domingo, 31 de janeiro de 2021

fone de ouvido e contemporaneidade







 


este texto não corresponde mais aos dias atuais

já pensei em reescrever

eu simplesmente adoro, o quanto ele sou eu, nessa paz de ignorar o entorno, ou viver duas realidades ao mesmo tempo. não tô dizendo que é qualidade, mas tenho uma impressão, você me entenderá.

mas eu tenho um que imperativo. que muitas vezes me prejudica, mas, me reservo o direito de conversar alguma nobreza, portanto.

amo acasos, eu sou um acaso.

mas para ter comigo, certas pessoas, não todas, você, salvo menor engano, só terá acesso pela via da intenção e da certeza.

isso favorece o meu ideal de você. 

e te favorece tu vê, meu melhor olhar. 

e se você for meu você, assim será, e se não for. 

vou continuar te sonhando.


30/10/23









quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

eu não sei de nada. mas ainda assim..

 


as vezes a gente aprende por bem, as vezes a gente aprende pelo que não deu certo. as experiências estão aí não é mesmo, tua mãe, pai te dizem, teus amigos, amores, a literatura, músicas, todas as artes, a vida, a natureza, .. o inconsciente coletivo, de repente. parece mesmo que não existe muita novidade. só a gente, que é novidade pra gente mesmo e no mundo, e que pensa,.. será? e então vai descobrir por si, e em algum momento da vida vai perceber, concordar, discordar, ao fazer costuras próprias, desenhando sua própria vida pelas escolhas e não escolhas, e sentindo, percebendo, na pele.

não é o La Rosa, naquele texto mais citado que compreendido talvez, que dizia sobre a diferença entre informação e experiência? eu sei que tenho muita informação, muitos interesses, uma rede, e sei o que falta. de que adianta saber? de repente para aconselhar quem também não vai ouvir, nesse telefone sem fio da vida, onde todos apreendem pouca coisa,  ou tão lentamente, ficcionando, se iludindo também, a ponto de recair sempre nos mesmos erros. todo modo, é preciso viver, nada é garantia de nada. ou pelo próprio, a experiência não é o caminho até um objetivo previsto, até uma meta que se conhece de antemão, mas é uma abertura para o desconhecido, para o que não se pode antecipar nem “pré-ver” nem “pré-dizer”.



                                       e salve o sol






domingo, 24 de janeiro de 2021

um desejo de normalidade.

  
daqui a pouco completa um ano. que não se complete.







quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

sobre outra vida, em outra vida

 



21-11-2008


tá chovendo, tão lindo. tá chovendo, tão tédio, apesar da festa do lar e das coisas que pretendo fazer. ..se eu começo organizar a parte difícil, talvez muito naturalmente comece a divagar.., aí de repente já estou aqui, viajando. revi esse texto folheando um caderno que já sei que não posso folhear, e lembro vagamente desse fato. estava com algumas pessoas, ouvindo o depoimento de outra sobre sua maneira de lidar com sentimentos, vida amorosa, vida.

são maneiras de estar na vida. as vezes ouvir a história alheia te coloca em posição de pensar e repensar a sua. e sempre rola aqueles estranhamentos né, reativas completamente diferentes, soluções, desfechos tão distantes da sua realidade, como se te faltasse muito chão pra viver, ou como se ainda nem todo chão te colocasse em novela parecida.










quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

ladra. | regenerada




roubei o céu, as estrelas, lua que mingua e que cresce, em especial aquela cheia.  
roubei os desenhos, algumas fotos, músicas,  e uns textos também. 





__________




nos últimos tempos ando mais generosa. mais na onda de compartilhar, ou mesmo oferecer.

neste caso ofereço o que nem é meu. mas me veja, sinta nela.

na lua cheia, a lua que nasci.





04/07/23






sábado, 16 de janeiro de 2021

cadernos

 



a segunda data escrita na folha era a mini-bruna tentando imitar a letra do pai. eu adorava o 2 dele, e amava o M e o A minúsculo. várias vezes minha mãe fez menção de jogar seus cadernos de poesia de adolescência fora. e eu, de criança pra adole, nunca deixei. aqueles cadernos me intrigavam demais. além de poesias variadas.. alguns escritos eram de meu pai. e apesar de achar seus textos pessimistas, amargos, sem final, e, quando mais criança, sem rimas, o que pra mim era um defeito gravíssimo, .. adorava percebê-los lá.

tinha uma cadência, uma dança na caneta, um estilo. eu observava, eu gostava, e queria imitar.  demorei pra perceber que a assinatura dele era seu próprio nome, e era mesmo. um dia disse pra ele que ia aprender a fazer igualzinho, e então comecei com meus garranchos a imitar sua letra. pedia pra ele assinar, e de novo, e mais devagar. .. lembro que ele fez até um tutorial, o passo a passo das volutas, o que fazer primeiro.. e segui. um dia fiz várias e misturei com os papéis que tinha as dele, e ele não conseguiu identificar, pegou uma minha! tinha conseguido. já podia até assinar os cheques do meu pai, se ele deixasse =).. nesse dia ele falou que eu podia ficar com ela como herança. ele me deu seu texto, ele me deu sua marca no mundo, foi bem forte pra mim. muito muito tempo passou, e esses dias percebi que eu perdi, não sei mais, não consigo mais reproduzi-la. coisas da vida.









domingo, 3 de janeiro de 2021

Cibele e o direito de morrer

 


                                   22-12-2020






Cibe fez um desenho, e veio toda feliz me mostrar..mamãe essa aqui é você e seu coração, do lado é a prima jú, e essa aqui sou eu no céu. é que eu virei estrelinha! ..

..ahh não filha, essa historia de você virar estrelinha eu não quero nem no desenho. porque você não pode ser um super-herói? 

ó, porque a gente não faz de conta que ao invés do coração, é você na minha barriga, a jú do lado, e em cima uma fadinha??

ela me olhoou, sentiu, acho que fui meio enfática, ... e começou a chorar. muito sentida. isso porque ela queria muito ter virado estrelinha no desenho dela. estrelinha como o vô matias, que eu já contei pra ela, ou como minhas avós.. ou como o mufasa, pai do simba no rei leão, que ela andou assistindo a meu contragosto..

bem, a conversa se diluiu por alguma razão, e depois de um tempo ela volta dizendo, tá bomm, eu topo ser uma fadinha.

aí eu fiquei me sentindo bem estranha. fiquei mal mesmo. afinal..., quem é que manda no desenho alheio? e quem é que manda no destino?


eu colei o desenho na parede, e uns dias depois ela faz cara de sapeca, aponta o desenho e diz, mamãe, lembra desse aqui? ao que respondi, sim minha estrelinha na terra, lembro sim.








rita em 2020, um ícone na minha pandemia



 ..a fronteira final da reificação das nossas consciências..