sexta-feira, 26 de junho de 2015

dedos que coçam para contra-textos que não nascem | entã então.., é nóis um dia que foi, o melhor arquivo é a semente, .. germine.



arquivo-morto


se você não tem razão para ser empírico,
sobra muito para pensar,
e tudo fica meio assim,
carecendo de fatos...
acumulam-se as teorias, as hipóteses,
as quase certezas de uma quase vida:
um cem número de maneiras diferentes de
dizer algo que nunca precisou,
vinte e sete argumentos para alguém que você
nunca precisou convencer, ou esclarecer,
trinta e duas expressões faciais e umas
cinquenta e uma respostas à combinar entre si,
para cada situação.

já carecendo de arquivista.




22-11-09



quinta-feira, 18 de junho de 2015

ela e eu



estamos sempre sós, eu e você. é sempre a mesma sensação,
você me intima, mas me intimida a ponto de não saber mais como te agradar,
ou como fazer você gostar mais de mim.
como começar, como te tocar, qual a propriedade e qual a expressão possível para
que você também deixe de ser pálida, fria e aparentemente tão vazia quanto crítica?
seria o emotivo; o inteligente e o político? em verdade penso, e quando penso em você também vem tudo aquilo que indiretamente já tive e tudo quanto imagino poder te oferecer, se nos relacionarmos.
às vezes fico assim... essa fragilidade, que por vezes não é qualidade, mas que denota envolvimento, atenção... te comove?
ingrata! aqui permaneço, e sinto que já te entrego minha primeira palavra. pode não ser a mais importante,
mas a deixo ecoar...


só não se preocupe, logo agora quando tudo começa e as palavras ganham plural,
você não é mais a mesma, e já não sou mais eu...
nos veremos na próxima.




textinho feito à partir da citação "estamos sempre sós, seja no estúdio ou diante da página em branco" (godard)

março de 2010







terça-feira, 16 de junho de 2015

Procedimento




A desconfiança leva a perder a calma, e para certas leituras, faz muita falta.
Esse início, essa palavra, entremeios, uma sensação de “nem te conheço!”, falta de intimidade, e um livro inteiro a seguir...
Algumas vezes começo os livros pelo final. Um troço de angústia, que alivia em finalizações, despedidas, palavras derradeiras. Mesmo quando o final não é final, e ele está perdido em algum outro lugar da decorrência do livro, vou descobrindo isso, ao contrário.
É um processo interessante. Leia a última parte, continue avançando no retrocesso, e então, o que está meio desconfortável, gradativamente proporciona links retroativos, bons insights, tudo começa a tomar corpo... até que se chega ao final-início. Por vezes, aliás, é mais seguro chegar a um final-começo que um final-final, mesmo quando o final-começo te decepciona. 
Aí, algo inevitável acontece. É certa culpa um pouco de remorso, então parece de relance que teria sido mais sábio ler do início.
E aí é que está! Agora sem ter o que temer, ânimo novo, sem nada escapar ao advir, seguimos recém-conhecidos.

Vezes sim, vezes não.






sexta-feira, 12 de junho de 2015

Melindrando



Outra planta que também remonta a meus encantamentos de infância. Tinha em umas das casas de Siqueira Campos, a cidade do Paraná em que nasci. Na saída pela cozinha, fundos da casa, à direita, tinha um pé bem lindo. Acho que era perto de um ponto de passagem para vizinha do lado. Tinha umas bolinhas pretas intrigantes, que eu ficava pensando pra que é que serviam. O engraçado é que remonta à lembrança do dia do cinema, era a mesma casa e época em que moramos lá, na cidade das olarias, onde aprendi a andar de bicicleta sem rodinha ralando o guidão da bice ao redor de toda a fachada da casa xD ficou uma beleza descascada... =x

Um tempo atrás, indo até os fundos de uma floricultura, encontrei uns vasos dela, mal pude acreditar que a moça me vendeu a R$3,00! Percebi que ela não a valorizava muito, comercialmente. Acho que comprei todas as que tinham em um espaço curto de tempo, algumas foram presentes, e ficaram duas aqui em casa, crescendo ao redor de minha janela. 

Ela não sabia o nome, me vendeu como um tipo de folhagem bambu, não lembro exatamente, mas não era o nome correspondente. Poxa, já havia tentado fazer mudas algumas vezes, por estaquia, mas nunca tinha dado certo, e finalmente consegui estreitar os laços!! Só faltava o nome..

É uma planta que, para além da nostalgia infantil, ou justamente por isso, assim como as roseiras alheias, mapeio pela cidade. Adoro ver como seus cuidadores as acomodam nos lugares, e como ela vai tomando conta do espaço.  E eu nunca conseguia perguntar o nome, não surgia oportunidade... aí um dia muito feliz, encontrei, por acaso, uma foto sua em um livro.

[Todas as vezes, aliás, em que digo que encontrei ou aprendi ou vi algo em um livro, tipo, aqui, aqui, aqui, e hoje, são sempre o mesmo livro, a mesma coleção, a qual ainda escreverei sobre!]

A partir da descoberta do nome, e pesquisas pela net, achei uma descrição curiosa em um livro disponível on line, acho que de fito ou terapias florais, sobre algumas de suas características por esse viés. E conheci também um pouco mais sobre suas características, modo de cuidar, preferências, em sites de cuidados com plantas, que abundam =] por aí..






Com a retirada das plantas da janela para a pintura [que ainda está em processo] fiquei surpreendida, como ela havia crescido! Desde que li um pouco sobre suas propriedades, gostava muito de sua localização, apesar de que, já havia notado, estava pedindo um vaso maior. Aliás, isso ainda é urgente, ela é muito mais intensa no verde do que está, falta terra! 





 













domingo, 7 de junho de 2015

The Goonies completa 30 anos... *-*


Era Natal de 1985. 

Estávamos em Londrina-PR, em um daqueles eventos familiares felizes, imagino. Sei que meu Papi-lindo foi no cinema com o Silvio, e eu acabei indo junto, sei lá porque, apesar do filme claramente não ser para a minha idade na época. 

Lembro-me do tamanho dos bancos no cinema, que o pai ficou no meio da gente, e que sentei no seu lado direito. 

Nessa época era muito desconfiada, não entendia porque quando iam ler algo pra mim as letras eram muitas, mas o resultado verbalizado era pequeno, lembro de uma vez o Silvio lendo pra mim aquele livro grandão de histórias, e eu especialmente questionando. Estava me enganando!...

Bem... Matiínha tinha se comprometido a ler a legenda pra mim, e várias vezes, me irritei com ele, aflita, porque o entusiasmo pelo filme não estava me chegando em português, ou então, o resultado traduzido era muito menor do que tudo que eu ouvia e via no filme... E a sessão seguiu assim, no maior ti ti ti com papi-paciente.

Imersa na história, foi muito marcante pra mim o fato de ter ido ao cinema, assistido filme tão ligada à participação paterna, inusitado, e o encanto do filme em si... inesquecível!.. 

Não faltaram palavras na verdade, as imagens eram gigantes, o navio era incrível, eu consegui absorver tudo.. E, lá em algum momento, quando ameaçaram matar o menino gordinho enfiando a cabeça dele no liquidificador, o Silvio riu, Papi riu, e eu [?] chorei... não exatamente nessa ordem.. Consolada e encorajada a sair detrás do pai e voltar a assistir, “viu já foi, a cabeça dele nem cabia lá!”...

E sobre o efeito das histórias para crianças?... Gênero de filme para os dois, aventura, para mim, terror! =ss

Heis uma história sobre cinema que guardo no coração... 



O que não posso dizer de Topo Gigio... =x






sábado, 6 de junho de 2015

!aproximações...






O “Menino do dedo verde”, sempre esteve como livro, em minha casa. Já havia recebido algumas recomendações para leitura, seja quando criança, seja depois de grande. Mas não conseguia ter vontade de ler, não me chamava.

Outro dia decidi, chegou a hora! E em função disso disso estou aqui, para fazer algumas aproximações. 

Um dia, anos atrás, zapeando pela net, dei por um evento, exibição de um filme chamado Schooling the world, cuja debatedora seria uma Ana Thomas.

Pesquisando seu nome, encontrei no YT um depoimento seu onde conta como foi sua vida escolar e explica como chegou a polêmica decisão de apoiar seu filho, quando ele pediu enfaticamente para sair dela. Em sequencia explica as decorrências desse ato para a educação e suas duas outras filhas pequeninas, além de se recusar o ser ou propor um novo modelo de nada, para além de compartilhar sua experiência. o que me agrada.

Bem, o que mais me chamou atenção no livro é o modelo de educação que os pais criaram para Tisto, o protagonista da história.

Quando o menino iniciou a escolarização, algo estranho aconteceu. O que era para ser a confirmação de sucesso e da expectativa de todo o seu entorno, dos entusiastas do berço de ouro e herança familiar, acabou por se transformar em indignação e pesadelo, quando o mesmo foi expulso da escola. Em uma carta aos pais o professor da escola comunica “Prezado Senhor, o seu filho não é como todo mundo, não é possível conservá-lo na escola”.

É que Tisto, com toda sua boa e força de vontade, não foram suficientes para reverter a resposta física de sua nova, e tão esperada rotina. Ele simplesmente não conseguia se controlar e, a despeito de suas tentativas, dia após dia, se distraia e/ou dormia...

Transcrevo o dilema dos pais.



CAPÍTULO CINCO
No qual a preocupação pesa sobre a Casa-que-Brilha e no qual
se decide, para Tistu, um novo sistema de educação
A preocupação é uma ideia triste que nos comprime a cabeça ao despertar e permanece ali o dia todo. A preocupação se serve de qualquer meio para penetrar nos quartos; ela se insinua como o vento no meio das folhas, monta a cavalo na voz dos pássaros, desliza pelos fios da campainha. Naquela manhã, em Mirapólvora, a preocupação se chamava: "Não é como todo mundo." . O sol não se decidia a levantar-se. "É bem aborrecido ter de acordar esse pobre Tistu, dizia ele. Logo que abrir os olhos, vai lembrar-se de que foi expulso da escola..." O sol pôs um abafador no seu dínamo e lançou uns raiozinhos de nada, embrulhados em bruma; o céu permaneceu cinzento em cima de Mirapólvora. Mas a preocupação dispõe de outros recursos; dá sempre um jeito de chamar a atenção. Ela se infiltrou, dessa vez, na grande sirene da fábrica. E todo mundo em casa ouviu a sirene gritar: — Não é como todo mu-un-undo! Tistu não é como todo muun-undo! Foi assim que a preocupação penetrou no quarto de Tistu. "Que será de mim?" perguntou a si próprio. E afundou a cabeça no travesseiro, mas não conseguiu adormecer de novo. Era desesperador, reconheçamos, dormir tão bem na aula e tão mal na cama! Siá Amélia, a cozinheira, resmungava sozinha, acendendo o forno: — Nosso Tistu não é como todo mundo? E quem é que prova? Tem dois braços, duas pernas... O criado Carolo, polindo raivosamente o corrimão da escada, ficava repetindo: — Tistu no ser como os otrros... Carolo, fazemos questão de declarar, tinha um leve sotaque estrangeiro. Na cavalariça, os jóqueis cochichavam: — Não é como todo mundo, um garoto desses... Você engole essa? E como os cavalos participam das preocupações dos homens, até os puros-sangue groselha pareciam nervosos, batiam com as ferraduras, davam arrancos nas rédeas. Três fios brancos apareceram de repente entre a crina da Bonita. Só o pônei Ginástico permanecia alheio a toda essa agitação e comia tranquilamente o seu feno, mostrando os seus belos dentes. Mas exceto esse pônei, que bancava o indiferente, todo mundo perguntava o que ia ser de Tistu. E os que se faziam essa pergunta com aflição maior eram, é claro, os pais do menino. Diante do espelho, o Sr. Papai passava brilhantina no cabelo, mas sem nenhuma alegria, quase automaticamente. "Eis um menino, pensava ele, que parece mais difícil de educar do que um canhão!" Rosada entre os travesseiros rosados, Dona Mamãe deixou cair uma lágrima dentro do café com leite. — Se adormece na aula, como poderá aprender? — perguntava ela ao Sr. Papai. — Talvez a distração não seja uma doença incurável — respondeu ele. — Em todo caso, é menos perigoso que a bronquite — continuou Dona Mamãe. — Mas, de qualquer modo, é preciso que Tistu se torne um homem — disse o Sr. Papai. Após esse violento diálogo, calaram-se um momento. "Que fazer? Que fazer?" pensavam os dois, cada um em seu canto. O Sr. Papai era homem de decisões rápidas e enérgicas. Dirigir uma fábrica de canhões retempera uma alma. Por outro lado, amava muito o filho. — É muito simples — declarou ele. — Achei a solução. Tistu não aprende nada na escola? Pois bem, não vai mais pisar em escola alguma! Se os livros o fazem dormir, fora com os livros! Vamos experimentar com ele um novo sistema de educação, já que não é como todo mundo! Ele aprenderá as coisas que deve saber, olhando-as com os próprios olhos. Ensinar-lhe-ão, no local, a conhecer as pedras, o jardim, os campos; explicar-lhe-ão como funciona a cidade, a fábrica, e tudo que puder ajudá-lo a tornar-se gente grande. A vida, afinal, é a melhor escola que existe. Vamos ver o resultado! Dona Mamãe aprovou com entusiasmo a decisão do Sr. Papai. Quase lamentou não possuir outros filhos nos quais pudessem aplicar um sistema educativo tão sedutor. Para Tistu, adeus empadinhas comidas às pressas, pasta a carregar nas costas, carteira onde a cabeça tombava sozinha e punhados de zero a escorrerem do bolso! Começava uma vida nova. E o sol se pôs de novo a brilhar.

Bem..., sua primeira aula no dia seguinte foi de jardim com o jardineiro Bigode =]... E se alguém aí cometeu a gafe de também ignorar este livro, fica aqui este, à seguir cenas...

Eu não sou o Tisto, ou seus pais, nem o filho da Ana, ou sua mãe. Apesar de que em !devires.., link de postagem anterior, relato também uma iniciativa semelhante de "desajuste".

Cada pessoa com sua história, e certamente, inclusive, sou protagonista de uma que, depois de muitos antagonismos me leva novamente ao ambiente cotidiano escolar. Agora como prof. de Artes Visuais para pequenos.

Enfim.., apesar de achar que termino minhas postagens quando deveria começar, vou me abster de análises. 

Por hora, apenas contar, compartilhar, relacionar, aproximar historias...











*gennte, quanto tempo esse filme. quanto tempo não vejo um filme. uma falta de paciência sem fim. 

** e aí né, falando nisso. Cibe ama escola quando eu já detestava. ela ama, sente saudades dos amiguinhos, profs., se integra muito bem nessas rotinas. será que eu tenho algum probles desses que poderiam ser diagnosticados? uma amiga acabou de se descobrir autista, já adulta, interessante. mas sempre tive problemas com gente. e aquele fervo de crianças, e aquele fervo no recreio. e todas aquelas coisas que eu também queria e não conseguia fazer, porque vivia presa por dentro, né. aí as vezes ia, maioria das vezes não. mas era difícil. bemm difícil. 
como você vai defender a a legalização no Brasil do ensino residencial? vou colocar bem assim mesmo, as forças do mal são muito mais potentes transitando nesse âmbito, enquanto as que eu admiro conseguem inclusive tecer parcerias com o ensino regular, então. que medo dessas leis. 

faz muito tempo que não acompanho as iniciativas da Ana, a ultima vez ela estava envolvida num projeto dentro da escola, na localidade onde morava. mulher admirável.

*** eu como prof. de escola pública, bom, eu como prof., eu inserida no ambiente escolar.., já acho graça né. é engraçaaado, que só. mas tento muito me aproximar das crianças, tento ter cuidado, muito cuidado com as palavras, especialmente para além do conteúdo. e tento sempre trazer algo positivo nas trocas. isso só porque eu sei que um sorriso, um olhar, uma frase, uma palavra, ou um silencio, podem fazer muita diferença. pra mim fez. na minha experiência.. tudo relacionado a escola foi angustiante. tô adorando perceber minha filha. meu trabalho também me ensina muito.

22-07-22




tenho um crush num Ome, e ele bem que quer ser dedo verde. cansou acho, de  ter uns dedo bit, outros byte.

ele quer reinventar uma roda, tirando o aro da terra, e criando uma família de mato, talvez, só pra contrariar.

eu gosto dele. eu admiro, eu queria um dia ele perto de mim. mas eu descobri que eu gosto dele, .. como qual será a comparação, qual a imagem? 

eu não quero lhe fazer mal, então não posso ser fungo, ou alguma peste, embora eles pudessem estar pertinho. largarta não também, não tão voraz a ponto de te acabar. será que vizinha de folhas, vizinha de raíz? 

eu gosto dele, e meu Ome, se perde no universo das plantas. e eu, ahh eu uma moitinha ali, ó. só de olho. nem tenho valor na prateleira da vida. passo batido, mas estou perto.

ele caminha, me rebroto no seu rastro como quem não quer nada. fazer o que, você exala  desprende o adubo do melhor.. qualquer dia renasço numa reentrância de você.

e se a gente formasse um líquen? ouvi um vez, uma prof colocando esta aproximação como uma paixão, uma troca, um conjunto de favorecimentos. será? não sei, poderia, acho.

ele observa a terra, olha seus pés, não tem raízes, olha as mãos, humm, nada de verde, nem unha, nem dedo. 

ele planta, mas não se planta. é bom. alguém precisa caminhar.


23-11-23



quinta-feira, 4 de junho de 2015

!a historia do presente sapo-príncipe







A Bruna ganhou um sapo. O presente, era promessa e também desejo. Um príncipe amaldiçoado, solução em potência para uma convivência penosa entre amigos, com uma broken heart insuportável e niilista.

A receita era simples, mergulhe o sapo na água, ele derreterá como vitamina C e então... “felizes para sempre!”. E todos estariam bem..

Desconfiada do destino, se apegou ao sapo. Anos se passaram no limbo, postergando e desacreditando, segura, com o sapo na prateleira.

Aí um dia ela se apaixonou. O ser amado era calado, hesitante, meio subnutrido... mas, muito vivaz nas ideias. Animado em tecer planos não viáveis para o presente, muito sedutores, era seguro da ideia de Nós.

Depois de um tempo feliz, continuava um feliz diferente. Não era como antes, não mais, não menos. Outro tempo passado, o que tinha também já não tinha sido, sem mais do que tinha, nem menos, mas com outras palavras.

Um dia na arrumação da casa ela encontrou, caído num canto, o velho sapo companheiro. Num repente, o tacou num copo d’água, haveria mesmo alguém alí? Nada a ver com a vitamina C, formou-se uma placa mole, desforme, grudenta que teve que cavar para então confirmar...

Algo meio calado, hesitante, subnutrido e quase disforme. Para mini-príncipe era um ótimo sapo, pensou, contudo, inserta ainda do destino e determinismos da vida, ela o colocou no lugar do sapo, na estante.

Seu ser amado passou por ali, em outro momento, não reconheceu aquela peça mirrada e, inseguro, jogou a peça em direção aos vasos do jardim. Isso foi um pouco antes das chuvas.

Desde então, não parou de crescer...



segunda-feira, 1 de junho de 2015

pensamento de final de semana - durante monitoria de Ferdinand de Lesseps, 2010


os sinos


ouvindo mozart como nunca ouvi em uma vida.
as vezes o sino da igreja toca
e me dou conta do tempo, deve ser meio dia.
faz lembrar das minhas cidades pequenas.
lá os sinos costumam tocar quando morre alguém,
e um carro toca pela cidade uma ave maria...
o que me remete às 18:00 horas,
a hora de nossa senhora. a hora em que nasci.
nesse momento de silêncio em que o dia morre
se você retirar a contagem do tempo, ...
e continuar observando, pode confundir o fim com o começo
e então acreditar que amanhece!
para delatar, somente o fato de gostar de dormir
e então quase nunca poder ver,
por culpa dos sonhos, um nascer de dia...
mas se conseguir esquecer, ainda que por um breve instante,
é possível, pois se perde o registro dos hábitos...
isso porque um dia todo pela frente
não é igual a um dia todo atrás de si.
por isso um recomeço sem final...
e de repente os fatos: em um enlevo qualquer,
sem mais... escurece.
e nada mais te engana...
é noite.