terça-feira, 31 de outubro de 2023

estrela natureza | rezos | ironias

 

e aí esse papo de Cáritas vegana,  lembrei de uma prece, que na verdade é uma música, mas que por muitos anos eu usei como prece. 

ao invés de Pai nosso e Ave Maria, que amo também, por grande tempo, meu rezo era a letra dessa música.

eu achava que era do Almir Sater, o que me deixava bem triste depois que liguei os pontos de sua voz e violisse, com as terras e terras que ele tem cheio de boi de todo tipo, que ele cria. 

a música/letra não é dele, o que acho que não muda muito.

cria, mata, come e canta natureza e bixos.

nada demais né, cada um com seu cada qual a essa altura, mas a música,  mais que música pra mim, que conheci daquela voz ainda quando criança, ah enfim, deu pra entender né.

aí, claro fiz uma despersonalização, se dá pra dizer assim, não muito ligada na melodia, procurei esquece-la, e fiquei com o texto, que como prece, se tornou minha, e pronto. já é.




segunda-feira, 30 de outubro de 2023

porque a montanha é russa? | aquela faltinha báasica do que fazer.., dos dois


 














Prece de Cáritas

 



“Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.

Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.

Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes.

Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem.

Senhor! Que vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz a esperança e a fé.

Deus! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão.

Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, ó Bondade! Ó Beleza! Ó Perfeição, e queremos de alguma sorte, alcançar a Vossa misericórdia.

Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem”.






tô só tentando lembrar quando, como, e se, já postei ela aqui. mas tenho uma história com ela.

tanto a dizer, e nada importa né, mais cedo ou menos vou escrever igual, então..

prece Cristã, espírita, psicografada em uma noite de Natal não lembro quando, nem quem. 

rezada nos meus primeiros anos de daime, o que a resgatou de minha infância e adolescência onde mami frequentava muito centro espírita.

presente na minha casa nas noites de segunda, ou quarta, às vezes, na famosa prática espírita de Evangélio no lar, aí coisa de criança mesmo.

às vezes era eu que ficava com a missão de ler, às vezes o Sílvio, tal, mas eu me lembro de adorar o acalmar-se-ão, e me sentia importante. não achei ainda a versão do papelzinho que a gente lia. mas essa é bem próxima.

eu e o Léo quase sempre, outras vezes só o léo, raras o Silvio, fazíamos bagunça tipo, cutucar, careta, rir de erro na leitura e aí ter crise de riso..

o que transformava em algumas ocasiões um momento tão singelo  de união familiar em um clima tenso, às vezes pé de guerra, fazer o que Jessuis,   família á, família ê,.


ela é antiga. não tenho vontade de criticá-la, nem sua proveniência. aceito, e sempre aceitei de coração aberto, e sempre, desde aquela época de pequena, achava linda. e poderosa em sua simplicidade. 

tem vezes que ela vem na minha mente.. começa a se rezar sozinha Deus nosso pai, que sois todo poder e bondade..

e então eu vou junto com muito fervor, imaginando qualquer força, qualquer levante qualquer ou/e todas as vibrações, todas juntas nesse canal, sintonia, possam mesmo abrasar a terra.

a gente consegue sintonizar faixas né, se coaduna às vezes com energias não boas, essa prece, me leva a querer esse levante, buscar dentro de mim, o melhor.

nos dias atuais, .. tenho lembrado muito.



ressalva: aquele progresso alí dói na alma. dias atuais falando nisso, doutrina espírita, e bolsonaristas? socorro. salvem a Cáritas. ela é minha, e de quem tem bom coração. 



depois dos doze anos eu não frequentei mais nada. minha única doutrina era a  dona Vera, que adorava pregar as coisas que lia livremente, e pregava uns tapa também né. mas nada demais pra época.


fiquei emocionada quando na corrente do Daime, do nada tooodas aquelas vozes começaram a rezar a prece de Cáritas. foi bem bonito. mas hoje em dia não rezam mais, não sei porque.

pra constar sempre tive ranço de espiritismo e qualquer outra religião. e por muitos aspectos a Umbanda se aproxima, né, dessa doutrina inclusive. que os guias estejam ocupados,.. essa parte me irrita um pouco. 

mas isso é outra história.

na verdade é uma história que não vou problematizar. eu não posso fazer isso com minha convicção. 

e tudo se resume, se deixar, na minha percepção das pessoas, nas  mintchuras e poses, em coisas que eu tenho o costume de ficar buscando. contradições. 

eu não posso fazer isso, meu lance ali é outro. e pra ser bem feito precisa do melhor dessas pessoas assim como o meu. somos iguais, nenhum santo. 

e eu, nossa, muito caminho de aprendizado. que muitos dos irmãos, não tiveram trava em se jogar como eu então. fica de boa Bruninha.


e eu estou.

30/10/23


________

pensando....., 


mas nem sei se devo, porque é algo que me incomoda demais fazer, mas pensando aqui.


pensando



pensando, mas, 


é clemência. 

é clemência que eu pedi, e peço, nos rezos, porque se for justiça no mundo, a raça humana termina. vira rejeito, nem pra adubo servirá direito.

se bem que essa necessidade nem vai existir. a fluidez, a dança e entrecusamentos possíveis estendidos no tempo reinará novamente, e cada ano será contado por centena, de tannta falta de pressa.

Cáritas não é muito vegana né, ela é totalmente antropocentrica, meio que focando em nosso sofrimento, tão só. não estou criticando, eu a amo, e estendo aquele amor para tudo, sempre. mas estou aqui pensando só.

se a simplicidade que fará de nossas almas um espelho para refletir sua santa e iluminada imagem nos transformar em uma Grande mãe, na força criadora universal, no Pai criador, Oxalá, Nhanderu, Deus, grande acaso, qualquer nome que se queira, e qualquer deles, ou todos juntinhos de mãos dadas, ou sobrepostos, como um, que sejamos pois, todos e tudo.  

olhemos por nós, com clemência.

que a justiça venha em nome de consciência, e que amor e respeito contaminem como vírus todas as relações.

que a empatia se estenda a todos os seres viventes no complexo terrestre, e além, e que a isso possamos considerar, humanidade, em todas as especificidades de ser.


isso.


31/10/23


_______

toda reza tem força, todo o rezo tem poder, todo o rezo tem história, todo o rezo tem corrente, todo o rezo tem vibração e coletividade que reverbera por toda a existência, em todas as direções, não é que eu sei, eu sinto.

é um privilégio muito grande hoje em dia conseguir me conectar facilmente a essa energia Divina da força, do reslzo, de qualquer rezo, até de salmos, que eu não tenho conexão nenhuma.

parece que se eu for por a mão numa Bíblia a minha mão cai antes, de tanto desencanto que eu tenho com esse livro. 

no entanto, onde existe a força do rezo, é é extremamente poderoso, e eu reconheço, eu valorizo e respeito.

quando eu posso com certeza eu escolho meus rezos, todo mundo sabe quais são, todo mundo não, você deve saber, intuir semelhante, ou me ler, no mínimo.

conexão com a vibração do rezo. todas as vozes que já rezaram somadas à sua, retualiza do luz. que é a verdadeira força mais que as palavras.

só isso só. que eu to pensando ao invés de dormir. 

mas agora fui.


03/04/24








e o não ato? | a paciência não é santa, ou a santa não é paciente, aliás, que santa?



saí de um agora

e estou só. 

nem posso compartilhar o que senti, a cadeira do lado do cinema tá vazia

o não ato é o nó da realidade, misto do desejo reprimido com futuro alternativo 

tendencioso né, porque é de autoria própria.

mas eu queria

que você soubesse

estava lá

atemporal | jogar não é meu play

e onde será que você me poria na sua história, se eu pudesse sanar uma dor?

se eu pudesse assoprar no seu ouvido vai passar, e com a mão no seu peito entregar meu melhor amor. onde você me poria, e não tiraria?

sem apagar seus liames, história, trajetória, onde meu olhar teria uma importância, e minha presença, um acalanto, será que você me quis num dia assim?

eu sei onde você já não me quis, queria saber na história, será que existe um lugar?


e você jovem, comigo lá, teria esse poder, .. cheio das lábia, das presença, cos cerca lorenço tudo, com o papo dee, como explicar, uma conversa exclusiva, como quem conta um segredo, como quem te dá uma importância única, supervalorizando os retornos. 

será que esse cara me daria a volta? 

eu acredito que a gente não se veria. 

você é o tipo que procura Deusas. admira e supervaloriza, idealiza talvez, suas musas. sem falar, o ideal de parceria. tem isso também.

eu..

eu, ui isso é difícil.

mas em teoria.



eu também buscava parceria, afinidades. aliás, palavras corriqueiras no âmbito afetivo né. 

mas sempre quis exercitar o amor, a dois. trepar? lógico. mas mais profundo que isso, e não só. uma essência do outro, um tudo, um avesso. e eu sempre fui muito retraída, então, era um querer mostrar pra quem soubesse oferecer, confiança, sobretudo quisesse, e mais, fizesse questão, de ver.

queria uma unidade dessas individualidades. acho que eu ainda gosto do sentido de parceiro. não gêmeos, mas como algo que ascende suas potencialidades.

na verdade..

sempre tive dúvidas, se seria amada, se merecia isso. se era possível. e nos meus relacionamentos havia algo difícil, que não era acessado, e muito ruim pensar, ou saber, que havia mais, e eu não tinha, ou não sabia como ter, desenvolver, criar,.. ali, naquela comunhão.


tudo tem seu lugar certo, eu sei. tô de palhaçada aqui, só porque tava com saudades de elocubrar... 

mas você não mistura, sei lá jogo da vida com banco imobiliário, dois jogos da minha infância.  esses jogos não conversam. 

talvez não caiba uma peça na outra, a estrela não encaixa no recorte da concha, no brinquedo de vazados de criancinhas. e tudo bem.


olha eu me esquecendo do sonho, da criação, da arte, do desejo ardente, que funde presentes. 


-------


mudei de ideia. 

jogo da vida e banco imobiliário são iguais. são jogos. um jogador inclusive e apenas, a cada partida. 

e jogar pra ganhar, ganhar o que, pra que. 

criar necessidades é um vício, e sair correndo pra conquistar, uma muleta, uma desculpa furada pra protelar vínculos desnecessários o máximo que a gente pode, porque quando a realidade que você ganhou chega, se vai é ficar feliz seus cinco minutos, e depois vai pendurar na parede porque a vida continua urgente, e prenhe de outros jogos e desafios, pensa que eu não sei. pois sei.

eu não jogo, não quero me submeter a regras, fico de lado resmungando, mas minha montanha russa não é agressiva, nem tudo ou nada, não é por grana. eu não jogo. 

ahh não gosto, tenho preguiça de aprender regras, tenho impaciencia com a demora.., não gosto do clima, não gosto de competir, detesto perder o que eu supostamente quis. não sou pra isso. e esse climinha de competição então, ou de confraternização entre competidores, ser bom vencedor, perdedor. vai todo mundo pro inferno.

eu não jogo.

e quem não joga, não ganha né, mas também não perde.

minha vida é mais, e nela, eu não jogo, nem pelo que eu tenho, nem pelo que gostaria.

08.03.24










domingo, 29 de outubro de 2023

enquanto pode

 

aproveita enquanto é criança

aproveita enquanto é jovem

aproveita enquanto tem tempo

aproveita enquanto não tem filho


quem não cansou de ouvir esses inferno de frase?

e aproveitar o que mesmo?

eu sei tudo hoje

e meus assuntos são sempre os mesmos né

é que eu sofro de tilt,

alguma falha no sistema

vírus?

programa corrompido para de funcionar ou continua?

deve ser que nem meu carro, para quando quer, não liga mais nunca mais, aí volta do nada, pra você ficar com cara de troxa na frente do mecânico, que por sua vez te olha com ceticismo e pena.

tô com muito sono, mas tem uma pagodeira na pé da minha cama quase, uma noite de lua do nada, um grilo cantando tão tão alto...

e o que eu queria dizer mesmo,

esqueci.


____


mas a coisa séria

o aprisionamento de ser sério num mundo sério, cheio de consequências

o mundo foi sério e com consequências comigo. metade dos meus primeiros dinheiros iam pra casa porque meu pai estava periclitantemente sem emprego, eu queria e precisava ser assim,  e não foi nesse tempo 

eu me sinto presa a essa altura.  a seriedade e o desgaste não param de me chamar e eu mão queria

isso está me fazendo envelhecer cada vez mais. olhar a vida com amargor.

eu queria dizer algo que nunca disse

algo bom sabia.

melhor ainda, se já disse coisas boas.

não tá tendo.

eu sei. posso inventar, sou artista, mestre até, aiiii não tô me ajudando, pensar nisso já fermento em ironia, aaaao quem me guenta?


mas aquele sonho né, eu amo, eu lembro muito dele, queria que você visse, você viu será. 

tudo que o mar deixou ao recuar, o encanto do chão, o encanto da formação da onda-parede, o encanto e a iminência de morte, a mágica e o terror, mistérios revelados só porque a boca do destino está prestes a te engolir. 

e você, você ficou, como eu.

agora nós somos então, O mistério.




metidinho. se enfiando no meu sonho. mas tudo bem, eu sei que você é sagáz, e tá querendo. só que anda na beira né, corre risco, .. meio que desdenha também. aí ai..

mas você chegou no sonho. ele é seu e meu. até eu ficar bem brava de novo. mas você chegou nele, está comigo, e tudo que mais quis, é dividi-lo com você, só não sabia.


uiiiiiiiiii | 98,56%

 


ahhhhhhhhh

e mais ahh

que saco viu

vai passando, passando .. o tempo

e vai voltando, voltando

a saudade né

nem sei de que.

e que raiva mesmo

e que ranço

e no céu.. 

um micro borro

vestígio de lua que nem sei em que pé que tá

tão perdida que estava, nesses dias nebulosos

todo mundo tão vivendo suas vidas

todo mundo tão cheio de certezas prioridades e paixões

para o bem e para o mal né

mas vou me restringir a minha prisão tá

caara tá querendo abrir, não acredito que tá cheia, será?

tudo que eu quero é te dar um beijuu

diz a pagodeira aqui do lado

não dá pra viver assim

querer sem poder te trocar

acredita?

mas agora emendaram um deixa acontecer naturalmente... outro hit

galera delira urrú

invejinha. de ter felicidades simples. gostar das pagodeira, dançar, beber, e ficar ali cantando em coro, quee beleza. 

mas a outra música né, vi agora, "Grupo revelação". nunnca ouvi falar. mas a musiquinha já conhecia, sabe- se lá como.

então, "Coração radiante"?

veja essa letra, palavra por palavra e só pra constar..

meu coração não está naada radiante. 

sabe quem sou eu agora? a menina sofrendo pelo poster do pop star. tão bobinha. mas eu queria..

e a lua está cheia, plena, lindíssima, agora mesmo aqui do meu balancinho de rede, uma visão.., 

mas míngua.

























não há de ser nada


o último lugar que faltava dar uma passada de olhos de arrumação. 
nós duas. 

mas já ameacei mil vezes abandonar a função e ir fazer outra coisa porque ela começa a brincar, se distrai e espalha um monte de pecinha de novo.

o quarto dela é o espaço da casa menos habitado curiosamente. 

é meio depósito, já que dormimos juntinhas.
roupa limpa pra dobrar, todos os brinquedos do mundo, portas da cômoda abertas as vezes. grandes vezes.

o quarto dela, tem dia, ou o meu, vira umas construções com todas as cadeiras, banquinhos, caixas da casa. o que me estressa. porque estamos falando de uma casa-casinha, né. 

é isso por fim. ela brinca de casinha onde eu também brinco. aí já viu, zona é certa.

eu achei que ia ser uma mãe melhor. que ia brincar mais com ela, fazer coisas, criar coisas com ela. mas eu não vou dizer que não tenho tempo, eu não tenho é ânimo, brilho, alegria, por mais estranho que pareça.

estou melhor. e em vista do ano passado exatamente nesses tempos.. aleluia até, bemm diferente, mas.. , eu sou eu né.

apesar de bagunceira, desorganizada, com controvérsias, enlouqueço com jogos que eu amo faltando peças.

já Cibe, não tem paciência com jogos. diferente de mim mim, que não só gostava como queria ganhar sempre.

precisava sentar com ela, jogar, criar esse gosto comum, juntas, humpf, quem disse. ..

quanto aos amigos.. já estão avisados. quer dar jogo, acha espaço na agenda como parte do presente. palhaçada. eu não sou mãe do ano também não, me ressinto, mas nem tento.

não há de ser nada.












Oxumaré orixá serpente arco-íris, ou A jibóia encantada, guardiã das medicinas da floresta?

 

foi o que eu perguntei pra 71. disse que eles iam ter o privilégio de escolher e que a 72 iria ficar com o outro.

e a 72 ficou com Oxumaré então. eles verão o mesmo conteúdo, porém cada cada representará figuras diferentes ligadas ou à lendas ou à descrição mesmo, não decidi.

desde que eu entrei estive fazendo com eles trabalhos com a linha. 

linha no desenho, linha no espaço, na arte em diferentes linguagens, dentre elas performance, e instalação, criando e recriando novas mitologias.

a linha como cobra, a cobra como animal, também símbólico, um exemplo na cultura africana, outro exemplo dentre os povos indígenas daqui, que eu tinha mais facilidade de mencionar.

eu queria recontar uma lenda do Reginaldo Prandi que vi um resumo num desses livros escolares que não uso, sobre Oxumaré. 

muitos anos atrás eu contei pra um quarto ano. eles fizeram umas pinturinhas que eu amei.

não sabe como fazer valer a lei 11.645 na escola, .. conta uma história. e foi bem assim mesmo. além de tentar empretejar minhas referências. e não. não estou dando receita de sucesso. bem fora disso.

Pérola. até poucos dias tinha a pinturinha dela minha parede. e fuçando nas caixas achei a de um outro estudante deste mesmo ano e trabalho. 

Pérola. nome lindo maravilhoso pra uma criança né? mas eu costumava ouvir na sala dos professores menção à sua pessoínha pejorativamente como Pérola negra. é muito louco isso, irônico, perverso, talvez, compreensível em algum ponto, porém bem complicado entre professores, no mínimo.

Pérola não era negra, e se fosse? o que para além do fato haveria de ter e se reverenciar?

mas era uma menina branca, esteticamente bonita, extremamente inteligente e também precoce em vários aspectos, muito ativa, agressiva, portanto, bemm difícil de trabalhar. tão marcante que de vez em quando ainda  é lembrada por sua ex turma, já que deixou nossa escola há um bom tempo.

Pérola guardava em si todas as complexidades da própria comunidade que a acolhia, e até poucos dias olhava para parede e pensava, que será feito dessa criança, a quantas anda? 

o que me faz lembrar de Kely, como andará Kely? literalmente cadeiras voavam em minhas aulas,  muita raiva, brigas entre os colegas,  mmmuitos chingamentos escoaram dessas convivências em sala, experiências recorrentes que deixavam humana e polidamente falando muito desgastante e pouco eficaz a intermedição em sala de aula sabe.

Kely era da Chico Mendes, de um projeto de contraturno que se chamava Gente Amiga. eles contratavam oficineiros e tinham um casa bem no meio da comunidade. 

dei uma oficina lá por um tempo aí, mais que muitos anos atrás. muito aprendizado, muita dificuldade, muitos questionamentos, dentre eles como acessar, como fazer a diferença, sobretudo como continuar, sendo que a vontade e igual a que eles manifestam às vezes, de fugir.

se bem que, Gente Amiga acho que é projeto do alto do Morro do Horácio, que trabalhei também, pouco antes de me efetivar na prefeitura. e o da Chico, agora não descanso mais até lembrar, mas ele era. aquelas iniciativas de cunho cristão, Marista, se não muito me engano, que financiava o projeto, .. ainda vou lembrar o nome.

aliás, quando trabalhei na Chico, morava em Campinas bem próximo à geral. então era só fazer uma reta, passar pelo viaduto e ainda em reta adentrar a comunidade, e andando, sempre de uniforme do projeto, mas a cada dia mais reconhecida porém, subir até a cede. mas como morei muito por ali, me sentia em casa.

no Horácio a mesma coisa, mesmo clima.

crianças inesquecíveis.

enfim..









sábado, 28 de outubro de 2023

sazonalidade

 


não exatamente como minha mami foi.


mas a falta de sol prolongada é a cereja do bolo na minha falta de disposição para tudo.
hoje acordei até bem. 

mas depois foi difícil de segurar uma sensação interna muito ruim. primeiro de ser chamada sem poder atender, resguardo. 

e depois, sol, qualquer coisa com ele, até ferver com esse corpo gordo crescente. sem ele nada.

e como eu tenho coragem de escrever esse tipo de coisa, não saí da adolescencia? 

veja bem, a Bruna de amanhã vai deletar.

quando ela puder substituir por algo de imagem, algo de texto bem dela, cheio de possibilidades e brilho, ela tira.


tenha pena | encare os fatos, que não há


 




é uma ansiedade uma angústia, e não é minha

me debilitada, imobiliza

um descarrego,

um exorcista?


sexta-feira, 27 de outubro de 2023

frame






outro dia ganhei dois chuchus do quintal de um amigo. por coincidência levei espinafre da mami pra ele.

olhei um pouco triste pros dois, pensei, vou deixar estragar..

ficaram rolando, rolannnndo na geladeira, mas eu fiz. quem diria Bruna, menos esse carma.

chuchu é leve, é doce, é sutil, até gentil. eu não posso dizer que amo, sem pensar que tem umas coisas na frente, mas..

mas não é sobre chuchu né. é sobre paisagem.

é sobre vazio.

é sobre esse recorte de caminho.

e esse maravilhamento de andar e se distrair, até seu ponto. sua convergência.

é um anúncio potente, e seu maior assunto, é ele mesmo.


 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

plantei meu pezinho de bucha ..




 



fazendo empolgadíssima o que não era pra fazer e talvez por isso.. tão tão bom.

plantei as buchinhas finalmente.

plantar e esquecer né, como toda semente e plantinha bebê, tomara que venha, como veio, creça e se desenvolva. que goste do chãozinho e das cercanias. 

que trepe na árvore sem dono, e no pé de limão de limão eteno, generoso que só. 

viva a vida, pro que vier.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

ondas | 3° ato

 


e desmorooooona tudo na areia..

aí a água recolhe com a força do vento, se avoluma, às vezes um vento de lá, um de cá, e tudo fica mexido, por outras a água sobe lindamente

e desmoooona tudo na areeeia,..

em ondas belíssimas e estruturadas

depois recooolhe tudo, recua bem, torna a formar, numa dança das águas, sobe e desce,  vai se precipitando, explodindo em pedreiras, avançando cada vez mais na área de praia..

e desmorooooona tudo na areia...

se esparrama já em retorno

tiveram  momentos pelo mundo, em que esse recolhimento foi maior, mais longo. 

não é um bom prenúncio pra quem está na borda do mar

a água some, até silêncio se faz

mas o que é isso, pra onde elas pensam que, vão, desistiram de banhar essa  beira??

e o que é aquilo, que se forma ao longe?

se isso acontecer, .. corre.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

.. se me chamarem de bruxa...

vou gostar nada nada

assim como quando diziam que meu penteado lembrava Frida, ou que de trança é "cara de índio". historicamente vou sorrir, por dentro querer fugir. 

agora bruxas.

detesto a temática, assim como tenho horror a roda de mulheres, dançando show de horror, de mãos dadas ai não, Deusa que me livre e guarde, quieta no meu canto. 

me fala de coven e Wicca então.. num passe de mágica vou desaparecer da sua frente na primeira chance.

mas sou louca por fazer vassouras, e isso me faria escrever horroures sobre algo que vivo ensaiando, e não faço. 

hoje eu não fiz uma.

comecei bonitinho, mas errado porque estava sem os apetrechos que precisava. ou seja.. já não ia sair. mas fui me enganando. aí avacalhando, no sentido de remendar o que sabia que não era pra ser daquele jeito. .. e depois esqueci e comecei com os adereços mesmo. adereços de poder eu sei. mas aí se não é funcional no físico, que seja de outra forma né.

outro dia vou botar fotinhos. 

me dei um tempo fora do tempo, agora preciso voltar pro mundo real. semana de trampo, casa e fia.

mas assim, gosto de uma coisas perdidas, que não se sabe de onde vem. tipo, amo aquilo que você varre a casa normal, tira a sujeira que vê, depois varre de novo sem encostar a vassoura no chão, e então você tira o que não vê.  não é lindo?

poesia pra mim, dá vontade de fazer. que nem dar nome, ou se apresentar pra própria casa, coisinhas bobas, que nunca esqueci.

e como a temática foi longe,..  Brumas de Avalon.

eu li, nunca achei que fosse ler, mas, uma amiga deixou comigo pra entregar pra outra nem sei porque, e aí ficou mil anos em casa. acabou que nesse período comecei, e não parei. é aqueles textos bem novela assim, combinou com a faze mamá, only.

mas tem umas coisas bem interessantes. eu gostei na verdade. e a menina bruxa mata Merlin. 

enfim..





cadê a palha de vassoura essa comum que não tem aqui, será que não tem mesmo? cadê algo similar?

dá pra fazer com qualquer coisa, até umas horríveis de garrafa pet.. mas a convencional é tão linda né, e algo similar e fácil aqui me agrada também. 

outro dia fiquei vendo os tio e as tias fazendo vassouras no YT. tem tmabém as muié dos coven lá, aí umas palhas chiquérrimas que não sei qual  é.

essa é,..  não sei o nome, esqueci o nome daquela árvore na Donícia, mas bem feita vai ficar linda, e útil, ela fica firme sabe.

quer um desvião de tarefa, tem esse. 

se eu fizer outra me interna.



_________




essa noite eu morri. a partir de então tenho sido espectro, Bruna a morta. é o que eu sou, a do avesso, ao contrário. 

não duvide de mim pra nada, não garanto mais nada porque  o Eu  conhecido, o das garantias, pode procurar, não há. 

não sou de confiança.

eu preciso de outras pessoas, preciso pedir, e isso me mataria de novo se já não tivesse morta, mas meus ouvidos ainda funcionam, uma engrenagem se move com meu vulto portanto..

eu pedi três ajudas. e elas estão no ar, lançadas, o que vier aceitarei, assim como as consequências. 

nada é tão sério, nada é tão definitivo quanto morrer.


24/03/24

que data bonita.


cio da terra

 

ando a perigo né

bemm piriguéte

apelativa até, insistente, do meu jeito, mas, insistente

deixando claro a confusão, visível a bagunça, a inexatidão.. e esse desejo forte, também, insistente e apelativo

por uma virada de avesso

pelo reverso

pelo explícito

insistente, apelativa, obsessiva

isso não é bom

ansiedade trava, deixa a iminência mais longe de ser real

o que fazer 

não esperar é prerrogativa, já sabemos,

tudo na sua decorrência, na ordem natural dos eventos

esquecer talvez, arrumar motivo pra  me irritar será, 

esquecer?

socorro.




eu lembro de um livro que eu li. um romance, quem diria. estava amamentando a Cibe até, de licença, aquela coisa.

a mulher queria matar uma pessoa, era uma bruxa jovem, ia fazer um feitiço muito forte, era a primeira vez, muita responsabilidade veja só, não tem nada a ver com isso daqui, mas me lembrei.

ele era um mago poderoso também, o desafio era enorme, não havia nada que ele não pressentisse, conhecesse.

aquilo foi louco de ler até.

pra matá-lo, ela morreu junto.

pra que a deixasse se aproximar, ela teve que dar seu verdadeiro melhor. pra que ele acreditasse que ela o amava, se entregou enlouquecida e verdadeiramente. 

e aí na hora fatal ela não hesitou,  mas sabia que não haveria mundo sem ele. o matou para cumprir seu destino, e foi junto.


não tem haver mas tem.

se eu quero que entenda o que eu sinto.

se você, sente algo do que eu sinto, porque eu deixo ou compartilho..

sinto mais.



e o nome do livro??

e o inusitado de te-lo lido? 

uma trilogia até, pensa..

mas vou decidir se escrevo. certas coisas o vácuo preenche com mais criatividade. =)





domingo, 22 de outubro de 2023

fiz um pedido | meditação | exercício de atenção

 

pedi que levassem um recado pra mim

primeiro de ar

depois água, mas não foi eu que escolhi a sequência tá

pedi pra terra em seguida

por último fogo, que podia ser um fogo criado, ou sol


o recado era o mesmo, com pequenas variações. mas era importante que fosse a partir de  integação, alguma conexão de experiência com o elemento.

um momento de vento, delícia de vento, estou  consciente que sinto o vento, .. então o recado pode ser entregue, se não não.

água maravilhosa, água divina, tudo o que eu preciso, meu corpo pede, é tudo o que eu quero, não qualquer uma, essa do prestes, se sua vida for seu corpo a sede e a água, pode receber minha mensagem.

a terra é divina, é um organismo vivo, é pura miração, o mergulho das mãos na terra, o olhar clínico da situação, estado, ou resultado, a interação com presença corpo-terra, terra-corpo, então esse é o momento também.

sol é fogo, que te derrete, para o bem e não também, mas aquele clarão, aquela saída espetacular das nuvens, sua pele no sol, seus olhos no brilho, aquele encanto na presença, ou por outra, se o fogo, for aquele que você produziu, auto-hipnotizado pelo sinuoso e trepidante dançar..  pode receber o última recado.


que era simples. indizível. singelo, e talvez, possivelmente imperceptível.

eu tentei, e não foi a primeira vez.



mas hoje eu espero que sim, tenha sentido, quatro estados, tempos e movimentos. e  que essa sintonia se imbrique, amplifique. 

algo de nós, para além de nós.








2° ato

 



nas suas mãos eu sou fértil

não há nada que você me peça do jeito certo, que não te ofereça no meu melhor

porque você tem eesse jeito,  de pedir

mais que isso, você sabe, sente, não precisa muito

nessa interação sem pressa, tudo se desenvolve no tempo

tempo de pedir, crescer, tempo de receber,  na plena fartura 

e olhar é tudo né, olhar de quem pede, de quem  oferece, processos de amor demonstrados no tato, manejo atento

nas minhas mãos você é fértil

não há nada que eu te peça do jeito certo, que não me ofereça, experiente

vai ver é esse meu olhar de pedinte, ou um gemido qualquer

nessa interação sem pressa, tudo se desenvolve

criando e recriando, fazendo e refazendo

esses liames, vida pela vida afora

















uma árvore da Vila Yara


eu amava essa árvore. e fiquei muito tempo na frente dela namorando cada galhinho, tentando desenhar t u d o que tinha.

ela era morta sabe. mas linda demais na sua trajetória cumprida, esse espectro restante, na calçada de fora da minha casa.


eu ... nas caixas.


olha eu com Cibeles em 92. fazia aulas de desenho com a professora de pintura da minha tia Balbina, em Londrina. adorava. 

nessa época, eu queria tudo da imagem no meu desenho.


uma inocência.


nem Jessuis Maria e José junto viu


 

sábado, 21 de outubro de 2023

até hoje

 

eu tinha uma entrega.

era algo normal, um atravessamento, nada demais.

algo meio esquisito essa coisa desses dias, de entrelaçamentos virtuais mais íntimos que a presença, para depois acomodar a espontaneidade ao contato presencial.

eu tinha um conhecido que sabia mais de mim, em tempo recorde, que muito amigo, e era mais desconhecido que muito atendente de mercado.

não um completo desconhecido, tinha já certa admiração, por representar entre atos e fala, um composto digno, uma vontade de pensar diferente o mundo, a qual, me afinizava. 

mas entre admirar e interagir, pra mim, existe uma diferença determinante. então, a encomenda e meu coração nas mãos fomos descendo rampas e escadas para encontrar aquela pessoa, que talvez estivesse vendo em mim algo que eu não estava a altura de ser. era tempo de finalizar a palhaçada, acomodar as coisas.

eu não conseguia evitar. mas isso é só uma lembrança engraçada de algo muito meu. do quanto eu sou bobinha. 

sei que muito do que a gente não enxerga, independe de nossa noção pra acontecer. então por que marcou esse momento, de entrega e papo furado, é uma excelente muito boa pergunta. 

e eu respeito o momento e a sensação enquanto forem relevantes, não se surpreenda, de vez em quando eu me trato bem.

o tempo passou e essa experiência é simples, e viva. é minha. sempre coube, e foi palco de muita racionalização e auto-repreenção também, sentir algo que não deve, sem querer, sem entender, e  no momento errado. 

mas eu não me atravessei. não faço isso. e também, sei meu lugar, e minhas limitações, não podia ajudar, nem oferecer meu afeto, aliás, eu nem saberia fazer isso. mas estive, em tudo que pude, próxima.

foram muitos exercícios de supreção, apagamento, eu queria que sumisse, ninguém pode estar tão só, e carente talvez pra conviver com imaterialidades, fantasmas. até que como disse, larguei mão, mas não o largar de abandono, mas o largar mão de naturalizar, deixar ser, perceber a progreção, sentir o que tinha entre dor e beleza, dando vazão a energias que fisicamente tem defeito, não fluem, bloqueadas por uma série de castrações auto-inflingidas, e/ou provocadas pelo entorno, coisas de quem tá no play da vida, sujeito a tudo, entre mais e menos, como todos. 

e ainda alternando entre entrega e corte, aqui estamos. lindos castelos de areia sem castelos. eu preciso me cuidar, pra não me deixar levar por este solo e esquecer dos pés no chão. lembra tudo o que eu já disse sobre minha dificuldade em interagir e conviver entre meus pares no mundo?

é o não-lugar mais significativo que vivi. sedutor, doído e apaixonante, me ensina sobre mim e sobre as energias de vida que compõem o mundo, louca ou sã, algo meu.

um exercício de atenção, um meio fio entre sanidade, ficção e sensibilidade, que caminho intensamente, mas não pronuncio. 

eu sei que esse é mais um capítulo da novela eu me presto. mas..

tô nem aí, acho..

se tem uma coisa que eu desisti, e escrevo profundamente contrariada em admitir o que já é óbvio de tibumm, e quem me lê sabe, mas não sabe.

abri mão dos meus segredos. você não, mas abri todos eles, me esvaziei aqui. muitos e muitos.

o que fazer quando tantas palavras já se foram, em um conjunto entregue, entre vivências e assimilações?

quando a gente monta quebra cabeça e desmonta, você pode montar de novo, mas será que tem novidade? pode ser que tenha expertise né. destreza, estratégias, mais intimidade, .. é. tudo bem, contra-gênio não é uma prática ruim.

contrariar meu gênio é uma esperança, um comprometimento, é um estar voltada pra, como chama quilo, evolução da minha espécie, não a humana, a Bruna. 

até recomendo, mas nem todo preparo é suficiente tá. e talvez aí que esteja a graça.























ato | sonho

 


você me vê e vê contra o verde, a terra, o vivo, a grande mãe

eu te vejo contra o céu,  grande ave na presa, como aquele que veio da imaterialidade sabendo o que busca

uma pantera se apaixona por um cachorro | aleatoriedades






 

quero escrever, mas aí fui pesquisar umas imagens e achei isso. não tenho muito contexto, nem infos. mas amei ver as imagens.

só quem imagina um beijo e lambe ao invés, poderia alcançar essa vertigem, estranhamento, selvageria.

como pode né.




cabocla Jurema realizou um amaci em seus filhos | uma redenção para Benedita Maria de Jesus

 


e eu nem sei direito o que é isso

mas tenho algo de naturalizado

e também já disse, estou entregue.


cabocla Jurema tem um monte de filho, ama a todos, e vai ter que me aguentar. certo pra mim, natural pra ela.

e então que bom que não tem sol, porque preciso evitá-lo, não ia poder lagartear.


minha mãe não gosta muito de falar do seu passado. e as informações são sempre muito truncadas. 

ela dizia às vezes que dona Dita frequentava terreiro, e que os dois filhos menores, ela e meu tio fora do ar, iam juntos, porque não tinham como não ir, assim como a Cibe.

tinha algo. a mãe dizia que a vó não tratava a bisa bem. e bisa pelo que eu entendi era muito muito chucra, muito muito simples. dizia que de vez em quando dona Dita soltava umas bombinhas em baixo da cadeira dela, assustava a coitada. mas mami mencionava isso muito en passant, e sem emoção sabe, mami nunca quis contaminar a gente com marcas do passado.

porém, ontem fizemos amaci, e descarrego com pólvora. portando vó não estava assustando exatamente, estava tratando. foi muito bom hoje fazer a redenção, desse aspecto, porque das vezes que ouvi isso, achava realmente um tipo de maldade sem explicação, mas não era.

e por um tempo ali na primeira infância da minha mãe, dona Dita, minha vô, não frequenta terreiro, ela fazia parte da gira. e isso foi de muito espanto pra mim. 

fiquei brava com mami, porque ela nunca conta as coisas do passado direito. e só soube dela as poucas coisas que sei, porque as vezes relato algumas situações, e ela me devolve alguma experiência da infância, similar.

um poço de curiosidade se abriu, claro. e muitas perguntas pra dona Vera coitada, eu sou pra ela o que Cibe é pra mim, lógico, curiosa e insistente. mas nunca funciona também, ela é evasiva, e sempre entendi que tinha que respeitar.

mãe disse que vó se afastou do centro chateada, porque talvez, isso sou eu que digo, resistia a mudanças importantes, e não queria muito levar os puxões de orelha tão comuns. 

mass, de verdade, não sei de nada no todo, só uns caquinhos do vidro quebrado, que a vassoura não alcançou na limpeza do tempo.

mami não vai se livrar das minhas milhões de perguntas tão fácil. mas de qualquer maneira. achei bonito o que veio. fico grata, e que o rezo do presente e do futuro limpe, ilumine, e amaine, as tristezas do passado.




















sexta-feira, 20 de outubro de 2023

sou, sustento e dedico | fazer o que





amor

e todo amor

é, todo amor

não importa o que da vida





esses difíceis nós

 

me irrita sim

pra passar o tempo, aanos entre invernos e verões, etéricos e/ou ficcionalizados

me irrita sim, ou eu acho por onde me irritar, não é nem dois palito, como dizem

só porque dói sentir

doer de bom, doer de ruim é tudo dor né

então nem sei..



me ame | mas não me irrite


sonhos, né

mas tô bem acordada até.

e falta 8 min.

uma vida bem real me espera..

aai

e sol que se encoraje.. tô precisando, e dedicando..


todo o amor





quinta-feira, 19 de outubro de 2023

azul da cor do mar | amar



Tim Maia tava muito otimistinha nesta feita

eu não quero dizer nada que aprendi

e sonho todo azul é um pouco demais pra mim

se há algum motivo pra sonhar

eu quero poder amar

será que amor é azul?



um colinho né, uma promessa, um convite, um ahhh cadê você, o você pra dedicar, o vocé de afagar, acolher, ser bem humano e encontrar, nas brechas de tantos desafios e incertezas um ponto de doçura.

ah quem diga que pode ser qualquer um, que pode ser a ocasião com o ladrão juntos. e aí você se joga, explode, dissipa e segue com essa energia até o próximo ladrão, dono da ocasião. 

eu sei que tem muito ladrão no mundo. mas queria é um   que soubesse  que o que ele tanto quer, ofereço de graça . 

leva de mim o que me dá, e pode levar de novo e de novo, e sempre.

mas não me coloco em perigo pra qualquer um.




aiaai, chega,

bora tomar banho Bruna, banhar pra acordar, e depois dormir. ..



caixas é caixão






achei esse livro num sebo em 2007.., quase quando saí de casa a primeira vez e fui pra mini-house.

eu  ainda não tinha a consciência de hoje. e fui pela ilustração quando peguei, assim como a capa daquele vinil famoso,.. amo as vaquinhas.

é, com um gostinho amargo que digo, pois fui ensinada a comer sua carne e beber seu leite indiscriminadamente, com zero consciência, como se fosse mesmo um produto, um fornecedor. 

só que nunca tinha visto um livro assim, e quando abri, senti um mal estar. alguma coisa estava muito errada naquele texto. 

comprei, mantive o livro comigo. naquela época ele já era um símbolo de algo que eu não queria mais. eu já estava me preparando e fundamentando para isso, uma mudança.

abrir caixas é caixãoo, as minhas caixas, meu mundo, meu passado, todos os livros que eu não li.

quando eu digo, todos os livros que eu não li, dá pra sentir o peso? real e literal, e o da moral. já falei né, a outra Bruna que eu seria, incrível.

não consigo ler, nem me desfazer, nem organizar num lugar adequado. quannnta inoperância. 

mas dei uma limpadinha lá, claro que não tinha pensado nisso né, nos meus planos da manhã, fiz, porque não queria fazer coisas piores, mais difíceis. 

mas essa já foi a coisa pior de outros vários dias, então.. sei lá, vou me levando.



















 

é trote | desligando na cara


minha vontade é atender o telefone verde e dizer queeeeeeê, que que cê quer, para de ligar, se não vai falar. que saco

sabe também quem quer falar né?

os cara da LBV e da Claro, esse tão que tão atrás de mim. que saco, mais um pouco.

meu mundo é um ilha e nóis, arquipélago. 

sem barco, avião, ponte, sem saber nadar, sem tecnologia.. tem os pássaros, mas isso é muito poético, e poesia, olha a velha-nova, também é um saco.

sobra o telefone verde, aquele vestígio, aquela lembrança entulho de quando a comunicação fluia pelos aparatos.

meu mundo é uma ilha, tudo é silencio, lembranças e sobrevivência. e zero problematizações porque se o fizer vou chegar a bobagem daquele pensamento recorrente, sobreviver..., a que, pra que? mas superei essa faze, só parando, de problematizar montanhas.

outro dia estava pensando em algo que gostaria muito de refletir e escrever, mas como não anotei esqueçi, e de vez em quando lembro, e esqueço de novo. e agora até senti que ia lembrar, mas não veio, daqui a pouco virá.

na minha pasmaceira, no meu vazio, tentar me auto afirmar construindo uma reflexão singular, e escrevendo as impressões do que vejo, e não vivo, ou que refletem em mim, me tangenciam, sei lá, é uma forma invisível de interação.

eu demorei bastante pra descobrir que era insuficiente pra quem precisa viver em sociedade, quando me dei conta passei a cuspir umas coisas. insuficientes, confusas, prolixas pra ser mais chique. mas ainda é bem aquém. e agora que eu queria largar um mas tô nem aí, bem haver com meu gênio, só que se falta convicção até pra mim, quem escuta pensa o que, pff.

enfim.. cheu tentar aqui, minhas coisas.


___ 

me deixa 

30/01/24







meu mundo é uma ilha

 

nunca mais vai ter sol, e não me sinto muito bem.

que será que eu faço quando durmo né, que nunca finda essa vontade.

falando em inferno eu sou meu próprio demônio toda vez que ignoro de fazer coisas simples, até t u d o se tornar um emaranhado tão grande, que até a Desatadora dos nós ri, como eu, dos desafios do seu metier.

trabalho de tarde hoje, e preciso fazer render tanta coisa.. mas se eu piscar agora, acordo às nove, quase dez, que é praticamente meio dia, aí a aula começa à uma, e eu moro longe.

eu não sabia que eu era ansiosa. até começar com esses médicos, e essa remediada aí.

falando nisso... eu adivinhei.

foi exatamente uma farmácia que abriu no lugar do mercadinho, bar, nem lembro agora, que fechou na rótula aqui perto de casa.

e depois de mmmmuito tempo sem caminhar pelo centro, vi mais umas três, não comunzinhas de uma duas portas, mas gigantes, tipo, as lojas Americanas versão farmácia.

é... Florianópolis além de formigueiro é uma ilha em busca de cura né, vai nos médicos, ou nas farmácias ou nas medicinas alternativas, igrejas, do bicho grilo ao sofisticado, do generoso ao mais caro, ou em tudo ao mesmo tempo, alternando. que beleza.

eu não tô nem aí pra minha aposentadoria. não consigo planejar minha manhã e hoje a tarde. não consigo abarcar todas as implicações porque não quero, me recuso abrir espaço na minha cachola pra isso enquanto preciso e quero coisas tão simples na minha vida que não consigo alcançar. 

por isso amo e admiro meus amigos do Sintrasem, e me deixo um pouco levar pela confiança do coletivo da minha classe. fazes.

será que vai ter sol hoje, não tive coragem de olhar pra janela e perceber que o dia não tá me esperando. já tá claro.

se eu piscar acordo às nove. e resolvo muita coisa não resolvendo. ia ser lindo. mas, meu estômago está inchado, enjoado, estou com fome, quero fazer xixi, e com sede. .. pff, acho que vou conseguir me entreter de pé vai.

aaaaai que delícia de pessoa irrelevante que eu sou né. 

e tô com frio. 
























quarta-feira, 18 de outubro de 2023

q u e merda de frio


existe algum prazer em deixar o outro tão na bad quanto você?

não.

só porque às vezes é difícil de evitar, e eu sou muito pequena, frente à algumas incompetências.

olha que agora já estou cogitando entregar meus sábados pra prefeitura de boa, só pra "ganhar" um tempo, .. pra fazer o que eu simplesmente n ã o consigo.

incompetências, incapacidades, travas, bloqueios, e vou pensar em outras palavras aqui.

hoje pensei em ir de ônibus pra poder encher a cara com a geral no pós assembla. pennnnsa na preguiça. mas eu sei que preciso. é um não quero do tamanho do mundo. chega lá, eu percebo, que delícia, sou bemm humana, ainda conservo esse pedaço de ser, de night.

enfim. olha a nova, tô enrolando aqui na rede.

saudade do otimismo do sol.

com frio.

sem roupa, sem corpo que eu goste. .. aliás, ontem estava na escola e me olhei no espelho do nada. me apavorei. é nessas horas que me sinto na avant garde dos meus 44 anos e quase meio, avançando rápido.

eu estou terrível. no fel, que podemos colocar de alto-fel. nada me comove não.

ontem eu dormi ouvindo a live das ex-gratiluz, por coincidência peguei rolando. curto muito o meio fio. e me divirto com algumas sem noçãozisse do mundo, tenho mmmuitas dúvidas e senões, e sim. desconfio de tudo. então acho extremamente pertinente questionar algumas questões aí entre pseudo-ciência, charlatanismo, apropriação e salada generalizada.

dou créditos temporários. não é arrogância, é uma desfunção. 

eu dou crédito temporário pro povo do rezo principalmente. 

fermento facilmente,  rio do que não devia, porém.., é modinha os fermentados né, dizem que faz altos bem, então.. vou me aceitar.




terça-feira, 17 de outubro de 2023

O céu de Suely

vida rasteira

fé e buraco fundo

qual a passagem pra mais longe?

vidas partidas

resignação 

revolução

nem sempre a volta é por cima

mas que volta, e que ida, aonde você vai você se leva.








náusea

 


ãnsia de vômito

agulhas pelo corpo

aquela sensação conhecida, estão rindo de mim.

mas não porque pensam muito, minha sensação.

e sim porque pensam nada mesmo, nem aí de nada.

como quem olha para algo vendo outro. 

aquele oi não foi pra você, sabe como.

aquela interação não te inclui.

aquela vida é de outra espécie.

qual o significado da palavra ridículo?

depois vou até refletir mais, porque tenho história com essa sensação e preciso investigar.

e eu gosto de escrever bonitinho sabe. mas estou sendo sincera, acordei azeeeda, estômogo igual ao que eu sinto. o que vem primeiro será.

uma pena pra mim né, tô sentindo. e aceito viu.

mas então me dá aquela branquinha, bem floquinho sabe. e esse vento amedrontador vai engolir, eu quero que engula.

aí desgrudou do  coro aqui, e de repente... ahhh, satisfação, outro continente, ou alguma revolução bem tensa de mar, como um triângulo de não sei o que, 

e nesse arremedo de asa, a pena, me entrego sem orgulho, e vou é junto. segurando em  seus fiapos, te aceito como esmola, mergulhando na vergonha que eu sinto da ousadia de querer ser vista como certa, quando tão errada.

o vento é frio e está intenso minha pena. vamos fechar os olhos, sentir a delícia, ser conduzido é muito melhor que escolher o caminho.

é uma montanha russa sem país, e  sem cercado aprisionando pra repetir uma mesma rota infinitamente.

demoremos para abrir os olhos e quando abrir

um espanto, um espanto sem adjetivo 

e que esse espanto sem adjetivo seja mesmo um choque definitivo.

porque esse presente aqui..., é ânsia, e ansiedade,  e nem consigo pensar, se isso é redundante ou não.




perdi aqueles minutinhos de último soninho de prestes, nesse texto aqui, filho do meu presente. 

agora tenho que correr atrás dos 20 minutos que já engoli da minha terça que já começa errada.

se teve vento vai ter sol? nem olhei a janela ainda. poderia ser bom. acho que sim, nem sei.

vou me encher de água, comida. quero café, que se dane. 

e vamos de terça, que amanhã é quarta.





 





segunda-feira, 16 de outubro de 2023

dia das profs da prof. Mariza




Cibe vamos dar uma manga pra prof. Mariza? na verdade queria maracujá doce, mas acabou onde tinha.

mas e se ela não gostar de manga?

ué, aí ela vai gostar porque foi você que deu.

então pode ser..

Cibe, você não pintou os cabelos dela!

mas o cabelo é branco.

ahh, e que tal cinza então?

e vamos colher umas florzinhas na horta da escola, pra enfeitar? e aí acabamos achando até tomatinhos..

fez o cartão, enquanto acompanhava minha reunião pedagógica.

amo isso.