terça-feira, 28 de julho de 2020

mudança


você põe a semente na terra, a planta é sua?

você gera um ser, ele é seu?
você ama alguém, ele te pertence?
e o que você faz com o que se vai, mas que você nunca tinha pensado em soltar?

e quando você precisa partir?
e quando não temos mais dedos, mãos, braços para segurar necessidades, mas continuamos vazios?

o que vem comigo, o que fica onde está, o que deixo ficar, o que fica porque quer. observo formas, os contornos, e tento não interferir com autoria, no entanto, as malas já estão prontas.








segunda-feira, 20 de julho de 2020

as perdidas

estava em uma reunião de amigos, a trilha sonora comunitária, cada um com seu dedo. em algum momento começo a viajar numa música ao fundo. não me esqueci que ouvi, mas já não me lembrava nada dela dias depois. a melodia, uma ou outra frase, .. perguntei aqui, ali, queria esse som pra mim. sei que levou um tempo para aparecer, mas consegui encontrar, enfim. 

depois disso fiquei muito tempo sem ouvir músicas. por protesto, impossibilidade, perda de identidade, sei lá. alguns anos à frente, essa música começou a tocar, mentalmente, a partir de uma conversa que acabara de ter. ..sua sonoridade ia e vinha, até que fui novamente procurar pelos seus fragmentos, até encontrar. 













terça-feira, 14 de julho de 2020

metamorfose

você se esparrama em cacos várias vezes pela vida afora
ao se reconjuntar, uns pedaços se perdem, outros vão sendo colados meio que diferente.
segue quebrando, segue colando.

às vezes bate um desânimo, então você permanece um tempo sem forma mesmo,
para depois se reconstituir, como der...

um dia você se pega olhando o espelho e, infinito tempo depois, ri.










quarta-feira, 8 de julho de 2020

tic tac

indicador para muitos, controlador para rebeldes, algoz para displicentes. medir o tempo, dividi-lo, pautar sua vida em cada pedaço de hora.

o tempo é assim, ele passa. atrás de si forma-se então essa grande nuvem de experiências, onde quem adentra, é envolto pela imprecisão de um passado sem volta a não ser assim, no turvo, no nebuloso da falta de hora.

em busca de timing, tem quem se atrapalhe com o tempo "certo", indicado, estipulado. foge primeiro, para perseguir depois com tão ou maior angústia, afinal, os acontecimentos, as relações, se estabelecem nesse tempo, o presente.

passado, sem hora. tempo, o do acontecimento. eu, e as horas. que horas? não sei. eu enxergo o tempo, mas não vejo a hora.



30-06-2020




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esse tic tac é mais bonito né.

um engraçado que chega a triste...,

é quando não tenho nem razão pra escrever, nem pra quem dedicar meus textos mais apaixonados.

a motivação a qual originou esse texto nem sonha com a plenitude da angústia, desejo, e frustração que causou quem veio depois de si

e isso é tão interessante 
a gente não sabe do que é disforme
dos não acontecidos de nossa vida, do que está por vir.. 

vale pros  textos futuros, ... será que láaaa na frente no disforme, o muso que ganhar meus textos, sidos e não sidos, o fará pra me picar em mil pedaços com maior categoria, ou para surpreender de maneira diferente?

vai saber ..

e isso certamente vale pra músicas.

depois do desenho de Luz Maria que Cibe fez na foto, um tempo depois minha rádio interna trouxe uma musiquinha de um certo compositor adolescente recém fazendo suas primeiras riminhas para cantar no coral espírita o qual empolgadamente participava....


uma musiquinha de rezo, no tempo que esse termo nem existia, e que o compositor e doutorando em música e composição contemporânea senhor meu irmão mais velho  hoje, faz questão de dizer que não lembra, só pra não assumir,..

mas que tudo bem, eu ainda sei quase inteira e já fiz terrorismo com ele pra ressuscitar. Luz Maria merece.

e essa musica bobinha para insensíveis e exigentes, nasceu pra ser de Luz Maria, ela merece voltar, e pasme  nova era, se chama Luz.




sentado a grama vendo o sol se por, 
ao lado um lago e à beira uma flor, 
todo esse silencio me faz crer, 
que já não há mais nada a dizer, 
agora só nos resta as mãos, 
as mãos que podem construir, 
eu vejo Luz, 
Luz, 
no fundo do meu coração, 
eu vejo Luz, 
Luz, 
me faz ficar em oração


olhar o lago ao lado faz-me despertar
lembrar do meu passado a fim de resgatar
e ver que a dor que sinto hoje  é a mesma dor

mas que antes a deixava me dilacerar
quanto mais eu vivo mais aprendo amor
quanto mais eu luto mais eu sinto a dor
eu vejo luz luz
me faz ficar em oração

eu vejo a flor que ora e sempre está a sorrir, a flor que seca e gera um fruto em seu lugar
o fruto que apodrece para semear, o coração de seres mil
eu olho o campo arado a nos esperar
a hora é agora para semear, eu vejo luz, luz
no fundo do seu coração também 
eu vejo luz, luz
me faz ficar em oração


a outra estrofe fala de um broto que cresce, e ele disse que não lembra, mas é mentiraaaa, se ele não botar na roda vou ameaçar de jogar no Instagram e marcar o orientador dele 😈

30/03/24

e não é que ela veio? uma gravação do coral la de Londrina de ums 25 anos atrás, q u e coisa foufa, Sílvio pediu pra um amigo de lá. é isso, sempre admirei isso nele, sabe ter, sabe mander amigos. mistério pra mim.

01/04/24