eu gosto dos meus textos as vezes
fico auto orgulhosa das reflexões
dos rebatimentos, associações, imagens que se formam
sei que nos últimos dias eu tô que tô
eu, o texto, e tibumm sabemos.. estou fugindo de algo real na imaterialidade das minhas caraminholas
estou criando e desfazendo as frustrações e dificuldades, remoendo
e compartilhando, em termos, minhas pérolas, algumas que até recusei muito tempo em trazer
quando eu desisti eu trouxe, e trarei sempre que sentir, tudo bem, é um exercício de soltar, é uma generosidade, talvez
às vezes eu releio um texto e fico bem louca
ou demoro reconhecer
ou acessar o contexto
ou faz mal reacessar a dor do motivo
ou me irrita profundamente os erros, que eu limpo, limpo, e sempre tem, que inervante
mas estão aí..
tudo perdido no tempo, uma constelação de impressões que me compõe, que me ajuda a, para além da forma, do idioma, .. a dificuldade que é isso que a gente tenta fazer desde que se alfabetiza, transpor a vida de dentro, pra comunicar de algum modo fora
engraçado
quando eu passo muito tempo dentro de casa, em conflito
minha casa material, casa corpo, casa dores, entre físicas e emocionais, quando sou obrigada a sair, seja por Cibe, ou trabalho, um que outro amigo, é um susto
noossa a vida tá la fora né
as pessoas diferentes no maior fervo, temperamentos, gostos, visões, entre diferenças e similaridades, em interação
tem quem adore isso, fica feliz em consumir cultura, o lazer dos eventos, aglomerações
além de que tem quem considere saboroso, ou normal mesmo o serviço, as interações convencionais forçadas de trabalho
é só ir, seguir levando e vivendo, na medida, bancando e levando seus prazeres, e planos de vida
se as vezes tudo está difícil, aí é reclamar.., fazer escolhas do coletivo para melhorar, aliar sua mente e convicção entre os pares, com objetivo de trazer mais conforto e facilidade a sua vida e entorno, talvez, e reclamar, reclamar, porque claro, não funciona, e na real .. só piora
todos temos ideias, soluções, mesmo alguém pra culpar quando a questão é tornar o mundo melhor. além de olhar crítico, e alguma teoria pro que não funciona, pras dificuldades do mundo, violência, pobreza, desarmonia e conflito entre povos, dinheiro, terras, posse, acesso a tecnologia, conforto, e tals
esse melhorar, essa ideia de melhorar, por vezes, grande parte das vezes eu sinto, é equivocada. sempre vai, novaix, .., é que o Seu melhorar não é o do outro, e se os aspectos não estão em balança, não vai funcionar
se a gente está apenas com esse foco no auto-centro, o que ameaça o próprio conforto, e o que sustenta e otimiza Esses próprios bens, e não está refletindo o entorno, o porque, o encadeamento histórico que dá o nosso hoje, o hoje alheio...
se não pensa na criação de necessidades, e crescimento dessa onda consumidora, o descontrole e o desequilíbrio em suprir desmedidamente essas vontades imediatistas, não tão necessárias assim...
será dificil ser justo. e a escassez toma parte ao seu entorno como consequência.., tudo fica tão perdido. é muito real esse hoje, .. é egoísta, desequilibrado, violento, predador, maquiado, e ilusório.
e eu não estudo sociedade nem política, deusa que me livre cagar regra ou tentar convencer alguém de alguma coisa.
só sei que vejo um final ali na frente onde meu pensamento e forma de avaliar não influi, e eu não vou vestir bandeira nenhuma, e assumir uma convicção ou um time, ou mesmo entregar minha vida e energia a uma causa não.
apesar de assumir certas posturas que permitem com que eu continue no mundo sim, com alguma integração a mais, administrando e cultivando um senso próprio do que certo, aliado a evidências, e pormenores de dores, que veja só, são bem diferentes das minhas.
isso porque é muito pesado confrontar certos apegos irracionais e irrefletidos que colaboram para um o que, colapso mundial? eu compreendendo, ainda que superficialmente algo disso, e seguir igual, cedendo, e afundando numa massa irrefletida, uma vala comum, é complicado, e da posição que eu estou nisso tudo, já pesa bem.
e a vala, É comum, na massa caminhante eu sou levada ou pisoteada, a contra maré é muito fraca, isso é certo. mas sinto de fazer um mínimo sim, mas sabendo, não é nada.
eu sei que a gente é privilegiado em muito por ter nascido aqui, um território a mais ou a menos pros lados, e seríamos nós em guerra, a mais baixa, perversa, assim como as do passado, igualzinho.
sem falar nas nossas próprias, as cotidianas e típicas, as violencias urbanas de cunho economico, social, político que estamos submetidos. e que por vezes é tão difícil de perceber o cerne do problema.
eu não sou eu nessa ceara. não garanto referências, fico com essa impressão mesmo, de mesa de bar. e manifesto um pouco disso, por eu tenho dificuldade de viver, sair de casa sabe, pra qualquer coisa. e minha dificuldade de viver não é social, é intima, emocional. um fruto indireto? pode ser, ou não também, mas é mais um ser inadequado. eu não tenho lugar.
mas sou professora né, de rede pública ainda, como profissão interajo e tenho responsabilidade social. defendo interesses, e justiça comum no corpo do meu trabalho.
vejo faltas onde não deveria ter, percebo carências e desassistencias muito tristes. entro em contato com desestruturação familiar, tudo tão rasteiro e recorrente, .. e se eu reclamo o tempo todo do meu desvio de foco, caara, o que acontece pra fora, no nosso sistema coletivo, em nossa realidade tão próxima, é muito complicado de ver.
enfim..
vou levantar e tomar café.
eu que comecei dizendo que tem texto que gosto acho que esse aqui nem nunca mais releio.
não é meu perfil falar dos outros e do que não depende de mim enquanto uma, indivídua.
a não ser assim então, uma percepção solta, perdida, proveniente da maaais absoluta falta de vontade de encarar essa própria vida aí mesmo.
.. que é difícil, complicada, mas que também entremeia eventos bons, encontros de dignos, aprendizados importantes.
paisagens diferentes também, .. de uma janela gradeada e uma gata fazendo pose a seu lado.
já Cibe... as sete acordou, as 7.30 Maria Clara chegou à porta, que já estava aberta, por uma filha zanzante, enquanto eu ainda estava loonge de quererr levantar.., aí saíram, pegaram umas frutas da geladeira...
e agora pouco recebi fotinho do pai da amiguinha, que mora na última casa, nos fundos, do pomar..