textos bobos, brincadeiras, acervos de imagens de família, trabalhos acadêmicos, uma sobreposição de lixo virtual sem fim, mas que era só meu. de vez em quando me deparo com algum deles.. dá uma dor.
textos bobos, brincadeiras, acervos de imagens de família, trabalhos acadêmicos, uma sobreposição de lixo virtual sem fim, mas que era só meu. de vez em quando me deparo com algum deles.. dá uma dor.
.. bem ali, acima da imagem, sou eu "pregando" no ouvido da minha filha. problematizando as cenas que vemos todos os dias quando vamos lá pra baixo no condomínio e vemos os cavalos andando em circulo, pulando obstáculos, de novo e de novo. moramos ao lado de um, não sei se é haras que chama, hípica(?) mas esse espaço de treino especificamente, enfim, bem ignorante eu nisso.., acabei de ver, escola de equitação.
ela ouve, ela conversa comigo sobre, concorda.. maas, é um processo, né. a assimilação de um olhar sobre a vida do outro que é um pouco diferente da corriqueira. e eu sei que coloco minha filha na linha de frente de um embate complexo. o tempo todo quando ela é estimulada, incentivada a negar uma comida, por exemplo, que contém leite, ovos, mas que é linnnda, e que enche os seus olhos de criança, ela está em um desafio de lidar contra suas espontaneidades e vontades, e com a expectativa e olhar do outro na situação.
no mesmo dia que ela fez esse desenho eu deixei ela descer sozinha no condomínio e ficar um pouquinho lá perto do estacionamento, embaixo, mas quase em frente da nossa casa. estava ouvindo sua voz, ouvia sua brincadeira, então deixei, mas foi muuito pouco tempo. simplesmente ela foi, e voltou com um picolé de chocolate ao leite. eu a questionei, ela perguntou se eu tinha ficado brava, disse que não (rs, sangue ferve, e se fosse uma criança alérgica?), que eu sabia que era difícil recusar. mas que ela sempre podia tentar. lembrar de perguntar se não tinha picolé de frutas, por exemplo, ou correr pra casa e pegar algo equivalente comigo, enfim.. se não dessa vez, em muitos outros casos a atitude dela frente as situações me deixaram muito orgulhosa. e seguimos de papo, ampliando o olhar, problematizando, criando um fundamento.
em seu desenho: amigos brincando, um avião e uma menina que voa. um cavalo se abaixa para receber carinho, e depois vai comer grama. mas filha, você desenhou alguém em cima do cavalo? ..ela só subiu pra fazer carinho onde ela não conseguia alcançar. (atenção ao detalhe do rabinho de flor.. oun)
e seguimos..
por anos vou ao pântano do sul acompanhar a roda de capoeira de umas amigas queridas, e ver a entrega de sua cesta ao mar.
esse ano não teve, publicamente. nessa historia foram muitos momentos. lembro da primeira vez em que eu fui, toda de preto, me senti meio estranha, não é. .. então.., sempre punha uns pedidos na cesta, especialmente relacionados ao âmbito profissional, já que a festa coincide sempre com a iminência da volta ao trabalho.
depois de alguns anos e muitas ondas passadas, lembro que finalmente meu pedido foi a cibe. mas não foi bemm um pedido, sabe quando você não quer forçar a vida a te dar algo que talvez nem seja pra você? essa era a vibe. eu virei pra ela no mar e disse, "mãe iemanjá, se estiver na minha linha de destino uma criança, eu aceito então",... algo assim. nesse ano engravidei. aí levei minha barriga na festa seguinte, .. na próxima levei a cibe, com muita alegria de recém mãe. e desde então sempre com muita cumplicidade levo cibe pra praia. amo. apesar de eu não ser muito de água.., ela é.
bem.., nosso dia 02 foi ontem. pegamos flores brancas no caminho para ofertar, fomos com dinda adri em clima de despedida, pois sua estadia aqui na city terminou.. e minha filha, num ataque de selvageria arrancou a parte de baixo do biquíni e jogou na água, que estava mais impossível de entrar pela brabeza, que o normal. simplesmente, .. na mesma hora ele sumiu, desapareceu, e nunca mais voltou.
coisas de moçambique, e coisas de dia 2.
..e a vida continua, e a vida continuuuua..... já cantava o paulinho da viola que meu pai tanto gostava. isso. usando aquele clima festivo de suas melodias pra falar dos pós-festa da vida. bem, eu não estou em alltos clima não, nem o ano. ahhh não sei.. estou e não estou, afinal, alguma coisa tem que acontecer, permaneço querendo que seja.. algo pro bem, quem sabe.
..e outro dia vem chegando, e a gente sempre esperando, aquilo que nunca vem, o que passou foi embora, e o que vem não se sabe.. .. então, esse triângulo que se forma entre passado-pessoa-advir., essa capacidade que a gente tem de transitar por esses polos como se a gente tivesse a onisciência e o poder de intervenção do mundo da ficção. eu queria. as vezes . noutras dou o F com mais ou menos elegância, não temos santa aqui, enfim.., e finco o pé no hoje que ninguém me tira.
mas aí é que está.
continua..