira vez, houve uma reflexão festiva; e por fim, o ano em que eu esqueci minha idade =\..

quando  Danilo apareceu, tudo o que parecia impossível aconteceu da forma mais inusitada, ou, aterrorizantemente simples.
por um tempo acho que fomos um.
depois, acho que tentamos conservar o um, à dois.
e ainda hoje, a gente gostaria de permanecer juntos como duas forças, autônomas e complementares, em um equilíbrio.
haja controle de gênio! =s..

quando finalmente descobri que as flores não são de plástico, ou autossuficientes quando você as trás para sua casa, aprendi a me vincular. e quis aprender mais, aprofundar experiências, e ser alguém melhor nessa relação... e uma nova era começou.

ser alguém melhor para os finais
e ser alguém melhor para os inícios

não saber de nada
e de repente querer saber de tudo
e fazer tudo
e aí não fazer muita coisa

pensar muito muito e sentir pouco,
e às vezes o contrário

ter ideia do que não quer ser
não ter certeza do que será

e no extremo das divagações em hipóteses...
concentrar tudo nesse instante, o presente
e ir fazer alguma coisa útil
tipo, almoçar.


com o sentimento de que 12 de junho de 2016, será sempre meu ano 1 !



* eu em 2021 reencontrando esse texto nos arquivos enquanto passeio aqui, nostálgica, ai aai. ficar assim é tudo que eu não gosto quando chega essa época de quase junho, e é tudo quanto fico, porque eu sou eu, não adianta. 

quee coisa maais bonitinha de momento! e sentir isso, é realmente perceber que quase um ano se passou,  e com ele muuuuito mais tempo que isso, em transformações desde a última vez que li esse, e vários outros textos, de uma faze de vida que tinha acabado. 

2015 foi um ano que me permiti sair do controle. bem nessa época aí, dentre tantas coisas, pensei e pensávamos, será?  na primavera de 2015, fizemos Cibe. e foram sim, bonitas revoluções. 








sexta-feira, 11 de setembro de 2015

plantar rosas




Eu lembro das cenas, em especial essa da cadeirinha. Essa foto esteve perdida há tanto tempo. Desde que a procuro, encontro outras, mas nem sinal da foto da cadeirinha. A postagem do parque, a da cibele, tiveram acréscimos, ou nasceram pela busca dessa.. Aí hoje coloquei a mão no armário para pegar um papel e quando tirei saiu essa foto. Inacreditável!!.. tô de cara.

Eu pequenina estava encantada com as flores, a quantidade, e com o tamanho delas. Acho que, como eu era pequena, a proporção fazia um bom efeito. Grandes e lindas!

Matiínha sempre curtiu plantar rosas, do desafio de cuidar-podar e tal. Depois, ele passou a mania para minha mãe, que hoje em dia tem sua Flora, repleta de rosas.

Eu que,.. não chegava a ser fobia, mas nunca gostei de minhocas e bichinhos afins, nunca achei que iria herdar algo dessa mania.. Vieram juntas a Cibele, as margaridas da Verinha, a roseira vermelha do seu Geraldo e o pé de manjericão da Casa Amarela ....




Havia um encanto, que flores gigantes! E como as pessoas as aclamavam a minha volta, como elas são especiais...  Assim aprendi, uma rosa é um acontecimento.

Depois de muito tempo, essa impressão, esse encantamento voltou forte, quando pelos trajetos longos, idas e vindas observando a paisagem pelas janelas, nos trânsitos, elas começaram a protagonizar. 

Uma das minhas preferidas, não existe para comprar, as roseiras-arbusto de 3 cores. Em bouquet marginal conto um pouquinho desse circuito, quando de repente já sabia de suas várias moradas, em cada quintal, cada bairro.  Nos trajetos onde não passo mais ainda tenho curiosidade, e posso dizer até, saudade.

Cada roseira que eu cuido hoje tem uma história, uma procedência, uma curiosidade e uma característica básica, todas são "fáceis" de multiplicar. Muitas já viraram presente e vão se espalhando por aí. Por que as floriculturas não gostam delas não sei, especialmente das trepadeiras, mas existe sempre as redes paralelas, muitos cuidadores adoram compartilhar, o que sempre rende boa conversa e muitas dicas. Ou você pede uma mudinha para própria planta, mesmo que você não ouça a resposta =].. 

Nada é garantia de nada... mas na maioria das vezes, elas te aceitam, e se desenvolvem lindamente, florescendo no seu quintal...





quinta-feira, 10 de setembro de 2015

um cotidiano que não mais




a melhor vista: linha florianópolis –> itaguaçu, 18h, 14 de setembro de 2011



morava numa ilha e trabalhava no continente
trabalhava à noite para não trabalhar de dia
trabalhava com adultos, para fugir de seus filhos
escolhia São José, à despeito de Florianópolis

neste desterro diário, em pé, no aperto, no congestionado...
em todo crepúsculo, ao menos, sempre se auto-creditou, nos enquadramentos involuntários,
o privilégio da melhor vista





quarta-feira, 9 de setembro de 2015

!conflito de avatares em paralelas redes...




querido charlie brown, embora me identificasse profundamente com sua personalidade e acontecimentos de vida, e pudesse até pensar que não houvesse par perfeito, terei de declinar de tal convite. já tenho um jaspion em minha vida!!! ademais.... como poderia namorar duas celebridades ao mesmo tempo????



ele:

Mas que coisa, não basta a menininha ruiva, agora sou rejeitado novamente.
Querida Bruna!
Sei perfeitamente de suas predileções por personagens japoneses
Sim, não há, mas acontece que aqui, no mundo do desenho, a perfeição é um termo em desuso, portanto, nos contentamos em ter um cotidiano agradável com o(a) outro (a)
Ademais, creio eu que vossa pessoa ficaria muito melhor em aquarela, desenhada, nas tirinhas...
teríamos uma quadra, um cachorro, uma casa, e amigos..
já sr Jaspion, qual certeza se não a de aventuras intergaláticas você teria? Ficaria ali, com roupas de plastico, esperando seu herói derrotar monstros em miniatura, e ainda por cima dividiria ele com um robô!!!?
Meus cordiais abraços!
= ) .......... toinnng ( tá tô indo estudar)



uma quadrinha, um cachorro, uma casa, e amigos..? aiiii que lindoooo, pois bem... se a aventura e os atos master heróicos me atraem, devo dizer que não tenho nada contra a vida mínima, simples, pequenina como uma tira de dois quadros. sendo assim, como boa geminiana muito me apraz adicionar sua personalidade reflexiva e indagadora de viver, àquela da aba do lado.
... sem falar da tríade com a realidade,   o terceiro ‘personagem’ , também quero.
.
-mas, não sei porque... , muita gente
-muito burra a garotinha ruiva..
-e NEM PENSAR roupinha de plástico 

e tudo se reduziria em uma das minhas onomatopeias preferidas: SMAC!
















segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Importância ornamental secundária?


Quem é que decide que uma planta tem importância ornamental secundária? Será que tem haver com a durabilidade para possibilidade de adornar ambientes, eventos? Quem é que decide? Muitas flores que adoro quando vou pesquisar a planta encontro esta categorização "importância ornamental secundária" grrr poxa, se eu fosse convertida em flor acho que eu poderia ser categorizada como importância ornamental secundária?! Mas porque, por quem, pra quê?!!!! 

Uma flor singela, aparece uma vez no ano, dura poucos dias, não pode ser retirada porque murcha logo, ou, a importância é para folhagens, ou, a importância é para as sementes... O que eu quero mesmo é registrar um certo repúdio! A importância ornamental secundária é dada por um olhar repleto de expectativas e intenções que extrapolam o próprio ser em si da planta, com sua maravilhosa beleza espetaculosa de acontecer quando acontece! E eu rejeito isso. rs..

  




Eu não li que as flores de rúcula tem  importância ornamental secundária, mas sempre que vejo florzinhas inocentes, não protagonistas de um processo maior de interesse geral, eu me lembro dessa frase típica de sites de paisagismo. E eu amei vê-la florir! Danilo colocou em um vasinho o talo da rúcula que a gente comprou na feirinha da Ufsc. Ele viu em algum lugar que rebrotava, e de fato, demorou, mas voltou. Não usamos suas folhas mais, na verdade como era tão pouquinho, não temos espaço para grandes hortas, deixamos o vasinho lá. Então foi crescennnndo e cumprindo seu ciclo, fez um pendão gigante, criando as vagens, e agora floresce, linda e abundantemente!...

Vou guardar as sementinhas para os canteiros elevados da Flora da minha mãe. 
Sementes de boa proveniência. 
Sementes com amor =]..






domingo, 6 de setembro de 2015

D. Vera com suas leituras de vida, e eu em busca de um livro sem nome. ..



É um livro desfolhado, decepcionante se você se empolga na sua leitura porque é fatal, vai faltar folha. 

Toda vez que o encontrava na Flora, entre os outros de mami,  ficava procurando algum indício, .... ia pro google digitando fragmentos, ... e nada .... era o livro sem nome! E mami-lindíssimamente-linda sempre se lamentava... pois gostava bastante dele.

Como livro sem nome era bem mais glamuroso, algo de livro único, e tudo se tornava muito especial e específico. Mas hoje.. tudo mudou!!!

O fio foi a página 103 onde alguém pergunta "Que é o destino? Krishnamurti [responde]: Desejais realmente examinar este problema?" ... Alguém citou essa conversa, e então consegui encontrar a referência do livro pela net à fora... =D

Sobre o Destino de Krishnamurti ainda não experimentei a resposta.. Eu que não estou certa de examinar este problema escolhi para comemorar algo beeemm anterior, tipo, página 30 mesmo. 

E é no fragmento sobre a leitura, juntamente com a pergunta do à seguir cenas... que me declaro uma Sherlock feliz!!









quinta-feira, 27 de agosto de 2015

!!!!dias de festa...


Não é que não as estivesse vendo. Mas é que estava difícil comemorá-las... As flores da begônia, ainda mais das que eu cuido, tem um gostinho de "eu venci!!!!" [sem tirar o mérito dela, claro!] mas temos uma história difícil, com perdas definitivas ao longo de minha amizade com plantas... mas finalmente, conseguimos uma relação bem linda *-*. 

As begônias florescem cada vez mais em nosso jardim, e finalmente ontem fiz o registro festivo! As duas primeiras imagens são da  mãe, as seguintes são da filhinha, que agora mora na janela do meu quarto.








Falando delas eu tenho vontade de dizer tudo o que já disse no post o dom de ressuscitar suscetíveis , sobre o quanto elas são especiais, e como eu me senti fazendo mágica, quando vi nascer a filhinha da folha gigante que caiu. Vejam como cresceeeeu!!!

O livro que me ensinou a fazer esse truque da vida foi o que comentei no post sobre a coleção, o que me faz lembrar que faz tempo que não recreio com eles!

Algo diferente é que eu acho que lembrei de onde a begônia-mami veio! D. Lurdes do dedo verdíssimo, a mãe de uma amiga querida, me presenteou com uma muda linda, e esta mesma sofreu e quaaase não sobreviveu. Indo e vindo por fim teve um época que murcharam todas as folhas,... aí ciente do que aconteceria só retirei as folhas grandes secas e ficou um brotinho no meio. Descrente, parei de acompanhar, e ela ficou em um cantinho sombreado, escondida, livre pra fazer o que quisesse. Depois de um bom tempo, já a encontrei constituída, ela voltou e foi se fortalecendo, então percebi que encontrou um jeito!

É importante lembrar da proveniência, história é tudo de bom!!! A próxima será a do meu cacto Felipe, o arruaceiro ex morador do centro de Florianópolis =]..

Também não posso deixar de mencionar o amor de filha que D. Lurdes tem, que fez uma postagem linda sobre seu jardim encantado, no blog do Bem Ditas brechó. Época em que ainda estava sendo gerada, a mais linda flor do lugar... *-* aaai que saudades de vocês!!!


domingo, 23 de agosto de 2015

acho que é um texto sobre o Apego...

* texto postado apesar de ainda em processo =ss..




Há algo, pessoa, ação, que me proporcione muito prazer, que eu precise levar comigo para sempre, a detrimento de qualquer coisa?

Que tipo de pessoa eu quero ser, quais os reflexos dos meus atos, o que eu quero de delicioso para mim, à custa do que, de quem?

E o que o abandono desse algo precioso traria?

Às vezes acho que a vida é pautada pela afeição, adicção ao prazer. Pelo quanto é possível ponderar, abandonar, resinificar, abraçar, ou se abster, colocar alguma reflexão entre você e o seu objeto de desejo, antes do fim, início ou recomeço, elaborando possíveis “perdas”...

E porque prazer é algo muito importante, e gostoso, muitos optam por oferecer, ou usufruir a dois. Dar prazer ao outro é uma faceta, a segunda talvez, bem complexa, e não tem receita... mas muitas são as sugestões e instruções. Também existe já toda sua aptidão para se auto satisfazer como referência, e mesmo assim... é complexo. Uma vez alguém disse “ah o meu prazer eu sei onde está, se o outro não sabe vai ter que procurar sozinho!” não vou comentar a frase, mas eu penso bastante nela. ..

Na busca do prazer o que vem primeiro o eu ou o outro? Existe a possibilidade de observação das particularidades, singularidades, entremeando o que é meu, e o que posso oferecer, tudo junto, ao mesmo tempo?

Ao longo de nossa historia sensorial acredito [há quem diga] que “aprendemos” o que é bom ou ruim a partir do que nos é “permitido” ou “negado” em termos de prazer. Culturalmente aceito, politicamente correto e diretamente relacionado à educação dada pelos pais, escola, âmbito social, etc. Poxa,  lá lá lá,  senso comum, papo de bar, não quero fundamento, pode ser assim frágil mesmo =]..

Penso nos meus alunos, e na sua busca por um “prazer-fuga” que não tem nenhuma relação com o que lhes é apresentado como aprendizado em sala, ou em situações "chatas" e que reduzem sua satisfação a jogos de poder, celulares, redes sociais... prazer momentâneo que parece que se prolonga, o prazer momentâneo se institucionaliza, e esvazia tudo.

O que tinha me motivado a escrever esse post era simples, o prazer no prato, só uma ponta solta da postagem anterior.. Aí são tantas voltas, que se não fosse eu quem escreve, provavelmente não seria a leitora! Mas como não existe proposta, eu escrevo por razão nenhuma que não refletir e registrar, lembro que a recente tempo que tibum está disponível, se vinculando no virtual, apesar de existir a tanto tempo. Viu só vida?... nem acredito que depois de tanto tempo acabaria fazendo valer o dia em que resolvi escrever meu epitáfio, agora sim! =ss...

Quanto à alimentação hoje posso dizer que como tudo que não envolva sofrimento animal, esse é o intento. E já disse que fiz isso sem abrir mão do meu prazer. As opções muitas vezes não se conectam em sabor com o que seria seu equivalente animal. A substituição [e aí é que está a diferença entre alguém convicto ou não] é dada por uma vontade de gostar, pelo menos pra mim. Então algo em comparação, ainda que bem preparado e bem apresentado, pode até ser um pouco decepcionante, mas se transformará em algo singelamente feliz, dá para entender?

A alegria de comer algo não tão bom assim do ponto de vista do paladar, mas que na similitude do nome, na forma, algo do sabor contempla, além de que, nenhum bicho deu sua vida ou foi judiado, explorado para que ele exista...  pronto, já amei como pressuposto! Que fique claro que são as minhas experimentações por vezes gororobentas que estou falando hein, porque existe muita comida sofisticada, inacreditavelmente simples ou não, na cozinha de outros veganos por aí, maravilhosas! =]..

Pois bem, larguei mão de alguns prazeres, mas encontrei uma nova maneira, plena de simbolismo e intencionalidade de reencontrá-los, por isso disse em outro momento que não houve agressão teve prazer e esse prazer cresce à medida que é compartilhado com meus amigos (vegs ou não), mas muito principalmente com todas as vidas poupadas. Quando recém tinha parado de ingerir produtos de origem animal, ficava contando quantos ovos deixei de comer, quantas galinhas inteiras não morreram por minha causa, ou se o tempo que eu tinha deixado a carne vermelha já teria dado um boi inteiro... Sendo assim, eu tenho prazer nessa minha nova concepção alimentar e de consumo, que leva em conta o outro e a vida do outro. Além da consciência limpa, o corpo vai ficando também mais saudável =]..

E ultimamente, como sempre, mas talvez com um pouco mais de maturidade, tenho tentado controlar o impulso de comer, a propensão de mergulhar na busca desse prazer-fuga [aquela historia de prazer momentâneo institucionalizado que esvazia tudo?...] para satisfazer frustrações, ansiedades, e assuntos que eu queira compensar. Tenho uma nutricionista especializada em atendimento de vegetarianos estritos, ela me ajuda a ser a sábia na construção do meu cardápio diário, é muito bom o seu aporte!

Existe a ideia, um ideal de mim..., tem eu, e todas as mudanças ou pasmaceiras que eu já fiz na vida para ser o que sou hoje. Tem todas as coisas em mim que eu faço ou não, mas que penso que poderia mudar, um cem número na real, [para ser mais bonita, inteligente, proativa, interessante em tudo, feliz, plena] o que até causa certa angústia. Mas, muitos sábios do mundo e fora dele, daqueles bem poderosos, recorrentemente não falam que o que  a gente mais precisa é de auto-aceitação?


Então eu mesmo estou falando de que? =x..

____________________

- chato praca esse texto ein.. 
- tem uns furos e erros também




e não adianta. nada adianta. nem eu falando comigo mesmo adianta.

e recaio, depois retraio, .. mas só porque ainda não tenho nada pra fazer, porque no minuto que 
tiver.. tchau Brasil com força.

se você não se deseja pra mim, não me faça envolver. desapega Olx, me deixa, não me prende, me passa mel e joga na avenida. reza por mim, e pra eu conseguir quem me toque, e me ame jeito eu estou, sou, sentada no meu pedaço de mundo, de presente.

faço questão disso.

eu tento resguardo sabe.
me aceito sim, cada vez mais. 

e fico cada vez mais cética. valorizo antes, e cada vez mais, a materialidade dos eventos da vida. 

o resto é resto.

13/11/23








sábado, 15 de agosto de 2015

"você é o que você come"




02 de novembro de 2013 - beringela com leite de coco



Outro dia escrevi uma carta para uma pessoa que admiro muito, onde contava sobre minhas mudanças recentes com relação à alimentação e consumo de bens variados entre cosméticos, produtos de limpeza, roupas, tipo, tudo.

Na verdade processar mudanças é muito difícil, e eu sou um pouco obsessiva, ainda que lenta ao passar da teoria para prática, nessa transição borbulha uma certa angústia, auto-crítica, e uma sensação de insuficiência e, é claro, isso é uma característica abrangente, de cunho auto terapêutico, meio irrelevante no contexto... =s,.. na real queria dizer que estou em transição constante, só não tão rápida quanto o meu mental se satisfaria... mas foda-se, =].. continuando..

Vou aproveitar a parte introdutória da cartinha para transformá-la na minha maneira de contar essa mudança, a princípio alimentar, realizando uma vontade que sempre tive intuitiva e frágil, até o momento em que precisou ser bem fundamentada e auto afirmada, pois nossas escolhas nem sempre afetam ou concernem apenas a nós mesmos, como a gente gostaria e sempre pretende, inclusive.

De minha parte, a possibilidade de vida, sem comer carnes, apareceu na infância, ainda que meio torta, quando por questão de saúde minha mãe tirou carne vermelha e aves de seu cardápio. Nessa época, e eventualmente, desde então, costumava aparecer no cardápio carne de soja, de glúten, que nos acostumamos a comer e assimilamos como possível, embora não houvesse um incentivo para uma substituição completa.

Ao menos essa experiência serviu para ainda pequena refletir um pouco sobre outras opções. E minha mãe se dizia vegetariana, não entendo porque se comia derivados e peixes, mesmo assim a palavra ecoava e, então, desde essa época eu comecei a dizer “um dia vou me tornar vegetariana”. O “um dia” estava ligado a uma autonomia que não conseguia ter, de construir, fazer e principalmente bancar minhas próprias opções.

Quando esse dia chegou, passei um ano ovolacto. Tive um choque, porque na minha concepção interna desde pequena, minha convicção se resumia a duas frases. “Um dia vou me tornar vegetariana”, “porque é a coisa certa a se fazer” e pra mim isso bastava, isso, e aprender a cozinhar, adaptar minha vida, fazer escolhas coerentes com a minha opção. É aí que entra a participação do outro, que percebe a mudança. ..

Ouvi [e ouço ainda] muitas opiniões, palpites, longos depoimentos de insucessos das pessoas nesse âmbito, ou de que ouviram falar, os filmes que viram, os pretensos males, e é tudo muito forte, chega a ser agressivo. Parecem se sentir julgados, e já vem a avalanche de justificativas. .. Todos têm ideias muito prontas e sérias, e eu só tinha as minhas duas frases, que me satisfaziam plenamente no meu intento.

Lembrei dessa minha amiga que parou de comer carne por causa de uma disciplina na facul e resolvi jogar o nome de sua prof. no YT. Em meados de 2012 assisti essa fala de quase 3h. O poder e a verdade da pesquisa, exemplo de vida e argumentos... não tem como não se sentir implicado depois disso. Ouvi-la foi muito importante, reconhecer, e agradecer, assim como a Andréia, cuja proximidade em sua transição ajudou a resgatar minhas vontades perdidas no momento propício.

A partir daí passei a diminuir cada vez mais os derivados, e, se na virada de 2012 estava convicta em parar de comer carne, na virada de 2013 já estava convicta e comprometida na transição para uma qualidade de vida que não incluía sofrimento animal. 

Assisti seus outros vídeos, conheci um pouco mais sobre o recém lançado Galactolatria que ganhei de aniversário, junto com um livrinho de leites vegetais, o Passaporte para o Mundo dos Leites Veganos. No final de 2013, comprei um pacotinho desse livro de leites, foi um presente amoroso de Natal, para amigos e pessoas queridas da família.

Tenho me concentrado em “limpar” cada vez mais minha casa de produtos de origem animal, entrar em consenso com as pessoas à minha volta, dar o exemplo, mostrar opções, demonstrar possibilidades entre amigos, familiares, assim como me manter informada. 

A falta de convicção para mudar dos meus próximos gerou certa decepção na época, ... e isso foi, e é, um aprendizado pra mim. Tento tolerar as limitações, incentivar e reincentivar passos, mais do que 100% repreender e criticar, que é meu impulso mais primário tanto pra mim [eu comigo], quanto com relação aos outros, [...] Porque é que o que te choca, causa ojeriza, provoca reflexões, admirações, não pode te provocar mudanças? 

Entendi que cada pessoa tem um dispositivo diferente, ou um escape, ... e não se força ninguém a nada, nesse sentido, eu sou meu melhor exemplo, vide a postagem anterior! Nunca pensei que abandonaria o gorgonzola, deixaria de lado o mel, leite, ovos, nunca achei que seria aquilo que se diz...: radical. Mas uma coisa levou a outra e no fim não senti que estivesse me agredindo. Quando me perguntam eu digo que foi uma transição prazerosa no sentido que descobri um novo mundo de sabores. Chocolates livres de leite, bolos deliciosos livres de ovos e mesmo assim deliciosos e nutritivos. Germinados é a coisa mais linda do mundo, suco verde... ♡

Aceito às vezes um prato meio decepcionante, ou penar na rua para encontrar algo gostoso pra comer e acabar na fruta, ou milho cozido com meus amigos comendo delícias que eu já comi um dia; tomo um cafezinho, e já acostumei a dispensar as bolachinhas... Me surpreendo com o fato de que não cobiço mais o Charge e o Prestígio, meus passaportes para perdição no passado, sem falar no Lollo e no Sonho de valsa, este que meu me pai dava pacotes de 1k nos meus aniversários kk =ss.. hoje é uma outra Bruna,

bem vinda, 

eu aceito. ..


29 de março de 2015 - "pão sem queijo" de batata doce

17 de maio de 2015 - omelete de grão de bico com legumes




29 de julho de 2015 - torta quiche de tofú, com massa de farinha de grão de bico


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

pesar é um sentir

casa dos 80



Bem magra, não muito. Bem mais peso, bem mais, ou não muito. Houve tempo que pensei “pelo menos não tenho 100k”, em outro experimentei 104. Já passei pela experiência contínua de emagrecimento a ponto de não ser reconhecida! É muito impactante para mais ou para menos quando se observa isso na feição das pessoas. Não se parecer por fora com a ideia de pessoa que se tem por dentro.

A leveza e o peso de absolutamente não estar como gostaria de ser no momento, ou em qualquer outro. Não se aceitar, não se gostar, não conhecer as pontas soltas que prejudicam o equilíbrio e a constância. Inconformada, mas nutrir medo a cada recomeço. Sentimento de que foi longe demais, sem forças para voltar a pé, sozinha, apesar de já ter feito e refeito o trajeto tantas vezes.

Possuir roupas que compreendem  EG + G + roupas aleatórias afetivas do passado, as quais esperam o retorno do momento de paridade. Já saber o seu peso ou não peso pelas roupas que entram ou não. Voltar ao passado pelas roupas que retornam ao uso em função das transformações de seu corpo, no momento. Desfazer-se de roupas largas e se arrepender. Desfazer-se de roupas apertadas e se arrepender. Ser determinada emocionalmente pelo peso, pelo corpo e pela cobrança do vir a ser.

Qual o recado, o que fica, o que é que está faltando entender e empreender definitivamente nessa busca por constância e equilíbrio? E quem é que gosta de tratar de um assunto como este mesmo? Extremamente recorrente, repleto de palpites, cheio de clichês...

Minha historia de vida perpassa, é determinada em graus diferentes, por esse tipo de insatisfação.  Toda angústia, frustração, tristeza, introspecção, autopunição, sabotagens que acompanham cada uma das fazes. isso não é relato de superação tá, é sem dicas infalíveis,... é apenas uma faceta.

Vou me abster nesse momento de minha trajetória de opções do presente, da qualidade da alimentação e as implicações éticas que me influenciam hoje e que também revolucionaram minhas escolhas, meu paladar e minha forma de me relacionar com o consumo.

Deixo o recorte relacionado a essas imagens da coleção de balanças [entre  2005 e 2006] época em que elas representavam a proximidade ou distância, a resposta e a solução de algo muito ideal que nunca chegava, e que se por algum momento se sobrepôs, foi para mostrar o buraco negro de sua ausência, se é que isso é possível. Naquela época descia várias vezes a casa 80-70. Uns anos depois  95-85.  

Contudo, hoje em dia houve um desvio de interesse. A alimentação pode não ser um escape e/ou uma função promotora de desgraça, solução repentina de problemas... Ela pode ser NADA, além dela mesma, e um mundo novo assim.


  





















quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Dinheiro em penca - Callisia repens













Uma forração que pula de vaso em vaso. Com pouca água ela tem uma cor, sobra água outra, um aspecto no sol, outro na sombra... fica bonita no chão, fica linda pendente. 

E se você se esquece dela num canto qualquer, ... corre o risco de o dia em  que for limpar, ou rearranjar sua janela cheia de plantas, se surpreender muito com  um tesouro em penca escondidinho tão na vista, que então poderá abraçar!














terça-feira, 4 de agosto de 2015

Plantas e Flores - a coleção...







Já estou para mencionar tem um tempo, até prometi na postagem do dia 12 onde citei todas as vezes em que disse "eu vi, li num livro", .. que queria falar sobre esta coleção. 

Destes eu tenho apenas 4... A primeira vez que eu vi um exemplar, era fake, estava nas mãos de um amigo que tinha transformado um dos volumes em pasta. A capa é linda!! E ficou lindo mesmo como pasta, já me apaixonei, ainda sem conhecer o conteúdo.

Um tempo depois, em um Sebo, achei a coleção completa. Não sei que Bruna era aquela, ... mas acabei comprando apenas dois volumes, o primeiro, mais geral, e um outro sobre rosas. Sempre quis voltar, quando voltei, muito tempo depois, óbvio, não tinha mais nenhum. 

Está demorando, mas logo vou conseguir desfazer esse equivoco, mês passado ganhei dois volumes, um que fala sobre árvores, outro que fala sobre ervas e hortas, agora só me faltam 2!..












Seja para pesquisar, experimentar, contrapor, complementar,  é muito bom tê-los em casa. Hoje casualmente vi numa banca uma coleção no estilo, com certeza mais atualizada... só que não é a mesma coisa! As imagens antigas, a decoração já meio démodé, livros vovôs, bem charmosos e sábios na maioria do tempo, o que não é,  a gente relativiza =]..

E... livros nas mãos!!!...  algo que tenho pensado bastante ultimamente, se a energia elétrica organizada do mundo acabar de uma hora para outra, como fica a pesquisa, essa bem cômoda desses dias??... tchaaaau google ... ups!! tchaaau tibumm,

... por isso, tô com meus caderninhos e não abro!! =x












sexta-feira, 26 de junho de 2015

dedos que coçam para contra-textos que não nascem | entã então.., é nóis um dia que foi, o melhor arquivo é a semente, .. germine.



arquivo-morto


se você não tem razão para ser empírico,
sobra muito para pensar,
e tudo fica meio assim,
carecendo de fatos...
acumulam-se as teorias, as hipóteses,
as quase certezas de uma quase vida:
um cem número de maneiras diferentes de
dizer algo que nunca precisou,
vinte e sete argumentos para alguém que você
nunca precisou convencer, ou esclarecer,
trinta e duas expressões faciais e umas
cinquenta e uma respostas à combinar entre si,
para cada situação.

já carecendo de arquivista.




22-11-09



quinta-feira, 18 de junho de 2015

ela e eu



estamos sempre sós, eu e você. é sempre a mesma sensação,
você me intima, mas me intimida a ponto de não saber mais como te agradar,
ou como fazer você gostar mais de mim.
como começar, como te tocar, qual a propriedade e qual a expressão possível para
que você também deixe de ser pálida, fria e aparentemente tão vazia quanto crítica?
seria o emotivo; o inteligente e o político? em verdade penso, e quando penso em você também vem tudo aquilo que indiretamente já tive e tudo quanto imagino poder te oferecer, se nos relacionarmos.
às vezes fico assim... essa fragilidade, que por vezes não é qualidade, mas que denota envolvimento, atenção... te comove?
ingrata! aqui permaneço, e sinto que já te entrego minha primeira palavra. pode não ser a mais importante,
mas a deixo ecoar...


só não se preocupe, logo agora quando tudo começa e as palavras ganham plural,
você não é mais a mesma, e já não sou mais eu...
nos veremos na próxima.




textinho feito à partir da citação "estamos sempre sós, seja no estúdio ou diante da página em branco" (godard)

março de 2010







terça-feira, 16 de junho de 2015

Procedimento




A desconfiança leva a perder a calma, e para certas leituras, faz muita falta.
Esse início, essa palavra, entremeios, uma sensação de “nem te conheço!”, falta de intimidade, e um livro inteiro a seguir...
Algumas vezes começo os livros pelo final. Um troço de angústia, que alivia em finalizações, despedidas, palavras derradeiras. Mesmo quando o final não é final, e ele está perdido em algum outro lugar da decorrência do livro, vou descobrindo isso, ao contrário.
É um processo interessante. Leia a última parte, continue avançando no retrocesso, e então, o que está meio desconfortável, gradativamente proporciona links retroativos, bons insights, tudo começa a tomar corpo... até que se chega ao final-início. Por vezes, aliás, é mais seguro chegar a um final-começo que um final-final, mesmo quando o final-começo te decepciona. 
Aí, algo inevitável acontece. É certa culpa um pouco de remorso, então parece de relance que teria sido mais sábio ler do início.
E aí é que está! Agora sem ter o que temer, ânimo novo, sem nada escapar ao advir, seguimos recém-conhecidos.

Vezes sim, vezes não.






sexta-feira, 12 de junho de 2015

Melindrando



Outra planta que também remonta a meus encantamentos de infância. Tinha em umas das casas de Siqueira Campos, a cidade do Paraná em que nasci. Na saída pela cozinha, fundos da casa, à direita, tinha um pé bem lindo. Acho que era perto de um ponto de passagem para vizinha do lado. Tinha umas bolinhas pretas intrigantes, que eu ficava pensando pra que é que serviam. O engraçado é que remonta à lembrança do dia do cinema, era a mesma casa e época em que moramos lá, na cidade das olarias, onde aprendi a andar de bicicleta sem rodinha ralando o guidão da bice ao redor de toda a fachada da casa xD ficou uma beleza descascada... =x

Um tempo atrás, indo até os fundos de uma floricultura, encontrei uns vasos dela, mal pude acreditar que a moça me vendeu a R$3,00! Percebi que ela não a valorizava muito, comercialmente. Acho que comprei todas as que tinham em um espaço curto de tempo, algumas foram presentes, e ficaram duas aqui em casa, crescendo ao redor de minha janela. 

Ela não sabia o nome, me vendeu como um tipo de folhagem bambu, não lembro exatamente, mas não era o nome correspondente. Poxa, já havia tentado fazer mudas algumas vezes, por estaquia, mas nunca tinha dado certo, e finalmente consegui estreitar os laços!! Só faltava o nome..

É uma planta que, para além da nostalgia infantil, ou justamente por isso, assim como as roseiras alheias, mapeio pela cidade. Adoro ver como seus cuidadores as acomodam nos lugares, e como ela vai tomando conta do espaço.  E eu nunca conseguia perguntar o nome, não surgia oportunidade... aí um dia muito feliz, encontrei, por acaso, uma foto sua em um livro.

[Todas as vezes, aliás, em que digo que encontrei ou aprendi ou vi algo em um livro, tipo, aqui, aqui, aqui, e hoje, são sempre o mesmo livro, a mesma coleção, a qual ainda escreverei sobre!]

A partir da descoberta do nome, e pesquisas pela net, achei uma descrição curiosa em um livro disponível on line, acho que de fito ou terapias florais, sobre algumas de suas características por esse viés. E conheci também um pouco mais sobre suas características, modo de cuidar, preferências, em sites de cuidados com plantas, que abundam =] por aí..






Com a retirada das plantas da janela para a pintura [que ainda está em processo] fiquei surpreendida, como ela havia crescido! Desde que li um pouco sobre suas propriedades, gostava muito de sua localização, apesar de que, já havia notado, estava pedindo um vaso maior. Aliás, isso ainda é urgente, ela é muito mais intensa no verde do que está, falta terra! 





 













domingo, 7 de junho de 2015

The Goonies completa 30 anos... *-*


Era Natal de 1985. 

Estávamos em Londrina-PR, em um daqueles eventos familiares felizes, imagino. Sei que meu Papi-lindo foi no cinema com o Silvio, e eu acabei indo junto, sei lá porque, apesar do filme claramente não ser para a minha idade na época. 

Lembro-me do tamanho dos bancos no cinema, que o pai ficou no meio da gente, e que sentei no seu lado direito. 

Nessa época era muito desconfiada, não entendia porque quando iam ler algo pra mim as letras eram muitas, mas o resultado verbalizado era pequeno, lembro de uma vez o Silvio lendo pra mim aquele livro grandão de histórias, e eu especialmente questionando. Estava me enganando!...

Bem... Matiínha tinha se comprometido a ler a legenda pra mim, e várias vezes, me irritei com ele, aflita, porque o entusiasmo pelo filme não estava me chegando em português, ou então, o resultado traduzido era muito menor do que tudo que eu ouvia e via no filme... E a sessão seguiu assim, no maior ti ti ti com papi-paciente.

Imersa na história, foi muito marcante pra mim o fato de ter ido ao cinema, assistido filme tão ligada à participação paterna, inusitado, e o encanto do filme em si... inesquecível!.. 

Não faltaram palavras na verdade, as imagens eram gigantes, o navio era incrível, eu consegui absorver tudo.. E, lá em algum momento, quando ameaçaram matar o menino gordinho enfiando a cabeça dele no liquidificador, o Silvio riu, Papi riu, e eu [?] chorei... não exatamente nessa ordem.. Consolada e encorajada a sair detrás do pai e voltar a assistir, “viu já foi, a cabeça dele nem cabia lá!”...

E sobre o efeito das histórias para crianças?... Gênero de filme para os dois, aventura, para mim, terror! =ss

Heis uma história sobre cinema que guardo no coração... 



O que não posso dizer de Topo Gigio... =x






sábado, 6 de junho de 2015

!aproximações...






O “Menino do dedo verde”, sempre esteve como livro, em minha casa. Já havia recebido algumas recomendações para leitura, seja quando criança, seja depois de grande. Mas não conseguia ter vontade de ler, não me chamava.

Outro dia decidi, chegou a hora! E em função disso disso estou aqui, para fazer algumas aproximações. 

Um dia, anos atrás, zapeando pela net, dei por um evento, exibição de um filme chamado Schooling the world, cuja debatedora seria uma Ana Thomas.

Pesquisando seu nome, encontrei no YT um depoimento seu onde conta como foi sua vida escolar e explica como chegou a polêmica decisão de apoiar seu filho, quando ele pediu enfaticamente para sair dela. Em sequencia explica as decorrências desse ato para a educação e suas duas outras filhas pequeninas, além de se recusar o ser ou propor um novo modelo de nada, para além de compartilhar sua experiência. o que me agrada.

Bem, o que mais me chamou atenção no livro é o modelo de educação que os pais criaram para Tisto, o protagonista da história.

Quando o menino iniciou a escolarização, algo estranho aconteceu. O que era para ser a confirmação de sucesso e da expectativa de todo o seu entorno, dos entusiastas do berço de ouro e herança familiar, acabou por se transformar em indignação e pesadelo, quando o mesmo foi expulso da escola. Em uma carta aos pais o professor da escola comunica “Prezado Senhor, o seu filho não é como todo mundo, não é possível conservá-lo na escola”.

É que Tisto, com toda sua boa e força de vontade, não foram suficientes para reverter a resposta física de sua nova, e tão esperada rotina. Ele simplesmente não conseguia se controlar e, a despeito de suas tentativas, dia após dia, se distraia e/ou dormia...

Transcrevo o dilema dos pais.



CAPÍTULO CINCO
No qual a preocupação pesa sobre a Casa-que-Brilha e no qual
se decide, para Tistu, um novo sistema de educação
A preocupação é uma ideia triste que nos comprime a cabeça ao despertar e permanece ali o dia todo. A preocupação se serve de qualquer meio para penetrar nos quartos; ela se insinua como o vento no meio das folhas, monta a cavalo na voz dos pássaros, desliza pelos fios da campainha. Naquela manhã, em Mirapólvora, a preocupação se chamava: "Não é como todo mundo." . O sol não se decidia a levantar-se. "É bem aborrecido ter de acordar esse pobre Tistu, dizia ele. Logo que abrir os olhos, vai lembrar-se de que foi expulso da escola..." O sol pôs um abafador no seu dínamo e lançou uns raiozinhos de nada, embrulhados em bruma; o céu permaneceu cinzento em cima de Mirapólvora. Mas a preocupação dispõe de outros recursos; dá sempre um jeito de chamar a atenção. Ela se infiltrou, dessa vez, na grande sirene da fábrica. E todo mundo em casa ouviu a sirene gritar: — Não é como todo mu-un-undo! Tistu não é como todo muun-undo! Foi assim que a preocupação penetrou no quarto de Tistu. "Que será de mim?" perguntou a si próprio. E afundou a cabeça no travesseiro, mas não conseguiu adormecer de novo. Era desesperador, reconheçamos, dormir tão bem na aula e tão mal na cama! Siá Amélia, a cozinheira, resmungava sozinha, acendendo o forno: — Nosso Tistu não é como todo mundo? E quem é que prova? Tem dois braços, duas pernas... O criado Carolo, polindo raivosamente o corrimão da escada, ficava repetindo: — Tistu no ser como os otrros... Carolo, fazemos questão de declarar, tinha um leve sotaque estrangeiro. Na cavalariça, os jóqueis cochichavam: — Não é como todo mundo, um garoto desses... Você engole essa? E como os cavalos participam das preocupações dos homens, até os puros-sangue groselha pareciam nervosos, batiam com as ferraduras, davam arrancos nas rédeas. Três fios brancos apareceram de repente entre a crina da Bonita. Só o pônei Ginástico permanecia alheio a toda essa agitação e comia tranquilamente o seu feno, mostrando os seus belos dentes. Mas exceto esse pônei, que bancava o indiferente, todo mundo perguntava o que ia ser de Tistu. E os que se faziam essa pergunta com aflição maior eram, é claro, os pais do menino. Diante do espelho, o Sr. Papai passava brilhantina no cabelo, mas sem nenhuma alegria, quase automaticamente. "Eis um menino, pensava ele, que parece mais difícil de educar do que um canhão!" Rosada entre os travesseiros rosados, Dona Mamãe deixou cair uma lágrima dentro do café com leite. — Se adormece na aula, como poderá aprender? — perguntava ela ao Sr. Papai. — Talvez a distração não seja uma doença incurável — respondeu ele. — Em todo caso, é menos perigoso que a bronquite — continuou Dona Mamãe. — Mas, de qualquer modo, é preciso que Tistu se torne um homem — disse o Sr. Papai. Após esse violento diálogo, calaram-se um momento. "Que fazer? Que fazer?" pensavam os dois, cada um em seu canto. O Sr. Papai era homem de decisões rápidas e enérgicas. Dirigir uma fábrica de canhões retempera uma alma. Por outro lado, amava muito o filho. — É muito simples — declarou ele. — Achei a solução. Tistu não aprende nada na escola? Pois bem, não vai mais pisar em escola alguma! Se os livros o fazem dormir, fora com os livros! Vamos experimentar com ele um novo sistema de educação, já que não é como todo mundo! Ele aprenderá as coisas que deve saber, olhando-as com os próprios olhos. Ensinar-lhe-ão, no local, a conhecer as pedras, o jardim, os campos; explicar-lhe-ão como funciona a cidade, a fábrica, e tudo que puder ajudá-lo a tornar-se gente grande. A vida, afinal, é a melhor escola que existe. Vamos ver o resultado! Dona Mamãe aprovou com entusiasmo a decisão do Sr. Papai. Quase lamentou não possuir outros filhos nos quais pudessem aplicar um sistema educativo tão sedutor. Para Tistu, adeus empadinhas comidas às pressas, pasta a carregar nas costas, carteira onde a cabeça tombava sozinha e punhados de zero a escorrerem do bolso! Começava uma vida nova. E o sol se pôs de novo a brilhar.

Bem..., sua primeira aula no dia seguinte foi de jardim com o jardineiro Bigode =]... E se alguém aí cometeu a gafe de também ignorar este livro, fica aqui este, à seguir cenas...

Eu não sou o Tisto, ou seus pais, nem o filho da Ana, ou sua mãe. Apesar de que em !devires.., link de postagem anterior, relato também uma iniciativa semelhante de "desajuste".

Cada pessoa com sua história, e certamente, inclusive, sou protagonista de uma que, depois de muitos antagonismos me leva novamente ao ambiente cotidiano escolar. Agora como prof. de Artes Visuais para pequenos.

Enfim.., apesar de achar que termino minhas postagens quando deveria começar, vou me abster de análises. 

Por hora, apenas contar, compartilhar, relacionar, aproximar historias...











*gennte, quanto tempo esse filme. quanto tempo não vejo um filme. uma falta de paciência sem fim. 

** e aí né, falando nisso. Cibe ama escola quando eu já detestava. ela ama, sente saudades dos amiguinhos, profs., se integra muito bem nessas rotinas. será que eu tenho algum probles desses que poderiam ser diagnosticados? uma amiga acabou de se descobrir autista, já adulta, interessante. mas sempre tive problemas com gente. e aquele fervo de crianças, e aquele fervo no recreio. e todas aquelas coisas que eu também queria e não conseguia fazer, porque vivia presa por dentro, né. aí as vezes ia, maioria das vezes não. mas era difícil. bemm difícil. 
como você vai defender a a legalização no Brasil do ensino residencial? vou colocar bem assim mesmo, as forças do mal são muito mais potentes transitando nesse âmbito, enquanto as que eu admiro conseguem inclusive tecer parcerias com o ensino regular, então. que medo dessas leis. 

faz muito tempo que não acompanho as iniciativas da Ana, a ultima vez ela estava envolvida num projeto dentro da escola, na localidade onde morava. mulher admirável.

*** eu como prof. de escola pública, bom, eu como prof., eu inserida no ambiente escolar.., já acho graça né. é engraçaaado, que só. mas tento muito me aproximar das crianças, tento ter cuidado, muito cuidado com as palavras, especialmente para além do conteúdo. e tento sempre trazer algo positivo nas trocas. isso só porque eu sei que um sorriso, um olhar, uma frase, uma palavra, ou um silencio, podem fazer muita diferença. pra mim fez. na minha experiência.. tudo relacionado a escola foi angustiante. tô adorando perceber minha filha. meu trabalho também me ensina muito.

22-07-22




tenho um crush num Ome, e ele bem que quer ser dedo verde. cansou acho, de  ter uns dedo bit, outros byte.

ele quer reinventar uma roda, tirando o aro da terra, e criando uma família de mato, talvez, só pra contrariar.

eu gosto dele. eu admiro, eu queria um dia ele perto de mim. mas eu descobri que eu gosto dele, .. como qual será a comparação, qual a imagem? 

eu não quero lhe fazer mal, então não posso ser fungo, ou alguma peste, embora eles pudessem estar pertinho. largarta não também, não tão voraz a ponto de te acabar. será que vizinha de folhas, vizinha de raíz? 

eu gosto dele, e meu Ome, se perde no universo das plantas. e eu, ahh eu uma moitinha ali, ó. só de olho. nem tenho valor na prateleira da vida. passo batido, mas estou perto.

ele caminha, me rebroto no seu rastro como quem não quer nada. fazer o que, você exala  desprende o adubo do melhor.. qualquer dia renasço numa reentrância de você.

e se a gente formasse um líquen? ouvi um vez, uma prof colocando esta aproximação como uma paixão, uma troca, um conjunto de favorecimentos. será? não sei, poderia, acho.

ele observa a terra, olha seus pés, não tem raízes, olha as mãos, humm, nada de verde, nem unha, nem dedo. 

ele planta, mas não se planta. é bom. alguém precisa caminhar.


23-11-23