terça-feira, 29 de dezembro de 2020

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

natais

 



o escritor
o fofoqueiro
o relator
o espião
o voyeur

e a euforia paira
e o contaminado estático.
bom de fé, no que quer.
também quero,
essa fé.





terça-feira, 15 de dezembro de 2020

2020 mais uma faceta

 

no início do isolamento eu já estava vindo de um tempo bem intenso de convivência com minha filha. mas assim que o ensino remoto foi instaurado, surgiu urgência em fixar uma rotina, fazer principalmente, com que Cibe compreendesse que em alguns momentos ela não tinha protagonismo, e precisava colaborar. aí a parada ficou tensa.

difícil. muito desgaste. culpa. não sabia que maternidade e culpa andavam tão juntas. é uma dor que me atravessa de forma muito profunda, sei lá, uma sensação de insuficiência. e nesse 2020 então? com essas crianças em casa..

os meus dias não tiveram, e ainda não tem 12h. posso triplicar a sensação desse tempo. dá uns descontextos interessantes você perceber algo como muito distante e depois se dar conta de que foi no dia anterior, ou anterior a ele apenas. um pouco angustiante para quem quer a distância que o tempo favorece.

esse limbo me deu certa tranquilidade pra escrever novamente aqui. esse tempo estendido. não sei se tranquilidade é a palavra certa. talvez esse espaço tenha se tornado uma vitrine de percepções e sensações, meio que sempre foi né, mas muito principalmente um escape. um, dentre outros projetos meio hesitantes e sem muita continuidade ou propósito, até ter. coisas de 2020,  tudo certo.

mas então..,  o que eu tenho em textos, Cibe tem em desenhos. nas minhas reuniões, ou momentos em que precisava dividi-la com trabalho, sem opções, passei a montar espaços de desenho do meu lado. numa das mudanças de casa, lembro de ter guardado váarios. agora também, muitos outros. algumas pinturas.

os assuntos vão mudando. tinha muito peter pan nos do início. e muitos mesmo com o pai, que ela ficou afastada por bastante tempo em função da pandemia. e agora é o avatar e sua turma que vem tomando conta sem cessar, mesmo já não assistindo mais os desenhos. foi assim também com o peter pan, aliás. 

a parte que eu mais gosto desse processo é a descrição, as histórias que surgem a partir da folha. o desenho é vivo, as histórias mudam, no dia seguinte já pode ser outra, tão detalhada quanto a anterior, pro mesmo desenho. essa parte lúdica, desse desenhar que brinca, que conta e reconta de maneiras diversas, desdobrando o traço, é o meu encanto com essa faze do desenho infantil. 

minhas salas de aula de vez em quando (quase sempre) viravam a b a g u n ç a g e r a l l quando resolvia, com os do primeiro aninho, anotar, botar legenda no desenho deles. adoro. e eles ficam muito felizes de serem ouvidos, e de saber também que sua história está registrada junto a seu desenho. saudades.

ontem eu virei água em vários desenhos em cima da mesa.. que saco. só de raiva, segue abaixo as legendas dos perdidos. deixa que e no futuro a mente age né, nessa lacuna entre texto e referente.

. desenho em parceria eu e cibe peter e amigos 12-12-2020
. cibele e wendy de mãos dadas. desenho em parceria, mostrei pra ela que dava pra por "roupa" no boneco palito. ela amou e ficamos vestindo e colorindo as bonequinhas.
. sua mão e pé, com rostinho em cada dedo (ensinei ela a fazer rostinho em um, e ela fez nos outros super orgulhosa) 12-12-2020
.uma grande bola 11-12-2020
. uma grande bolota 12-12-2020
. apa preso numa casa 12-12-2020
. uma menina e sua mãe, dentro da casa do futuro, sem janela e sem porta. nossa, mas porque a gente tá presa? (ela pensa um pouco) é que tá chovendo sua louca, a porta tá fechada. pegou a folha e desenhou pontinhos de chuva no céu e uma janela. ó, a chuva está tampando o sol. esse desenho era lindooo 😭




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a fotinho foi feita para comemorar a tirada de Cibe. nada demais, ela soltou essa bem no início de novembro de 2021. e a cena não era nova na verdade, com mais ou menos drama, mais ou menos fervo, um pouco mais pra lá, ou pra cá desse quadro, poderia ter sido no quarto também, onde as vezes montava a mesinha dela ao lado da minha, e assim vai. 

Cibe fez seu comentário, e me lembrei daqui, dessa reflexão, e da sensação que extrapola o texto sabe, mas que vem no retroativo. de novembro a novembro, dentro dessa realidade dos dias, entre trabalhar e compartilhar momentos com Cibe, nesse meio tempo entre um compromisso e outro, ela cresce, assimila, reflete, e manifesta. e aí do nada, .. aquele susto né, o tempo dá oi, o tempo dá tchau, e é isso aí.

nesse dia eu não lembro o que eu fazia, mas ela sentou na minha frente e começou a desenhar, e conversar com o desenho, e pedir pra eu não atrapalhar, .. ela estava em reunião. o desenho da reunião é muito lindinho, quando achar na bagunça vou colocar aqui junto =)..





mamãe nunca vou esquecer desse momento que a gente ouve uma musiquinha,
eu tenho uma reunião, e você trabalha, e você tá de óculos.






domingo, 13 de dezembro de 2020

do livro "como desenhar uma árvore" do Bruno Munari | 🤷🏽

uma linda lembrança de 19.  em busca das duas  páginas seguintes 
 




meu primeiro ímpeto foi pensar que ninguém me ensina a desenhar uma árvore porque eu a desenho do jeito que eu quiser. mas esse livro, que ia ser descarte em alguma escola perdida no tempo, me disse umas coisinhas. um amor. o texto é lindo, sensível, fala mais do que o que você precisa saber pra desenhar, se você prestar atenção. me dá até medo de procurar nas caixas e perceber que ele não está lá, porque de fato faz tempo que não o vejo. é por isso que não vou procurar.

depois que achei esse, comprei o como desenhar uma casa. era uma coleção. mas procurei pela net esse e nem vi. mais uma razão pra querer não ter consumido com eles. porque alguns livros criam asas?


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

um dia você vai ter uma filha como você


sem entrar no mérito, só essa frase contém toda uma história de interação mãe e filha.. bem arquetípica.  

.. mas, minha filhinha geminiana água + água. essa menininha faladeira e a mil, que vem me tornando uma pessoa melhor a cada dia que passa, além de desconectada, liberta mesmo, das tramas do mundo.. tem o dom.

a vontade é de anotar muitas conversas. os diálogos. a imaginação e inocência infantil me encantam. tenho algumas falas, frases anotadas. tinha que fazer mais.

ontem a gente ia pra praia e me bateu a maior preguiça do mundo, de repente ficou tarde, já estava esfriando.. então,  deitei no último solzinho lá fora e ficamos. ela nas estripulias, e eu com o céu. nada do que você pode registrar dá conta da intensidade e da fugacidade desses momentos. .. algo de especial? de fato nada.., no entanto, tudo.








quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

as histórias se dissolvem, o texto fica.. | um mês de cura


hoje eu senti. um final de dezembro se uniu ao dezembro anterior em uma grande compressão. mas essa não é uma palavra palavra apropriada. um limbo, um espaço etéreo, sei lá, volátil, não consegue, ou precisa ser exatamente comprimido pra desaparecer. esse hiato entre um dezembro e outro, sumiu nesse relance de pensamento. pronto, isso. claramente.

em dezembro de 19, depois de um tempo já na casa arco-íris, eu caminhava com muita certeza em direção ao lugar em que estou agora. um ponto se uniu a outro.

a expectativa com o ano seguinte, frente ao trabalho e organização de demandas, se assemelham ao que já até consigo enxergar, após aquela cerquinha ali, do dia 31. também um ponto que se une ao do passado.

e se nesse passado eu dizia que estava bem, surpresa, mas aliviada, empolgada com a minha individualidade, responsabilidades, perspectivas, com clareza e objetividade nos meus horizontes. super contente com a perspectiva de assumir meus erros, enganos, fragilidades, como só meus, e então lidar com eles de coração aberto,.. e tudo isso era mais uma vontade que realidade, penso que ainda assim,  daria pra dar uma forçada, e unir um ponto a outro. só pra fazer desaparecer esse 2020, e quem sabe poder vivê-lo novamente, um novamente diferente, com alguma utopia. ou então só suprimir mesmo, e já é. 

em 2016,7? que bom que registrei essa memória em texto, eu tentei fixar um pouco desse período interessante chamado "lua de leite". hoje, olhando em perspectiva, eu entendo mais sobre o porque chamam esse período de lua. ..é  pensar naquele tempo e só ver, sei lá, o branco mesmo.

primeiro eu senti, depois me fizeram ver, e agora posso dizer que 2020 pra mim foi uma longa plena lua. as incertezas, confusões, jogos mentais, expectativas, ansiedades, falta de clareza, emoções afloradas, enganos, intensidades, tudo muito pleno na minha atmosfera. mas agora ela passa a minguar, mês doze ao longo,.. tudo envolto a essa nuvem inexata, até restar sei lá, uma impressão, um déjà vu, ou outro tipo de branco. 

após esse processo será apenas o breu. 

estonteante, quando olhar para o céu.




domingo, 6 de dezembro de 2020

sábado, 5 de dezembro de 2020




estive pensando na historinha do deus da oportunidade que minha mãe contava. nunca esqueço dela. é meio que uma sombra, uma assombração na verdade. um desconforto, sempre penso que sou campeã em sentir o vento de seu vulto. e quando acho que o vi, é exatamente aquele momento em que sinto, bruna você perdeu de novo, deixou passar, trouxa. quantas vezes, quantos assuntos. 

minha mãe sempre contava que a gente tinha que ficar muito ligado porque o deus da oportunidade é um monge que passa ventando na nossa frente. é necessário segurar nos seus cabelos e voar com ele.., só um reflexo, se hesitar, e já era. se foi.

claro que tem os dois lados. quando você sabe que não está incursionando em algo que foi feito para você, dá essa ressaca. agora, se você observa uma chance e não vai, e se ela até passa de novo, mais sedutora, mas você ainda assim não vai, por pouco, falta, ou outro interesse mesmo, vai saber, .. então está certo, melhor não ir.  é até um bom gesto. 

e então estou aqui, entre papéis, enrolando um pouco, pensando. nisso. aproveitar uma oportunidade. todos os contextos ultimamente em que vejo essa palavra me suscita algo positivo demais, restrito e competitivo. só de pensar em me projetar para uma situação assim já sinto rejeição imediata, off, cai a chave. mas talvez isso precise ser repensado. e mesmo o entendimento de oportunidade precisa ser repensado. porque se não não tem a positividade da palavra, leveza, clareza, assertividade, objetividade. talvez não seja, não é. tem mais cara dee,.. isso não é pra você? e ao abandonar, não há que gerar frustração. mas é difícil.

oportunidade como uma palavra ascendente. não publicitária, a qual você não compete, porque conhece, e confia porque é seu. aquela que você recebe nas mãos do nada, como um retorno de algo que você nem sabia que estava procurando, ou à altura de receber. é bonito sim. é bonito assim.  







 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

um acontecimento



batia um ventinho, e choviam sementes brancas brilhosas na minha reunião pedagógica. 


~•~











terça-feira, 1 de dezembro de 2020


ai mundo, cadê minha câmeraa



eu estou unindo os dois dezembros, as sensações. escrevi sobre isso e foi um pouco estranho, não foi bom. mas, não precisa ser pra existir né, é só que eu não gosto de dar corda pra esse lado. ainda não consegui publicar.. mas nessa dos dezembros me deparei com esse desenho e lembrei da listinha de ervas que eu fiz. seriam presentes no ano passado, para algumas pessoas queridas.

a mirra é poderosa, cheirosa, e dá uma florzinha linnnda, e eu já tive um pé linndo, e não tenho mais, e quero. mas o que eu ia dizer é que a mirra foi o primeiro desenho. ali tem uma folha abaixo, .. cheguei a começar a arruda, que eu amo também.

seres intranquilos que abandonam seus projetos, sem mais, .. que feio. por outro lado. o desenho agora é meu, dificilmente teria feito um pra mim.

 


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ultimamente meus desenhos são rascunhos rápidos normalmente feitos a caneta, pra não correr o risco de querer apagar.

quando fica pronto sempre penso que ficaria melhor se eu desse o tempo. mas ando muito impaciente. e outra, depois da maternidade o tempo dedicado à coisas não fundamentais tende a ser pouco mesmo, acho.

finalmente tenho um pé de mirra. foi meio aleatório, nem vi crescer. saí do Antu com Cibe e na cerca ali, já na rampa de saída tem um pé que na época estava florido. fiquei brincando de chuva com aquela flor de neve e nesse dia peguei um galho, enfiei na terra aqui, e o tempo fez sua parte.  quando vi, já estava grandinha, bem linda. então de um lado é meu boldo gigante, que veio da poda de um pé lindo, num espaço hare que tinha no córrego, e do outro a mirra, que veio de Antu. adoro ter um pouquinho de proveniência.





está mofado, velhinho, ele mora perto do fogão claro que ia estragar.

10/05/23

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

velhos novos tempos | ou | open season

 

a nova solteira reluta horrores e por fim, no pico da pandemia  de sua vida em 2020, resolve ingressar em um app de date aí. ela, em clima de pesquisa antropológica total, assimilava esse espaço, questionava, observava, e muito tempo depois resolveu que precisava interagir, e ser receptiva também, enfim.

foram poucos, mas representativos. um era próximo, outro de bairro mais distante, dois de outra cidade, profissões bem diferentes.  pediram whats, cortei, nem pensar. outros, acesso a redes sociais, convite pra café (!) nãa, nem pensar. conversas protocolares, meio chatas, truncadas, sem brilho, enfim, também não foram mesmo muitas pessoas. e ela pensava, o que será que é diferencial, qual a possibilidade de haver um interessante? e não seria bom, conversar com alguém assim nesses moldes, exatamente nesse momento recluso que estava vivendo? não seria um alento, um bom porvir? ademais pros seus amigos é tão natural, porque pra ela não poderia ser?

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a nova solteira reluta horrores e por fim, no pico da pandemia  de sua vida em 2021, resolve ingressar em um app de date aí. ela, ainda em clima de pesquisa antropológica, assimila esse espaço, questiona, observa, sabe que precisa interagir, e ser receptiva também, enfim.. pelo menos está de bom humor. e humor é tudo, de bom.






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a primeira boca vegana que eu beijei na vida.. veio de um app. não que isso fosse objetivo ou critério mais importante, mas foi algo bem delicioso de fazer. um cara muito sério, que queria coisas sérias, e que encontrou uma pessoa também bem séria, que foi muito franca em não ser séria, e ele não gostou. e eu fiquei pesarosa, ele era legal, inteligente, possível até, enfim.

mas o primeiro cara da vida nova mesmo foi outro,  e insignificantemente único. e ele tinha algo muito engraçado pra mim, que era o fato de ser completamente diferente de qualquer estampa de pessoa que pudesse me interessar em outros momentos da vida. apesar de que  beleza nunca foi muito meu forte dentro dos padrões de estética vigentes.

aliás eu rio quando imagino um do lado do outro. são absolutamente díspares as aparências, e eu adoro isso tanto nas suas individualidades, quanto no conjunto da minha coleção de atravessamentos afetivos. também aquilo né, no momento em que estão comigo, absolutamente são, sem ser, sendo, os homens mais belos do mundo, quiçá universo, de verdade.

e vou ficar na aparência mesmo tá, como se eu e esse texto fossemos fúteis e inconsequentes. por que o que eu quero dizer aqui, razão do meu desvio da manhã, nem foi mencionado ainda.

mas eu tava falando do primeiro. ele fez o grannde favor de  me mostrar na prática, que o que eu queria, em trepar com outra pessoa logo de uma vez, e colocar minha ex história logo na posse do passado, era boba, bem boba. e acho que uma boa maneira de pensar, apesar de não ser muuito minha lente, é que não existe muito sexo com, existe sexo

mas eu, no meu gênio, e disfuncionalidade sentimental,  problematizei bastante esses aplicativos com eventuais crushes, amigos. já fiz tanta análise comportamental, já julguei hourroures, porque né, irresistível frente a algumas expressões nesta esfera, que  esgotei o tema um pouco. acho que até naturalizei, e isso é triste, porque eu queria expor minhas impressões aqui, mas estou meio entediada com elas.

vi um corte pelo insta, e ri, e me identifiquei. alguém dizendo do Tinder pra prestação de serviço e LinkedIin para dates. claro que nunca vou ter LinkedIn, mas já achei uns caras tãao legais pelos apps, para além dos propósitos óbvios. um luthier, o cara que fazia relógios, o cara desenvolvedor, que perdia tempo me explicando o que ele desenvolvia, o chapeiro, o yogue que me deu uma aula maravilhosa e é um amigo querido, o cara do brownie de maconha, o marido de aluguel, o cara do mate orgânico.. kk, as coisas maais aleatórias, e que me divertem. e sempre achei que para além do afetivo esses espaços são mesmo uma ótima vitrine free.

e o que eu queria mesmo como propósito pra escrever, bemmm na sinceridade, tô com preguiça. vou é ficar bem confortável na superfície dessa rede, nesse balanço, e prometo voltar outra hora. mais imprópria que essa até. assim fico mais inspirada.

e claro, não tem nada haver, mas tem. essa coisa de primeiro e segundo,.. amores. lógico que escrevo, e já começa a tocar aquela música nas interna da mente. e eu não sei nem o nome, ah sim, já pesquisei, Teresinha, do Chico. batida, mas linda.



01/04/23



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eu amo tahine. às vezes não quero comprar de tanto que fico pondo em tudo, mas outro dia participei de uma compra coletiva e fui buscar na casa de uma moça perto de casa até.

estava conversando com ela, Cibe correndo na rua pra lá e pra cá, de repente para um carro. oi, desculpa, mas, Bruna? eu olhei pra ele, que maravilha, esqueci o nome. me deu um abraço, e eu não conseguia aterrissar, era uma memória distante, eu não sabia direito o que estava sentindo.

simplesmente, ele foi uma das primeiras pessoas que dei like nesses aplicativos. tá ele era esquisito, arrogante, caga-regra, e tudo isso eu disse pra ele, em momentos diferentes. conversamos bastante, ele se mostrou muito criterioso e cuidadoso mesmo em relação aos protocolos pandêmicos, eu também, e não muito fazendo questão de encontros naquele momento. 

de vez em quando, eu tinha um rompante e me deletava do app do nada, depois de um tempo voltava, por vezes até em outro app, curtia, dava match, continuávamos a papear e atualizar novidades. mas ele era esquisito, apesar de bonito, e não sei bonito boniiiito assim, mas ele tinha uma estética e um cuidado a mais nas imagens, no texto, era bom. mas eu achava ele esquisito sim. e sempre suscitou receio. ou eu que sou assim com estranhos sem referencia, sei lá.

ele era vizinho da moça do tahine, depois disso voltamos a falar, ele ainda tinha meu contato, elogiou a Cibe, disse algumas impressões da minha presença ao vivo, e estava bem receptivo e animado pra me ver de novo.

ahh, que difícil. não é que não tivesse curiosidade, até porque ele tinha muitas reticências que me deixavam intrigada. se eu quisesse espairecer, dar uns pega no mínimo, ter um pouco de descontexto nessa minha nuvem, seria a oportunidade certa. muitas vezes reatualizamos essa vontade em contatos anteriores. e se não isso, um amigo, algo que até meio que éramos, apesar de que o contexto em que nos conhecemos era muito específico. é, pra amigo não serviria, a prerrogativa era outra, mas não sei também, vaique.

o contato foi me angustiando no sentido de que precisava decidir o que eu queria disso, porque não gosto de iludir. e a verdade é..

não tenho conseguido socializar para além das pessoas do meu círculo, que já estou acostumada, e ainda, meio que de uma em uma, se for mais já me atordoa.

outro dia tava falando pro Germano que não queria regredir, fiz muitos avanços sociais, alguns na casca,  mas são instrumentos importantes, não queria sentir que perco isso porque já fico aterrorizada com a rotina que está pra voltar.

então esse esforço pra ser interessante, ou interessada para construir algo, ainda que superficial, me exige muito, e não gosto também da ideia de iludir ninguém.

então disse pra ele, que estava numa situação estranha, me recuperando, refletindo em muita coisa e não estava achando espaço para dedicar. é verdade. e outra, se eu penso no afetivo, só tem cacos. alguma coisa se perdeu, escureci, fiquei mais cética, seca, fria. não é que não faça investidas. realmente não agora, ainda quero na verdade que todo mundo se exploda e eu também. mas eu me jogo sim, só que é diferente. não sei. 

todo modo foi muito inusitado, o salto da tela. pelo menos sei que ele existe de verdade.


tava procurando outro post, achei esse e quis reatualizar.

10/05/23





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dentre outras coisas, talvez eu seja uma grande insegura de nascença. nem sei porque usei o talvez, mas pode ser que haja uma palavra mais apropriada, então vou deixar assim.

mas ser inseguro é diferente de ser imaturo né, adjetivo que a gente adora dar pras nossas contrapartes de afeto. 

do que me diz respeito, quando me vi solteira na contemporaneidade, e meio que fui olhar o que tinha, e eventualmente me relacionar com um que outro, cheguei a uma impressão estranha.

se você pega um novinho, é idealista, otimista até, inexperiente, por vezes. se você pega alguém mais velho, ou ali ali contigo, grandes chances de você lidar com um traumatizado, cheio de vícios, apegos a histórias passadas, descrente de novas experiências, e/ou resultados diferentes. 

acontece também de você encontrar o solitário, que quando você se relaciona entende de imediato o porque de tanto tempo só, rigidez. era tão séria a vontade, a ideia pré concebida do que seria adequado, que nenhuma história até então foi.

voltando a falar dos apps, eu rancorosa, fui pra seleção de idades e coloquei bemm acima da idade do meu ex 7 anos mais novo que eu. e foram muitas conversas, nem tanntas experiências, mas deu o que pensar.

tenho também minhas travas e senões, não sou melhor do que os que falo, pode ser até que por isso que falo, ou observo né.

então.., a pessoa mais doce que encontrei era irritantes dez anos mais novo, não foi por apps, e me fez refletir muito.

idade era, foi uma questão com Danilo no início e no final da nossa experiência juntos, mas será que era por causa da idade, ou porque ele era ele? pensa, ainda não sei dizer, tenho dúvidas sérias. eu conversei também com uns cara aí de 45 que parece que tem 15, fico de cara..

esse novinho aí, que me fez recair no meu critério maais primordial, demonstrou diferenças fundamentais, do que eu não admirava na minha experiência de recém ruptura. certo que tinha outros aspectos difíceis, mas.. sei lá, acho que é isso né.

que tipo de pessoa eu quero comigo será? complexo viu, eu sou meio medrosa, então se encontrar alguém que, olha que antigo, me faz tremer na base antagoniza ou ressoa, alguém que eu queira muito.. é exatamente essa pessoa que  não vou considerar para mim. é difícil me achar apropriada pra quem eu me interesso. 

historicamente. essa pessoa se tornava uma ideia de querer, e não uma pessoa de verdade, passível de troca, aproximação, experimentação. eu seeei, Germano forever, mas, .. sigo tentando, mudar.

e se eu tinha dificuldade de me considerar páreo pros que eu queria, acabava dando abertura pros ousados, ou então,  pros sem noção mesmo, aqueles que chegam em você da forma mais nada haver, ou com a auto-confiança elevadíssima baseada em nada. os que me faziam rir, que eram pessoas divertidas, carismáticas, me pegavam por esse viés.

mas aí também não era exatamente minha escolha, eu cedia, é diferente. podia ser legal, ou não, mas acho admiravel isso, o bom vendedor. aquele que não se abala e vai atrás do que quer. admiro. 

enfim. refletir não significa concluir né. ainda mais nesse campo, meio em baixa ultimamente na minha vidinha, mas no advir, assim como tudo. 



30/06/23


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ultimamente ando conversadeira.

mas acho que tenho um problema que eu já sei. 

só não sei se eu sei explicar, mas basicamente..

o fato de eu recair nos mesmos caraaassss, que saco. 

não sei se que saco, mas eu tenho a tendencia de  conversar com as mesmas pessoas, no caso machos.

eles são muito díspares né, tem desenvolvedor, programador, entregador de pizza, de terapeuta gratiluz, o cético, o astrólogo, o da yoga, chapeiro, adv., cito alguns que me lembro que conversei mais, alguns poucos que pularam da tela também, ..outros tempos. e aí recaio. acho engraçado.

outro dia conversei com dois de tempos atrás, que eu já sabia que era pra nada, mas então porque curti né, não seria falta dee objetividade? 

desvio de foco, algum tipo de dispersão.. um tdah não é possivel viu. e tô deixando no vácuo mais um, não é por maldade, eu simplesmente detesto fazer e que façam comigo, mas estou aqui pensando se devo, já que da outra vez contamos 1, 2, 3.. e nos demos vácuo, se é que isso faz sentido.

geeeentee esse post tá virando a Bruna surfistinha do date falido né? que bom que dá pra rir.

bom, eu curti um cara esses dias, não lembrei dele, olhei parecia e não parecia familiar, mas como tô bem intensionada a parar com deanbulações, sofrimentos internos sobre nada, vamos de ********** real, nada de profetizar insucessos aqui no porvir, rs.

aí.., conversando com ele nas primeiras linhas, ele me soltou algo sagáz que me tirou um pouco da normalidade de um papo banal, e aí sim, lembrei completamente dele e de quando falamos.  tem sotaque de um idioma que adoraria falar sabe, conversamos um pouquinho antes da virada desse ano. 

se tivesse lembrado antes esse era deslike certo, masss, quase o encontrei hoje, ele é bom de lábia tanto quanto é bom de vácuo. iria. mas não podia. às vezes sou salva pelos não podia,  mas vai saber, .. pode ser um atravessamento interessante também, na época falamos bastante, foi alento, às vezes aparece uns perdido assim.

entãao.. tô tão nada haver do meu gênio que teria ido, o problema..

é a preguiça né Brasil.

agora lembrando melhor... acho que andei enrolando ele. isso. eu até queria juro. sabia que precisa daquilo que ele parecia dispor no trato comigo.

homem decidido, homem do tipo homem, sério, cantadas, nem sei se cantada, mas claro no intuito de me provocar interesse. acho que eu preciso mesmo, disso. 

mas aí ele cansou. uiii, lembrança vindo aos poucos.

sair da inércia, sair da inércia Brunaaa, falo isso pra mim que já podia até parar, já seei. tô indo. 

eu admito. eu tenho medo. poderia dizer de várias maneiras, no fim das quantas, isso resume. de quê? boa. só se eu escrever um livro aqui. agora me lembrei do Germano de novo, perdi, não tive tempo de divagar sobre dores de amor com ele, embora essa dor permeasse o tempo todo. falando nisso, tem coisas que não desejo pra ninguém. 

bom também não desejo eu pra ninguém né. se bem que eu acho que sou um pouco legal também. mas muito refletiva. demais. 

e quem muito reflete, tende a espelho né. e espelho não tem identidade, tampouco vive.


20/08/23

domingo, 22 de novembro de 2020

 

sabe quando vc tem que fazer uma coisa que absolutamente não quer, mas sabe que é importante, e você a observa.

tem que fazer mas não quer, precisa fazer mas não quer, já até se convenceu de fazer, mas não quer, e você a observa.

e aí pra fazer é como andar contra o vento forte, ou aqueles sonhos, quando você quer se mover mas não consegue, quer fugir mas está paralisado, falar e a boca não meche? e você a observa.

dói no corpo quase, exige força, é contra maré do temperamento também, mas tem que fazer? e você lá, imóvel.


[pra qualquer dos casos, em 20 de maio de 22.. encerraria o texto aqui.]




entre o que eu vejo e o que me olha existe um mundo de olhos, como que assistindo a novela. além desses olhos, existe o amontoado de outros focos que te pertencem, que você sabe que precisa atentar, que são sua responsabilidade digamos. então devo dizer que no horizonte do que eu quero está o que eu preciso, o que eu devo, e o que eu percebo mas ignoro.  o que quero mesmo não alcanço, ou, parcialmente, e gera culpa.

quem aguenta? eu não aguento, sinto o peso em cada célula. então sim, minha terapia, eu sinto culpa. e se a torre da minha vida caiu, e eu já analisei por todos os lados, eu sinto culpa, não como quem sente falta, já sou outra, mas porque ainda tenho a mim, dentro de mim, e não gosto, talvez justamente por estar aqui. desviando.





 


o que vejo, e o que me olha, com um olhar mais inquisidor que o meu?

uma pilha gigante de impressos praticamente em branco, quase sem nome, de crianças e pais sobrecarregados entre trabalho, família, casa, filhos, sobrevivência. me olha a burocracia, as reuniões remotas, .. tudo o que em nem um momento, não me deixa, mesmo, esquecer o que está aí, nos olhando. 

2020 está passando um recado, dizem por aí. está acabando, mas continua, um ano a mais, já já começa a andar sozinho, aí quero ver quem segura. e o portal de um ano pra outro será o que, tipo uma festa de máscaras de felicidade um pouco decadentes, como um carnaval adiantado? como agradeço minha falta de TV.

e o natal? esse é um que se eu disser que vou escrever sobre, não vai dar certo. mas eu vou.





sábado, 21 de novembro de 2020

para dormir, tagore

 




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05/07/23






sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 


eu perdi um livro que eu não sei bem como tinha. pode ter vindo da minha mãe, mas a impressão que eu tenho é que achei mesmo, em algum lugar de doação, brechó, talvez. era um livro de tarot, Tarot Mitológico, mas sem as cartas, claro. passei a ler. ele abrange arcanos maiores e menores, e o que me prendeu de fato, foram os mitos.

mas nele aprendi também sobre os elementos correspondentes aos naipes, que também acho que se correspondem com os signos.. interessante. então cada naipe é representado por um mito diferente. em copas é o de Eros e Psiquê. cada aspecto da jornada de Psiquê, entre encontros e desencontros de seu amado, é uma energia associada à cada carta entre o Ás, o início de tudo, a abertura para o amor, até  10, se não me engano. os arcanos maiores não lembro bem.

eu tiro tarot, tanto quanto entendo de astrologia, ou i ching. morro de preguiça, em bom português. mas acho lindo.


Psiquê indo ao inferno de Hades - quarta tarefa

um dia eu estava num sebo, tempos depois, e comentei com o atendente que tinha um livro de tarot sem cartas, sei lá porque. então ele me veio com uma caixa com cartas de tarot sem livro. inacreditável. as 78 cartas do livro, amarradinhas e abandonadas estavam lá. mágicas da vida.

a parte sem graça é que agora não tenho mais o livro.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

perdi mais uma sobreposição de dias..

 



                                                                 17-11-06




terça-feira, 17 de novembro de 2020

❤️Copas





 










 

acordei com a imagem pronta. só não sabia como faria. e essa plantinha, que não é dente de leão (que é maior e mais robusta), está roubando a cena no quintal já que o moço do jardim está com o pé machucado, então ausente. 

e é tão lindo, estão tão lindas, aliás, as flores, nos matos dos terrenos baldios, nas calçadas por aí,, muita vida, me dá até uma euforia. então a convidei pra tomar a cena na minha copa, nada mais pertinente.

mas é isso. meu Ás. se fosse para ser precisa, no amor talvez eu fosse uma Rainha de Espadas, ou tenha sido. mas pulei de naipe e voltei pro prézinho. só que um nível acima, gente, quero. 

mergulhar no naipe das águas é desafiador, amedronta, e se em algum momento eu me afogar, espero que me dê a mão justo aquele, que saiba nadar.










segunda-feira, 16 de novembro de 2020

de que adianta.

 

tem coisas que eu vejo acontecer na minha vida como se estivesse à parte de mim, espectadora.
tem coisas que a gente só vai enxergar o benefício loonge no tempo, depois da inteireza de quem já viveu.
.. então bruna do futuro, se quiser aparecer pra uns spoilers, está convidada. bruna do passado, se eu pudesse, claro que eu iria.

eu não tenho dúvidas.
pairam sobre mim os hipotéticos do passado pra amargar, hipotéticos do presente, que bifurcam a estrada, no e se da mais curta..

e o futuro? é aquele que ri com tédio, assim que me vê chegar, de algum modo, e inevitavelmente em ponto. 

ou seja,





sexta-feira, 13 de novembro de 2020

palácio da lua | lua minguante em escorpião

 

não parece, mas eu ando sem assunto. escrevo aqui, é desvio de tarefa, então fica uma delícia por um lado, é melancólico também por outro, triste vai. mas não destoa desses tempos. ainda quero escrever sobre o que é um prof. em junho, e o que é um prof. em dezembro. e esse ano.., está especial. mas tá.

nos últimos tempos, essa coisa de mudanças, dentro e fora de si, dentro e fora de ambientes, me lembrei desse romance do Paul Auster. não li seus livros mais famosos sabe, acho que só esse, um outro, e umas crônicas.

eu não lembro muito do enredo, mas era algo como uma jornada de reencontro de si, busca de identidade, biografia, sentido da vida.. tipo isso.

..mas então o rapaz do nada recebe, um presente, como se uma herança de seu tio. e eram seus livros, sua biblioteca inteira. ele não pôde recusar, estava se mudando, acho que ia começar a faculdade. então, com pouca grana, mudaram-se, ele e todas as caixas de livros. década de 60.

..em algum momento da vida, as caixas viram a mobília de sua casa vazia. depois por absoluta falta de grana ele resolve vender os livros, mas então em reverência ao tio, naquele momento já falecido, ele se propõe a ler, toda e qualquer obra do acervo, antes de se desfazer. ..e tudo toma uma proporção, e tudo chega num limite. enfim, 

gosto desse livro. fala de "fundo do fim" muito bem, e acho que sobre minguar em escorpião também. 🤘




quinta-feira, 12 de novembro de 2020

uma questão de gênio | coisas do passado

 

ela tinha uma amiga, conviviam, moravam próximas. mas a amiga era inconstante, geniosa, e de vez em quando parecia se sentir bem em depreciar seus amigos, como dizer, fazia isso para se sentir melhor, ou mais importante, difícil explicar. isso começou a incomodar, e embora gostasse da companhia da amiga, começou, mesmo, a incomodar, pelas tantas vezes em que relevou, mas não gostou. até que por fim, chegou a última vez. aí o que aconteceu? ela simplesmente nunca mais falou com essa amiga novamente da noite pro dia. desconhecidas. sem explicar, sem tentar ouvir ou dar uma chance, nada.

e esse aliás, era um mecanismo de delete que se repetiu muitas vezes na vida dessa menina. e ela não se orgulha, ao contrário, isso a magoa. porque ela sofreu, as outras pessoas sofreram, e, em alguma instância, ela sente que as situações (algumas) e pessoas (algumas) poderiam ter olhado e/ou agido diferente a partir de uma clarificação do problema, porque tem eventos, práticas por temperamento, que poderiam ser passíveis de mudança, porque as pessoas eram mais importantes que os atos, entende. mas mesmo que não fosse, seria importante expor, .. enfim. cada caso é um caso, por certo. esse, é um arrependimento.

essa menina em questão tinha poucos amigos, e essa vizinha era uma estrela, tinha humor, via a vida de um jeito muito diferente, inspirava até, em seu tom positivo. no seu tom negativo, bem, soube tornar esse período de conviver sem conviver um inferno bem sentido.

e então veio a mudança de cidade, de estado. nos despedimos até. ela quis se despedir, apesar do acontecido e dos acréscimos. foi um pouco triste. 

com o tempo, essa menina foi deixando essa rigidez em teste, questionada, vamos dizer assim,.. experimentando maneiras diferentes de lidar com os conflitos na vida. uma medida precautiva, pra não morrer mesmo, isso sim, sufocada pelas palavras que não disse. além do que, descobriu com surpresa que, pode-se surpreender muito, quando você descortina as informações, para além do que se supõe.  

.

tem tempo que estou com Júlia Ana na cabeça. 

tô com o Alan também, menino do terceiro aninho que eu joguei o apagador na cara só porque ele duvidou que eu jogasse, e provoquei muito sangue.. mas aí é outra história.  ..da bruna da terceira pessoa, que eu não reconheço, e que no entanto, habita em mim.


* aeeee que post velhinho, na sensação. hoje já tô pensando que minha reativa para com a amiga, não foi a melhor, mas talvez, tenha sido o que ela precisava para repensar sua conduta. e se não o fez, quem sabe ao ser confrontada pela incompreensão, em algum momento tenha sentido meu lado, ou o lado do outro. vai saber.., tem gente que tem muita dificuldade nessa prática. hoje não sinto arrependimento não.

*faz tempo que arquivei esse texto, e toda vez que o leio sinto que tem problemas, e não consigo saber qual é. pode ser que por ele ser o que é, já contém o incômodo né. fazer o que. vou deixar postado e pensar. e sabe-se lá quando, talvez volte de novo, no 'arrependida sim' de minhas fazes.

21/07/22



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

para conviver, não para colher

 

sabe aquela florzinha bem pequininha, rasteira, igual a todas as outras, suas irmãs?
elas se espalham, sobrepostas, são forração, estão nas frestas, terreno arenoso, fazem composições aleatórias com outras florzinhas, podem ser branquinhas, amarelas, vermelhas, rosinhas.

se você olha de longe são pontinhos, se você olha de perto, são estrelinhas, são peludinhas, podem ter desenhos reconhecíveis e aproximados.. parece papoula, parece uma rosa, parece uma orquídea,.. longe disso.

elas não saltam aos olhos, não são presente, não servem no comércio, nem pra exposição, pra modelo de nada. sua medicina é irrelevante, talvez, sua historia muito recorrente, mediana, mato. 

se você colhe, murcham quase imediatamente. nascem pela manhã, descansam no fim do dia, voltam ou não no outro, e de novo. 

mas elas estão sempre ali, e é ali que elas gostam de ficar. não tem expectativas, nem dentro nem fora, e nada lhes é pedido. estão sempre presentes em seu habitat, quietas, entretidas em viver e reviver. 

sobre as belezas e simplicidade de apenas ser, em viva conexão, mas fora do circuito e manipulação de outras redes, por ser o que se é.







terça-feira, 10 de novembro de 2020

tiny desk concerts & eu




amo o tiny desk. 

muuuitos artistas já passaram por alí, e muuuuitos deles eu só escuto alí mesmo, não chama muito fora.. claro que as apresentações são muito breves, uma mostra, e isso é o que me agrada na verdade.

em todos esses anos de deixar rolar playlist, uma das apresentações que ficou, pra mim, foi a dessa cantora. que já ouvi muito, e as vezes ouço ainda. me lembrei de na época ter procurado outras dela, e completamente me desinteressar; e então não procurar mais.

esses dias me vi insistindo em cantarolar tú me acostumbraste, até que por fim resolvi pesquisar uma versão para ouvir, e então a reencontrei. poxa, aanos depois, gostaria de ter achado na época. o álbum MUSAS♡. 

e quando tô no clima, pulo pro álbum da Eydie Gorme com trio Los Panchos e, iiixi  pronto. vai lonnge.


* bem.. estava falando de Natalia, e agora acabei de ouvir Omara cantando dos gardenias.. no tiny desk também ♡♡, haha, aaai.



01.06.23

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

uma fresta | ¿qué horas son, mi corazón?

 

meu relógio adiantou sozinho uma hora tem uns dias.
e eu não coloquei no lugar.
é uma experiência interessante, e, sempre um descontexto né, ver a hora e pensar, mas jáaaa, e aí se lembrar e uff..

uma tendência a ser pontual e até adiantada nos compromissos.

também a experiência de reedição, fazer diferente, de ainda ter tempo pra outro rumo, ação, tudo que caiba em uma hora, talvez.

por exemplo, parei meu trabalho e estou escrevendo aqui. está quase no fim, e, está uma hora a frente da hora certa do meu mundo. e se são 13.59 aqui, eu tenho  agora um bom tempo entre corrigir/modificar, e esse hiato ainda dá direito a passeio no quintal ver minha roupa molhada no varal com a chuva.., um café, e ainda sobra uns minutos até o 13:59 oficial, onde posso voltar a trabalhar de boas, sem dano ao tempo oficial das coisas,... acho.




quinta-feira, 5 de novembro de 2020

a calculada distância antes do pulo

eu não falo o que eu escrevo, prova oral sempre foi uma desgraça.
não escrevo tudo que penso. não penso tudo que sinto, e assim o poço e a fonte não findam.

lembrei agora do tradutor cleptomaníaco, que na surdina, surrupiava conteúdos dos livros que traduzia. ainda preciso reencontrar esse livro, ou era um conto?

 .. mas, então eu, num assalto aos temas do mundo, os assuntos são assimilados, reformulados, travestidos em cenas, desejos hipotéticos, ooutras historias. assim dá pra fabular as iminências e brincar com a melhor versão, do que o presente entrega. por que é  só a vista de um ponto, né. você escolhe seu ponto, que independe de outras escolhas já feitas, e/ou as alheias. é a dimensão do texto, criativo, e livre.

e todos esses assuntos se retroalimentam, de cotidiano, de terra e água, pé no chão.. no fruir, conectar, e descontrair por inteiro na minha vida pequena, sem exigir mais, nem menos.

em qualquer momento que eu estiver assim, não será férias, mas puro exercício, apreensão, aprendizado, assimilação, transmutação. eis meu começo. de leve, mas constante. 

não tô conseguindo imaginar melhor motivação, já que desde pequena eu penso nisso né, no porque que a gente está na aqui, pra que viver, quanto tempo leva pra gente fazer o que tem que fazer, e se a gente não pode terminar mais rápido, que nem a prova na última aula, e então voltar pra casa mais cedo. quando eu me tornei mãe, essas perguntas cessaram. aprendi muito também sobre não se apavorar com granndes dimensões. ter foco. ter resiliência, apreciar a jornada, muito principalmente.

então tudo bem, enquanto estiver bem, quando o tempo fechar..

pra que fugir? quando o tempo fechar, afinal, a gente se molha, e não dá nada, ou ainda, nada! salta da pedra mesmo, mergulha. quando chove a água fica morna, e cheira melancia. isso é muito precioso pra mim. o cheiro de melancia na água quando chove.







quarta-feira, 4 de novembro de 2020

o oráculo do tempo que é você mesmo e suas próprias experiências diz o que?
seu entorno, as coisas que você não quer/sabe resolver, o estado da arte, diz o que?

o ano que finda, sua mensagem mais forte, no coro, o que diz?
suas plantas, .. a vida na terra, o que tem embaixo dos seus pés, acima da cabeça, diz?

e por dentro, você do avesso, onde ninguém vê, as partes mais suas que sua mente, as involuntárias, necessárias ou irrisórias, comunicam?

e seu sono, ou falta dele, sua respiração, pulsação, seus sentidos, sua antena, seu radar?
o que ultrapassa a lógica,  te fragiliza, sensibiliza, tenciona ao limite, o que faz mesmo?

a vibração, o barulho ou ausência, o claro e o escuro, seus dedos, mãos, braços? aquilo que você ignora, aquilo que você admira, observa, consulta, o que se avizinha ao horizonte, que  trovoa, venta, faz diferença?

o que te decepciona ou te entristece, que mina, turva seus sentidos, adiciona grau a sua vista, peso aos movimentos, delay na tua fala, desidratação, vai ou fica?


no meio, na antessala, na pré-estréia, na gestação, no prelo, no projeto engavetado, no desejo, na ponta da língua, apesar ou contudo, de alguma forma, ainda assim, .. re começar.






_________


a Cibaby adorava essa musiquinha, fazia parte do seu repertório. e toda vez, mesmo sem estar plantada na impermanência, nesse não-lugar chamado mudança, essa frase já me punha a pensar.

quero começar mas não sei por onde, onde será que o começo se esconde? mil vezes, diversos assuntos, por vezes de forma mais leve e filosófica, como uma musiquinha infantil mesmo, noutras mais sombria, com a insatisfação de quem não aguenta mais ser o que é.

eu sou repetitiva, falo obviedades, sou prolixa, mas é isso. essa frase mil vezes, essa frase pra sempre, todo dia, toda hora. de meu lado, sem dancinha.


10/05/23


terça-feira, 3 de novembro de 2020

a cor mais quente


desvio para o vermelho | cildo meirelles


a água era vermelha, a luz, era vermelha, tudo era vermelho naquele ambiente, então parece que você, seu pensamento fica vermelho. já mergulhou numa cor? existe muitas maneiras de fazer isso. uma delas é entrando no desvio para o vermelho de cildo meirelles, coisa que fiz uma vez. a imagem é outra, o ambiente que eu fui era fechado, meia luz vermelha.. ou seja, era mais vermelho, mais desvio talvez. 

vermelho não é minha cor. acho que não tenho peças de roupa vermelha, e das pouquíssimas vezes que usei algo dessa cor foi como ter multidimensionado os meus temores e cismas mais profundos, afinal, eu sei que o meu exterior se expressa mais do que eu tenho vontade, ou se expressa na frente, antes que eu  fale ou silencie, .. de vermelho então, foi bem isso que combina, um terror, na minha impressão.

que maais. um dia fui num psicólogo, e ele fez uma meditação, na verdade era um exercício comigo, era pra eu praticar. sentir o vermelho muito intenso tomar conta e depois ir passando pelas cores até chegar no tom que representasse o mais frio, e ficasse lá. era pra eu fazer isso toda vez que eu sentisse que o entorno estivesse tomando conta, a energia do ambiente estivesse me invadindo mais do que eu pudesse, ou que o meu emocional estivesse impedindo, ou se atravessando, frente a algum desafio cotidiano. era uma mudança de frequência. no campo profissional realmente foi muito útil na época, as vezes ainda é.

eu tive o cildinho, homenagem óbvia né. cildinho era aqueles peixes que ce ganha quando não quer? ganhei um de aniversário uma vez. ele era muito vermelho. eu ainda não era vegetariana. mas jamais teria um peixe por escolha, mal cuidava de plantas, tinha uma samambaia na varanda que estava definhando não importa o que eu fizesse. foi difícil..

minha filha, adora vermelho, sua cor preferida. faz um tempo que fico esperando mudar pra rosa. essa pressão clichê, influência familiar nos estereótipos, amiguinhas..., mas isso ainda não aconteceu, e eu adoro. por essa razão minha casa tem ganho objetos vermelhos. o vermelho que a cibe gosta. e eu acho graça.

vermelho. a cor quente por excelência. 

a cor da exposição.

me expor, é o que eu faço aqui. não dá pra ver né, mas eu digo, é vermelho.





segunda-feira, 2 de novembro de 2020

a primeira coisa que eu lembrei quando achei esse papel foi a Astrud Gilberto cantando Call Me. Adoro.

você escreve sonhos? eu já anotei muito os meus, apesar de não ser uma pessoa muito sonhante. eles são uma boa parte de papélinhos soltos perdidos por aí em livros, cadernos, bolsa carteira. .. mas faz tempo que não faço isso. desisti, e aí mesmo que sonho menos.

sempre que eu releio um sonho perdido eu sinto uma energia. aquela que é impronunciável, impossível de replicar, e que faz com que qualquer relato, por mais emoção que você coloque, perca brilho. ...é que é só seu né, a sensação, a energia é só sua. não tem como você colocar a pessoa dentro do seu sonho. embora a gente tente, queira. é possível que quando estiver com uma pessoa, e quiser chamar esse instante de sonho você esteja automaticamente excluindo a outra do momento. e se ela virar pra você e também disser que é um sonho, você é que estará de fora. então serão duas bolhas. xii.. ando meio louca. 

..e sei lá como, naquela trama eu confundi Call Me, com Calma. notei isso ainda em sonho, fiquei no enlevo, viajando nesse relance, no meio da cidade, como se as palavras se sobrepusessem, e o propósito de uma fosse o resultado da outra em um efeito/coisa só, .. e então não precisasse de mais nada? .. e acordei, imersa nessa sensação. apesar de hoje eu não ter mais o contexto, situação, do que ainda alcanço,.. gosto.



essa letrinha de bruna que acabou de acordar.. tsc, tsc. mas eu sei o que é, 
qualquer movimento em falso.. puff desvanece o sonho | 2015


domingo, 1 de novembro de 2020

no meu tempo, o que me concerne



passei um bom tempo onde tudo que eu ouvia, recebia, era um convite para silêncio, para perceber o dia que passa e a noite que chega, só pra ver amanhecer de novo. fazer as tarefas, e só perceber. na receptividade. fixada no tempo, na vulnerabilidade que assenta as expectativas, sem julgar, julgar é se fixar, e eu treinando a maleabilidade então, convinha esperar.. bem, eu não sou isso, mas estou atrás entende, foi um bom exercício.

ainda não é o melhor momento pra falar, talvez nem pra escrever, mas, essa é minha parada. é por isso afinal, que sei da distancia dessa reflexão ficar, algo como pronta, já que a escrevo um pouco a cada dia tem um tempo, pra entender o que é meu, curtir os aspectos, e aprender.

..e eu estou hesitando, faz temmpo que estou hesitaando, porque sou apegada, ao que é bom, ao que é ruim, e até o que eu não sei eu sou. e pra sair dessa vou ter que me forçar uma situação, se há algo que eu aprendi sobre mim. porque o que eu me permiti esses meses, meses atípicos, é certo, mas não faz sentido nenhum no campo da materialidade da vida, e faz todo o sentido, eu só, ainda não decodifiquei as sutilezas, os sinais. mas estou indo.


e jogando pro ano,.. aquela que acha que se despedindo cedo pode fazer acabar mais rápido, ..

2020 você mudou minha vida.




terça-feira, 27 de outubro de 2020

dentro da terra

 


eu sei que não sou novela e que o que eu escrevo não há de ser tão interessante, ou por muito tempo. 

sei que deve haver muitas realidades melhores que essa que vivemos hoje. e que em algum momento, necessário se faz correr, se transformar, e abandonar o presente, e o passado, por elas.

sei que nossa sorte como indivíduo é lançada a cada dia, e que existem muitas suscetibilidades.

sei que a gente não deve levar muito a sério o que é pra ser simples, e que é legal simplificar grandes temas, mas sem banalizá-los.

sei que minha sopa de letras refina minhas experiências e maquia meus demônios.

.. sei que, saindo do campo das ideias, a terra sempre me mostra que existe um poder de manifestação nas minhas mãos (na de qualquer um né), então plantar, cuidar, receber ou não retornos, adaptar ou não o cuidado, morrer, viver, brotar ou não, faz parte dessa mágica da vida. e canalizar esse poder criador é forte, porque é sensível.

então sobre fincar raízes, finalmente esses dias criei coragem e plantei algumas mudinhas no chão da casa do futuro. sou indecisa, ainda estou, sobre exatamente o que plantar e onde, mas foi um impulso, espontâneo. era mais uma necessidade de aterrar, de chegar, de estabelecer relações, e de me colocar nesse pequeno mundo, o qual ainda gravito.

e não sei bem qual vem, mas são plantas simples, generosas, e saturadas de vaso, então.. nos embalos da crescente, acho que está tudo certo. manjericão, capuchinha, amora silvestre (que não sei bem o nome), o boldo da Cibe, e ela, a dama-da-noite, aquela que me atiça os sentidos, adoça minhas noites, que demora pra brotar, cresce incrivelmente devagar, e a que mais gostaria de ter próxima a minha varanda. 

agora é com elas... a seu tempo e se adaptando ao entorno. estabelecendo suas conexões silenciosas e fazendo o seu caminho, independente do que eu quero e sei.



"já sempre mesmo estive aqui"..

debaixo da pitangeira





terça-feira, 20 de outubro de 2020

um isolamento datado

 


Nome completo, idade, profissão/atuação, naturalidade ou reside desde quando em Floripa, moradora de que bairro da cidade.

Bruna Mansani, 40 anos. Professora de Artes Visuais, Rio Vermelho, Florianópolis. Sou natural Paraná, resido aqui desde 1994.

O que mais gosto em Floripa.

Ainda no Paraná, me mudava muito de cidade. Quando cheguei aqui com minha família em 94 , estabilizamos. O que mais gosto daqui é o fato de que todas as histórias que passei, todos os marcos que ultrapassei, tudo que desisti e conquistei, tudo que eu amei e frutifiquei se concentra e é influenciado por essa mesma locação. A mesma praia, mesmas ruas, bairros, faculdades, com familiares, amigos ou amores diferentes, sem perder a intensidade do presente, mas sempre sobrepondo essas camadas de história. É um lugar onde sempre consigo me surpreender e  expandir meu mapa mental a partir de uma mesma paisagem revisitada, ou desbravando recantos. Ressignifico a historia local, sobrepondo minha própria história, por isso sinto que já vivi em muitas Florianópolis. É uma cidade afetiva pra mim. Nunca tive vontade de sair.

Qual seu lugar preferido de Floripa e por quê? Diga se, por motivo da quarentena, tem conseguido vivenciá-lo. (Pode ser local, estabelecimento, paisagem, etc.)

O perto ficou longe. A família fragmentada, afastada apenas pela distância da convicção do perigo e do cuidado. Moro próxima a lugares lindos como a praia do Moçambique, mas essas locações, ineditamente pra mim,  ocupam um lugar da sedução que podem significar morte para alguém. Permaneço em casa.

 O que a quarentena vem lhe ensinando, deflagrando?

Tem pouco tempo que saí morta de um Pantanal e renasci num Rio Vermelho que  agora pulsa dentro de mim. Numa iminência global, precisei  levantar a cerca que separa tudo o mais, do meu pequeno mundo dividido com minha filha. Nesse espaço circunscrito brotam em intensidade medos, arrependimentos, saudades, decepções, angústias... que me esmero para que se transmutem em adubo e fertilidade no meu canteiro de esperança, fraternidade e amor.

Enviar uma foto sua e a do lugar/estabelecimento/etc de floripa




Legenda imagem 1: Bruna Mansani e sua filha Cibele, de 3 anos, por Estefânia Fraga Pedroso
Legenda imagem 2: Bruna Mansani e sua filha Cibele, de 3 anos - Selfie Bruna Mansani


13/05/2020

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me pediram no início do 2020 pra responder quatro questões referentes ao recém isolamento instaurado. estavam pedindo para diferentes pessoas, de pontos diferentes da cidade.

aceitei. mas com um pouco de receio. fazia tempo que eu não escrevia, e estava bem longe de querer transformar aquele momento em registro. mas o que não se faz pelos migues né.

nada demais também, .. além de um tom dramático acima do normal acho. e pra ser justa, fico feliz de não reconhecer o tom, porque significa que agora vejo de fora alguns aspectos dalí. 

foi a minha primeira reflexão escrita mais formal em bastante tempo.  tinha que vir morar aqui.




segunda-feira, 19 de outubro de 2020

la princesse insensible


a primeira vez que assisti um desenho do michel ocelot foi um pouco depois de 2000, com as amigas mães da facul e seus filhinhos fascinados pela animação Kiriku e a Feiticeira, 1998. Cibe com 1 ano já super curtia, até vou colocar de novo, faz tempo que ela não vê. depois veio Azur e Asmar, 2006, amei, e depois disso em algum momento resolvi pesquisar o que vinha antes disso, e então encontrei em francês Príncipes e Princesas, de 2000, feito de sombras, e meu assunto de hoje, A Princesa Insensível, 1983. Esse papo de príncipes e princesas está bem questionado hoje em dia, gosto, é importante, pertinente e até tardio. a temática está aí, tem muita coisa linda feita, justamente para fruir e receber um olhar crítico, o que proporciona uma profundidade maior, amplitude a suas tramas, especialmente junto às crianças. 

quanto a mim, eu amo a estética dos desenhos de Ocelot, as cores, fico mesmo encantada, deve ser lindo de ver no cinema. inclusive, falando nisso, Dilili em Paris, 2020 na área.. quando será que vou ver? no mundo antigo acredito que teria passado na Mostra de Cinema Infantil daqui da city. maaas, enfim, voltando.. essa mini série mexeu com meu coraçãozinho bobo na época, e sim, ainda acho muito fofo. 

são 13 episódios bem curtinhos sobre um rei que estava muito preocupado, pois sua filha não demostrava sentimentos, parecia que nada a interessava. então o rei anunciou um concurso, com grandes apresentações, e o primeiro príncipe que a fizesse demonstrar qualquer emoção, ganharia sua mão. 

o primeiro episódio eu coloquei aqui, pelo yt agora tem todos, dá pra ver. eu veria, inclusive agora, .. sem mais.. =)








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domingo, 18 de outubro de 2020

michel ocelot e meu ep. favorito



 
pode ser que um beijo seja mais que sede. que seja mais que a sobreposição de pontos. que seja mágico, mesmo.. acho até que o primeiro, em alguém que  se deseja, que goste, que queira muito, tem disso, né?

o que há para crescer em me ser. o que há para crescer em te ser, o que será de teu, e de meu, tão precioso. num beijo seu, no que tudo se transformará, e num beijo meu, no que tudo se reconfigura? 

* sempre me reapaixono por esse episódio, e por você, quem é vocé? e quem sou eu?




sábado, 17 de outubro de 2020






nessas entremudanças 2020, estava na casa da minha mãe, e escrevi um texto sobre essa impressão, exatamente essa impressão, um texto igual, mas diferente. onde eu coloquei será gente. mais uma coisa pra procurar.. sei que bati o olho nesse texto hoje, agora, e caara, não acredito que já tinha escrito. déjàvu de texto.  

eu e minhas folhas soltas.
se eu encontrar, vou repostar dia desses..





 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

16/10 – 16h30 mais uma lua nova em 2020

 

a espera da lua nova. tempo de prospectar, iniciar novos projetos, deixar pra trás, liberar, largar o medo, desapegar para lançar algo novo no universo, falar assim até me faz rir, mas tudo bem.. sigo.

então a bruna adolescente queria presentear sua mãe. não lembro a ocasião. sei que fui numa  livraria e  comecei a olhar vários temas até que parei num manual de bruxa que tinha uma diagramação linda, capa dura e uma caixinha, claro, era perfeito pra mim, quem nunca né . . aí como gostei, acabei comprando pra ela, e não foi barato.

quando entreguei pra ela, teceu comentários sobre sua beleza, foleou um pouco e depois de agradecer, coisa e tal, disse algo como o livro ser bonito, mas que devia ter sido caro, que não valia a pena ficar com ele pois era mais bonito na forma do que tinha conteúdo, que era pra eu ir trocar. eu sabia quando ela estava tentando falar as coisas com jeito. esse era um dos casos. e eu entendi, mas fiquei com uma ponta de mágoa, pq sou dessas né, e fui trocar, absolutamente não lembro pelo que.

antes de ir, abri o livro com cuidado, na parte de dicas anotei duas no meu diário. e, .. ontem fiquei caçando esse diário pelas caixas, já sabia que ela estava chegando.. no meio da tarde de hoje é lua nova. 

e porque essas duas dicas, e  porque só duas? lembro de ter feito isso e sentir um quê de transgressão. lembro de abrir o livro com bastante cuidado. então..

ritual de casa nova. entrar numa nova casa, ambiente, é uma grande mudança pra você e pro ambiente que vai te acolher, a casa também é um ente. é interessante se apresentar a cada ambiente da casa e brindar com vinho.

ritual de lua nova. a lua nova é uma lua criança, como toda criança adora poesia rimada. faça pedidos em rima para lua nova criança, ela tem boa memória e enquanto cresce vai te ajudar na realização.

esse da casa nova conto para todos os amigos que se mudam, desde então, e o outro sobre pedidos pra lua nova conto pra qualquer pessoa amiga que esteja a minha volta no momento em que a vejo, ou lembro. uuui já criei rimas terríiveis haha, vamos ver como sairemos nessa primeira vez, eu e Cibe. bom pra projetos novos e conexão com os ritmos da lua.  acho fofo, acho querido, e daria um abraço bem forte naquela bruna, que conversa comigo hoje. 

recentemente coloquei em prática no primeiro dia que eu e cibe entramos na nossa casa do futuro, as apresentações. e foi lindo, eu com vinho, ela com suco de uva, e a gente foi nos espaços da casa nos apresentar.. tipo, "oi quarto do futuro, nós somos bruna e cibele, vamos morar aqui agora e a gente espera ser muito feliz com você" .. e fazíamos um brinde, tomávamos, e seguíamos pra outro cômodo. simbolismos.

a segunda é a razão do texto, acordei com ela, pensando.. acho que precisamos de uma rima boa nesse novo ciclo =)..  pra ser divertido, e porque tá na hora de ficar leve junto com a lua, pra então crescer com ela. desejar, ter humor, rir e sonhar..

e aí, sou dessas, acredito nessas coisas, minha cara né? pois.., tenho um ceticismo arraigado. gosto de fingir que nao tá lá, relativizo esse lado, passo temmpo tentando absorver sem julgar aspectos da vida que não são feitos exatamente pra fazer sentido. então assim, tô melhorzinha, ee no mínimo, é isso, tão simples e lúdico quanto simpatia pra tirar verruga. e as vezes funciona. =)



e por fim.. não tava aqui, 😑






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a espera da lua nova. tempo de prospectar, iniciar novos projetos, deixar pra trás, liberar, largar o medo, desapegar para lançar algo novo no universo, falar assim até me faz rir, mas tudo bem.. sigo.


e você,

qu'est-ce que tu veux de mois, mesmo?

minhas palavras me cansam, tenho cansado muito de mim nesses textos nem te conto.


15/10/23


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eu ainda gosto de brincar de estar sozinha, mas com alguma companhia e ficar lembrando de outras Brunas. mas na medida de hoje, não de ontem. 

um coração fechadinho, um modo sobrevivência, como chama aquele modo de celular?

pode ser o silencioso, ou o modo economia de bateria. os dois funcionam pra ideia.


04-12-23