quarta-feira, 28 de abril de 2021

gata escaldada


há uns bons anos eu escrevi um textinho. dizia assim:

tibum na rotina dos dias
ainda bem que não é na água
coisas de temperamento

mais um tempo passou, e então nasceu tibumm. pra isso mesmo, falar dessa imersão, mesmices, pensamentos, experiências. e já foram umas tantas, perdidas aí em capítulos, fazes de vida.

às vezes a bruna de hoje deleta a bruna de ontem, sabotagem, talvez, mas é parte eu acho, de se revisitar constantemente. é que alguns textos perdem o sentido, ou é você mesmo,  editando seu passado, escolhendo o que e como lembrar, pra se reinventar no que pode. processos.


* e sim, eu tenho medo de água fria. chego nela, fico muito tempo olhando, admirando na beira, as vezes sofrendo com muito calor, ou com muito frio, mas querendo chegar, querendo enfrentar, experimentar, me entrosar, me entregar de vez. não é simples, mas também é uma delícia eu seei, muito boom quando me jogo e permito essa dor e esse deleite no coro, esse acoooorda que a natureza te dá. com ou sem sal.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

no mundo da força, em noite de lua | dentro de si, a cena, ou, no mundo da força 2 | outra força |


porque as vezes é necessário se entregar a algo maior que você. descer às trevas de si, pra depois num carinho, retornar. ontem essa música me limpou e despertou. hoje sigo, um pouco menos do que estava, um pouco mais do que esperava. renovada as forças. sigo.




 




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dentro de si | a cena | ou, no mundo da força II

era um espaço todo verde, um interior de mata assim.

eu estava de frente para uma pessoa que eu reconhecia perfeitamente pelo corpo, mas o rosto era um blur, escuro, não tinha o rosto, mas sabia quem era. usava um chapéu grande de palha, aqueles com aba bem larga e uma camiseta amarela muito forte.

estávamos em pé uma de frente pra outra.

de repente essa presença na minha frente já não estava mais ali, estava agora dentro de mim, vibrava dentro. e a percepção era de que o que eu quisesse saber ou perguntar pra ela, era só perguntar pra mim. 

 

faz tempo. eu escrevi na época, talvez tivesse um ou outro detalhe a mais, mas não achei o texto. fui pela sensação dessa imagem, que é bem viva se você reacessa.

é o tipo de coisa que é como é, sem interpretar, verbalizar também não faz muito sentido na verdade, porque entre banal e corriqueiro, ou profundamente curioso, no fim das quantas, é como contar sonho, né, não representa.

mas ao longo do tempo essa imagem vem adquirindo camadas.
a maneira que li na época não é a mesma de hoje. 

essa presença na ausência, a presença em si. esse si.

19/10/21




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 outra força 

o que é realidade, o que não é? (não com essas palavras, mas algo assim em energia?)

e aí umas sementes começaram a cair no chão em um lugar indefinido que parecia escurecer, estava meio avermelhado assim, sabe.

elas até meio que pareciam de feijão, mas não eram, e caiam de um lugar que não se via do meu  ponto de vista, que era quase rés do chão. meu olhar estava entre uns matos crescidos que balançavam um pouco.

que é realidade, o que não é?

essas sementes assim que caíram começaram a crescer com muita velocidade, virou tudo uma floresta fechada.

o que é realidade, o que não é?

de repente um vento forte começou a soprar, e da direita pra esquerda do meu quadro de visão,  tudo se desfez  como pó, indo embora com o vento.

o que é realidade, o que não é?

mais um vento muito forte sopra e termina por levar o resto, ao que percebo que uma árvore fica.  estava escondida entre as outras, bem à direita, mas quando as da frente sumiram, ela se tornou visível. eu a vejo  com olhar de canto, meu rosto não se mexe, mas era um tronco apenas, muito alta, tinha  uma copa verde,.. e o vento insistia. dessa vez soprou mais força ainda e levou todas as folhas. fez de novo, e seu tronco envergou mais, mas permaneceu.  essa mesma cena se repetiu. e se eu perguntasse de novo senti que o vento tornaria a soprar naquela paisagem, mas sem mudanças. 


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escrever dá margem, outras relações, mas posso dizer que não entendi. ou posso manifestar um zilhão de perguntas e hipóteses. não adianta. a imagem é potente só sendo ela. deixa assim.


19/12/21




segunda-feira, 19 de abril de 2021

qualquer |ou| quem era eu em 2006

esse álbum não é meu, essa história não é minha. não fui eu que ganhei arnaldo como presente de um amor. ele não foi trilha, nem saudade, melancolia, ou algo de se lembrar. mas quando ouvi gostei. passei um pouco do ponto, sabe. e hoje é aquilo, um passeio rápido pelas ex-prediletas. 







as vezes acredito em mim mas as vezes não..
e a montanha insiste insiste em ficar lá, parada..
estou aqui de passagem, este mundo, não é meu..
toda noite lembra o que aconteceu de diaa..
se o pensamento duvidar, todos os meus poros vão dizeer..
talvez eu mate o que fui, talvez imite o que sou..
tá fazendo frio nesse lugar, onde eu já não caibo mais..


qualqueerr



domingo, 11 de abril de 2021

quando você tem que ir, quando elas precisam ficar | mudança II

você põe a semente na terra, a planta é sua?
há um tempo atrás fiz um texto sobre mudança que começava assim.

tem gente que tem lugar, precisa partir, e sofre com o que vai deixar.
tem gente que quer favorecer o que tem, e colocar as raízes na terra, mas se ressente porque sabe também, que um dia partirá.

tenho algumas plantas cansadas de vaso que quando eu penso em por no chão sinto essa melancolia, pena dessa despedida.

estou escrevendo isso porque estou prestes. e ao escrever sobre esse apego, eu me lembro daquela bruxa que pegou Rapunzel bebê de sua família, porque o pai dela roubou batatas de seu rico quintal para a sopa de sua esposa grávida (versão que a minha mãe contava). ou então aquele pai que se deu mal, perdeu sua filha Bela, que pediu uma rosa vermelha como presente de sua viagem, e ele só a encontrou no jardim de um homem muito severo e cruel. é cada história, infantil ainda, fala sério, mas... apego. pensando nisso, muito me admirei quando conhecemos na vida real, eu e Cibe, uma Fera da Bela, um homem fascinado por suas amoras. mas aí é outra história.

bom, eu não sou bruxa má, nem fera enfeitiçada, imperadores de suas plantas. e adoro tanto roubar mudas, quanto pedir, gosto de oferecer também, é assim que as boas histórias se formam, assim se aprende também, assim que você acessa esse fio de experiência vivida que as vezes extrapola o que é certo e errado quando se trata de plantar, ou se relacionar com a terra. e se é bom, ou ruim, é certeiro, você logo descobre. e segue no que convém ou não, construindo seu próprio caminho, enfim. com relação às plantas me ligo nessa história construída na convivência, na proximidade, nesse desenvolvimento mútuo e paralelo desses mundos, que extrapolam a questão do "uso", por assim dizer. é disso que falo, mais ou menos.

então.., estou prestes. vou entregar, vou deixar, e que esse soltar provoque as transformações necessárias, que tudo floresça, cresça, como nunca. que nosso jardim prospere sem a gente, já que em algum momento não estaremos mais no mesmo recorte de terra. mas estaremos no mesmo mundo. então tudo certo.



sábado, 10 de abril de 2021

qual palavra | as três linhas


nos últimos tempos fiquei pensando nas três linhas. a gente esquece delas quando deveria lembrar, tanto pra si, quanto as situações externas.

a linha do pensar | a do sentir | a do fazer.

uau que inovador. mas pra mim de fato tem sido, relacionado a certos âmbitos. e não de um jeito complicado, simples mesmo, porque as vezes o que se fala nem é, o que se pensa, sente e/ou faz. em retrospectiva percebo exatamente minhas ênfases, consonâncias, disparidades. interessante.

aí já o olhar pro outro complica. por que fica muito fácil rotular, não dá bom não. tem o tempo, omissões, ou opções dos outros em questão também, o que é relevante, ou atenuante, sei lá. maas, grosso modo, é um super antidoto anti-expectativa, ou, um passatempo que te ensina, perceber esses entrelaçamentos na nossa novela do dia a dia.

somos assim com tantas coisas, consonantes. empacamos em tantas outras. entre o bom e ruim. certo e errado. que coisa. séria. a vida.



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magnetismo | presente

outro dia, alguém muito enfaticamente esteve me dizendo que eu não sou nenhuma das coisas que sou, principalmente o que tenho verbalizado nesses tempos. pensei que minha chave ia cair, e que nossa interação iria virar paisagem. mas seu ponto, eu entendi o que queria dizer, aí me prendeu.

veja o que ressoa Bruna, não fica buscando só o significado, sente. 

e eu fiz um bom esforço entre descreditar tudo que ouvia, pra refletir nesse ressoar, e no fato de que existem maneiras diferentes de se enxergar a vida. a minha faliu, zerei contagem, estou aberta, acho, para escutar, considerar.

Bruna, você precisa qualificar as palavras. humm, droga, ando muito com falta de vontade de enfeitar, amenizar, relativizar. tenho raiva, estou ferida, pouco paciente. mas tá.

"Bruna escreve aí, você não é o que você sente, não é suas emoções, não é o que você pensa, nem o que quer, nem o que você faz, você é." tá, foi bom lembrar. 

esse alguém, completamente desconhecido e generoso deu o presente da presença só porque eu pedi. acho pouco eu ter pedido, frente ao muito de que ele veio.

só que quanto mais ele falava sobre a essência do ser, na linha de pensamento dele, mais meu raio x procurava nele onde doía, o que fazia dele um buscador, minhas antenas estavam afiadas pras contradições, para segundas intenções, pro seu caminho, sua trajetória de erros, fracassos também, afinal, ele estava me dizendo coisas batidas que estou de saco cheio de ouvir, tinha ares e presença no verbo, de primeira vez, ele tinha um repertório de palavras que quando utilizadas todas juntas costuma me impacientar, no entando todo aquele movimento e circunstância foram muito significativos.

então, contava que ele ia arrumar uma desculpa de última hora. mas não, ele veio, entrou na minha casa, me senti confortável e feliz como se eu gostasse de ser anfitriã, a energia da casa se renovou, eu reconheço que visitas tem esse poder.

e tenho refletido no conteúdo, bastante, mas a simbologia do gesto foi mais forte, me tocou e um dia vou querer retribuir.

mudando de assunto, e não, o texto desse post sempre me incomodou muito. levei tempo pra aceitar como está, e as controvérsias não me deixam.  mas tudo bem coitado ele e eu tmj, mas, então achei que esse evento combinava de ser mencionado aqui.

outono, 20 de março, 2023.




segunda-feira, 5 de abril de 2021

criando lembranças para 20 | 21




                                                                                    15-01-2021


um pé de algodão mora na frente da janela de um dos quartos. como demora pra se desenvolver um algodão! fiquei meio impressionada ao dar conta desse tempo do vingar, florir.. atée colher. mas é muito fácil de germinar.

Cibe vamos plantar uns pés de travesseiro? vamos! imagina se não, minha festeira. nessa escola mequetrefe do lar há mais de um ano, qualquer mini-evento, já é. 

amo pé de algodão, memórias de infância. sei que esses tempos ganhei do vizinho da outra casa, umas sementes que não pedi, mas adorei. e depois ganhamos do pai da Cibe um vaso também. muito legal.


                   04/02/2021                03/04/2021


devagar mesmo tô eu, pra esses processos. nossas mudinhas já estão até grandinhas, e preciso pensar onde colocar, aqui ao redor. mas eu acho que depois do projetinho guaca-forever, lá da casa arco-íris, incompleto, porque ainda quero plantar com a Cibe as que estão aqui, lá na divisa do terreno de minha mãe, ..e ainda não aconteceu, os pés de travesseiro, estão indo até que bem.





 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

carolina | valsinha | a banda


me recuso a dizer que estou bem,
me recuso a dizer que estou mal,
então vou dizer que estou ótima. =)

e se der pra entender ótima como lúcida, me sinto mais contemplada ainda.

meio Carolina na janela né, lembrando as músicas de infância, mas convicta, sem a parte do drama. só aspectos de 20|21 mesmo. e com uma coisa legal, a minha vista não dá pro comércio, rua, .. então não tem banda passando, nem valsa na praça, vi vantagem sabe Chico.

só pode ser que já tenha acontecido alguma rosa, .. mas aí acho que também não vi. o que me preenche mesmo é o verde. 

pena as grades.