segunda-feira, 23 de novembro de 2020

velhos novos tempos | ou | open season

 

a nova solteira reluta horrores e por fim, no pico da pandemia  de sua vida em 2020, resolve ingressar em um app de date aí. ela, em clima de pesquisa antropológica total, assimilava esse espaço, questionava, observava, e muito tempo depois resolveu que precisava interagir, e ser receptiva também, enfim.

foram poucos, mas representativos. um era próximo, outro de bairro mais distante, dois de outra cidade, profissões bem diferentes.  pediram whats, cortei, nem pensar. outros, acesso a redes sociais, convite pra café (!) nãa, nem pensar. conversas protocolares, meio chatas, truncadas, sem brilho, enfim, também não foram mesmo muitas pessoas. e ela pensava, o que será que é diferencial, qual a possibilidade de haver um interessante? e não seria bom, conversar com alguém assim nesses moldes, exatamente nesse momento recluso que estava vivendo? não seria um alento, um bom porvir? ademais pros seus amigos é tão natural, porque pra ela não poderia ser?

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a nova solteira reluta horrores e por fim, no pico da pandemia  de sua vida em 2021, resolve ingressar em um app de date aí. ela, ainda em clima de pesquisa antropológica, assimila esse espaço, questiona, observa, sabe que precisa interagir, e ser receptiva também, enfim.. pelo menos está de bom humor. e humor é tudo, de bom.






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a primeira boca vegana que eu beijei na vida.. veio de um app. não que isso fosse objetivo ou critério mais importante, mas foi algo bem delicioso de fazer. um cara muito sério, que queria coisas sérias, e que encontrou uma pessoa também bem séria, que foi muito franca em não ser séria, e ele não gostou. e eu fiquei pesarosa, ele era legal, inteligente, possível até, enfim.

mas o primeiro cara da vida nova mesmo foi outro,  e insignificantemente único. e ele tinha algo muito engraçado pra mim, que era o fato de ser completamente diferente de qualquer estampa de pessoa que pudesse me interessar em outros momentos da vida. apesar de que  beleza nunca foi muito meu forte dentro dos padrões de estética vigentes.

aliás eu rio quando imagino um do lado do outro. são absolutamente díspares as aparências, e eu adoro isso tanto nas suas individualidades, quanto no conjunto da minha coleção de atravessamentos afetivos. também aquilo né, no momento em que estão comigo, absolutamente são, sem ser, sendo, os homens mais belos do mundo, quiçá universo, de verdade.

e vou ficar na aparência mesmo tá, como se eu e esse texto fossemos fúteis e inconsequentes. por que o que eu quero dizer aqui, razão do meu desvio da manhã, nem foi mencionado ainda.

mas eu tava falando do primeiro. ele fez o grannde favor de  me mostrar na prática, que o que eu queria, em trepar com outra pessoa logo de uma vez, e colocar minha ex história logo na posse do passado, era boba, bem boba. e acho que uma boa maneira de pensar, apesar de não ser muuito minha lente, é que não existe muito sexo com, existe sexo

mas eu, no meu gênio, e disfuncionalidade sentimental,  problematizei bastante esses aplicativos com eventuais crushes, amigos. já fiz tanta análise comportamental, já julguei hourroures, porque né, irresistível frente a algumas expressões nesta esfera, que  esgotei o tema um pouco. acho que até naturalizei, e isso é triste, porque eu queria expor minhas impressões aqui, mas estou meio entediada com elas.

vi um corte pelo insta, e ri, e me identifiquei. alguém dizendo do Tinder pra prestação de serviço e LinkedIin para dates. claro que nunca vou ter LinkedIn, mas já achei uns caras tãao legais pelos apps, para além dos propósitos óbvios. um luthier, o cara que fazia relógios, o cara desenvolvedor, que perdia tempo me explicando o que ele desenvolvia, o chapeiro, o yogue que me deu uma aula maravilhosa e é um amigo querido, o cara do brownie de maconha, o marido de aluguel, o cara do mate orgânico.. kk, as coisas maais aleatórias, e que me divertem. e sempre achei que para além do afetivo esses espaços são mesmo uma ótima vitrine free.

e o que eu queria mesmo como propósito pra escrever, bemmm na sinceridade, tô com preguiça. vou é ficar bem confortável na superfície dessa rede, nesse balanço, e prometo voltar outra hora. mais imprópria que essa até. assim fico mais inspirada.

e claro, não tem nada haver, mas tem. essa coisa de primeiro e segundo,.. amores. lógico que escrevo, e já começa a tocar aquela música nas interna da mente. e eu não sei nem o nome, ah sim, já pesquisei, Teresinha, do Chico. batida, mas linda.



01/04/23



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eu amo tahine. às vezes não quero comprar de tanto que fico pondo em tudo, mas outro dia participei de uma compra coletiva e fui buscar na casa de uma moça perto de casa até.

estava conversando com ela, Cibe correndo na rua pra lá e pra cá, de repente para um carro. oi, desculpa, mas, Bruna? eu olhei pra ele, que maravilha, esqueci o nome. me deu um abraço, e eu não conseguia aterrissar, era uma memória distante, eu não sabia direito o que estava sentindo.

simplesmente, ele foi uma das primeiras pessoas que dei like nesses aplicativos. tá ele era esquisito, arrogante, caga-regra, e tudo isso eu disse pra ele, em momentos diferentes. conversamos bastante, ele se mostrou muito criterioso e cuidadoso mesmo em relação aos protocolos pandêmicos, eu também, e não muito fazendo questão de encontros naquele momento. 

de vez em quando, eu tinha um rompante e me deletava do app do nada, depois de um tempo voltava, por vezes até em outro app, curtia, dava match, continuávamos a papear e atualizar novidades. mas ele era esquisito, apesar de bonito, e não sei bonito boniiiito assim, mas ele tinha uma estética e um cuidado a mais nas imagens, no texto, era bom. mas eu achava ele esquisito sim. e sempre suscitou receio. ou eu que sou assim com estranhos sem referencia, sei lá.

ele era vizinho da moça do tahine, depois disso voltamos a falar, ele ainda tinha meu contato, elogiou a Cibe, disse algumas impressões da minha presença ao vivo, e estava bem receptivo e animado pra me ver de novo.

ahh, que difícil. não é que não tivesse curiosidade, até porque ele tinha muitas reticências que me deixavam intrigada. se eu quisesse espairecer, dar uns pega no mínimo, ter um pouco de descontexto nessa minha nuvem, seria a oportunidade certa. muitas vezes reatualizamos essa vontade em contatos anteriores. e se não isso, um amigo, algo que até meio que éramos, apesar de que o contexto em que nos conhecemos era muito específico. é, pra amigo não serviria, a prerrogativa era outra, mas não sei também, vaique.

o contato foi me angustiando no sentido de que precisava decidir o que eu queria disso, porque não gosto de iludir. e a verdade é..

não tenho conseguido socializar para além das pessoas do meu círculo, que já estou acostumada, e ainda, meio que de uma em uma, se for mais já me atordoa.

outro dia tava falando pro Germano que não queria regredir, fiz muitos avanços sociais, alguns na casca,  mas são instrumentos importantes, não queria sentir que perco isso porque já fico aterrorizada com a rotina que está pra voltar.

então esse esforço pra ser interessante, ou interessada para construir algo, ainda que superficial, me exige muito, e não gosto também da ideia de iludir ninguém.

então disse pra ele, que estava numa situação estranha, me recuperando, refletindo em muita coisa e não estava achando espaço para dedicar. é verdade. e outra, se eu penso no afetivo, só tem cacos. alguma coisa se perdeu, escureci, fiquei mais cética, seca, fria. não é que não faça investidas. realmente não agora, ainda quero na verdade que todo mundo se exploda e eu também. mas eu me jogo sim, só que é diferente. não sei. 

todo modo foi muito inusitado, o salto da tela. pelo menos sei que ele existe de verdade.


tava procurando outro post, achei esse e quis reatualizar.

10/05/23





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dentre outras coisas, talvez eu seja uma grande insegura de nascença. nem sei porque usei o talvez, mas pode ser que haja uma palavra mais apropriada, então vou deixar assim.

mas ser inseguro é diferente de ser imaturo né, adjetivo que a gente adora dar pras nossas contrapartes de afeto. 

do que me diz respeito, quando me vi solteira na contemporaneidade, e meio que fui olhar o que tinha, e eventualmente me relacionar com um que outro, cheguei a uma impressão estranha.

se você pega um novinho, é idealista, otimista até, inexperiente, por vezes. se você pega alguém mais velho, ou ali ali contigo, grandes chances de você lidar com um traumatizado, cheio de vícios, apegos a histórias passadas, descrente de novas experiências, e/ou resultados diferentes. 

acontece também de você encontrar o solitário, que quando você se relaciona entende de imediato o porque de tanto tempo só, rigidez. era tão séria a vontade, a ideia pré concebida do que seria adequado, que nenhuma história até então foi.

voltando a falar dos apps, eu rancorosa, fui pra seleção de idades e coloquei bemm acima da idade do meu ex 7 anos mais novo que eu. e foram muitas conversas, nem tanntas experiências, mas deu o que pensar.

tenho também minhas travas e senões, não sou melhor do que os que falo, pode ser até que por isso que falo, ou observo né.

então.., a pessoa mais doce que encontrei era irritantes dez anos mais novo, não foi por apps, e me fez refletir muito.

idade era, foi uma questão com Danilo no início e no final da nossa experiência juntos, mas será que era por causa da idade, ou porque ele era ele? pensa, ainda não sei dizer, tenho dúvidas sérias. eu conversei também com uns cara aí de 45 que parece que tem 15, fico de cara..

esse novinho aí, que me fez recair no meu critério maais primordial, demonstrou diferenças fundamentais, do que eu não admirava na minha experiência de recém ruptura. certo que tinha outros aspectos difíceis, mas.. sei lá, acho que é isso né.

que tipo de pessoa eu quero comigo será? complexo viu, eu sou meio medrosa, então se encontrar alguém que, olha que antigo, me faz tremer na base antagoniza ou ressoa, alguém que eu queira muito.. é exatamente essa pessoa que  não vou considerar para mim. é difícil me achar apropriada pra quem eu me interesso. 

historicamente. essa pessoa se tornava uma ideia de querer, e não uma pessoa de verdade, passível de troca, aproximação, experimentação. eu seeei, Germano forever, mas, .. sigo tentando, mudar.

e se eu tinha dificuldade de me considerar páreo pros que eu queria, acabava dando abertura pros ousados, ou então,  pros sem noção mesmo, aqueles que chegam em você da forma mais nada haver, ou com a auto-confiança elevadíssima baseada em nada. os que me faziam rir, que eram pessoas divertidas, carismáticas, me pegavam por esse viés.

mas aí também não era exatamente minha escolha, eu cedia, é diferente. podia ser legal, ou não, mas acho admiravel isso, o bom vendedor. aquele que não se abala e vai atrás do que quer. admiro. 

enfim. refletir não significa concluir né. ainda mais nesse campo, meio em baixa ultimamente na minha vidinha, mas no advir, assim como tudo. 



30/06/23


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ultimamente ando conversadeira.

mas acho que tenho um problema que eu já sei. 

só não sei se eu sei explicar, mas basicamente..

o fato de eu recair nos mesmos caraaassss, que saco. 

não sei se que saco, mas eu tenho a tendencia de  conversar com as mesmas pessoas, no caso machos.

eles são muito díspares né, tem desenvolvedor, programador, entregador de pizza, de terapeuta gratiluz, o cético, o astrólogo, o da yoga, chapeiro, adv., cito alguns que me lembro que conversei mais, alguns poucos que pularam da tela também, ..outros tempos. e aí recaio. acho engraçado.

outro dia conversei com dois de tempos atrás, que eu já sabia que era pra nada, mas então porque curti né, não seria falta dee objetividade? 

desvio de foco, algum tipo de dispersão.. um tdah não é possivel viu. e tô deixando no vácuo mais um, não é por maldade, eu simplesmente detesto fazer e que façam comigo, mas estou aqui pensando se devo, já que da outra vez contamos 1, 2, 3.. e nos demos vácuo, se é que isso faz sentido.

geeeentee esse post tá virando a Bruna surfistinha do date falido né? que bom que dá pra rir.

bom, eu curti um cara esses dias, não lembrei dele, olhei parecia e não parecia familiar, mas como tô bem intensionada a parar com deanbulações, sofrimentos internos sobre nada, vamos de ********** real, nada de profetizar insucessos aqui no porvir, rs.

aí.., conversando com ele nas primeiras linhas, ele me soltou algo sagáz que me tirou um pouco da normalidade de um papo banal, e aí sim, lembrei completamente dele e de quando falamos.  tem sotaque de um idioma que adoraria falar sabe, conversamos um pouquinho antes da virada desse ano. 

se tivesse lembrado antes esse era deslike certo, masss, quase o encontrei hoje, ele é bom de lábia tanto quanto é bom de vácuo. iria. mas não podia. às vezes sou salva pelos não podia,  mas vai saber, .. pode ser um atravessamento interessante também, na época falamos bastante, foi alento, às vezes aparece uns perdido assim.

entãao.. tô tão nada haver do meu gênio que teria ido, o problema..

é a preguiça né Brasil.

agora lembrando melhor... acho que andei enrolando ele. isso. eu até queria juro. sabia que precisa daquilo que ele parecia dispor no trato comigo.

homem decidido, homem do tipo homem, sério, cantadas, nem sei se cantada, mas claro no intuito de me provocar interesse. acho que eu preciso mesmo, disso. 

mas aí ele cansou. uiii, lembrança vindo aos poucos.

sair da inércia, sair da inércia Brunaaa, falo isso pra mim que já podia até parar, já seei. tô indo. 

eu admito. eu tenho medo. poderia dizer de várias maneiras, no fim das quantas, isso resume. de quê? boa. só se eu escrever um livro aqui. agora me lembrei do Germano de novo, perdi, não tive tempo de divagar sobre dores de amor com ele, embora essa dor permeasse o tempo todo. falando nisso, tem coisas que não desejo pra ninguém. 

bom também não desejo eu pra ninguém né. se bem que eu acho que sou um pouco legal também. mas muito refletiva. demais. 

e quem muito reflete, tende a espelho né. e espelho não tem identidade, tampouco vive.


20/08/23

domingo, 22 de novembro de 2020

 

sabe quando vc tem que fazer uma coisa que absolutamente não quer, mas sabe que é importante, e você a observa.

tem que fazer mas não quer, precisa fazer mas não quer, já até se convenceu de fazer, mas não quer, e você a observa.

e aí pra fazer é como andar contra o vento forte, ou aqueles sonhos, quando você quer se mover mas não consegue, quer fugir mas está paralisado, falar e a boca não meche? e você a observa.

dói no corpo quase, exige força, é contra maré do temperamento também, mas tem que fazer? e você lá, imóvel.


[pra qualquer dos casos, em 20 de maio de 22.. encerraria o texto aqui.]




entre o que eu vejo e o que me olha existe um mundo de olhos, como que assistindo a novela. além desses olhos, existe o amontoado de outros focos que te pertencem, que você sabe que precisa atentar, que são sua responsabilidade digamos. então devo dizer que no horizonte do que eu quero está o que eu preciso, o que eu devo, e o que eu percebo mas ignoro.  o que quero mesmo não alcanço, ou, parcialmente, e gera culpa.

quem aguenta? eu não aguento, sinto o peso em cada célula. então sim, minha terapia, eu sinto culpa. e se a torre da minha vida caiu, e eu já analisei por todos os lados, eu sinto culpa, não como quem sente falta, já sou outra, mas porque ainda tenho a mim, dentro de mim, e não gosto, talvez justamente por estar aqui. desviando.





 


o que vejo, e o que me olha, com um olhar mais inquisidor que o meu?

uma pilha gigante de impressos praticamente em branco, quase sem nome, de crianças e pais sobrecarregados entre trabalho, família, casa, filhos, sobrevivência. me olha a burocracia, as reuniões remotas, .. tudo o que em nem um momento, não me deixa, mesmo, esquecer o que está aí, nos olhando. 

2020 está passando um recado, dizem por aí. está acabando, mas continua, um ano a mais, já já começa a andar sozinho, aí quero ver quem segura. e o portal de um ano pra outro será o que, tipo uma festa de máscaras de felicidade um pouco decadentes, como um carnaval adiantado? como agradeço minha falta de TV.

e o natal? esse é um que se eu disser que vou escrever sobre, não vai dar certo. mas eu vou.





sábado, 21 de novembro de 2020

para dormir, tagore

 




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05/07/23






sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 


eu perdi um livro que eu não sei bem como tinha. pode ter vindo da minha mãe, mas a impressão que eu tenho é que achei mesmo, em algum lugar de doação, brechó, talvez. era um livro de tarot, Tarot Mitológico, mas sem as cartas, claro. passei a ler. ele abrange arcanos maiores e menores, e o que me prendeu de fato, foram os mitos.

mas nele aprendi também sobre os elementos correspondentes aos naipes, que também acho que se correspondem com os signos.. interessante. então cada naipe é representado por um mito diferente. em copas é o de Eros e Psiquê. cada aspecto da jornada de Psiquê, entre encontros e desencontros de seu amado, é uma energia associada à cada carta entre o Ás, o início de tudo, a abertura para o amor, até  10, se não me engano. os arcanos maiores não lembro bem.

eu tiro tarot, tanto quanto entendo de astrologia, ou i ching. morro de preguiça, em bom português. mas acho lindo.


Psiquê indo ao inferno de Hades - quarta tarefa

um dia eu estava num sebo, tempos depois, e comentei com o atendente que tinha um livro de tarot sem cartas, sei lá porque. então ele me veio com uma caixa com cartas de tarot sem livro. inacreditável. as 78 cartas do livro, amarradinhas e abandonadas estavam lá. mágicas da vida.

a parte sem graça é que agora não tenho mais o livro.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

perdi mais uma sobreposição de dias..

 



                                                                 17-11-06




terça-feira, 17 de novembro de 2020

❤️Copas





 










 

acordei com a imagem pronta. só não sabia como faria. e essa plantinha, que não é dente de leão (que é maior e mais robusta), está roubando a cena no quintal já que o moço do jardim está com o pé machucado, então ausente. 

e é tão lindo, estão tão lindas, aliás, as flores, nos matos dos terrenos baldios, nas calçadas por aí,, muita vida, me dá até uma euforia. então a convidei pra tomar a cena na minha copa, nada mais pertinente.

mas é isso. meu Ás. se fosse para ser precisa, no amor talvez eu fosse uma Rainha de Espadas, ou tenha sido. mas pulei de naipe e voltei pro prézinho. só que um nível acima, gente, quero. 

mergulhar no naipe das águas é desafiador, amedronta, e se em algum momento eu me afogar, espero que me dê a mão justo aquele, que saiba nadar.










segunda-feira, 16 de novembro de 2020

de que adianta.

 

tem coisas que eu vejo acontecer na minha vida como se estivesse à parte de mim, espectadora.
tem coisas que a gente só vai enxergar o benefício loonge no tempo, depois da inteireza de quem já viveu.
.. então bruna do futuro, se quiser aparecer pra uns spoilers, está convidada. bruna do passado, se eu pudesse, claro que eu iria.

eu não tenho dúvidas.
pairam sobre mim os hipotéticos do passado pra amargar, hipotéticos do presente, que bifurcam a estrada, no e se da mais curta..

e o futuro? é aquele que ri com tédio, assim que me vê chegar, de algum modo, e inevitavelmente em ponto. 

ou seja,





sexta-feira, 13 de novembro de 2020

palácio da lua | lua minguante em escorpião

 

não parece, mas eu ando sem assunto. escrevo aqui, é desvio de tarefa, então fica uma delícia por um lado, é melancólico também por outro, triste vai. mas não destoa desses tempos. ainda quero escrever sobre o que é um prof. em junho, e o que é um prof. em dezembro. e esse ano.., está especial. mas tá.

nos últimos tempos, essa coisa de mudanças, dentro e fora de si, dentro e fora de ambientes, me lembrei desse romance do Paul Auster. não li seus livros mais famosos sabe, acho que só esse, um outro, e umas crônicas.

eu não lembro muito do enredo, mas era algo como uma jornada de reencontro de si, busca de identidade, biografia, sentido da vida.. tipo isso.

..mas então o rapaz do nada recebe, um presente, como se uma herança de seu tio. e eram seus livros, sua biblioteca inteira. ele não pôde recusar, estava se mudando, acho que ia começar a faculdade. então, com pouca grana, mudaram-se, ele e todas as caixas de livros. década de 60.

..em algum momento da vida, as caixas viram a mobília de sua casa vazia. depois por absoluta falta de grana ele resolve vender os livros, mas então em reverência ao tio, naquele momento já falecido, ele se propõe a ler, toda e qualquer obra do acervo, antes de se desfazer. ..e tudo toma uma proporção, e tudo chega num limite. enfim, 

gosto desse livro. fala de "fundo do fim" muito bem, e acho que sobre minguar em escorpião também. 🤘




quinta-feira, 12 de novembro de 2020

uma questão de gênio | coisas do passado

 

ela tinha uma amiga, conviviam, moravam próximas. mas a amiga era inconstante, geniosa, e de vez em quando parecia se sentir bem em depreciar seus amigos, como dizer, fazia isso para se sentir melhor, ou mais importante, difícil explicar. isso começou a incomodar, e embora gostasse da companhia da amiga, começou, mesmo, a incomodar, pelas tantas vezes em que relevou, mas não gostou. até que por fim, chegou a última vez. aí o que aconteceu? ela simplesmente nunca mais falou com essa amiga novamente da noite pro dia. desconhecidas. sem explicar, sem tentar ouvir ou dar uma chance, nada.

e esse aliás, era um mecanismo de delete que se repetiu muitas vezes na vida dessa menina. e ela não se orgulha, ao contrário, isso a magoa. porque ela sofreu, as outras pessoas sofreram, e, em alguma instância, ela sente que as situações (algumas) e pessoas (algumas) poderiam ter olhado e/ou agido diferente a partir de uma clarificação do problema, porque tem eventos, práticas por temperamento, que poderiam ser passíveis de mudança, porque as pessoas eram mais importantes que os atos, entende. mas mesmo que não fosse, seria importante expor, .. enfim. cada caso é um caso, por certo. esse, é um arrependimento.

essa menina em questão tinha poucos amigos, e essa vizinha era uma estrela, tinha humor, via a vida de um jeito muito diferente, inspirava até, em seu tom positivo. no seu tom negativo, bem, soube tornar esse período de conviver sem conviver um inferno bem sentido.

e então veio a mudança de cidade, de estado. nos despedimos até. ela quis se despedir, apesar do acontecido e dos acréscimos. foi um pouco triste. 

com o tempo, essa menina foi deixando essa rigidez em teste, questionada, vamos dizer assim,.. experimentando maneiras diferentes de lidar com os conflitos na vida. uma medida precautiva, pra não morrer mesmo, isso sim, sufocada pelas palavras que não disse. além do que, descobriu com surpresa que, pode-se surpreender muito, quando você descortina as informações, para além do que se supõe.  

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tem tempo que estou com Júlia Ana na cabeça. 

tô com o Alan também, menino do terceiro aninho que eu joguei o apagador na cara só porque ele duvidou que eu jogasse, e provoquei muito sangue.. mas aí é outra história.  ..da bruna da terceira pessoa, que eu não reconheço, e que no entanto, habita em mim.


* aeeee que post velhinho, na sensação. hoje já tô pensando que minha reativa para com a amiga, não foi a melhor, mas talvez, tenha sido o que ela precisava para repensar sua conduta. e se não o fez, quem sabe ao ser confrontada pela incompreensão, em algum momento tenha sentido meu lado, ou o lado do outro. vai saber.., tem gente que tem muita dificuldade nessa prática. hoje não sinto arrependimento não.

*faz tempo que arquivei esse texto, e toda vez que o leio sinto que tem problemas, e não consigo saber qual é. pode ser que por ele ser o que é, já contém o incômodo né. fazer o que. vou deixar postado e pensar. e sabe-se lá quando, talvez volte de novo, no 'arrependida sim' de minhas fazes.

21/07/22



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

para conviver, não para colher

 

sabe aquela florzinha bem pequininha, rasteira, igual a todas as outras, suas irmãs?
elas se espalham, sobrepostas, são forração, estão nas frestas, terreno arenoso, fazem composições aleatórias com outras florzinhas, podem ser branquinhas, amarelas, vermelhas, rosinhas.

se você olha de longe são pontinhos, se você olha de perto, são estrelinhas, são peludinhas, podem ter desenhos reconhecíveis e aproximados.. parece papoula, parece uma rosa, parece uma orquídea,.. longe disso.

elas não saltam aos olhos, não são presente, não servem no comércio, nem pra exposição, pra modelo de nada. sua medicina é irrelevante, talvez, sua historia muito recorrente, mediana, mato. 

se você colhe, murcham quase imediatamente. nascem pela manhã, descansam no fim do dia, voltam ou não no outro, e de novo. 

mas elas estão sempre ali, e é ali que elas gostam de ficar. não tem expectativas, nem dentro nem fora, e nada lhes é pedido. estão sempre presentes em seu habitat, quietas, entretidas em viver e reviver. 

sobre as belezas e simplicidade de apenas ser, em viva conexão, mas fora do circuito e manipulação de outras redes, por ser o que se é.







terça-feira, 10 de novembro de 2020

tiny desk concerts & eu




amo o tiny desk. 

muuuitos artistas já passaram por alí, e muuuuitos deles eu só escuto alí mesmo, não chama muito fora.. claro que as apresentações são muito breves, uma mostra, e isso é o que me agrada na verdade.

em todos esses anos de deixar rolar playlist, uma das apresentações que ficou, pra mim, foi a dessa cantora. que já ouvi muito, e as vezes ouço ainda. me lembrei de na época ter procurado outras dela, e completamente me desinteressar; e então não procurar mais.

esses dias me vi insistindo em cantarolar tú me acostumbraste, até que por fim resolvi pesquisar uma versão para ouvir, e então a reencontrei. poxa, aanos depois, gostaria de ter achado na época. o álbum MUSAS♡. 

e quando tô no clima, pulo pro álbum da Eydie Gorme com trio Los Panchos e, iiixi  pronto. vai lonnge.


* bem.. estava falando de Natalia, e agora acabei de ouvir Omara cantando dos gardenias.. no tiny desk também ♡♡, haha, aaai.



01.06.23

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

uma fresta | ¿qué horas son, mi corazón?

 

meu relógio adiantou sozinho uma hora tem uns dias.
e eu não coloquei no lugar.
é uma experiência interessante, e, sempre um descontexto né, ver a hora e pensar, mas jáaaa, e aí se lembrar e uff..

uma tendência a ser pontual e até adiantada nos compromissos.

também a experiência de reedição, fazer diferente, de ainda ter tempo pra outro rumo, ação, tudo que caiba em uma hora, talvez.

por exemplo, parei meu trabalho e estou escrevendo aqui. está quase no fim, e, está uma hora a frente da hora certa do meu mundo. e se são 13.59 aqui, eu tenho  agora um bom tempo entre corrigir/modificar, e esse hiato ainda dá direito a passeio no quintal ver minha roupa molhada no varal com a chuva.., um café, e ainda sobra uns minutos até o 13:59 oficial, onde posso voltar a trabalhar de boas, sem dano ao tempo oficial das coisas,... acho.




quinta-feira, 5 de novembro de 2020

a calculada distância antes do pulo

eu não falo o que eu escrevo, prova oral sempre foi uma desgraça.
não escrevo tudo que penso. não penso tudo que sinto, e assim o poço e a fonte não findam.

lembrei agora do tradutor cleptomaníaco, que na surdina, surrupiava conteúdos dos livros que traduzia. ainda preciso reencontrar esse livro, ou era um conto?

 .. mas, então eu, num assalto aos temas do mundo, os assuntos são assimilados, reformulados, travestidos em cenas, desejos hipotéticos, ooutras historias. assim dá pra fabular as iminências e brincar com a melhor versão, do que o presente entrega. por que é  só a vista de um ponto, né. você escolhe seu ponto, que independe de outras escolhas já feitas, e/ou as alheias. é a dimensão do texto, criativo, e livre.

e todos esses assuntos se retroalimentam, de cotidiano, de terra e água, pé no chão.. no fruir, conectar, e descontrair por inteiro na minha vida pequena, sem exigir mais, nem menos.

em qualquer momento que eu estiver assim, não será férias, mas puro exercício, apreensão, aprendizado, assimilação, transmutação. eis meu começo. de leve, mas constante. 

não tô conseguindo imaginar melhor motivação, já que desde pequena eu penso nisso né, no porque que a gente está na aqui, pra que viver, quanto tempo leva pra gente fazer o que tem que fazer, e se a gente não pode terminar mais rápido, que nem a prova na última aula, e então voltar pra casa mais cedo. quando eu me tornei mãe, essas perguntas cessaram. aprendi muito também sobre não se apavorar com granndes dimensões. ter foco. ter resiliência, apreciar a jornada, muito principalmente.

então tudo bem, enquanto estiver bem, quando o tempo fechar..

pra que fugir? quando o tempo fechar, afinal, a gente se molha, e não dá nada, ou ainda, nada! salta da pedra mesmo, mergulha. quando chove a água fica morna, e cheira melancia. isso é muito precioso pra mim. o cheiro de melancia na água quando chove.







quarta-feira, 4 de novembro de 2020

o oráculo do tempo que é você mesmo e suas próprias experiências diz o que?
seu entorno, as coisas que você não quer/sabe resolver, o estado da arte, diz o que?

o ano que finda, sua mensagem mais forte, no coro, o que diz?
suas plantas, .. a vida na terra, o que tem embaixo dos seus pés, acima da cabeça, diz?

e por dentro, você do avesso, onde ninguém vê, as partes mais suas que sua mente, as involuntárias, necessárias ou irrisórias, comunicam?

e seu sono, ou falta dele, sua respiração, pulsação, seus sentidos, sua antena, seu radar?
o que ultrapassa a lógica,  te fragiliza, sensibiliza, tenciona ao limite, o que faz mesmo?

a vibração, o barulho ou ausência, o claro e o escuro, seus dedos, mãos, braços? aquilo que você ignora, aquilo que você admira, observa, consulta, o que se avizinha ao horizonte, que  trovoa, venta, faz diferença?

o que te decepciona ou te entristece, que mina, turva seus sentidos, adiciona grau a sua vista, peso aos movimentos, delay na tua fala, desidratação, vai ou fica?


no meio, na antessala, na pré-estréia, na gestação, no prelo, no projeto engavetado, no desejo, na ponta da língua, apesar ou contudo, de alguma forma, ainda assim, .. re começar.






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a Cibaby adorava essa musiquinha, fazia parte do seu repertório. e toda vez, mesmo sem estar plantada na impermanência, nesse não-lugar chamado mudança, essa frase já me punha a pensar.

quero começar mas não sei por onde, onde será que o começo se esconde? mil vezes, diversos assuntos, por vezes de forma mais leve e filosófica, como uma musiquinha infantil mesmo, noutras mais sombria, com a insatisfação de quem não aguenta mais ser o que é.

eu sou repetitiva, falo obviedades, sou prolixa, mas é isso. essa frase mil vezes, essa frase pra sempre, todo dia, toda hora. de meu lado, sem dancinha.


10/05/23


terça-feira, 3 de novembro de 2020

a cor mais quente


desvio para o vermelho | cildo meirelles


a água era vermelha, a luz, era vermelha, tudo era vermelho naquele ambiente, então parece que você, seu pensamento fica vermelho. já mergulhou numa cor? existe muitas maneiras de fazer isso. uma delas é entrando no desvio para o vermelho de cildo meirelles, coisa que fiz uma vez. a imagem é outra, o ambiente que eu fui era fechado, meia luz vermelha.. ou seja, era mais vermelho, mais desvio talvez. 

vermelho não é minha cor. acho que não tenho peças de roupa vermelha, e das pouquíssimas vezes que usei algo dessa cor foi como ter multidimensionado os meus temores e cismas mais profundos, afinal, eu sei que o meu exterior se expressa mais do que eu tenho vontade, ou se expressa na frente, antes que eu  fale ou silencie, .. de vermelho então, foi bem isso que combina, um terror, na minha impressão.

que maais. um dia fui num psicólogo, e ele fez uma meditação, na verdade era um exercício comigo, era pra eu praticar. sentir o vermelho muito intenso tomar conta e depois ir passando pelas cores até chegar no tom que representasse o mais frio, e ficasse lá. era pra eu fazer isso toda vez que eu sentisse que o entorno estivesse tomando conta, a energia do ambiente estivesse me invadindo mais do que eu pudesse, ou que o meu emocional estivesse impedindo, ou se atravessando, frente a algum desafio cotidiano. era uma mudança de frequência. no campo profissional realmente foi muito útil na época, as vezes ainda é.

eu tive o cildinho, homenagem óbvia né. cildinho era aqueles peixes que ce ganha quando não quer? ganhei um de aniversário uma vez. ele era muito vermelho. eu ainda não era vegetariana. mas jamais teria um peixe por escolha, mal cuidava de plantas, tinha uma samambaia na varanda que estava definhando não importa o que eu fizesse. foi difícil..

minha filha, adora vermelho, sua cor preferida. faz um tempo que fico esperando mudar pra rosa. essa pressão clichê, influência familiar nos estereótipos, amiguinhas..., mas isso ainda não aconteceu, e eu adoro. por essa razão minha casa tem ganho objetos vermelhos. o vermelho que a cibe gosta. e eu acho graça.

vermelho. a cor quente por excelência. 

a cor da exposição.

me expor, é o que eu faço aqui. não dá pra ver né, mas eu digo, é vermelho.





segunda-feira, 2 de novembro de 2020

a primeira coisa que eu lembrei quando achei esse papel foi a Astrud Gilberto cantando Call Me. Adoro.

você escreve sonhos? eu já anotei muito os meus, apesar de não ser uma pessoa muito sonhante. eles são uma boa parte de papélinhos soltos perdidos por aí em livros, cadernos, bolsa carteira. .. mas faz tempo que não faço isso. desisti, e aí mesmo que sonho menos.

sempre que eu releio um sonho perdido eu sinto uma energia. aquela que é impronunciável, impossível de replicar, e que faz com que qualquer relato, por mais emoção que você coloque, perca brilho. ...é que é só seu né, a sensação, a energia é só sua. não tem como você colocar a pessoa dentro do seu sonho. embora a gente tente, queira. é possível que quando estiver com uma pessoa, e quiser chamar esse instante de sonho você esteja automaticamente excluindo a outra do momento. e se ela virar pra você e também disser que é um sonho, você é que estará de fora. então serão duas bolhas. xii.. ando meio louca. 

..e sei lá como, naquela trama eu confundi Call Me, com Calma. notei isso ainda em sonho, fiquei no enlevo, viajando nesse relance, no meio da cidade, como se as palavras se sobrepusessem, e o propósito de uma fosse o resultado da outra em um efeito/coisa só, .. e então não precisasse de mais nada? .. e acordei, imersa nessa sensação. apesar de hoje eu não ter mais o contexto, situação, do que ainda alcanço,.. gosto.



essa letrinha de bruna que acabou de acordar.. tsc, tsc. mas eu sei o que é, 
qualquer movimento em falso.. puff desvanece o sonho | 2015


domingo, 1 de novembro de 2020

no meu tempo, o que me concerne



passei um bom tempo onde tudo que eu ouvia, recebia, era um convite para silêncio, para perceber o dia que passa e a noite que chega, só pra ver amanhecer de novo. fazer as tarefas, e só perceber. na receptividade. fixada no tempo, na vulnerabilidade que assenta as expectativas, sem julgar, julgar é se fixar, e eu treinando a maleabilidade então, convinha esperar.. bem, eu não sou isso, mas estou atrás entende, foi um bom exercício.

ainda não é o melhor momento pra falar, talvez nem pra escrever, mas, essa é minha parada. é por isso afinal, que sei da distancia dessa reflexão ficar, algo como pronta, já que a escrevo um pouco a cada dia tem um tempo, pra entender o que é meu, curtir os aspectos, e aprender.

..e eu estou hesitando, faz temmpo que estou hesitaando, porque sou apegada, ao que é bom, ao que é ruim, e até o que eu não sei eu sou. e pra sair dessa vou ter que me forçar uma situação, se há algo que eu aprendi sobre mim. porque o que eu me permiti esses meses, meses atípicos, é certo, mas não faz sentido nenhum no campo da materialidade da vida, e faz todo o sentido, eu só, ainda não decodifiquei as sutilezas, os sinais. mas estou indo.


e jogando pro ano,.. aquela que acha que se despedindo cedo pode fazer acabar mais rápido, ..

2020 você mudou minha vida.