Adoro begônias tipo rex, suas formas e cores me fascinam
desde a infância. Lembro que minha vó Dita tinha várias na casa dela, são
plantas que tem um efeito sobre mim, mas que nunca consegui muito, tê-las, é
incrível como os acidentes, e as dificuldades sempre recaiam sobre elas. Por
isso que nesses tempos estou feliz, acho que fiz as pazes com algum aspecto da
jardinagem que não sei bem, ainda.. Algo como dar o tempo, deixar agir aquilo
que vai além do tudo ou nada que você pode fazer no momento, uma aceitação
tácita, resignação, apego desapegado, um certo respeito e uma ciencia da
falibilidade e do improvável. E essas relações me deixam reflexiva sobre a
história da minha vida nessas, e outras interações, e ficar ainda um pouco mais
contemplativa...
Então como obter uma muda de um pedaço de folha que quebrou e
caiu, e era linda, e que quase era uma das poucas da planta que se refazia, que
nunca esteve tão promissora?
No livro dizia para virar a folha para baixo e fazer
vários cortes transversais nos veios maiores. Colocar para baixo em cima de um
vaso com areia molhada (eu botei em cima de um vaso com terra comum) dizia que
era pra prender com grampos ( eu só coloquei em cima mesmo, um pouco firme) e
falava pra cobrir com um plástico, (que eu não cobri). Quando terminei coloquei
o vaso atrás de outros grandes, meio escondido pra não ficar olhando toda hora
e passar a energia da minha descrença. Era a segunda vez que tentava...
Depois disso esqueci
dela, a última vez que vi, estava lá.. como a deixei, verdinha ao menos,
quietinha lá deixei,.. até fazer a descoberta. Deu certo! Tenho uma filha de
begônia rex que estou vendo crescer, pouco a pouco, lindamente!
Acaba me trazendo também alguma experiência a mais, um pouco tanto de fé nesses passo a passo loucos dos
quais não sou mesmo muito familiar, mas que me vejo, no bom sentido do amar,
amadora.