segunda-feira, 10 de agosto de 2015

pesar é um sentir

casa dos 80



Bem magra, não muito. Bem mais peso, bem mais, ou não muito. Houve tempo que pensei “pelo menos não tenho 100k”, em outro experimentei 104. Já passei pela experiência contínua de emagrecimento a ponto de não ser reconhecida! É muito impactante para mais ou para menos quando se observa isso na feição das pessoas. Não se parecer por fora com a ideia de pessoa que se tem por dentro.

A leveza e o peso de absolutamente não estar como gostaria de ser no momento, ou em qualquer outro. Não se aceitar, não se gostar, não conhecer as pontas soltas que prejudicam o equilíbrio e a constância. Inconformada, mas nutrir medo a cada recomeço. Sentimento de que foi longe demais, sem forças para voltar a pé, sozinha, apesar de já ter feito e refeito o trajeto tantas vezes.

Possuir roupas que compreendem  EG + G + roupas aleatórias afetivas do passado, as quais esperam o retorno do momento de paridade. Já saber o seu peso ou não peso pelas roupas que entram ou não. Voltar ao passado pelas roupas que retornam ao uso em função das transformações de seu corpo, no momento. Desfazer-se de roupas largas e se arrepender. Desfazer-se de roupas apertadas e se arrepender. Ser determinada emocionalmente pelo peso, pelo corpo e pela cobrança do vir a ser.

Qual o recado, o que fica, o que é que está faltando entender e empreender definitivamente nessa busca por constância e equilíbrio? E quem é que gosta de tratar de um assunto como este mesmo? Extremamente recorrente, repleto de palpites, cheio de clichês...

Minha historia de vida perpassa, é determinada em graus diferentes, por esse tipo de insatisfação.  Toda angústia, frustração, tristeza, introspecção, autopunição, sabotagens que acompanham cada uma das fazes. isso não é relato de superação tá, é sem dicas infalíveis,... é apenas uma faceta.

Vou me abster nesse momento de minha trajetória de opções do presente, da qualidade da alimentação e as implicações éticas que me influenciam hoje e que também revolucionaram minhas escolhas, meu paladar e minha forma de me relacionar com o consumo.

Deixo o recorte relacionado a essas imagens da coleção de balanças [entre  2005 e 2006] época em que elas representavam a proximidade ou distância, a resposta e a solução de algo muito ideal que nunca chegava, e que se por algum momento se sobrepôs, foi para mostrar o buraco negro de sua ausência, se é que isso é possível. Naquela época descia várias vezes a casa 80-70. Uns anos depois  95-85.  

Contudo, hoje em dia houve um desvio de interesse. A alimentação pode não ser um escape e/ou uma função promotora de desgraça, solução repentina de problemas... Ela pode ser NADA, além dela mesma, e um mundo novo assim.