terça-feira, 29 de dezembro de 2020
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
2020 mais uma faceta
no início do isolamento eu já estava vindo de um tempo bem intenso de convivência com minha filha. mas assim que o ensino remoto foi instaurado, surgiu urgência em fixar uma rotina, fazer principalmente, com que Cibe compreendesse que em alguns momentos ela não tinha protagonismo, e precisava colaborar. aí a parada ficou tensa.
difícil. muito desgaste. culpa. não sabia que maternidade e culpa andavam tão juntas. é uma dor que me atravessa de forma muito profunda, sei lá, uma sensação de insuficiência. e nesse 2020 então? com essas crianças em casa..
os meus dias não tiveram, e ainda não tem 12h. posso triplicar a sensação desse tempo. dá uns descontextos interessantes você perceber algo como muito distante e depois se dar conta de que foi no dia anterior, ou anterior a ele apenas. um pouco angustiante para quem quer a distância que o tempo favorece.
esse limbo me deu certa tranquilidade pra escrever novamente aqui. esse tempo estendido. não sei se tranquilidade é a palavra certa. talvez esse espaço tenha se tornado uma vitrine de percepções e sensações, meio que sempre foi né, mas muito principalmente um escape. um, dentre outros projetos meio hesitantes e sem muita continuidade ou propósito, até ter. coisas de 2020, tudo certo.
mas então.., o que eu tenho em textos, Cibe tem em desenhos. nas minhas reuniões, ou momentos em que precisava dividi-la com trabalho, sem opções, passei a montar espaços de desenho do meu lado. numa das mudanças de casa, lembro de ter guardado váarios. agora também, muitos outros. algumas pinturas.
os assuntos vão mudando. tinha muito peter pan nos do início. e muitos mesmo com o pai, que ela ficou afastada por bastante tempo em função da pandemia. e agora é o avatar e sua turma que vem tomando conta sem cessar, mesmo já não assistindo mais os desenhos. foi assim também com o peter pan, aliás.
a parte que eu mais gosto desse processo é a descrição, as histórias que surgem a partir da folha. o desenho é vivo, as histórias mudam, no dia seguinte já pode ser outra, tão detalhada quanto a anterior, pro mesmo desenho. essa parte lúdica, desse desenhar que brinca, que conta e reconta de maneiras diversas, desdobrando o traço, é o meu encanto com essa faze do desenho infantil.
minhas salas de aula de vez em quando (quase sempre) viravam a b a g u n ç a g e r a l l quando resolvia, com os do primeiro aninho, anotar, botar legenda no desenho deles. adoro. e eles ficam muito felizes de serem ouvidos, e de saber também que sua história está registrada junto a seu desenho. saudades.
ontem eu virei água em vários desenhos em cima da mesa.. que saco. só de raiva, segue abaixo as legendas dos perdidos. deixa que e no futuro a mente age né, nessa lacuna entre texto e referente.
eu tenho uma reunião, e você trabalha, e você tá de óculos.
domingo, 13 de dezembro de 2020
do livro "como desenhar uma árvore" do Bruno Munari | 🤷🏽
meu primeiro ímpeto foi pensar que ninguém me ensina a desenhar uma árvore porque eu a desenho do jeito que eu quiser. mas esse livro, que ia ser descarte em alguma escola perdida no tempo, me disse umas coisinhas. um amor. o texto é lindo, sensível, fala mais do que o que você precisa saber pra desenhar, se você prestar atenção. me dá até medo de procurar nas caixas e perceber que ele não está lá, porque de fato faz tempo que não o vejo. é por isso que não vou procurar.
depois que achei esse, comprei o como desenhar uma casa. era uma coleção. mas procurei pela net esse e nem vi. mais uma razão pra querer não ter consumido com eles. porque alguns livros criam asas?
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
um dia você vai ter uma filha como você
sem entrar no mérito, só essa frase contém toda uma história de interação mãe e filha.. bem arquetípica.
.. mas, minha filhinha geminiana água + água. essa menininha faladeira e a mil, que vem me tornando uma pessoa melhor a cada dia que passa, além de desconectada, liberta mesmo, das tramas do mundo.. tem o dom.
a vontade é de anotar muitas conversas. os diálogos. a imaginação e inocência infantil me encantam. tenho algumas falas, frases anotadas. tinha que fazer mais.
ontem a gente ia pra praia e me bateu a maior preguiça do mundo, de repente ficou tarde, já estava esfriando.. então, deitei no último solzinho lá fora e ficamos. ela nas estripulias, e eu com o céu. nada do que você pode registrar dá conta da intensidade e da fugacidade desses momentos. .. algo de especial? de fato nada.., no entanto, tudo.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
as histórias se dissolvem, o texto fica.. | um mês de cura
hoje eu senti. um final de dezembro se uniu ao dezembro anterior em uma grande compressão. mas essa não é uma palavra palavra apropriada. um limbo, um espaço etéreo, sei lá, volátil, não consegue, ou precisa ser exatamente comprimido pra desaparecer. esse hiato entre um dezembro e outro, sumiu nesse relance de pensamento. pronto, isso. claramente.
em dezembro de 19, depois de um tempo já na casa arco-íris, eu caminhava com muita certeza em direção ao lugar em que estou agora. um ponto se uniu a outro.
a expectativa com o ano seguinte, frente ao trabalho e organização de demandas, se assemelham ao que já até consigo enxergar, após aquela cerquinha ali, do dia 31. também um ponto que se une ao do passado.
e se nesse passado eu dizia que estava bem, surpresa, mas aliviada, empolgada com a minha individualidade, responsabilidades, perspectivas, com clareza e objetividade nos meus horizontes. super contente com a perspectiva de assumir meus erros, enganos, fragilidades, como só meus, e então lidar com eles de coração aberto,.. e tudo isso era mais uma vontade que realidade, penso que ainda assim, daria pra dar uma forçada, e unir um ponto a outro. só pra fazer desaparecer esse 2020, e quem sabe poder vivê-lo novamente, um novamente diferente, com alguma utopia. ou então só suprimir mesmo, e já é.
em 2016,7? que bom que registrei essa memória em texto, eu tentei fixar um pouco desse período interessante chamado "lua de leite". hoje, olhando em perspectiva, eu entendo mais sobre o porque chamam esse período de lua. ..é pensar naquele tempo e só ver, sei lá, o branco mesmo.
primeiro eu senti, depois me fizeram ver, e agora posso dizer que 2020 pra mim foi uma longa plena lua. as incertezas, confusões, jogos mentais, expectativas, ansiedades, falta de clareza, emoções afloradas, enganos, intensidades, tudo muito pleno na minha atmosfera. mas agora ela passa a minguar, mês doze ao longo,.. tudo envolto a essa nuvem inexata, até restar sei lá, uma impressão, um déjà vu, ou outro tipo de branco.
após esse processo será apenas o breu.
estonteante, quando olhar para o céu.
domingo, 6 de dezembro de 2020
sábado, 5 de dezembro de 2020
estive pensando na historinha do
deus da oportunidade que minha mãe contava. nunca esqueço dela. é meio que uma sombra, uma assombração na
verdade. um desconforto, sempre penso que sou campeã em sentir o vento de seu
vulto. e quando acho que o vi, é exatamente aquele momento em que sinto, bruna você
perdeu de novo, deixou passar, trouxa. quantas vezes, quantos assuntos.
minha mãe sempre contava que a gente
tinha que ficar muito ligado porque o deus da oportunidade é um monge que passa
ventando na nossa frente. é necessário segurar nos seus cabelos e voar com ele..,
só um reflexo, se hesitar, e já era. se foi.
claro que tem os dois lados. quando você sabe que não está incursionando em algo que foi feito para você, dá essa ressaca. agora, se você observa uma chance e não vai, e se ela até passa de novo, mais sedutora, mas você ainda assim não vai, por pouco, falta, ou outro interesse mesmo, vai saber, .. então está certo, melhor não ir. é até um bom gesto.
e então estou aqui, entre papéis, enrolando um pouco, pensando. nisso. aproveitar uma oportunidade. todos os contextos ultimamente em que vejo essa palavra me suscita algo positivo demais, restrito e competitivo. só de pensar em me projetar para uma situação assim já sinto rejeição imediata, off, cai a chave. mas talvez isso precise ser repensado. e mesmo o entendimento de oportunidade precisa ser repensado. porque se não não tem a positividade da palavra, leveza, clareza, assertividade, objetividade. talvez não seja, não é. tem mais cara dee,.. isso não é pra você? e ao abandonar, não há que gerar frustração. mas é difícil.
oportunidade como uma palavra ascendente. não publicitária, a qual você não compete, porque conhece, e confia porque é seu. aquela que você recebe nas mãos do nada, como um retorno de algo que você nem sabia que estava procurando, ou à altura de receber. é bonito sim. é bonito assim.