sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

promessa de férias | a música que ganhei | eu depois das 17h de amanhã e eternamente até 06/02


 

uma amiga me dedicou essa musica ainda na época da graduação. e às vezes ela canta um pedaço pra mim, e ri. e eu sinto o que, sempre um ar de zoeira, .. que é, e não é, eu entendo.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Copa às 12 | dia da matrícula | eu só queria te contar

na dança das cadeiras da vida me sinto sempre a que sobra, a que não tem lugar, .. eu não consigo, ou sou lenta, eu não resolvo,  não me lanço, eu não compito. e pra isso não tem espírito esportivo, sempre achei bem sem graça.

essa coisa de  estar dentro, e estar fora do lugar, não me sentir confortável, incluída, aceita, normal. tá agora eu ri um pouquinho. lembrei que sempre indico, ou diagnostico terapia pra geral, mas pra mim, ..  estou cética.  tá vendo, não quero divagar, só reclamar em paz um pouco. sigo.

acho que fizeram um gol. .. tô na dúvida.

mas é isso, eu na vida, sempre não me sentindo muito bem. e Cibe, muito bem obrigada. eu me culpo de não estar/ser melhor pra ela. mas ela parece continuar muito bem obrigada. trinca tudo por dentro algumas questões que eu não sei resolver, que não posso oferecer, aliás bem o que me fazia não me considerar apta à maternidade inclusive.., e minha Cibe, tá de boa. 

e eu quero estar boa também. e nem aí pra tudo, e me sentir só feliz, como na inocência de uma criança. nesse sentido, ela me faz bem, e algo brilha dentro de mim. apesar do que não é bom.

eu tinha um grande tilt pra resolver, uma questão de profundo incômodo, que me atormentava, tava difícil de aceitar e espinhoso demais de tratar, e eu teria, estava em vias de tocar o terror geral, .. quando tudo se resolveu de uma forma muito simples.

Cibe foi a 13°sorteda no colégio aplicação, 13°! amei esse detalhe, neste ano da glória. mas sim, resolveu e tirou um peso bem grande. ela tem uma carreira escolar num lugar que me tranquiliza, que é público, a cara dela, e que ela vai adorar. e as mãos do destino resolveram algo bem assim, como se nada fosse. sei lá destino, mas vamos colocar assim. e agora pouco fizemos matrícula.

Cibe estuda na creche NSenhora da Conceição, ontem foi o dia dela né, Oxum♡, sempre adorei aquela escolinha, bem pequenininha e muito querida. e essa foi a creche do pai dela quando criança. assim como o aplicação foi também. acho muito lindo, até invejo essa trajetória, esse crescer em cima das nossas histórias, num mesmo lugar. crescer com os amigos, crescer e ver seus lugares afetivos tornarem-se pequenos. rever amigos, enfim ter história num lugar.

Danilo tropeça em parente, amigos de todas as épocas em cada esquina,  todos os lugares importantes, que agora não existem mais,  mas que um dia foram. a vida, as casa de avós e bisas, as histórias conjugada a história da cidade, tudo aqui. e agora a Cibe. acho bonito sabe. 

eu sempre me mudei muito, as vezes até no meio do ano letivo. acho que meus irmãos não sentiram muito, mas pra mim era sempre um terror. então, meu coração se acalma. a história da minha filha é a dela, apesar de traçar paralelos, e estar junto até um ponto. está tudo certo. e a vida dela vai continuar, e que bom se ela tiver meu melhor pra lembrar. 

então a  historia dela é dela, a minha é a minha. se tenho pensado que convém  organizar minha vida mais para lá. talvez seja o momento de encerrar meu caso com o Rio Vermelho. mais um capítulo, bemm mais páginas. 

estive aqui nesse bairro e para mim, continuar  acho que seria uma excentricidade. sendo prática, objetiva e boa mãe.

agora teve um quase gol tennso. será que tá zero a zero mesmo? tem um bar com som muuito alto, perto daqui com as pessoas berrando junto.

e o que eu quero. e o que eu preciso. e o que eu vou encontrar, e como tudo isso se dará? acho que vou começar a fazer aquilo né, rezar. rezar pra me surpreender positivamente.

trocar os ares vai ser bom. acho. essa coisa de mudar né. tô acostumada, contraria meu gênio, mas tô acostumada. 

eu vim pra cá com várias Brunas que eu queria abandonar, algumas pra reencontrar, e prospectar a partir delas  o melhor de mim. eu tenho um saldo disso,  e me tenho num lugar de aceitar o que eu sou de fato. nada edificante. sem nenhuma receita de bem viver, grandes acertos ou mudanças sabe. mas digamos que esteja entregue, vulnerável, e isso é bom. 

esse jogo deve estar chato pra caramba. já já saio pra buscar minha fofa. queria escrever do dia da matrícula. e me propus a escrever no tempo do jogo. não sei se ele está acabando. mas aqui da rede pro barulho da rua sinto tensão. ai ai. nunca fui fã de futebol, mas ficava feliz vendo meu pai feliz, ele se foi, e puff, a tolerância pra esse jogo desapareceu, se não como uma lembrança dele, e uma quenturinha no coração.


vou me arrumar. 

e corrigir depois. 

Galvão Bueno, .. como você é chato. socorro.

*caaara se eu tivesse lembrado dos recesso que a prefeitura tava dando em dia de jogo juro que tinha lançado um vai Brasil pro universo, rs.


sábado, 3 de dezembro de 2022

o meu erro

delete é uma tecla perigosa. que coisa amada que é o Crl z, né. e  na vida real, .. uma função assim, quem não queria? 

olha que coisa séria que é um ponto final. 

falando nisso adoro escrever reticências com dois pontos. me divirto com quem se irrita, e quando convém, é distração.

e esse cacoête acadêmico artístico, tudo em minúsculo? esse ficou por aqui.

lembrei daquela frase que dizem por aí  "estão assassinando a gramática".. pfff, tô ajudando. mas não é por mal. aliás me ressinto de muitos erros. o dos porquês mesmo sempre me doem. não tenho um porque que saia em paz, que não me doa. tem uns acentos, palavras que não me ocorre, mas o que sempre tem mesmo é alguém pra me explicar uma regra infalível. aí é certo que não vou mais errar. tá bom, adoro ouvir.

domingo, 27 de novembro de 2022

audácia | uma medicina





audácia. é um sentimento. um pouco de sem noçãozisse, vejamos .. um pouco também. mas eu tenho mais noção do que não tenho, aí dá pra dar um descontinho. um constrangimento também.. mas tem amor. e tem uma energia muito poderosa rolando entre eu e a música. então acho que tonguere não se importa comigo, atua apesar de mim, digamos, para mim.

toco mil vezes a mesma música, mais um pouco até, rs. e essa, mais ou menos como está você não imagina como eu fico feliz, e posto aqui ainda. aqui né, nesse público meio íntimo. nessa casa desarrumada meio disfuncional mas, é o que temos.

sem muita explicação, eu senti um dia que minha próxima música pra estudar tinha que ser essa. entre sentir e mais ou menos tocar levou muuuuito tempo e outras músicas no meio. mas aí se por acaso ouvia alguma versão, sentia de novo. aí comecei então a dedicar. ... agora tô a um tempo assim, minha nova única música. 


quinta-feira, 24 de novembro de 2022

invisibilidade | auto-proteção

 



não estou, não sou, isso é vivo pra mim, e não atoa foi um dos meus primeiros trabahos de performance que significou.

hoje em dia é diferente. mas não muito. ainda tenho investido em apagar, desaparecer mesmo, estar invisível pro que me faz mal, especialmente pras energias que não são minhas. 

eu não quero ser insensível, permitir ser afetada é muito humano. mas saber fechar as portas é saudável, entender limites.., saber, sentir e praticar o que é pra mim, minha conta, do meu chão. eu não posso fazer mais. só não queria sentir que faço menos, e que decepciono pessoas.

um mundo novo em 2022, muitas percepções, difícil pensar até em mencionar. e falando nisso hoje a secretária da escola disse na sala dos profs já estou vivendo em 2023 e não estou gostando. não vou entender como presságio.  existe um recorte de dias, já começou, mas fica mais forte logo mais, que eu me desligo, deixo levar .. e quando vejo, é outro ano. já escrevi sobre finais, tô aqui de novo num fim de conselho pra matar um tédio, e nessas.  mas em outro momento acho que ainda volto.




segunda-feira, 21 de novembro de 2022

outro hit | leva mas trás

 

pra mim Kanarô é uma música azul. estou enjoada sabe, acho que essa coisa de não saber tocar e querer aprender com uma música que você gosta nunca é um bom negócio. quase vejo vantagem de quem aprende a tocar com os Skank da vida.., porque aí você abandona quem merece né? mas gosto de tocar às vezes. nunca bem, mas meu bem, o que, como não dizer, Me faz bem. 


aí agora fiquei pensando em  procurar uma versão, e passei por várias.., passei pela primeira, fiquei viajaando aqui. bemm melhor que avaliações de conselho final não é mesmo. esse praticamente apocalipse na minha terra interna. que deixará nada sobre o nada, que não tem fim, sei lá quando começou também, e vai emendar num para sempre de estresse até eu não existir mais, porque sim, eu sou o próprio drama encarnado. e pronto.








segunda-feira, 14 de novembro de 2022

sábado, 12 de novembro de 2022

mundo novo | olhando de fora

enarmonia. uma conveniência de quem declara. é poder ter um nome, depois outro, sem de fato modificação nenhuma além dessa, e soando exatamente da mesma forma. é isso, acho. ou então ser dois entes separados, com nomes diferentes, mas com expressão identica. ou isso dá na mesma, me perdi.

enarmonia. ouvi essa palavra acidentalmente, cismei. será que é porque lembra desarmonia? não. se você diz, aqui existe uma enarmonia, não parece que está falando de algo ruim. e agora me lembrei de harmonia. mas pode que dá na mesma, né, tudo não se trata mesmo de nomenclaturas, sobreposições, convenções? não sei de nada..

desvio de tarefa, dentro do desvio de tarefa que chama, então.., voltando.


sexta-feira, 11 de novembro de 2022

aérea



???


um buraco de passado no qual mergulho, não vejo e nem sinto nada.
mas adoro essas sobreposições. 
não estou nesse ontem, tampouco no hoje. 


____________



chaves - planejamentos - afazeres - reencontro - amizades - amores  - felizmente - celebrar - um dia

 ordem na casa


05/07/23


sábado, 5 de novembro de 2022

consegui | no need

 

dessa familinha de frutíferas baby, cada uma tem uma historia, .. e porque a gente pode se apegar numas coisas que não tem explicação, não posso nem quero entediar ninguém, e nem implicar ninguém, a não ser que queira é claro. mas não vai ser aqui.

tem outras plantinhas. mas essas vieram da vida pandêmica. vieram do desespero. vieram da vontade de contrapor tristeza com mágica, e passar pros dedos da minha filha esse mel verde da criação, que a gente pode até brincar, mas que se faz na frente da nossa cara o tempo todo. eu quis chamar essa atenção. e Me chamei a atenção também. e sofri com elas. e por vê-las morrer. pra que fazer viver, pra morrer(?) em looping na minha cabeça. e não cabe. não dá. tenho um lado que morre junto.



eu criei coragem. 

umas foram pro terreno deserto do visinho que seu Ari disse que nunca vão mexer (claro que eu duvido, mas plantei duvidando mesmo) é bom,  de vez em quando vamos poder ver como tá. vão ficar perto do majestoso pé de lima marginal que descobrimos ali também no início do ano.

duas vou pedir pro seu João vigilante e faz tudo da minha escola pra plantar em algum lugar lá. simplesmente ameei a ideia. 

uma que duas  eu vou tentar então guardar pra minha mami vai, quando ela comprar a casa nova sei que vai gostar de ganhar. 

e uma vai ficar comigo né, vou me esforçar. e é lição também. não faço mais isso. lembrar de não deixar nascer, brincar com essa mágica da vida..  deixar quieto se você não vai conseguir estar para elas ? eu aprendi.

e eu ia abandonar todas. já sabia que não ia, só sentia. até me vi dando minhas Cibeles. mas é pq queria mãos mais cuidadosas pra elas. foi quaase, mas eu entendi que não devia.

mudanças a caminho. é preciso voltar ao ciclo de desapegos porque o tempo passa muito rápido. 

e eu quero mudar.









22/04/23






sexta-feira, 4 de novembro de 2022

eu te observo | blur

 


.ela estava em cima da rede olhando pra baixo, e eu tomando sol no chão e desenhando ela, que, balançando, queria me convencer que estava parada.
.eu estava no chão e disse que ia fechar os olhos,  pra ela observar com atenção enquanto desenhava.  ...
e esses são nossos desenhos de 5 minutos. =)..

 

eu era menina e o desenho era muito importante pra mim. eu me dedicava ao sentido da observação com muita seriedade. gostava de ver, observar nuances, me entregar aquela relação... e o tempo se estendia..., e quem tinha pressa?

aliás, atravessando os assuntos, hoje em dia não colocar como se nada fosse uma linha na agulha é algo que não está querendo deixar de ser assombroso pra mim. às vezes penso se não estou me tornando minha mãe. que recorrente né. e será que estou caminhando para um dia não enxergar mais nada? não refiz meus óculos ainda e isso está me angustiando, sabe.

sobre desenhar, o que fui um dia, passou, em qualidade. não que eu fosse muita coisa também não. mas até o pouco a gente pode perder, abandonando, né. e na faculdade técnica não era  tão útil, o conceito foi mais.. ou naquele momento eu não tinha [e não tinha] maturidade pra casar as duas coisas. então fui largando. largando mão, literalmente.

mas quando eu quero desenhar eu desenho, escrever eu escrevo, me expressar de qualquer maneira,..  não tô nem aí, é só um recurso como vogais e consoantes. serve quando serve.

mas já escrevi sobre desenho aqui. e quero pensar mais sobre desenhar com Cibe, o que é isso. Cibe e o desenho, o que é isso. são muitas nuances. ainda quero escrever sobre Yan, meu modelo vivo Da vida também. qualquer hora me animo.





domingo, 16 de outubro de 2022

ai Band... abdico de debate hoje...


 


e vamos de kana karane,  só provocações mesmo =)..



eles provocam, cutucam a escolhida
elas batem pra valer, quando devolvem o interesse

na musica eles cantam, elas respondem a mesma frase 

num jogo, uma brincadeira, uma dança, fora, mas por vezes até dentro da força

é esquisito pra mim, não é minha cultura né, mas me identifico, às vezes também fico bem com essa vontade mesmo, de responder provocações com uns tabefe. delícia, rs.


sábado, 15 de outubro de 2022

eu etéreo infantil | deixa de viagem | paz


limites, fronteiras. lugares que você pode ir sozinho apesar delas. ninguém vai te julgar nem dar palpite. talvez uma vozinha interior ao longo do tempo sopre algo do tipo, isso não está te fazendo tão bem assim como até parece, mas ela não é tão forte assim..

como quando a gente é criança, quem consegue explicar um não para uma criança sobre algo que ela quer muito, sem que seja necessária a definitiva intervenção de sua presença para garantir esse não? por que pra ela não existirá fronteira, limite entre a maravilha do poder e do querer, e o que se quer, .. e que está logo ali, não faz sentido.

eu tenho me dado uns nãos.  diferentes nãos ao longo da minha percepção de que era necessário. e como não adiantava muito, eu era a criança e a adulta que não tinha  credibilidade nenhuma, então eu fui buscar ajuda, aconselhamento, presença, energia de uma esfera a qual pudesse se sobrepor a minha intensidade.

e é isso. contenção. algo que você faz com intervenção e depois fica forte pra seguir sozinha. e eu estou mais forte. ainda não me sinto feliz sabe, plena e refeita pode crer, mas tem relances. aos poucos a melancolia vai embora.



quarta-feira, 12 de outubro de 2022

um rascunho de tempos














 

12.

"Olhos nos olhos" do Chico, aquela versão antiga de "beijinho no ombro" da Valesca Popozuda. aproximei as duas agora.., pensando minhas inutilidades.

olhos no olhos, que experiência né? 

"porque você está me olhando assim?" "nossa para de me olhar assim!", "você entra dentro da gente." quantas vezes, quantas pessoas. nada disso, é só meu jeito de olhar, e prestar atenção. e eu sempre presto muita atenção mesmo, parece que o  mundo para. e eu gosto de ir analisando, percebendo.. acho também que é coisa de gente com dificuldade de falar, observa muito.

minha mãe por muito tempo frequentou uma escola de meditação, e eu Brubi menina, ia com ela. e sempre tinha o momento daquela meditação, o Drsti,  um dirigente da casa conduzia e estava no centro, e ele ia  de passando de pessoa em pessoa seu olhar e sustentando fixamente por um tempo no centro da testa, no meio dos olhos. era a maior encaragem. e eu morria de vergonha. o corpo esquentava, o incômodo vibrava, eu me sentia sem fronteiras, sem limite com a outra pessoa. era muito desafiador, e lindo também na proposta de que a sua luz interior vibra com a luz interior do outro, ampliando numa luz maior.

recordação tão distante, e querida, daquelas crianças que acompanham os grandes sem opção e vai vivenciando a vida deles nesses corres num viés paralelo, fabulando, viajando, se entediando, na mesma linha do tempo da vida.





segunda-feira, 10 de outubro de 2022

examine a consciência, examine direitinho

o primeiro lugar que consagrei a medicina, e o que mais respeito como espaço de rotina,  também é o que mais me irrita, dependendo de qual Bruna está mode on.

tem vezes que eu olho pros lados e consigo por tanta tanta crítica que nem sei. mas respeito demais, especialmente pelo fato do destaque ser a medicina e o rezo do coletivo, e não pessoas de nome e sobrenome que lá estão. isso me dá alivio. eu não confio nas pessoas, não acredito nelas. mas esse não é meu foco hoje.

eu sempre trocava a palavra de um rezo. eu cantava bem feliz, mesmo as partes que achava estranho porque não conheço muito, tipo referências de Bíblia, mas na hora daquela frase.. eu mudava a palavra, no meio de todos cantando ninguém ouvia mesmo.

depois de muito tempo, hoje aprendendo ela no violão, notei que eu não tenho mais essa necessidade. 

eu aprendi, ou me vi em situações, dentro e fora da medicina, por diferentes razões, a pedir ajuda. e pra mim isso era, é, pra ser fina, bem chato. e sim, uma humilhação. pra eu ter que admitir, pra eu ter que pedir, pra demonstrar uma vulnerabilidade e emergência, que coisa..

"vamos meus irmãos, vamos todos se humilhar" é pesado née, então gostava de trocar o verbo por iluminar. e acho muito engraçado tudo isso. e sinto que canto e sei do que estou falando, e nesse caso, faz muito sentido pra mim. afinal, quem eu tô pensando que eu sou?



quarta-feira, 28 de setembro de 2022

eu reconheço.

 

os corações da minha cortina estão desbotados e eu estou triste.  

é verdade. a cortina já passou do tempo faz tempo, e eu tinha decidido que não era importante. e isso nem é uma metáfora.

eu a comprei muito tempo atrás para uma casa em construção otimista e feliz. essa casa não tinha portas, e de repente o meu quarto, que por acaso era nosso, ganhou um ar de graça.

o então você, não gostava muito dela.. enroscava nos ganchos de camisa, mochila, arrastava no chão atrapalhava varrer, se embolava toda e tinha que desenosar. você me irritava, a cortina não. ela está comigo até hoje, e nem existe mais esse você.

ela me acalma, ela vela, o lugar está aberto, livre passagem, no entanto, nem tanto. e tem o movimento, tudo está parado, aí ela te lembra que não.

hoje moro na casinha mais alta das casas onde moro, não é próximo da rua, não é tão visível assim, mas me incomodava a porta aberta, de cara pra rua que nem é rua, de frente pras pessoas que passam pouco, ou quase não se vê. quando  a instalei ali foi um grande alívio, um alento, um mimo, um charme, mais uma vez. além de que tínhamos historia, o que me conforta.

ela já não é mais a mesma. faz tempo.  preciso reconhecer. e tô odiando.



segunda-feira, 19 de setembro de 2022

uma flecha | paz

 

 

pra fugir de certas energias.. arame farpado, cerca elétrica, precipício, vento. ah, tem o frio congelante da Elza também, desse eu já falei.

pra fugir de certas energias.., banho de ervas! não lembrava mais. há muitos anos atrás eu amava banhos, completamente desisti deles, não é que eu desisti, eu esqueci. assim como num passado mais recente esqueci das velas. outro dia ascendi uma e foi até estranho a sensação. um pouco de saudade, um pouco de, estranheza mesmo. o fogo, o incenso, incennnso! defumador, nunca maais. e é muito bom sentir essa força, hoje pontual, e muito mais poderosa, até por isso.

pra fugir de certas energias,.. evitar os gatilhos. mas como evitar, se estão imbricadas a aspectos de valor na sua vida. deixar de lado também? não. para isso sou flecha, que muito rápido atravessa um espaço contaminado numa direção específica. tem funcionado.

e pensando neles, para fugir de certas energias,.. esquecimento, decréscimo de valor e interesse. difícil, e você só reconhece que aconteceu, quando você já esqueceu, e depoooois, lembra que esqueceu, isso dentro do tempo decorrido.  já passei por isso várias vezes com diferentes assuntos. o bom dos anos é repertório né, trás humor também, alías, rir de desgraça, sou dessas, ahh, sei lá.

tudo muito tênue, pode ser. frágil? sempre talvez, questionável, de boas também. até porque já escrevi tanto e outras coisas sobre tempo, para além dele e de tudo o que existe de sério sobre. tsc, tô nem aí.





sexta-feira, 9 de setembro de 2022

contenção | recado para 09/09 | pequeno recalque | nova ordem



contenção,  só a palavra já me dá alívio.

o balão de gás sou eu, e eu mesma seguro o fio bem enrolado no dedo .. nem balança.

não tem brincadeira, não tem viagem, não tem metafísica, não tem desculpa, não tem subjacência nem adjacência, nem subentendido imaterialidade nenhuma. 

de verdade é assim que eu nasci, e é o melhor de mim. como sou duas, das duas uma. e que uma. e que duas também, eu sei. mas como eu não nego nada. é só uma questão de ênfase. 

fui convidada por forças que eu desconheço a lidar com a luz do sol, tudo o que está visível bem diante do meu nariz. claro, nítido, objetivo e brilhante. bem simples até.

da varanda, .. ainda amo a lua cheia. quase a vejo gravada na minha testa de vez em quando. madrugadas e sonho. lindo, uma febre, e passa.



terça-feira, 6 de setembro de 2022

a vida não é filme você não entendeu | um beijo meu


mas eu entendi sim. eu entendo todo dia, cada vez mais porque veja, lido com cacos mesmo quando não tinha o que quebrar.

não tem enredo, trama que vença as horas. e elas vão passando, muito donas de si, ainda que despretensiosas. eu entrego todos os pontos, imersa no evento de viver, e nem tá importando de onde vem e para onde vai. sempre tive pouco saco para papos de  fim, continuidade, paralelos de uma existência. eu não tenho necessidade disso, vou indo, depois a gente vê. uma vez eu escrevi que não sabia que tipo de filme era minha vida. mas, que fácil tempo, a bruna de hoje não se interessa mais por eles.







_______

ele voltava do meu lado a caminho do terminal. ele não falava comigo nas aulas, não era meu amigo, não sentávamos perto. ele também não era bonito, não lembro o nome dele. e ele tinha bigode. e na minha idade olhando aquele menino da minha idade, de bigode... eu achava muito esquisito. eu só sei que ele voltava do IEE à caminho do terminal antigo que não existe mais, do meu lado. e isso parecia normal, quase necessário. e ele gostava de Paralamas. e eu sei disso por que  cantava suas músicas o caminho todo.

*em 1996 Zizi Possi ganha de Herbert Vianna uma música inédita, "Um beijo meu". eu não gosto de Zizi. mas ficou lindo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

sem mão | setembro


elas estavam morrendo. o tempo foi mudando, alguma coisa estava diferente. eu queria evitar mas não tinha condições, eu queria me preocupar, mas não tinha espaço, eu contemplava.  tive que me descolar, eu tive que ver sem ver. pós parto drenou, redirecionou energias. criei sei lá um hiperfoco.  eu não conseguia chegar. 

em 2016 um pouco antes, elas estavam esplendorosas como eu. lindas demais. estavam à espera igual a mim com aquela barriga gigante, esperavam pra conhecer sua irmã, eu gostava de pensar assim.. minha gestação foi deliciosa demais. eu não conseguia parar.

de 19 pra cá elas foram medicina. de uma forma diferente de outros tempos, um outro tipo de sustento. irmãs, filhas, fonte de insights, carinho compartilhado, aprendizado. e tinha uma beleza, preenchia, eu não conseguia parar. 

minhas plantas tem morrido. elas tem pedido, tem chamado. estão se transformando, aquele ambiente delas está com um ar, sozinho. às vezes eu tento chegar, cuidar, entregar um pouco de mim, mas não tem sido suficiente. não estou conseguindo bastar, não estou conseguindo chegar.

faz tempo que quero escrever sobre isso. até pra sair da inércia. mas admitir, entregar pontos, deixar de sentir, assimilar uma impossibilidade, descolar os sentidos, tentar ser prática e objetiva em alguns casos não tem um gosto muito bom. muitas vão voltar a terra porque não vão mais voltar. outras vão voltar para terra pra continuar. amigos tem ganho presentes.

e assim é.




terça-feira, 23 de agosto de 2022

eu e o primo Ben | tudo muda

 


- olhei com a maior intensidade para minha frente, pro meu futuro, fim ou começo de outra coisa que nem sei, pensei em vários "eus" pra frente, em ancestrais, entidades protetoras, nas energias inspiradoras, no conjunto de tudo, um eu que essência já poderia estar muito melhor que eu e pensei, senti, pedi, .. joga a corda. joga logo essa M de corda, já demorou pra jogar, não queria nem ter que pedir. mas pedi né, com jeitinho, mas pedi.

- e é assim, nos últimos tempos tenho me sentido um demônio enjaulado. indefesa e impotente para assuntos que me agridem e não adianta, não vai mudar. com drama na medida, vou levando.

- fiz uns "deixa disso" bem legais com pessoas do passado, situações em tilt, que estava levando comigo sem precisar, libertando nós cegos por temperamento. eu me apego. mas aí quando me atino solto, e esses momentos são bons também.

- em meio a tudo. já devo ter escrito isso, mas minhas lembranças de infância, as mais antigas, é desse clima em transição, vai mudar, vai esquentar, e está chegando. esse registro de clima me deixa alegre por nada. agosto já acabou pra mim, mas ele, bobinho, ainda pensa que é 23.

- tu vê, toda vez que eu vejo esse dia 23 ali em cima hoje em dia, de relance penso que é o ano de 23. espero que esse ato falho não seja previsão. não quero. só 24 não, 23, agora, daqui a pouco quase já, como é aquela palavra dos filmes.. , plot twist, isso que eu quero, tô esperando, ânimo brasil, mundo, universo. é o que eu tenho para o momento.



eu e primo ben. 20/08/22 
 fiquei completamente apaixonada por esse desenho, .. seus desenhos também estão em transição,
 .. e amo cada faze. mãe cê vi viu que eu fiz o primo de barba? risos.


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

*sobre escolher o que lembrar


____________

*e tenho tentado fazer isso pra muitas coisas hoje em dia até, falando nisso. colocando em caixas, escolhendo um que outra lembrança de carinho, algumas ficções que eu gosto, fantasias inocentes da minha cabeça louca, mas bem poucas. 
outro dia minha mãe deu um daqueles textos infiniiiitos de anjo que ela adora, e  sempre quer porque quer que eu leia. dou o perdido em váaarios, um que outro leio. esse era bonitinho. falava que era pra entregar tudo pra mãe divina, deixar ir. e deixar ir o que de você não gosta também, o que você não consegue fazer diferente, eu gostei até. então tenho dado pra ela muita coisa, ela vai saber o que melhor fazer. aí vou ficando vazia, vaziiia.
tenho esfriado meus ânimos também, essa eu inventei sozinha. tudo no gelo, no frio, na neve. é bom né, mais analítica, mais assertiva, e mais fria. o inverno, chuva e ventania é bom pra isso. e neve. taí uma coisa que nunca quis conhecer. sou bem plantada onde moro, não sou de planejar viagens nem nada, não tenho isso. e lugares frios nunca estariam na lista, se ela existisse. mas ando vendo essa vantagem nessas imagens. não existe nada como o frio pra te colocar exatamente onde você está e o que tem a sua volta ou o que você precisa que esteja, e o que fazer de muito prático, pra sobreviver. 
então é isso. viva o gelo.



sábado, 23 de julho de 2022

skills

 

pensa em todas as coisas as quais eu fujo pra estar aqui.
se eu estou aqui, é porque tem algo importante que não estou sabendo resolver. e se é assim, valorize Brasil, um pouquinho, meu tormento. só rindo.., e vamos de historinha.

outro dia convenci uma pessoa que não precisa dar aulas, a me dar aula de violão. na verdade estava atrás de indicação, mas aí, ganhei de presente o prof. mais querido que poderia, amigo antigo, não muito próximo, mas de valor.

então, .. e quando alguém pergunta "você toca algum instrumento?" não. "você toca violão Bruna?" não infernoooo. sempre respondo com muita delicadeza claro. mas é isso. um recalque feeio. nunca me esqueço de quando eu era pequenita e foi me dada a opção, preferi aulas de desenho. saco de vida.

preguiça de ter aula, preguiça e impaciência de tentar fazer algo que já era pra eu ter feito há tempos, gastura, mau humor, e claro, assim como estar aqui, desvio de tarefa, bem grandão também, culpa.

já tentei algumas vezes fazer aula, muita gente toca à minha volta, então aula 01 já tenho coleção, todas bem diferentes, engraçado. no início da pandemia troquei meio vidro de óleo de cannabis por um violão com meu irmão mais velho. adoro ele, e a forma que veio pra mim. e aí de vez em quando tentava tirar algo. mas essa coisa autodidata já foi mais presente em mim, atualmente acho que ando carente, quero alguém pra trocar, se não parece que não anima muito, especialmente nas partes mais chatas, tipo, harmonia.

acho que nem digo que toco nada, e nem digo que tô aprendendo. só acredito em mim depois de alguma constância, porém na verdade só queria é contar as coisas estranhas mesmo.

estava ele me ensinando coisinhas, falando de acordes, coisas das mãos, braço do violão, tal, aí me ensinou um ritmo de samba, treinei um pouquinho, aula segue.. mais pro fim ele disse que ia deixar uma música comigo, pra eu estudar. ".. de tannto levar, frechada do teu olhar.. .., conhece?" "conheeeço sim, gosto." animada por fora, mas com tédio interno né, ando muito "crente" em outro viés de músicas que nossa, pior que meu irmão Léo nas épocas dele, mas tá. achei que era isso, não quis induzir, porque sei que o que virá dele é exatamente o que eu preciso, tendo em vista a área que a música atua na vida dele.

treinei um pouquinho mais, ele explicou outras coisinhas, voltou pra segunda parte da música pra dizer que mudava poucas coisas, e começou a cantar. quando ele começa a cantar e tocar, levo um sobressalto, e começo a chorar. pausa pro chorar. que vergonhaaa. mas cara.. de repente senti muito forte a presença do meu pai, e fui levada pra todas as vezes que ele cantarolou essa música na minha frente fazendo suas coisas, cozinhando, ou na varanda vendo a chuva. as vezes eu cantava com ele também, aquelas memórias perdidas que nem minhas fotos, na bagunça da minha cabeça. 

nada disso veio quando ele apresentou a música, o tédio veio, a lembrança não. aaaai, pedi desculpas, contei pra ele que a música era especial, mas eu não me lembrava o quanto, e que simplesmente, .. foi sem querer. pro meu papi, prometi que ia aprender a tocar bem bonitinho pra cantar pra ele. e ao longo do dia, toda vez que lembrava ou que ia contar pra alguém eu chorava de novo. uma energia muito forte do Matiínha que adorava Elis. e olha que nem sou muito saudosista não, não tenho muito isso de grandes saudades, lamentos, e tenho uma relação muito natural com sua partida.  quando eu quero falar ou rezar, eu faço e é tranquilo pra mim.

enfim, música tem poder nas entranhas.


eu simplesmente a m o esse desenho. mas advinha? não pus data. ai aai, mas é desse ano



* agora podia contar a segunda parte das emoções dessa aula, que foi quando na hora de ir embora meu carro literalmente quase caiu da rua em um dos morros da vargem né. humm, melhor não.





sexta-feira, 22 de julho de 2022

recortes

um texto pode dizer nada ou muito. 

as vezes se tem muito a fazer, não faz, e o texto diz do que não disse e o que não fez. mas aumentando, diminuindo, se evadindo..
todo modo o texto é meu, depois seu, depois de ninguém, ou de todos. 
se esses textos forem seus tanto quanto tomo textos por aí, então eles serão puro abandono. por isso que exercito a despretensão.




* na verdade não faço esforço pra tornar tibumm viável de novo justamente por isso. pra que eu vou buscar algo que eu mesma tenho desinteresse? engajamento, convicção.

a bem da verdade.. ando que preguiça de ler. de me envolver, de me empolgar. não tenho paciência para poesia. dá pra acreditar? já fui assaltada por textos poéticos sim. mas normalmente de forma acidental. pra conceito também. sempre quero. preciso voltar a estudar, mas não tenho forças e nem convicção.  fazer por sacrifício? não sou assim, um pouco, mas não o suficiente nesse momento. meu pai foi assim a vida inteira. nossa, até agora me sinto estranha. e me perdi.


ahh mas esse texto velho era parte de uma outra postagem, e o recorte tá aqui a tanto tempo.. nem lembro muito o que era.

22-07-22












* e neste mesmo rascunho tem a reflexão abaixo. que vou postar junto já que isso tudo tá virando mesmo um grande rascunho. tô até gostando mais. 

e nos últimos dias estou bem assim mesmo. estranha assim como me sinto em ler esses textos. rever essas lembranças completamente sem porque. como se na vida não tivesse outras coisas, como as roupas que vou estender, ou a rua que vou pegar já já. 


________


meu 2020 chegou chegando, não me aguento mais, eu comigo. aliás nos dias que estou sozinha em casa consigo me fazer preocupar com isso, com o quanto sou disfuncional e do quanto isso precisa ser visto, sentido, transmutado e amado. esse é mesmo até hoje, desde sempre um objetivo, me gostar, ser auto-sufuciente só eu e só. tem uma diferença você ser ativo e viável no mundo para alguém, por uma parceria qualquer, trabalho, ou fazer para uma criança, e, você ser ativo viável prestativo para si, porque você merece. isso sempre me faz pensar que o que é certo é me aprofundar nesse estar só, me dedicar nisso, apesar de doído é útil pra vida.

o que me faz lembrar também  que, se tem uma coisa que eu fiz nesse meio tempo de isolada é resgate. onde estão minhas músicas, as coisas que eu gostava enquanto indivíduo, o que mudou ou ressignificou.. olhei pro meu corpo levei um susto, difícil, mas pude senti-lo pulsar.. faxinei sentimentos amargos, botei meu coração nas mãos e acarinhei um pouco. olhei pra frente, pra fora da minha vida, e encontrei uma vida vizinha, não tão vizinha, que me colocou em perspectiva no tempo. o lugar do passado, o lugar presente, e do quanto a gente pode sempre, de algum modo estabelecer novas pontes sem perder o equilíbrio, ou construindo novos equilíbrios agregando complexidades. claro que isso foi um vislumbre, um vir a ser muito etéreo, mas adoçou.

olhei a minha volta, coisas, objetos, roupas.. alguns foram, uns ainda vão embora.  consegui também mudanças estruturais de grande porte, tão não eu, ainda tô assustada. mas de repente parece que estou mais engajada, mais adulta, mais crível, visível. e nem sei  se gosto disso. ou se dou conta. e também tenho uma rebeldia com essa coisa de mundo dos adultos. sempre quis que as pessoas sérias demais, ou que se levam a sério demais explodissem do meu redor.. e em certa instância agora não quero desgostar é de mim. que eu  nunca consiga me tirar o sorriso displiscente, e olha que recaio numas auto-sabotagens, mas não gostaria, enfim...




quarta-feira, 20 de julho de 2022

4.

 

aí a parada já fica tensa. as lembranças são contaminadas e  já tenho que ficar desviando bem, pra resgatar só as que eu quero e ainda assim.. , não tô gostando. 

fazia muito tempo que ela não via o pai, estava animadíssima. foi o ano das chatíssimas reuniões virtuais de amigos as quais com sucesso, fugi de quase todas, mas não nesse dia. era dela, e as pessoas queridas tinham que se manifestar. respira fundo, é isso aí.

na verdade esse dia foi o marco do baixar de guarda pro pai. a partir daí voltamos a compartilhar dias, e tentar uma melhoria no trato e rotina pros três. bonito.

veio o pai e o avô no parabéns de casa, o priminho Ben também. social né, aquela coisa. desviando..

o que esquentou meu coração num momento muito lindo foi no dia dela, acordá-la com um bolinho cheio de carinho, um parabéns só meu, o primeiro dos tantos que ela receberia por esses dias. dar um colinho, compartilhar histórias e amor, em uma pequenita faceta do que é o composto social das necessidades dela, claro. mas pra mim, um acalanto.






eu perguntei pra Cibe se ela queria fazer um desenho pra cada convidado da festinha como uma lembrancinha. ela amou!! recortei os papéis, ela desenhava e eu anotava do que se tratava atrás. lindos. retratando muito bem seu imaginário, sua percepção de entorno, sua alegria. amei todos, e exercitei o desapego bunito nesta feita.











6.



eu pedi pra Cibe fazer um desenho do aniver dela. já tinha em mente que ia fazer convite com uma imagem dela porque tinha disparado a desenhar de novo naqueles dias, queria usar um deles. tanto que também resolvi transformá-los em lembrancinha do aniver aos amigos, junto aos limões e abacates do quintal que juntei para esse fim. amei muito essa parte.
e aí ela veio com esse desenho super feliz. de um lado eu e Cibe juntinhas na nossa casa. do outro a festinha. só fiquei um pouco constrangida com aquela pilha gigante de presentes, .. até hesitei um pouco, mas aí super entendi, muitas questões, porém, nada mais espontâneo dentro do universo da criança. e assim montamos eu e ela. e um ela muito muuuito feliz. aí é legal um pouco perceber que como você está não importa muito, você não é a questão, estava e esteve tudo certo, e lindo.




.. e o convite resumo logo abaixo..



eu fiz apenas uma foto dessa festa. estava montando o varal com desenhos, os cestos das frutas, o espacinho pra quem quisesse desenhar de volta, e então uma pessoa amiga que não pode estar conosco ligou. pra ela fiz a imagem. amei. 
só tenho q achar.





 
saudade de ter abacatee, mas acho que só lá pra junho mesmo. saudade de limão, fiquei mal acostumada. 




* "mamãe, quanto tempo falta pro meu aniversário?" .. "eu vou fazer 7 anos né, tá chegando?" ... não passo uma semana sem ouvir uma dessas. quem aguenta geminianos raíz?







 

sim.


a resposta é sim universo, ando bem irritada comigo. não consegui achar, nem me lembro, como era o convite de um ano da Cibe?

achei o do chá de bebê. nos anos pandêmicos não fiz, 5 e 4.. e aí cadê o de 2 também? esse sei que fiz. 

deve ser falta do que fazer né, remoer isso agora.. pode ser, mas não é, espaço pra inutilidades competindo, ou coabitando  com outros assuntos da vida tenho de sobra.

enfim..



as bençãos da menininha.


 

pagão. cheio de amor. as bênçãos vinham de todas as direções. estava frio. fizemos comidinhas. cantamos algumas músicas históricas da família. todos receberam flores do quintal da Flora da minha mãe que estava demaais na época. 

Cibe então tem dois dindos e três dindas. um olhar não poderia ser maais diferente do outro, e mais lindo. no seu melhor as pessoas conseguem ser muito muito belas né, e cada uma dessas pessoas tem inspirações, cuidados, olhares para vida, e conselhos muito lindos para dedicar no decorrer da vida da minha menininha. e ela vai precisar, todos precisamos em algum momento.  

lembro que no banho das águas na Cibe, cada dindo e dinda dedicou uma palavra especial, que era uma energia, um melhor de si, para inspirar a pequena. e se é verdade que sou uma filha de Oxum, minha alegria não podia ser maior, aquelas águas, aquela beleza, aquele amor que emanava.. um momento encantado.

..aí começa a palhaçada. minha né. eu tinha esse registro, das palavras. mas não tenho mais. assim como outras fotos. e foram tantos pormenores... eu sei que vou lembrando aos poucos. e qualquer hora  vou dar de cara com esses presentes. mas nenhuma irritação que posso provocar é maior que a que eu sinto. e sinto tanto, que só me resta não sentir.  mas beleza vai. lembrança viva, e em aberto. qualquer hora agrego mais.

segunda-feira, 27 de junho de 2022


 

dessas vezes que eu acho que nunca mais volto, eu sei que por mais despropósito, eu gosto de voltar. esse é um arquivo quase morto, mas vivo, enquanto eu estiver né. 

queria escrever muito. escrever com beleza, e do meu profundo. queria essa espontaneidade de dizer mesmo tudo que eu sinto, ou mostrar. seria bom explanar um pouco do que um ano de vida a mais me causa, o que celebro, o que não. dos meus presentes. me dei um presente inacreditável de 43 anos. não sei. acho mesmo que nem foi eu que me dei.  sigo em aprendizado, em celebração interna, mas sem jeito pra escrita, pra expressão, processos.

e a música também é um presente.  pra mim e pra você.



segunda-feira, 16 de maio de 2022

eclipse

estávamos numa trilha.  

uma luz avermelhada tipo por do sol. montanhas, mar, pedreiras, verdes. os locais pareciam conhecidos, familiares pelo nome, mas a paisagem era completamente diferente do referente real.

tinha um certo perigo no ar.

depois de um tempo entre os morros, a lua cheia nasceu. e era gigantesca.

aconteceu de repente, como que uma projeção de luz, uma publicidade ter sido  afixada, sobreposta à lua. era muito conhecida no sonho, mas agora não saberia dizer do que se tratava. isso me deixou irritada.

havia um suspense. eu não estava tranquila,  embora tudo estivesse incrivelmente belo.

acordei incomodada.



terça-feira, 3 de maio de 2022

 

final de 2019, quando a história com o pai da minha filha tomou outro rumo, ele me enviou um hinário. esse.

eu lembro que reconheci beleza no gesto e na música, ainda assim, senti raiva dos dois. 

hoje quis dar de presente para uma pessoa querida, então fiz essa volta no tempo, .. láa naqueles espinhos, só para reencontrar essa flor.

fui com medo, e re-ouvi com medo. descobri que sob certos aspectos (e aí muitos outros também) preciso passar muitas vezes por essa ciranda. 

e salve Oxalá!







sábado, 30 de abril de 2022





as vezes você avacalha o que ama?
assim sou eu com esse canto na série,..  
coisas melhores a melhorar 




 
aprender é um endosso né. às vezes vou atrás
 dele porque significa pra mim, um pouco mais
 de interação, profundidade. deferência de
 direito pra quem ensina, um tesouro 
pra quem aprende.

 


o livro que eu tô lendo pra sempre, .. teve uma parte, partinha, bobear é até primeiras folhas, onde se diz que as plantas não tem olhos, elas se movimentam em conexão direta com seu criador, provedor de luz. 

e pra mim essa música meio que trata disso sabe, toda essa festa, essa energia que é divina né, Vari, um canto de energia fenomenal, pra mim, e pra muita gente pelo que eu vejo né, quem sente sente, é que nem como tomar o sol mesmo, a energia vem.

a música é viva, só cola na sua boca com todo aquele poder. medicina. não tem voz bem, voz mau, só força, a música ensina, em parte, te põe no tom.

não sei quem falou um dia, o povo das comida viva né. a luz do sol é uma fonte primária de vida. a gente se alimenta de plantas, filhas do sol, conjugando a terra, água e ar. e se assim a gente se sustenta, estamos muito mais próximos dessa fonte. 

aí se a gente come bicho, que come planta, que recebe o sol, esse sustendo é turvo, fosco, distante dessa luz, mais escuro. 

enfim. nem sei se eu sei reproduzir isso. a teoria lá. mas que pra mim como imagem, é muito lindo. a luz, o brilho, e a vida do meu alimento, minhas escolhas e a minha sintonia com o Sol, com Vari, com essa fonte, esse emaranhado de consequências sem fim que torna tudo isso aqui possível.

se qualquer hora encontrar aquele livro que agora perdi na bagunça da casa, consigo melhorar isso aqui.

não apenas. ouvi Hushahu comentar essa música uma vez também. me conectei com o canto, Rasú cantando, aqui na ilha aliás. a ouvi falar, li algo no livro, cantei também, e a parte do poder cantar, algumas poucas músicas incluso essa, é um presente que eu me auto dei que eu nem acredito viu. 

amo.

se dissessem pra mim Bruna você canta e toca a partir de 21, em 19, ou qualquer outra época, provavelmente ia rir, e me ressentir. alguém brincando com meu recalque.

e eu não toco violão né, e sim algumas músicas. ainda perdi meu prof. nessa coisa de ficar presa em casa tanto tempo, então, é isso.

só que sou meio obsessiva, nunca tá bom, então vivo muito as que eu toco, e cada vez me aprofundo nelas próprias. nesse quesito sou feliz, aprendizado pra vida.





terça-feira, 5 de abril de 2022

minha natureza | seguimos


a picada

pode ser o fim, alívio
ou  o início, dor
no combo delas,

sigo




segunda-feira, 4 de abril de 2022

perfídia

 

o que é perfídia? responde sem pesquisar. de cabeça. 

da palavra, o que me vem são as tramas de novela. aquelas ações ardilosas. aliás aproximaria ardil à perfídia, tipo, uma pessoa ardilosa realizaria uma perfídia? e isso me faz rir. porque acho que não saberia então explicar literalmente o significado de nenhuma das duas.

mas a música. hoje dei com ela. procurando uma completa outra coisa, que olha..., oi desvio de tarefa, fazia tempo que não te via!

sabe as aulas de dança perdidas no tempo, meus..16, 17 aninhos? 
boleros me divertem. pensa, já dancei perfídia!










quinta-feira, 17 de março de 2022

segunda-feira, 14 de março de 2022

suspensão ou, | meio-fio, trilho do trem, portão da Telepar

 

equilíbrio perfeito filha, ó de um lado são as pedreiras, do outro é o rio com os crocodilos de cabeça pra fora, que lado cê prefere cair? ... é assim que a gente volta do portão quando levamos o lixo, nos equilibrando no meio-fio da ruazinha, sempre tentando salvar uma à outra do desastre iminente.

em todas as vezes eu volto hipnoticamente pros meus meios-fios. o trilho do trem com minha mãe, e suas histórias. inclusive lembrei agora do dia em que ela fugiu de casa pela linha, andou, andou até cansar, e depois voltou, como se nada fosse. as mil idas e vindas da escola pra casa pela beira da calçada. ou a prova, a alegria da geral, que era o portão de metal da Telepar em Itambaracá onde a gente se juntava. ele era alto e estreito, mas não tanto, perfeito para ir e voltar sem cair, ir e voltar e cair, só ir, só voltar, ir pela metade, cair, voltar, ir e se quebrar um pouco, cair de novo, ir, ir de novo, aquela coisa. 




sábado, 12 de março de 2022

borracha no lápis | você leva o que você escolhe que leva | homenagem | paz

 



estar longe de quem se ama pode não fazer diferença, quando ela se vai.

o amor estava lá, estava aqui, estava em todo lugar. não há erro na posição dos peões porque as jogadas nunca nos são dadas  a priori. essa alíás, uma grande prerrogativa. 

você perde alguém que ama, e agora toda a sua experiência, toda troca, conhecimento compartilhado, os sentimentos trocados e/ou provocados, todas as palavras, gestos ou faltas, construções, desconstruções, não se perdem. moram em você. você é o representante em vida dessa história, dessa  vivência. o que você faz? como você honra, como você leva, a quem você entrega no futuro, como um tesouro de experiência, quando você cavar com as mãos, o seu buraco para o fundo da terra?




quinta-feira, 10 de março de 2022

 


cartografia da ausência


formigamento, que te toma aos poucos, e você não nomeia
uma força intensa, que te invade, e você não se desculpa
uma saudade muda, seca, que nenhum texto entrega.

quinta-feira, 3 de março de 2022

como uma onda, ou | aquele presentinho que você amou fazer

 





quando eu fiz esse desenho pra dar de presente pra uma pessoa que não conhecia a cidade onde moro percebi, eu nunca tinha desenhado uma onda.

certamente eu nunca desenhei muita coisa, assim como nunca escrevi nem falei todas as palavras do meu idioma também, assim como nunca fiz muita coisa que  não tenho vontade, sei lá, pular de paraquedas, ver o branco e sentir o frio de lugares gelados, e tanta coisa que é minha preferência ou intenção genuína não fazer.

para além do meu celular onde digito tem o véu do cortinado, a grade da janela aberta, céu e nuvens, de um jeito que pelo meu palpite vai ter sol já já, mas se eu me levantar um pouco, a paisagem de verde, casas e prédios também vai me mostrar um pedaço de mar. eu gosto. por vezes sinto culpa, vou pouco, deveria ir mais, mas no geral, só aquele pedacinho estar ali, me faz bem.

estive escrevendo a primeira vez que vi o mar na infância, né, meu passado veio muito muito forte nesses tempos, assim como ações mais recentes, coisas que eu fiz, que eu gosto de ter feito e que eu deveria valorizar mais na minha trajetória. esse resgate tinha um desespero. não era consciente muito, vinha, só vinha, e muita coisa nem lembrava mais, vinha aos poucos os detalhes. uma história, a minha, na busca de encontrar valores e razões para ficar, porque eu nunca tinha tido isso tão forte, essa vontade, chamando um acaso até, para terminar tudo. coisa que já disse, nunca achei que fosse sentir de novo.

eu preciso escrever, é a minha limpeza, é meu extravasar. é meu desvio de tarefa preferido, é um mergulho. lembrei agora de uma astróloga que me disse que eu tinha mercúrio em câncer, o que me dava profundidade na comunicação. 

eu soube o que talvez um dia já estudei pesquisando com a Cibe os planetas que mercúrio é bem pequeno se comparado aos outros de sua vizinhança. quando ouvi isso de estar em câncer imaginei esse planeta num fundo de mar, tornando minha comunicação turva e lenta, engraçado, mas não muito.

eu quero e vou levantar da cama, mas tô enrolando, ontem foi um dia de rua, cheio de umas coisas meio sérias que me desgastaram e me fizeram apagar cedo. hoje será um dia mmuuuuito lento, imersa que estou em mim, tentando não me contaminar pelo meu lado auto-crítico e tentar fazer uma e outra coisa sem pensar nas outras 500, pra tentar passo a passo sair desse fundo, que não é de água, meu fundo não é água gente, mas preciso parar aqui. café.



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

flana | elemento: ar

outro dia respirei fundo, agradeci esse ar, e lhe dei tchau, como que até nunca mais.

vá, voa para todos esses lugares que nunca fui, veja e faça as coisas que eu nunca farei.

você esteve dentro de mim, influente na mecânica da minha vida, me arejou, leve algo, leve uma essência, um brilho, leve para passear, me alegra pensar.

e de todas as voltas pelo tempo, pelo mundo, por outras vidas, tantos tipos de seres entre passado e futuro...
um dia volte sim, num relance. vou gostar de te reconhecer, e ouvir suas histórias.



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022


a lua merecia uma musiquinha melhor.

primeiro porque fazia tempo que não me ligava nas músicas de lua. depois porque voltando pra casa hoje dei de cara com ela, toda e tão linda. enfim.. 

um baque de espanto, e aí a primeira frase veio de cara.. "lua vaaai". já começo a rir.

tocou muito em seu tempo, não tinha muito, como fugir. pra mim especialmente marcou pelas aulas de dança. sei lá, uma mistura de samba com bolero, uma transição de passos .. e tocava essa, sempre.








sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

passado a limpo



éee.., então Bruna de sei lá quantos mil anos. tempo importa.







___________







sempre adorei rascunho. o desenho que se forma, as idas e vindas, o deletes expostos, as hesitações. aquela coisa de que se não refizer na hora nem vai entender depois. hoje em dia escrevo muito no celular, gosto, e não gosto, porque vejo um testinho assim e sinto saudade.


 

destino, desejo, e caos



hoje me ocorreu sério que eu já devia ter agenda. 
a do ano passado ainda estava na minha bolsa, carrego uns peso atoa, eu sei, fui folear..
achei cada coisa. 
faz tempo que eu me desfaço das agendas. não dá, tô privilegiando os ainda não escritos, apesar que já comentei, tenho me desfeito dos cadernos também.

adoro rascunho. não pelo conteúdo, mas pelo desenho do texto na folha. eu sou meio caótica. mudo um texto mil vezes, mesmo depois de "pronto". não tenho muitos pudores. talvez todo mundo né, processos.

esse não me lembro, acho que desisti, não soube resolver, ou achei bobo na época, problemático, ou desse margem pra muitas outras coisas aí não consegui resolver, não sei bem., não dá muita vontade de tentar resgatar o fio, perdi, embora tenha uma essência.                 

mas vamos de desenho de texto. deixar aqui.