domingo, 28 de abril de 2024

um canto de mato | o canto, do mato | a resposta em si

um barulho ensurdecedor vindo do meu mato na frente de casa

se é grilo, gafanhoto, ou outro tipo, ou um composto, às vezes é também, não cigarras por agora, mas quanndo tem, Deeusa da terra e so céu, quannta beleza

vários dias eu tenho entrado quase em transe com esse som, é hipnótico pra mim, mágico, é o próprio encanto

estou má, abandonei minhas plantas de novo

a cerca ondulada que eu amava ruiu, já comentei.. morro de vontade de fazer de novo mas não tenho paz pra isso

o que me faz perceber uma ingenuidade que perdi, que é exatamente o que me difere das pessoas felizes, tranquilas

olha que novidade....

estou presa

aprisionada em mim e no meu trabalho, na sujeira da minha casa, no meu corpo que engorda e que odeio, na minha rotina, na minha apatia 

e nenhum desses insucessos carregam culpa

o problema não é o que me sobrecarrega

eu não estou interessada no que não tenho controle, no que foge do meu espaço e vira conceito, jargão, mitagem de caça likes

eu estou com vontade de chingar desde sempre, e destruir até não sobrar nada é uma pessoa só, e é corrosivo o negócio

é ela, meu problema é com ela

tic tac, o tempo passa e eu ainda não cheguei ao grande insight que me fará dar conta de tudo e ainda fazer unhas, que aliás nem gosto. ler um livro vai, ah.. também não gosto. caminhar por aí então, passear num lugar deserto com a Cibe. humm bem atípico mas já me seduz

eu ainda estou esperando chegar aquele dia em que eu vou ter um eureka do tipo ah mas era só isso o tempo todo, e então tcharammm tudo mudou sabe como

será que vai demorar pra isso acontecer, Cibe tá crescendo, não sei se gosto do que ela vê.

e essa musica vindo da minha florestinha me faz lembrar de uma conversa com um preto velho bem fofo, lá no Centro ainda na época da minha licença saúde, que me disse pra jogar uns verdinhos que pôs na minha mão no verde da minha casa num dia bem de manhã,   e esperar uma resposta.., e a resposta era o que eu tinha que fazer, e a pergunta, não lembro bem.., acho que eu já estava cogitando o impensável pra mim, estava amadurecendo a ideia, um pé lá, uns dedinhos de querer entrar pro terreiro 

fiz isso num pós-cinco daquela época, uma manhã muito bonita, bemm na frente da minha casa, e fiquei parada alí um tempo observando, tão bonito, tão encantado.

eu não sei se entendi muito bem o que veio como resposta nos próximos tempos, mas de fato aquele local que já era para mim um ponto de força, e uma alegria muito grande pela cortina, proteção, pela cor de todos os verdes, pela generosidade de continuar existindo apesar de mim, da possibilidade do convite sempre aberto para estar ali e fazer algo.., enfim esse lugar, com esse pé gigante de boldo hare krisna, erva de Oxalá né, que eu amo, se tornou um lugar com um algo a mais, mágico mesmo.

mas o dono do condomínio nao gosta nada nada...

ai aaaai

nem tudo são as flores messsssmo..

mas eu entendo ele

preciso começar a querer reparar antes da época do contrato renovar, isso sim.

e esse som.. 

essa música dos bichinhos 

tão tão lindo

não posso nem devo me sentir só




sábado, 27 de abril de 2024

..uns tantos de anos depois..

 




umas páginas antes, ou são outras depois, não faz diferença, porque somamos tantos ontens, e tantos amanhãs, que deve ser por isso que o livro escangalhou-se todo.

e são tantos raios decepantes e neves, pra suportar, e também tanntos passarinhos e brisas, numa matemática infinita, cíclica, que te encorpa, te faz uma família num ser só, de tantos agregados, entre líquens, ninhos, fungos.. que somam, e fazem casa, no seu próprio ser.

dependendo de sua espécie ganha vista, se não, é proteção, cobertura.

a experiência te faz vô, vó, o tempo te faz o dono das histórias, o expert do exemplo preciso, e também do encorajamento, afinal, para além das  cartas marcadas é preciso saber a hora de ousar. e o olhar contemplativo de uma árvore pode ter isso, a perspectiva. 

resiliência ela já tem.

enfim..



a família se espalha e se integra num espaço de natureza que me parece, é um corpo só, nascendo e morrendo em si. sempre criando, e aniquilando, espandindo e absorvendo.



tô viajando aqui.

depois corrijo..

mas nas últimas duas semanas estive bem próxima desse livro, e nem dei por conta.


é que eu estive ensinando o quarto ano a fazer  ramificação de galhos em desenho. em "U" e em "V", bem fofo, adoraram.




______


acabei de lembrar daquela trilha para o Moçambique que eu nunca faço quase, maravilhosa.

na verdade eu fiz um dia numa virada de ano com a Cibe e duas amigas, bem atípico pra mim. além de algumas outras poucas vezes ao dia.

e até devia fazer mais, porque é de uma beleza tão grande, que dá até pra esquecer desse prato principal que seria, chegar à praia,  se perder, e mesmo nunca chegar, perdida numa esquina de mato qualquer., saudade.


e esse caminho logo chegando na praia tem uma paisagem de árvores deitadas pela ventania habitual do local.

as árvores são deitadas, até se arrastam pelo chão, era  pra estarem em pé, no entanto estão deitadas., congeladas pela constante força do vento.

o que é fulgaz, banal, previsível tipo, o vento sopra e a árvore se inclina, algumas quebram mesmo inclusive, mas, essas não, elas se inclinaram tanto, sempre, e tantas vezes e por tanto tempo..

olho pra elas, que me dizem, quer morar aqui? não tenha dúvidas,.. venta

e agora elas têm o movimento congelado na forma né, inclinadas com força e tempo, como quem não quer e faz força constante contra, tudo muuuito devagar. 

não quebraram né, foram moldadas, se adaptaram e construíram uma passagem única pra mim. 

que coisa..

louca.



_______


tem uma artista..

Gabriela Albergaria, que tem um trabalho interessante mesclando fotografia e desenho.





dois exemplos...
claro que eu gostaria de mesclar contemplação, vivencia, mato, caminhada, mas, mil mais viu.

e porém, contudo..




resolvi falar do Guarapuvu com os do quartos anos. 

comentei o fato de ser uma árvore símbolo da cidade, famosa pela madeira de canoa açoriana que não é açoriana é indígena. mas que por causa deles correu ou ainda corre risco por aqui, e ganhou lei. 

conversamos sobre como ela enfeita os morros. prometi lembrá-los de quando ela florescer, pedi que se eles vissem primeiro me avisar...

o trabalhinho ficou foufo.



tô aqui viu, tentando organizar. mas já quero é dormir.


Ditado de desenho, galhos em "U" e "V"

aqui entra o Bruno Munari inconsciente, e se eu tiver que dizer para alguém em algum momento, nossa, foi super pensada a referência.

intuitivamente até foi né.

o ditado de desenho é uma prática engraçada eu gosto de fazer com eles.

eu digo que a prof de sala faz ditado de texto, enquanto eu faço ditado de imagem..

então nesse caso como percebi que muitos tiveram dificuldade no exercício do Garapuvu pra fazer os galhos, a ramificação,  o espelhamento também , mas aí é outra história, mas..

resolvi fazer com eles essa esse olhar para os galhos e disse pra eles que é como se a gente tivesse olhando para cima, para a copa de uma árvore, vendo só os galhos se enroscando.

aí eu desenho minha folha no quadro, e vou fazendo devagar com eles me acompanhando.

é um ótimo exercício de atenção, às vezes eu faço isso em turmas muito agitadas.

os resultados são legais porque apesar da gente partir de uma mesma proposta a de que eles emitem o meu desenho feito passo a passo no quadro, sempre fica diferente, eles acabam por agregar e reforçar seu próprio traço, mudando aqui e ali, incorporando o erro, adicionam outras coisas.., pedem o medo, o famoso eu não sei..


enfim..

isso.



28/04/24



com todas as letras

Cibe, o que você vai querer ser depois de grande, pergunta Maria. 

o que você quer ser, ela rebate.

eu quero ser igual meu pai. (formado em matemática professor de TI no Herondina). tu quer ser como tua mãe?

meu pai e minha mãe são professores. 

eu quero ser artista.



e segue as duas.. 

Maria ajundando a colorir algumas tarefas da Cibe, e Cibe resolvendo tudo o mais rápido, pra poder brincar.


sexta-feira, 26 de abril de 2024

status

eu estou rouca

a Cibe surdinha

está engraçado 

minha garganta é o produto da interação com crianças que não querem me ouvir

e eu angustiada querendo e precisando falar, quando no fundo, preferiria estar muda

na individualidade elas querem, até, ouvir

no coletivo elas são indiferentes e ostís

na individualidade elas são pura declaração de amor, o afeto mais doce 

nos grupos são grandes monstros, pra te engolir

e que sou obrigada a enfrentar a cada sala, e faze-los, apesar de tudo, comprar minha história, minha proposta qualquer, de tempo junto

muitas Brunas já entraram em sala, consepções e disposições 

a da pós maternidade é a melhorzinha com certeza 

mas é tão tão dificil

e a pior parte, é esse produto

ficar sem voz, ser agredida na descordialidade, ser afetada, cair

Cibe está surdinha e eu rouca

que combinação 

e duas quintas pra trás eu estive de atestado

por um triz não recai ao mesmo recurso essa, só porque eu sabia do meu estado hoje, esse hoje, maais rouca

eu não sei bem o que fazer

a vontade de me afastar me assombra

mas o trabalho é o que me sustenta, e não tô falando de dinheiro

eu sozinha é um desafio mmmmuito maior, mas em outra faceta, a da tristeza e da imobilidade com tempo pra me entregar e desfazer, nisso, já que normalmente eu tento, mas o repuxo é forte

não estou conformada, se estiver é fim se jogo

estou tentando 

é preciso voltar aos médicos antes de ir pra remediar, eu sinto isso, só nao tenho força suficiente

em muitas coisas estou disposta a ver só o positivo, e tenho realmente vislumbres bons

as outras todas que não são boas, tô querendo chama-las de meus caramujos africanos sabe, não pensar muito, desalimentar, consumir aos poucos, mas com horror, até nojo de enfrentar

meu mundo é um labirinto.. que não leva de uma letra a outra, é só eu sozinha, tentando, tentando.. porque ainda tenho força de viver

minha próxima jogada é um passo

é café da manhã

e a sua?


 


panos quentes | o jogo | a clareza | firmeza

o dia de hoje com toda força do ontem

a nova vida que começa brotando de nossa própria força 

o dia mais importante de todos, e a maior força 

partimos do que fizemos, mas não somos se não a potência criadora que joga sua força sobre o que está, sobre o que tem, e o que pode ser feito

o passado se reestrutura 

a terra arrasada do passado descansa, se a gente permitir 

o futuro  intocado e selvagem é um devir de interações que e gente precisa querer e interagir de forma mais sábia, e a melhor escolha, mora no hoje

se eu soubesse xadrez, pra avaliar minha melhor posição, você sabe? 

porque sobre o que está feito, onde a gente chegou nas nossas vidas é um estado de jogo com muitas saídas, e novas consequências 

o equilíbrio e clareza, o rezo, as experiências constituídas nos darão, o melhor movimento

se não nos movemos, nada muda 

se nos movermos, que seja de coração puro, buscando o melhor

e pra todas as consequências e novos desafios, o melhor de nós

com humor, doçura no coração

bons jogadores e estrategistas seguem sempre, não lamentando, avaliando

com clareza,

esse jogo, não é tanto de vencer sobre outro se a gente joga com a gente mesmo

é certo que somos muitos, e as intercorrências também 

é certo também que não estamos sós no mundo

muita responsabilidade 

o tsunami nos leva, muito não depende de nós,  ainda assim, no nosso pequeno mundo nós temos, esse jogo

o compromisso de sobreviver nas levadas, no que nos é permitido mexer, nosso jogo entente.

algo assim.




quinta-feira, 25 de abril de 2024

crianças do projeto



uma desconhecida 

e uma conhecida 

plantinhas do jardim Donícia.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

querida | as the best of de Bruna

 



por mais estranho que às vezes o conteúdo de algumas letras pareçam na individualidade, elas são uma partinha, no conjunto dos hinários, de uma cerimonia. uns eu amo, outros mal posso esperar o início do próximo. 

mas, ouvir esses cantos, que são rezas, rezar com com o coração essência, e mantendo a firmeza no rezo e no significado enquanto os seus sentidos estão alterados e você por si só, facilmente desceria no poço sem fundo de suas proprias dores e ficaria lá se contorcendo, é o que há, como exercício. especialmente pra quem sofre com dores como a minha, intoxicantes e paralizantes na vida real.

todo processo É de firmar no rezo e num canto 'divino' para elevar, e conduzir a força para a cura, uma melhor vibração, naquele conjunto de vozes, em corrente.

mas e quando você não entende nada? quando você é estrangeiro na sonoridade?

aí vale outro texto.




pro dia que eu resolver passar a limpo =)


_______


tem um primeiro querido, o primeiro que levei como boa lembrança, tanto como musiquinha, quanto momento significativo de cerimônia.

vou ver se eu acho.





_______


e qual será o hinário mais cristão da face dos hinário, e que eu amo, e perdôo meu próprio entojo, para amar, e  sentir o coro de todas aquelas vozes em louvor e vibrar aquela luz, apesar de minhas diferenças? ã ã..

pedir, e receber perdão.. você já se arrastou aos pés dessa necessidade?

eu não acho que a gente tem que arrastar a cruz do arrependimento e culpa eterna, tem uma hora que a gente p r e c i s a se anistiar, e superar e nunca mais voltar a reviver aquelas dores. 

sim, recordar É viver, então é fundamental para nossa saúde e equilíbrio emocional escolher o que viver, temos acordo? okok




foi um processo grande até eu começar a rir de mim, e da minha prepotência talvez, arrogância, ou sem noçãozisse mesmo, afinal, por anos eu voltava por que queria.

quanntas vezes eu ouvia um hinário achava lindo e já começava antes da letra acabar, por favor não tenha cristo, não tenha santo por favor por favor eu quero gostar dessaaa, eu rio.. aaai ai, francamente Bruna.

tem uma outra que é um exemplo bem grande disso, e eu sei que você vai me entender, por isso  vou encerrar hoje com ela..





eu relativizo né, vou fazendo minhas relações e adaptações, vou buscando entre o que eu ouço e acredito, o que faz sentido no meu coração, vou buscando as energias..

acho que foi assim que aprendi até a gostar da música do Zaqueu do Léo e dos meus aluninhos. ou seja, tenho um coração ecumênico à duras resistências. 

bom tenho história com esses hinários, são datados, porém às vezes revisitados, porque eu reconheço uma força, que por vezes preciso, e recorro.

tô gostando de relembrar.


domingo, 21 de abril de 2024

la la la



atravessada 

devagar

iludindo minhas dores

cuidando da fia

em looping 


como você faz pra se desvencilhar de pensamentos invasivos fixações invenções e energia escoando pelo ralo?

difícil né, por isso que estou aqui, derrapando

mas tô me distraindo com hinários no melhor estilo lavagem, pra não pensar

mas é pouco comparado ao tanto que já me disprendi posso me sentir orgulhosa

na escola foi bom. adiantei muita coisa, e ri também, professores em ócio são bem bons em falar merda

corri os assuntos deles na paralela, enquando adiantava algumas coisinhas de material 

ampliei, agucei minhas percepções pro que me interessava também, aquelas curiosidades de cunho intimo, as quais me apeguei pra me distrair, e que não reprimo porque o impulso e o interesse são genuínos, e, guardadinhos, não fazem mal pra ninguém, estou em..., aquela palavra que n u n c a usei, .. em perscruta.


acho que vai rolar um médico ainda hoje.

estou temerosa de deixar Cibe ir pra escola amanhã, mas nao sei.

sigo...

com as mãos no ouvido e gritando la la la


contaminação

 

um estranho

um sonho estranho com esse estranho, uma história inteira 

estranho voltando a ser estranho

agora não existe mais

eu sou  estranha

num sonho de outro

colaborando pro futuro do mundo

bemm estranho

sábado, 20 de abril de 2024

Cibe 39º



minha barriga ta revirada como mar agitado com ondas

quanto mais esse mar cresce, mais eu me sinto mal 

até que eu nao aguento mais e vomito a agua, mas só agua. 

esse mar abaixa, e aí  fica uma lagoa.

prof. pra você!

 .. mas agora não posso ver tá, mas fico feliz com o presente.

isso, ou mil variações da mesma frase, para tantos micro, mini,  e desenhos aleatórios que a gente recebe todo tempo. 

é um pouco lindo.. e a parte que não é, é isso mesmo.. não conseguir dar atenção.



sem referente, 2024.

você que inventou a tristeza, ora tenha a fineza de desinventar



 e é certo. amanhã será outro dia..

já é.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

diálogos impossíveis | os Problemas da comunicação

os numerinhos me acompanham aqui

sobem, descem

todo dia passeando

costurando textos

por tempos somem 

poucas vezes explodem

sempre querendo se fazer sentidos, querem porque querem o avesso, a frente ou o verso dos meus textos

querem ter importância, ou querem ter a força e a presença de quem eles representam

não tem

eles não tem

eu não aceito

e não reconheço 

e também sou péssima em matemática 

e qualquer coisa que envolva números

eles me inibem

expõem uma fragilidade 

um fraco

um trauma 

eles frente a frente comigo são a minha ignorância exposta 

e sem falar que realmente 

posso não entender

posso não resolver esse problema 

ou vou errar de cara, no básico, e seguir errado até o fim dessa conta

a empatia pra se aproximar, é baixar a sofisticação das armas, eu não tenho nada

seja igual 

com seu coração 






quinta-feira, 18 de abril de 2024

esse molho hoje.. | e tudo bem



não vai curar minha garganta, um dia em casa

mas não vai piorar, minha lógica

resolver questões pelo centro, passear de ônibus, pensar, escrever bobeirinhas, rir das minhas bobeirinhas, rir de você, meu idiota convicto preferido

pensar bobagens

ver se eu ainda lembro como toca musiquinhas no violão, com a garganta ferrada..

saber que estarei na escola amanhã e depois, e o quanto isso desestabiliza a semana, e desgasta também a Cibe

e rir mais um pouco né, do que não tem concerto, porque não tá quebrado

tá tudo bem como é, 🤷🏽

mas violão tá bem não gente... , 

bons tempos que já foram em que meus quase, eram ascendentes, esse quase aí tá descendo ladeira viu, mesmo assim, essa é uma das que eu mais adoro tentar cantar





poquinde começo



poquinde fim

sentimentos, um pouco mais conflitantes

 

ontem de manhã saindo de casa cedão .. abro a porta dou de cara com um cena apavonte.

simplesmente eram dois caramujos africanos trepando bemm na frente da varanda, que tal. 

se fosse um, eu já ia ficar desesperada, pelo horror de ter que chegar perto pra pegar, jogar láaa naquela lugar lá, enfim.

mas dois, acasalando ainda, na maior, na frente da minha casa, quaase sete da matina? francamente, não tava precisando.

e eu meio atrasada e horrorizada, de cara com a ironia... alguém deve tá a rindo disso com certeza.

e ao mesmo tempo pensando na completa crueldade de ter que matar ali os naturais amantes, ou, amantes naturais, ou seres trepantes, enfim, que bossssta.

aí..

como pessoa madura que sou..

tanto eu não podia deixar, quanto não podia sofrer tudo que eu precisava, em termos de tempo, toodo o processo atéee despachá-los naquele lugar lá

então olhei pro lado e vi um pode de creme de amendoim vazio, botei em cima deles, arrastei até a parede, morrendo de nojo do barulho e sentir eles ali.. 

aí pra eles não saírem botei um vasinho de planta em cima. e lá ficaram..., e hoje passei por eles, .. e assim ficarão, atéee eu ter coragem de enfrentar isso de novo.

agora me diz. Diz! se tiver coragem...

pensa.

eu aprisionei um casaal.

isso não parece maldito?

acaso não acabei de me converter na bruxa amarga, cruel e solteirona dos melhores contos infantis dos caramujos africanos?

ficô chato pra mim isso viu.





sentimentos conflitantes | andar de ônibus | torcendo pra calopsita


 

2 hinários | a Casa de rezo | uma voz só não faz coro

 



eu andei na Casa Santa

trouxe muitas coisas boas

tudo vive neste mundo

parece uma coisa à toa...



aí a outra também sempre me toca muito.. 

tava buscando uma versão que gostasse

ela meche dentro, sempre  derramo muita gratidão ao corpo de rezo nesse canto..


ela meche fora..

tão me chamando, tô com saudade..






meu único pouremn..


não quero dar conselho a ninguém, de mim pra geral, palpite? ahh eu quero que todo mundo se lasque do jeito que quiser. mas com amor. e se quiser que me convide pra algum rezo, vou estar com, prometo.



quarta-feira, 17 de abril de 2024

câ | um auto MR? pfff eu me presto

 ma


_________


é só o que eu quero agora, 

apesar de minha mente ficar passando afazeres..

eu quero dormirrrrrrrrrrrr, tô acabada, arrasada, rouca, estar rouca mesmo é pra acabar comigo.

eu tô cansada..

e esses meus textos são um saco, pode parar de clicar, volte a ser frio e invisível, eu nao ligo, nunca liguei

apesar de ser divertido me sentir... auto-manipulada talvez? 

menos sozinha é que nunca

ou então em relação com alguma inteligencia articial com rebatimentos aleatórios e de sucesso curioso? aí acredito mais até.

será que você tem pena de mim? me erra ein.., deusa que me proteja desse olhar

pode ter o olhar de fome, esse já tô acostumada desde criança, e já sei filtrar, vindo de ti ia ser engraçado, ia me esquentar..

você tem alguma culpinha ou senso de responsabilidade egóico? me erra ein.. vô te dá o endereço do Germano.

que maaais

tô cansada, esgotada, e não posso dormir sem tomar banho, algo que faria tranquilamente, porque já estou dormindo na verdade, esse texto Já é sonho

e olha que sonho chato, até em sonho sou looser

affffe



17/04/24

terça-feira, 16 de abril de 2024

foi sem querer..



eu tentando fazer um suporte pra pintura, logo que acabou a greve.

eu queria que as crianças pudecem trançar, como fizeram com o suporte de papel cartão do ano passado..

mas a fibra é dificil de cortar, fica irregular, não é maleável suficiente pra eles, uma pena.

daria pra usar se eu fizer pra eles intervirem, mas aí a parada fica mais trash, embora não descarte num outro momento, vai saber.

aí acabei fazendo um leque sem querer.

bem mal feito, difícil o acabamento, irregular, e muito real sabe, ando adorando a expressão malacafenta, intranquila, meio desesperada, sem jeito, impaciente, raivosa até,  sincera.

e ficou lindo na verdade.., estava tão preocupada, que esqueci de achar lindo, só fui notar nessa foto.

amei.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

 


ãin..

doeu agora

cada nota da sinfonia

cada texto postado aqui

é um tom, um instrumento uma linha, um composto toante ou dissonante de uma mesma obra

quem compõe não refina muito, deixa tudo aí, largado meio no bruto

amadora é o que eu sou

nunca saí das claves e das três primeiras linhas do caderno de música


amadora é o que eu não sou

e detesto ficar ouvindo eu te amo de adultos, gente mais semnossa, não gosto de esvaziar essa palavra

e também não saio amando por aí, tudo e todos, amadores..


mas  tá, tô com sono..

é só porque vi um texto ali que doeu, doeeeeu ..

e  aí me dei conta de que todos na real dóem, difícilmente reler não é reviver, e que realmente meu caso não tem solução.. 🤷🏽


alma divina

 

sempre que ouvi, li né, na real o nome alma perdida  vinha um fundo de uma poesia

o nome é poético já sabemos, mas não é isso,  era algo do passado meio que conhecido 

quando eu fuçava nos cadernos de poesia da minha mãe, e eventualmente lia alguma coisa para ela, pequenininha que eu era, ela não gostava, dizia para deixar isso para lá que não tinha nada escrito ali que aproveitasse, que ela era adolescente, que já devia ter jogado esses cadernos fora

e apesar de não ter realmente muita conexão com aqueles textos eu fiquei com muitos deles na cabeça, engraçado né?

 alma perdida ressuscitou hoje uma poesia da Cecília Meireles. 

que coisa..

a cadência me vem, eu me lembro lendo. não posso dizer que gosto. gosto da do Navio. mas.. 

Cecília de novo, nas memórias incrustadas, ocupando espaço atoa aí, em algum lugar




Som

Alma divina,
Por onde me andas?
Noite sozinha,
lágrimas, tantas!

Que sopro imenso,
Alma divina,
Em esquecimento
Desmancha a vida!

Deixa-me ainda
Pensar que voltas,
Alma divina,
Coisa remota!

Tudo era tudo
Quando eras minhas
e eu era tua,
alma divina!

 

o povo É raso | adoro um careta | um viva de controvérsias

a amiga feminista que adora se enroscar num corpinho engomado de extrema direita

o caso de uma pessoa amiga que, reconstruindo sua vida após separação traumática reproduziu exatamente a mesma situação da qual sofreu, em versão um pouquinho piorada com um cara supostamente não disponível dentro das convenções aparentes

o comentário de um prof. de extrema esquerda de que o profissional mais competente e que resolveu determinados problemas de sua escola de forma exemplar em tempo e lisura é um bolsonarista convicto

o raso é o novo profundo. 

é sério, tá mais fácil se afogar na pocinha, de tão intrigante que está a nova onda de seres que transitam por aí hoje.


estou falando de mim? claro que acho que não né. improvável que por qualquer extravagância eu resolva sentir esse gostinho. normalmente eu preciso de mais. 

a não ser que esteja alterada nas percepções por alguma droguinha, aí já não digo.. mas a probabilidade é bemm baixa.

eu sou careta, num sentido retrô de careta mesmo, nas minhas escolhas. as exceções são as de quando me escolhem e me convencem, isso é uma delícia também. esse tipo de surpresa.

e sabe o que é tudo isso?


eu,  levando Cibe pro pai, meditando sobre a vida, com música aleatória se entremeando nos meus pensamentos.


não me entrego pros caretas . Lamparina 


domingo, 14 de abril de 2024

mini-videos | mini-Cibe | estranhamento de intimidade | outra vida | um limbo auto-infringido







de vez em quando faço encontrinhos assim.

e dou de cara com uma outra vida.

e vejo como algo tão íntimo e verdadeiro que até parece que realidade parelela, ou vida partida é o que eu vivo hoje.

é um relance e passa.

eu não estou bem. 

certamente rever esses videos nao ajuda. 

ainda mais quando estou buscando acertar coisas que deveria ter acertado nessa época aí.

rever emails antigos da nisso.


_____


outra coisa que eu não entendo muito..

mas também sempre que vejo não entra na minha cabeça é isso..



pra que isso pra que?

nada me oferece, e tanto me pede, aí eu te dou, você larga pelos cantos, rejeita, esquece por aí,.. depois vem pedir de novo, reinvindicar e demonstrar uma presença que não é, e te ofereço de novo algo meu, pra nada.... 

pra que pra que? acaso não seria meio infantil?

mas se já somos mais que adultos, ... seria o que,  doentio?

nosso tempo nem passou, e já foi sem ser.

devemos dormir com essa já, sabemos e temos que parar com a palhaçada sabia. eu tento mais que você. sou eu que expresso por dois, sou convidada a ver meus textos divididos em dois lados, coisa que aliás, parei de fazer ha tempos.

além de lidar com algo que é uma ferida de vida, a rejeição. não tem volta de algo assim, pensa. mas às vezes eu rezo, sabemos, pra limpeza dos dois corações, é um mínimo. 

eu sou uma pessoa compreensiva, mas... já sofro com imaterialidades demais, pra agregar outros castelos. 

o tempo com Danilo sim, esse foi bem de verdade, e passou deixando uma Bruna avariada que ninguém mais quer, nem eu quis por um bom tempo, até me dar uma arrumadinha. 

agora, hoje em dia me olho mais no espelho, apesar do peso, até penso com um pouco mais de realidade, no propósito me oferecer por aí, alma e corpo como já tenho escrito, pra um rolo que, não sei bem, mas me permita ser diferente, ou ascentar esse ser diferente que eu vi, tenho visto se constituir sabe.


__

deixei a vizinha crente levar Cibe na igreja. as amigas não querem se desgrudar e ela perguntou se podia, e eu deixei. estou aqui paralizada. e escrevendo merda, ouvindo a chuva, sentindo meu corpo em sobressalto, certo sono, não sei...

vamos ver como ela volta, foi pro cantinho das crianças da Bola de Neve. 

socorroS.







"não sei como tá batendo esse MR aí pra vocês, mas aqui tá impossível".. | foi mal aí astrologia

ouvi isso agora, dito assim com essa intimidade

MR..,  q u e palhaçadaaa

aaai aai, só isso mesmo

sabe o que que eu quero? que todas as pessoas, o MR, toda a comunicação interUmana vá pro infernooooo

uffa já me sinto bemm melhor


_____


até tenho preguiça desses mapas, mas com certeza se eu sou a pessoa que sou, com sol em gêmeos e ascendente em sagi, meu mercúrio além de ser em câncer, ou seja, afundado num rio, ele é retrógrado.

quer ver? fiquei até curiosa..

hummm, fui rever e nem é, é direto

afogado, mas direto

até perdi o rebolado pra reclamar, que sem graça


quem não tem história gosta de ouvir.. | mas se quer saber.. | plano B | 😑

 

e reposição de greve serve bastante pra isso, apesar de me desgastar.

eu conversei com pessoas, me interessei por suas curvas, e meu coração não adianta, uma ponta sempre se entristece pensando, não importa o que, eles vivem a vida e você não Bruna, sua idiota.

eu gosto de ouvir quando sinto que a pessoa precisa contar, ou quando tenho que dividir um tempo, mas falta o que fazer. nesse sentido achar assunto é fácil em muitos desses sábados.

passei bastante tempo afastada, tem pessoas entre novos e antigos que não cheguei ainda pra um paapo assim, tem os que de cara quero errar com força, e tem  aquele né Brasil.., já rindo, que não me dá muita condição, e, em não dando, estende meu interesse, o que não é ruim, .. favorece minha leitura particular. sobretudo me entretem nessa vida de prisão que eu levo, não entendo muito bem porque.

como se constrói um interesse? 

interesse se constrói?

qual a primeira chave.., tipo, eu olho para ele passando para lá e cá, e num leque grannde de possibilidades contemporâneas mmuitos são Não, e bem redondos e definitivos, ..  e pra ele, Sim do nada. interessante. vamos manter assim então. a fragilidade do que se insinua de longe é divertida, a realidade tenho com um pouco de preguiça, e medo também. 

esses questionamentos na verdade, não me interesso em saber as respostas precisas. 

embora a parte racional de como esses entrelaçamentos acontecem não me deixe muito. no mental estou atenta pros sentidos também, e pra deixá-los mais soltinhos, pra matar um outro tipo de fome, bem física, bem de carne, e agir, equilibrando os senões. 


mas é inervante, dá quase saudade do Germano e do Sr. Sem Nome. vai que eu precisasse ouvir algo deles, por serem psicólogos, ou por serem homens, ou por estarem em histórias felizes de amor, como sei que estão. 

ajudaria.. mas, to afim não. 

deixa rolar, vamos ver como me comporto. 





sábado, 13 de abril de 2024

dormir..


 no colo de nanã..





hoje na escola .. primeiro dia de reposição 

a prof de musica realizando a etapa local de um festival de canto que veio empurrado pela préfe, ligeiramente publicitário, mas que as famílias adoram.

e Cibe no veneno porque não podia cantar.

por fim cantou um pouquinho.. e eu fico muito feliz que tenha feito uma pontinha com Nanã viu

porque, caara, minha religião, por mais esquisito que isso ainda me soe, É cristã pelo sincretismo.  E como cada centro é autônomo, nesse meu é bem presente as entidades vistas nos santos. bom..., eu já estou acostumando a ter no coração o que é de luz nisso tudo. processos.. Daime até ajudou, pensando por esse lado.

mas tipo, assistindo a apresentação da manhã, sendo jurada de tarde na escola, sério, o repertório parecia um show de louvor, aquelas apresentações gospel de filme sabe. é interessante, lógico, se o viez é deixar a comunidade se expressar. 

e não é que eu não respeite a fé alheia, .. só que tem umas fé alheia que é tapada demais né, fundamentalista, .. e a implicação política está sendo cada vez mais indigesta de ver,

enfim..

fiquei ouvindo as crianças, ..  observando os pais, e pensando na cachola.., até aqui tudo bem, mas e se uma criança viesse então cantar um ponto de seu culto de sua religião de matriz africana especialmente, que salda seu Orixá, ou entidade de preferência. sei que bastante nos morros, mas não apareceu ali.

já pensou? o sino da igrejinha faz belém blem blenn, deu meia noite o galo jáa canmtou.... ??? 

delícia, e complicado.

mas no ensaio, ainda que só entre as crianças, Cibe conseguiu dar um oi diferente 

e eu amei

Saloba Nanã





outra pra domingo

acordar outra de graça

peito leve

não adianta, ser otária também é ficar sentindo energia que não é sua

mas eu vou

estou aprendendo cada vez mais a me resguardar

enquanto eu não aprendo fico me catando no fdpoço por mim e pelos outros, ninguém manda ser trouxa

acordar outra de graça

peito leve

achando novo o céu de sempre

rindo por nada

brincante com a filha

criativa com a casa

com as demandas caseiras da escola


e esse vento né?

leva meu animo vai, minhas tristezas, desânimos, porque não, leva tudo, ou deixa aqui

e me escolhe



não não, me poupe..

nada meu me interessa, nem dobras e expansão, ou apropriação de sentidos

faz um tempo que meus textos cumprem um propósito definido, de nascer de mim, para o grande nada exterior a mim, .. mais que isso é...

alguma excentricidade como essa, que me traz hoje pra comentar faceta, essa vírgula não resolvidada minha vida.

nem me admira.., negação em matemática, péssima português.., sobram sinais.

e eu já, ou nem nunca me apropriei bem de regras e/ou convenções para bastas, ou ajustes precisos e imediatos, vou vivendo em erro, tirando pouco nas provas, cheia de correções em vermelho.

só sei que meu texto é truncado, não corre fluido, em retrospectiva nem eu entendo,  a divisão é precária, a soma é difícil, simplesmente não sei administrar conjuntos, e os problemas são sempre instigantes no enunciado, mas sou incapaz de aplicar a regra certa. 

ou seja, estou cansada, e preciso de ajuda.

estava há uma semana pra mais, com tilt, em negação, fugindo, indigesta, frustrada, desanimada, e temerosa de encarar a verdade expressa, uma cronologia broxante de uma história de amor que não era amor era cilada como dizia a música. 

e isso é para uma advogada, algo que jamais eu pensei em confraternizar por este motivo, assim como no ano passado ainda podia dizer com algum ego idiota, que psiquiatra não era uma opção válida para mim.

eu estou cansada. 

quase cinco anos depois. 

eu sou m u i t o otária mesmo.

ontem, dentre outras emoções e percepções eu senti de novo, fazia um tempo já tinha sentido como um vislumbre, a força de Xangô, no centro. é muito poderoso.   

e é meu papi né, Oxum com Xangô bem lindos, reinando no meu Ory.

é dele que eu preciso,.. é dela que eu preciso. 

que bonito, Justiça e Amor.







sou piéessima atendente de loja






eu vi esse móvel se destruir  




simmmm a Casa e r a amarela, mas o mini-quarto era rosa, e isso tudo, .. sou eu foleando uma revista qualquer. não significa nada

sexta-feira, 12 de abril de 2024

gps - rotas - criatividade

a rota pro destino se reajusta o tempo todo

existe um inicio e um final.

acho que um tempo determinado também

não vale sair antes, 

nao pede pinico amador..

segue cos amô, ama junto, ama no meio, não ama, multi ama, não importa 

só fica ligado

tem um inicio, tempo, e um final, esse é o mínimo né guerrêro

aí o que você vai inventar no entremeios problema É Seu

ou as soluções, ou seu lá qual sistema intrincado de situações você vai se envolver pra precisar de apetrechos, atalhos,   correr mundo, a malha é livre

é isso




________


e tu passa o portal da vida só

e retorna só

e quem está em volta, porque é tão importante?

e porque uns são ao longo da vida, e outros não?

tem um ditado né, não lembro o que diz, mas o final é, aos outros as leis.. algo assim, lembra?

parente, amigo, parceiros tem uma qualidade. 

o resto é resto, sabe né, 

ui

tem gente que leva isso super a sério

eu não sei como eu sou. situações limite ainda não bateram na minha porta. 

nunca tive que levar uma pessoa só pra ilha deserta ou desviar o trem escolhendo destinos confortáveis e convenientes seletivos..

aliás, que bosssta, odeio isso até, só de lembrar

eu não tenho nada mais sobre isso não, só pensando,

o resto dos outros são os meus né?

aí a coisa simplesmente não tem fim.








quinta-feira, 11 de abril de 2024

compostura

tá perdida e não tô afim de achar

se eu tive, foi pela timidez

mas, ando bem nada haver viu

barraqueira, bem semnossa

não estou n e m  a í.


pessoas nem aí são aquelas que talvez reajam agressivamente pra gota que falta, sabe como, fazendo força pra que ela caia logo de uma vez e o caos se instaure pra acabar com a palhaçada, ou então, como é aquela palavra? ..precipitar, tudo de uma vez.

mas eu não chego nem aos pés das mães de crianças neuroatípicas. essas mesmo entenderiam e teriam muito mais categoria, eu engatinho, e sou  até meio sem causa perto delas.

eu tenho uma dor empática, compreensiva, um silêncio, olhar de respeito pra essa solidão e desespero de ser, e normalmente elas São sós, as mães, o pararaio de todas as desventuras das tentativas de socialização de seus filhos.

para levar a vida elas sao naturalmente forçadas a terceirizar a educação das crias, sabendo que por seus ataques e particularidades, talvez essas crianças sejam toleradas, não necessariamente gostadas, dependendo do nivel de crise que determinhados eventos desencadeiam.

é difícil você rever seu filho e ser instada a passar à limpo eventos de conflito, ter que consciliar, defender, repreender e/ou consolar, para além da preocupação medicamentosa, seletividade alimentar típica, enfim..

tenho contato, observo também na escola algumas mães assim. ..

e aí eu mencionei elas, cade a minha paz pra reclamar agora...

como eu sou trouxa, fico de cara, ..esquece vai..

o trabalho da terra | abraço o caos | o meme do deixa fluir | meu trabalho minha vida | novas 5 | Firmeza



 


Quando tu estiver doente
Que o Daime for tomar
 
Te lembra do ser divino
Que tu tomou para te curar

Te lembrando do ser divino
O universo estremeceu
A floresta se embalou
Porque tudo aqui é meu

Eu já te entreguei
Agora vou realizar
Se fizeres como eu te mando
Nunca hás de fracassar

Tu já viste o meu brilho
E já sabes quem eu sou
Agora eu te convido
Para ires aonde estou


quarta-feira, 10 de abril de 2024

amando ainda mais as musiquinhas com Luz..


 


o Silvio já vem com outra Luz, no grupo da Luz.

Luz Maria sementinha,  ainda não é declarada aos quatro ventos... e aí a gente meio que entra né, numa frequência outra assim.


aí ele ressuscitou uma música logo depois da minha, tão inconteste, imagética, e com uma voz .. que é uma rede pra deitar. delícia lembrar.

um lamento, mas uma saudação, uma versão aterrorizantemente mais poética que a original,  como quem não quer.. transforma tudo, assim como o amor.



o amor chamou,..  e fez-se Luz né?

nesses escritos enviesados, aquelas tramas que só troxa perde tempo em hipótese, e eu também acho que não tem explicação.


minha musiquinha de Luz de hoje estava em meio a várias outras, perdida, até que me brilhou a associação.  

a primeira que me veio dias atrás foi a do Sílvio adole, lembra.

então, em momentos de limpeza e concentração, nada como o rigor do daime, que não preciso nem estar lá pras suas musicas evocar.

eu fico muito feliz quando me lembro da força deles, que ficam em mantra de novo e de novo, limpando, conectadando, e o principal, prendendo meus sentidos, a mente também, só naquilo é bom e certo pra mim.


muitos são chatinhos.. e outros são de uma beleza tão grannde em sua singeleza noossa, me vi voltando, voltando pra lá, deu saudade daquela corrente.

hoje eu caí neles por causa de uma palavra..


hummm


Firmeza.

a palavra clássica né. 

e que serve pra tudo..

e aí é isso que eu estava buscando, rezando, pedindo, sem parar. e aí veio, não veio só ela..

veio o hinário junto. 

várias letrinhas com firmeza, quase certo que essa era de cerimônia de concentração quando a força explode... 

toooodas aquelas vozes maracas violão acordeon e tals... bradando, e seu corpo acordando e cantando junto, as mirações te abraçando, e a noite começando. 

pura força.



eu estou em limpeza, 

eu estou em firmeza, 

em estado de rezo, 


e bem.

até a próxima Luz.











segunda-feira, 8 de abril de 2024

tive uma eureka agora..

 


e tudo fica mais de boa sabe.. acomodado, até leve

idiota e convicto. idiota convicto!

abraçado na sua convicção, pra ele não, pra mim sim, idiota, 

pra ele sim, pra mim sim também, sou inocente, bobinha até

e você pra sempre.. i d i o t a, mas convicto. 

bravo, admiro, nem é ironia.

domingo, 7 de abril de 2024

teste | a iminência de um banho e a enrolagem sem fim


 é... tá difícil viu..





que graça que tem fazer foto de mulher pseudo-selvagem de 45 esse ano, .. não vi graça não, e você?

ahh é, não tem você. pfff saco. 🤷🏽..

parece bobo né, pra mim é traumático. como eu poderia me considerar interessante pra alguém assim como estou agora?

bom... vou fazer de conta que não me enxergo,  me fazer de mulher mais linda do mundo? pode ser, .. vai que me compram.

pensando..




-
mas vou dar uma estudada.. tem tempo ainda pra foto dos 45 né. 

me aguarde universo..




-

voltei só pra dizer que tô pior que o Cascão esse findi. tu não me pegava, sério Brasil.

e a quantidade de nó no meu cabelo? quando sair não vai sobrar metade. rindo..

mas um senso de responsa né. começar a semana cheróosa, limpinha, quiriiida, uma anja talvez, ou quem sabe, .. mais normal só.

fui.



--


fui quase... ainda pensando em corpo e banha... uma das coisas mais aterrorisantes da emagrecida doentia que eu dei fim de 19, é que meus peitos completamente desapareceram. fiquei chocada. 

nunca foram grandes mesmo sabe. mas gostava muito de como eram, e de repente, além do mamá, esse golpe de sumir.

voltei a ter peito! agora eu quero emagrecer sem perdê-los,... é muito bom receber visita no corpo, com algo que você goste para oferecer, ou se sentir mais tu. eu gostava dos peitos. 

omarada gosta de bunda mesmo..., e se é assim, acho que tudo certo, ela sempre teremos pelo visto, eu fui e voltei e ela não foi a lugar nenhum, rs.


pronto.
chega de boberáge.

banho pra acordar a Bruna da segunda um pouco antes, ressuscitar da uti do fds, 

e seguir..





eu gosto dos meus textos as vezes

fico auto orgulhosa das reflexões 

dos rebatimentos, associações, imagens que se formam

sei que nos últimos dias eu tô que tô

eu, o texto, e tibumm sabemos.. estou fugindo de algo real na imaterialidade das minhas caraminholas

estou criando e desfazendo as frustrações e dificuldades, remoendo

e compartilhando, em termos, minhas pérolas, algumas que até recusei muito tempo em trazer

quando eu desisti eu trouxe, e trarei sempre que sentir, tudo bem, é um exercício de soltar, é uma generosidade, talvez

às vezes eu releio um texto e fico bem louca

ou demoro reconhecer 

ou acessar o contexto 

ou faz mal reacessar a dor do motivo

ou me irrita profundamente os erros, que eu limpo, limpo, e sempre tem, que inervante

mas estão aí..

tudo perdido no tempo, uma constelação de impressões que me compõe, que me ajuda a, para além da forma, do idioma, .. a dificuldade que é isso que a gente tenta fazer desde que se alfabetiza, transpor a vida de dentro, pra comunicar de algum modo fora

engraçado

quando eu passo muito tempo dentro de casa, em conflito

minha casa material, casa corpo, casa dores, entre físicas e emocionais, quando sou obrigada a sair, seja por Cibe, ou trabalho, um que outro amigo, é um susto

noossa a vida tá la fora né

as pessoas diferentes no maior fervo, temperamentos,  gostos, visões, entre diferenças e similaridades, em interação

tem quem adore isso, fica feliz em consumir cultura, o lazer dos eventos, aglomerações

além de que tem quem considere saboroso, ou normal mesmo o serviço, as interações convencionais forçadas de trabalho

é só ir, seguir levando e vivendo, na medida, bancando e levando seus prazeres, e planos de vida

se as vezes tudo está difícil, aí é reclamar.., fazer escolhas do coletivo para melhorar, aliar sua mente e convicção entre os pares, com objetivo de trazer mais conforto e facilidade a sua vida e entorno, talvez, e reclamar, reclamar, porque claro, não funciona, e na real .. só piora

todos temos ideias, soluções, mesmo alguém pra culpar quando a questão é tornar o mundo melhor. além de olhar crítico, e alguma teoria pro que não funciona, pras dificuldades do mundo, violência, pobreza, desarmonia e conflito entre povos, dinheiro, terras, posse, acesso a tecnologia, conforto, e tals

esse melhorar, essa ideia de melhorar, por vezes, grande parte das vezes eu sinto, é equivocada.  sempre vai, novaix, .., é que o Seu melhorar não é o do outro, e se os aspectos não estão em balança, não vai funcionar

se a gente está apenas com esse foco no auto-centro, o que ameaça o próprio conforto, e o que sustenta e otimiza Esses próprios bens, e não está refletindo o entorno, o porque, o encadeamento histórico que dá o nosso hoje, o hoje alheio...

se não pensa na criação de necessidades, e crescimento dessa onda consumidora, o descontrole e o desequilíbrio em suprir desmedidamente essas vontades imediatistas, não tão necessárias assim...

será dificil ser justo. e a escassez toma parte ao seu entorno como consequência.., tudo fica tão perdido.  é muito real esse  hoje, .. é egoísta, desequilibrado, violento, predador, maquiado, e ilusório.

e eu não estudo sociedade nem política, deusa que me livre cagar regra ou tentar convencer alguém de alguma coisa. 

só sei que vejo um final ali na frente onde meu pensamento e forma de avaliar não influi, e eu não vou vestir bandeira nenhuma, e assumir uma convicção ou um time, ou mesmo entregar minha vida e energia a uma causa não. 

apesar de assumir certas posturas que permitem com que eu continue no mundo sim, com alguma integração a mais, administrando e cultivando um senso próprio do que certo, aliado a evidências, e pormenores de dores, que veja só, são bem diferentes das minhas. 

isso porque é muito pesado confrontar certos apegos irracionais e irrefletidos que colaboram para um o que, colapso mundial? eu  compreendendo, ainda que superficialmente algo disso, e seguir igual, cedendo, e afundando numa massa irrefletida, uma vala comum, é complicado, e da posição que eu estou nisso tudo, já pesa bem.

e a  vala, É comum, na massa caminhante eu sou levada ou pisoteada, a contra maré é muito fraca, isso é certo. mas sinto de fazer um mínimo sim, mas sabendo, não é nada.

eu sei que a gente é privilegiado em muito por ter nascido aqui, um território a mais ou a menos  pros lados, e seríamos nós em guerra, a mais baixa, perversa, assim como as do passado, igualzinho. 

sem falar nas nossas próprias, as cotidianas e típicas, as violencias urbanas de cunho economico, social,  político que estamos submetidos. e que por vezes é tão difícil de perceber o cerne do problema. 

eu não sou eu nessa ceara. não garanto referências, fico com essa impressão mesmo, de mesa de bar. e manifesto um pouco disso, por eu tenho dificuldade de viver, sair de casa sabe, pra qualquer coisa.  e minha dificuldade de viver não é social, é intima, emocional. um fruto indireto? pode ser, ou não também, mas é mais um ser inadequado. eu não tenho lugar.

mas sou professora né, de rede pública ainda, como profissão interajo e tenho responsabilidade social. defendo interesses, e justiça comum no corpo do meu trabalho. 

vejo faltas onde não deveria ter, percebo carências e desassistencias muito tristes. entro em contato com desestruturação familiar, tudo tão rasteiro e recorrente, .. e se eu reclamo o tempo todo do meu desvio de foco, caara, o que acontece pra fora, no nosso sistema coletivo, em nossa realidade tão próxima, é muito complicado de ver.

enfim..

vou levantar e tomar café.


eu que comecei dizendo que tem texto que gosto acho que esse aqui nem nunca mais releio. 

não é meu perfil falar dos outros e do que não depende de mim enquanto uma, indivídua.

a não ser assim então, uma percepção solta, perdida, proveniente da maaais absoluta falta de vontade de encarar essa própria vida aí mesmo.

.. que é difícil, complicada, mas que também entremeia eventos bons, encontros de dignos, aprendizados importantes.



paisagens diferentes também, .. de uma janela gradeada e uma gata fazendo pose a seu lado.


já Cibe... as sete acordou, as 7.30 Maria Clara chegou à porta, que já estava aberta,  por uma filha zanzante, enquanto eu ainda estava loonge de quererr levantar.., aí saíram, pegaram umas frutas da geladeira... 

e agora pouco recebi fotinho do pai da amiguinha, que mora na última casa, nos fundos, do pomar.. 






sábado, 6 de abril de 2024

bateria quer fonte

 


Saturno  é o sexto planeta mais distante do Sol

vi agora, e vi só porque é  a minha lua, e porque eu gosto de colocar culpa nela de todas as minhas desventuras e dificuldades de me relacionar no mundo.

Pai João disse para mim depois dos atendimentos, quando eu comentei com ele sobre o quanto que o sofrimento das pessoas também tocam a gente, e que me emocionou tê-lo acompanhado na noite,  em algum momento de sua fala pra mim ele disse  que a gente tem que se manter quente. ele me perguntou o que que acontece com o planeta que está mais distante do Sol fia? 

disse pra gente se esquentar no bem, no amor, na fonte.

então hoje eu toquei Vari pra encerrar minha noite. essa música sagrada, que me leva e me junta de verdade, na fonte da vida e da energia de viver. 

e aproveitei pra entregar minhas dores, e pra me abastecer consciêntemente, já que estou sempre descarregada.

e é isso.

agora FIM.



_________



a sua distância é o suficiente para você ser o que é sem mudar um milímetro

 e parece que está tudo certo em sua órbita, salvo uma que outra intercorrencia que te consome. mas aí é problema interno né, nada que altere o equilíbrio entre nós, corpos alinhados no céu

se nos afastamos ou aproximamos é aquele pouquinho, sei lá, com data de colisão ou aproximação significativa em bilhões de anos, sabe como.

eu diria que nosso equilíbrio é esse, nem mais nem menos.. e não, há, previsão de eclipse, um eclipse, já pensou, emoções.

no mais,..deixa o povo criar mitos, lendas sobre nós

deixa que eles percebam o quanto a gente é afim, viradinho um pro outro, trocando asteróides, refletindo algo...

quem sabe solucionem nossa vontade dizendo que caímos, desistimos do céu em algum planeta irmão, e que nos buscamos e nos amamos loucamento até fazer um novo povo inteiro

olha que bonito


cinco nunca mais

fui

não [sei] ser | processos

 



se eu pudesse desaparecer dessa terra e aparecer de novo, na mesma.

apagar minha existência, ser nova em fln, não conheço ninguém, uaaau.

nunca me pirei com praia, nem com nenhum evento cultural, detesto exposições e a social evolvida, curto baladas e sons que nunca tive amigos parças pra me acompanhar, ou mesmo não podia bancar..

fico fora do verde e quando volto levo um susto tãaao grande, que tudo pensa, agora ela entendeu, mas aí o tempo passa. não entendi nada não.

se eu pudesse desaparecer dessa terra e aparecer de novo ia ser tão mais legal, não ia me sentir num campo minado.

se vou ao centro.. meio mundo eu encontro, .. às vezes os bancos de mudaram de lugar e os bares de nome, mas parece que estão sempre lá, num mesmo lugar onírico, idílico, etílico. aí tem que cumprimentar, rir, conversar, contar ou ouvir algo... é difícil, haja paciência.

nas formações.. colegas profes. é difícil não ser o que vejo neles me sentir sempre aquém, uma farsante.

em casa, família.. fazer de conta que somos felizes e ficamos felizes em nos ver, que não temos cobranças e frustrações, decepções do que era e não foi, do que foi, mas poderia ter sido de outro geito, erros que nunca se tornaram desculpas, conversas intocadas. é difícil.

os lugares que eu quero ir, que eu tenho alguma vontade de interagir, ao mesmo tempo que quero, também tenho vontade de estar invisível.  só de pensar em encontrar os conhecidos perdidos do caminho a gastura é sem fim. 

além de que eu sou o que eu sou, e tem pessoas absolutamente não quero ver. então nao posso ir, e aí.. não quero travar nenhuma rede e conexão que facilite, porque eu sou eu ✌🏽.

auto sabotagem mode on, tudo bem, eu já sei disso. mas se eu pudesse desaparecer e aparecer de novo, ser esquecida e não lembrada. o que eu achava mais terrível de começar de novo em outra cidade parece bom hoje. mas onde eu iria, se fosse outro lugar?

onde eu iria que condensasse tudo o que eu gosto de não fazer e estar perto aqui mesmo o de estou? de não ser, ter, estar, mas em alcanse? de nao interagir, mas observar, ou saber onde tá?

esse sábado eu estou enxergando a poeira brilhante descer em tudo, tudo no ar e descendo de uma festa divina.

... estou apreendendo, mas, o que pode ser diferente, é, o que não é, entorna de novo vento!.. pra ter sempre esse movimento, esse passeio transitório sobreposto à paisagem e me distraindo com beleza a mais minha vida.

eu estou aqui sabe. porque se eu não estiver, estarei corrigindo trabalhos e nao quero, arrumando a casa e não quero, conversando com alguém que não quero, tentando desgrudar a Cibe da amiguinha do condomínio sem ter algo tão legal para propor em troca, estaria me frustrando com roupas que eu não entro, vendo merdas on line, ou o que eu não quero, ou não deveria querer, o que quero, mas tô longe de ter.

e esse espaço É meu.

e pra que serve, pra remoer coisas. processar.

eu sei o que as outras pessoas dizem e pensam.

e sei que quando merdas acontecem os outros dizem, mas porque você não fez isso ou aquilo,... porque você nao pediu, .... mas porque isso,... aquilo... e aquelas palavras vazias. ahh..

o único lugar que eu me sinto bem, porque sei que é onde eu devo estar então me dá conforto.. sabe onde é? na Escola. 

no trabalho eu sei que estou no Darma, e estou enfrentando meus demônios, expurgando minhas contradições, contrabalanceando amor e dor, frustrações e agreções.., por mais difícil que seja, plasmar e tornar ideias, as mais bobas factíveis, alí eu sou obrigada, então por mais menos que seja, ainda me faz, um certo bem.

não atoa, os próximos seis sábados, nem sempre sequenciados estarei por lá. 

tudo certo.

porque eu não estou bem agora e eu sei, daqui a pouco eu vou dar a volta. porque sou circular. mas sábado que vem estarei. cumprindo meu dever, reclamando aqui e ali, mas dentro de uma função fundamental da minha vida, com Cibe junto no trabalho, meu coração em paz, isso será vida. a minha de agora, não é.

mas é isso, por hora.













eu não gosto de poesia

 

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.


No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...


E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...


E como um anjo pendeu

As asas para voar...

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...


As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar...



o meu encontro com a Ismália na infância, nos livros de escola, no caderno de poesias da minha mãe, não é o mesmo que eu faço agora, a Bruna velha. 

hoje tenho outros olhos, e apesar do fastio com rimas e textos milimétricos, bonitos demais para mim...

acordei com ela, e, nem lembrava mais de que Ismália se tratava.., ela era um borro com nome, e chamado.

fiquei tão admirada, quanto escrever Bruna velha.

é meu fim dos tempos mesmo. mas estou rindo, então tá bom.


acordei pensando nela.. e de uma noite muito emblemática pra mim, estou mesmo, em transição.

fazer algo por saber que é certo, é o certo. mesmo quando você não sente. 

como construir novos interesses. saber que uma etapa venceu, procurar o caminho não trilhado, o que vem primeiro, o desafio, ou o deleite?

e o apego aos seus castelos poxa, eram gigantes, a área prontinha alí, cada hora se agregava algum aspecto de sonho, de agora vai, ..  toda uma fabulação.. que é preciso ter muita força pra se convencer, pra te dissuadir.

cada caso e coisa, pra seu caso e coisa né, mas.., é como admitir, ou ceder que precisa de ajuda psiquiátrica e psicológica por exemplo, experiência muito forte pra mim no ano passado, ouvir que precisa é uma coisa, ir de fato e se entregar pra algo que se tem dúvidas, que difícil.

algo de inadequação muito grande.

eu recebi Cibe nos braços pela primeira vez e eu fiz t u d o o que eu precisava fazer, mas eu não sentia, uma empatia profunda pelas dores e marcos dela. nem muita explosão de sentimentos.., maior amor da vida, imprinting, sei lá, o que o mulheril às vezes me entedia falando.

eu estava muito certa da escolha que fiz, e buscava ser boa naquilo, cautelosa, atenta, pisando devagar. 

foram cinco dias no hospital com Cibe se recuperando. primeiro, banho, primeira roupa, primeira visita, colo, babada, mijada, cagada, nem aí, .. estava fria. eu queria mais é saber do meu leite, entender como pegar, adaptar meus olhos pra uma criança que nasceu toda enrugada, gigante e magrinha, quando nada, nenhum exame indicou que ela pudesse estar em algum sofrimento. .. e aí toda a checagem que tinha que ser feita da glicose no pé, por exemplo, era um dever, não importava o que era dor pra Cibaby, ou sentimento de dor, ou receber dor sem nem entender o que é, ser vulnerável a mercê das mãos de outros eu estava atenta, mas fria, o dor dela pro que era dever não tinha espaço, eu não tinha capacidade de fazer essa cruza simultânea naquele momento.

a explosão de amor simbiótico veio depois, e quando veio, foi uma cachoeira de sentimentos.  eles já estavam ali, mas de repente me dei conta do quanto eu estava desconectada. estava preocupada demais, e imerça na mecânica, com o que eu deveria fazer, e não estava sentindo esse viver real.

não foi um erro, é o meu jeito, por isso eu me respeito e faço mesmo, quando eu sinto que tem que fazer, eu vou, eu e o meu gênio se cutucando,.. umas horas a gente se une, noutras as forças se anulam, e são sempre momentos, sei lá, emblemáticos.

ontem fui cambonar Pai João, entidade Preto Velho de um amigo querido, que me levou a esse centro até. 

a recomendação era prestar atenção no atendimento. a gente já esta atento para servir, trazer as velas, ervas, anotar, mas eu pelo menos ao ser atendida nunca gostei de outra pessoa colada, detestava na verdade. e na posição de ouvinte atenta, fiquei em contradição interna.., mas eu entendi o propósito. não gosto, mas entendo.

foram dois atendimentos longos. o primeiro foi difícil pra mim, o segundo já consegui mais. pedi internamente pra Pai João, pedi pra minha guia, a minha Vó, apaguei o contexto, tentei a essencia.

existe uma diferença muito grande entre dizer palavras, e interagir com elas em verdade, quando o que vem agregado ao verbo é alem,.. numa cósmica que se forma.

a fala  é sempre muito simples, e o que me ressaltou a princípio, foi a diferença entre ser atendido, e acompanhar um atendimento. 

ouvir as dores pungentes, perceber em detalhes a força de um benzimento, a limpeza, a força magnética desse envolvimento que acontece em dois planos. ..

eu já estive próxima de outros atendimentos. já cambonei outras entidades, mas dessa vez foi diferente por que eu senti a dor que veio. vi chegar a dor, o pedido, esse momento seminal em que você chega de um dia longo, trabalho, vida, acompanha tooodo um cerimonial para ser atendido, numa sexta feira ainda, é sempre assim.

aí é acolhido com palavras comuns, as mais simples, amor, perdão, resignação... que um lado meu, o pior, já diz.. ai que saaco, não preciso enganar que eu tenho isso, né. 

mas desde o meu primeiro atendimento com vó Sabina, há muitos anos atrás, derreteu, ela derreteu em palavras embebidas de muita vibração de amor. é lindo. e desde então sempre sinto em diferentes nuances, em cada entidade que conheço.

e eu que tenho o auto-foco nas minhas dores, e mesmo contribuindo no centro exatamente com esse propósito mesmo, de ajudar, estou preocupada. 

..em aprender, fazer direito, ser atendida porque não, quero me curar, atenta ao desenvolvimento, aprender a me conectar e conhecer meus guias, estreitar os laços, fortalecer esse caminho estelar,  .. oferecer meu corpo, anular meu ego, e entregar minha essência pra outra essência, enfim, me entrosar com os irmãos da casa, tentar Me s e n t i r da casa, isso também é um processo. ..

ontem foi diferente por essa conexão com o atendimento numa perspectiva diferente, observando a entidade interagindo com um desconhecido da assistência,  .. e sentindo, ..é muito mais do que a gente vê.


fazer algo por saber que é certo,  como cumprir tarefas, honrar valores e compromissos, verbalizar posicionamentos e colocá-los em prática, mesmo quando você se contraria, ou não sente. é um exercício.

fazer algo por sentir o caminho, abrir seus sentidos pra reciprocidade da vida,  se uma porta não abre, agradecer e louvar a possibilidade de explorar outras, voar como o vento em espaços outros, pessoas, corpos, histórias, é divino, é sábio. preciso ser mais assim. acréscimo de exercício.

deixar cair minha rigidez, ouvir mais com o meu coração, cruzar com a razão, ouvir e aprender com os Pretos Velhos seria bom.

sigo.