domingo, 31 de março de 2024

exposed | refletindo

eu tenho uma dor de solidão, uma vontade de amar que, como dizer, me corrói na vida

era pra eu me sentir muito exposta e envergonhada, até enraivecida de colocar isso em palavras

mas a duras dores, esconder já não é mais tanto a minha, eu sinto o ranço, a contrariedade de mencionar essas particularidades, mas ela não é definitiva, determinante, não tem poder, não mais

em vida, já escrevi sobre isso, eu passo mais tempo só, que exercitando essa parceria cozome da vida aí, pessoas que me surgem às vezes, e tocam de alguma maneira

é engraçado, a gente tem os tipos né, as características. percebo que, de jovem pra hoje isso mudou muito, é de rir, de rir também como sempre contrariei meus tipos no shape, adoro

de vez em quando, muito poucas vezes mesmo, me permiti experimentar um pouco disso, a ideia de amar 

e mesmo vivendo a experiência eu questionava, uma certeza vinha, não é isso, não está certo, o que você quer, não é isso.

infernal, injusto com o exercício do amor

mas isso não vinha como um ataque ao meu envolvimento presente, eu estava vivendo, imersa, mas era presente também o vazio, esse vazio que falava comigo

será que eu sou aquelas pessoas insuportáveis e difíceis de contentar? acho que não, minhas percepções é que são profundas, e por vezes me trazem angustia, mas é eu comigo

preciso de alguém mais simples que eu, mais prático, sereno, que tenha respostas e certezas pro meu jardim de dúvidas, interrogações,  desconfianças.., nao de forma racional sabe, é amor que derrete, e eu sei, eu já vi isso

hoje em dia isso é um sonho, um desejo bobo, que nem o da Cibe, que vai ganhar um Ovo daqui a pouco, uma fantasia que chama né

de vez em quando essa fantasia de Ser, de troca, de crescimento em forma de homem, de contraposto masculino ganha nome, já vimos isso, né, eu tenho um passado..

e por vezes, nas finitudes,  eu preciso me limpar, e liberar, e me libertar da possibilidade de uma ideia que restrinja o meu sentir, àquele presente

ficar vazia, como agora, nesses tempos, sem candidato e sem medo.

é árido, mas eu estou querendo desde sempre, não considerar isso uma dor válida de remoer tanto, eu tento sim

escrevia agora pouco sobre soltar, deixar, desistir de certos apegos doentios, está aí algo que soltei, com muita dificuldade dessa ultima vez, muito apego, muita invencionisse minha envolvida, aí é de lascar mesmo, a dor. 

nome, forma, presença, voz, tipo, proximidade, idade, qualquer vestígio.de contato, joguei tudo fora, todo o desejo  direcionado à ideia de uma pessoa.., tudo para o nada pleno, vazio, de onde a vontade veio que volte.

e agora eu sei, profundamente amo um ser que não existe, e sempre amei, não sei quem é, mas sei que não está, e talvez nunca esteja, 

ele me permite viver infinitas experiências só para que eu passe a vida confirmando, essa mesma falta, esse vazio

cruel né

plena certeza que não queria que meu texto terminasse assim, nem minha vida

mas preciso ir 




um tratamento para Bruna

abrir as mãos, o coração, mente e, soltar 

em seguida, conectar as mãos, o coração e a mente

permitir soltar.. dores, erros, impotências, esse apego não é cura, solta nas águas

recriar, aumentar o volume de luz, inocência, beleza, magia, intensificar essas energias no seu entorno especialmente nos aspectos e momentos mais desafiadores

não é que as energias nos darão resposta e caminho, elas não estão interessadas, não se trata de dar e receber, mas de Ser

será possível enxergar..  caminhar junto, fluir, em integração 

pode ser assim na floresta, na cidade, tudo conglomerado, 

nas associações sol e lua, terra, em sustentação,  seres gigantes em tramas celestes,  que nos dão condição..

eles nos dão condição não porque a gente é a gente, mas porque genuinamente eles não estão olhando onde, nem quem

enfim

o caminho, está livre, qualquer um,

afine os olhos, é contigo


sábado, 30 de março de 2024

Cibe me pegou sem vontade de mentir..


 e agora tá que é só Luz.. 



____










vazio sensorial | pobreza de vida

ontem eu fui nessas né, rezar

peito oprimido pensando, eu preciso soltar as tristezas

eu preciso achar a Bruna boa, porque essa envenenada vai me matar

não que um lado meu não tenha vontade, e todo modo são muitas mortes sempre, mas às vezes, vai que venha uma  muito definitiva, nada bom

fui pensando nisso, tenho mágoas passadas e incrustadas, as recentes, as que eu provoco, as que vem de fora, situações que eu não sei, grudam em mim.

ouvi de forma diferente tudo o que já ouvi ano passado de outras fontes, em preto  velhez.

dentre tantas, tem uma que eu detesto ouvir ..

o que você gosta de fazer?

não importa o que eu gosto, não posso ter com o que eu gosto agora, nesses tempos, nessa vida talvez, que irritante, no entando, sempre que escuto a pergunta, ela reverbera por dias, porque isso é uma angustia.

enfim.. fui pra lá pensando.. preciso esvaziar. preciso perdoar.

perdão é palavra batida né. uiiii ..


mas não tô sabendo qual usar, é essa mesmo. preciso dar a desimportancia que as situações, não as pessoas merecem, sabe como.

enfim.. foi bom. o propósito e a conversa e a energia né, ajudaram.

eu não quero carregar minhas tristezas, que eu fique triste, me sinta só e meu coração doa, e em seguida ao invés de triste fique outra coisa, me entretenha com outros sentidos, me envolva com qualquer bobeira, e que ao fim do dia, que eu consiga zerar o jogo sabe. 

nada é tanto, nada é nada, não pode pesar, ri disso Bruna, e resolve seus conflitos, enquanto se entretem com as pessoas a sua volta e tarefas do dia.

nada n ã o pode pesar. nada é nada. 

e se conecte com o que é bom. o o l h a, que frase sem graça. sim, eu sou insuportável. mas vou sim, fazer isso. tem épocas que eu simplesmente não consigo. não consigo, mas vou sim, reverter.

fico muito grata quando libertam meu lado bom, ele passeia mais livre, e me ajuda a caminhar em cima do lodo.

o vazio sensorial, a probreza de vida e minha inveja..., é o que acabei de ver nos grupos de família.

olha que furo, olha que coisa mais triste, eu nunca vi um pé de macela no mato.

eu nunca colhi macela nem em sexta feira santa, nem em dia nenhum.

eu nunca passei por esse encanto, .. e as pessoas me dizem você já passou já viu sim, só não sabia. pra essas pessoas eu sorrio, e só. 

a mãe da Luz Maria, que mora em águas mornas, mandou um videozinho tão lindo com as que colheu com seu amado. 

fora as várias postagens comerciais de Intagram né, enfim.. 

mato. que excentricidade.

calma. 

eu prometo.

não vou azedar.

tentando..






e uma coleta repleta de amor né, pensa. nunca vivi uma experiência de tanto encanto e amor pleno, quanto a minha gestação. 

quase sinto um vislumbre daquilo só de olhar pra eles. 

que Deusa abençoe.



_____




era cinco de março de 2023..

e fiz exatamente essa queixa pra uma amiga, que logo depois me enviou essas fotos lienndas do seu quintal, que, cara... não consegui ir a tempo, depois vieram muitas chuvas, nem lembro bem.., mas ela bem que me convidou pra passear por lá. 

lembro do Marquito também, uma postagem ou no ano passado ou no outro, esse ano não vi, mas depois vou até procurar... falando da Macela na sextas do feriado cristão.

ainda pensando nisso, do mesmo jeito que meu tio de São Paulo, que quando eu era criança veio pro interior ver a gente e não sabia que café era planta, n u n c a tinha chupado u m a cana colhida logo ali... pra mim...,

a macela nasce em buquê já, nas mãos das crianças indígenas ou de suas mamis, pelo centro de Florianópolis. 

contém essa beleza ancestral,   até aliás, muito mais lindo que louvar colheita na sexta-feira santa, não por ser santa, para quem considera, mas pela sobressalencia e apropriação perpetrada, além de descrédito e apagamento histórico de outras culturas, especialmente a indígena, que o cristianismo protagonizou.

aí é isso.

quem sabe um dia ele se mostra. se é tão fácil de achar, se todo mundo vê e colhe interage menos eu, deve ter uma razão será. 

um presente será o dia..

sexta-feira, 29 de março de 2024

trégua | limpeza, restart

ninguém pode dizer que não tento, me perdoar

ninguém pode dizer eu tento, zerar o jogo e simplesmente, perdoar

fazer com que os erros sejam tão desimportantes, que a necessidade de fazer esse pedido seja boba, retórica, desnecessária

desculpe por não ser tão boa assim, estou tentando, quem sabe um dia eu possa realmente ser como quando eu rezo, só amor, sem me sentir ferida, sozinha, lesada, jogando culpas e mágoas aos quatro cantos..

vamos aquietar o coração tá

eu me recolho, eu guardo minha tristeza solidão no colo da grande mãe, porque se ela não deu fim, se tudo o que é mais divino no céu terra fogo  e ar, não deram jeito de acabar com a raça humana de vez da face da terra, deve ser porque, de verdade, eles são puro amor. vamos lá, vem comigo nos desfazer nessa fonte, diluir as dores pra poder seguir mais fortes.

eu te perdôo, vc me perdoa, e tudo reverbera, luz.

o projeto, a realidade

eu prometo não ser uma iludida.

disse aquela campeã em se envolver em facetas criativas de suas próprias tramas.

eu prometo pra mim não ser manipulada, nem cair em relações tóxicas, que, de não declaradas, passam despercebidas, nos enlevos de uma novela, que não vivo.

nada desculpa nem justifica meu passado, eu não quero ele.

e aceito muito pouca coisa dele.

estou acostumada na verdade.

a cada dois, três anos minha vida começava de novo. cidade, amigos, casa.. tudo que eu tinha.

sabe  aquela tendência de achar que o que eu tinha antes era melhor, e de querer ficar jogando passado pro futuro o tempo todo como se as respostas estivessem lá...

acho que não se  aplica hoje mais não. ou pelo menos estou muito atenta.

depois que a minha história com o pai da Cibe terminou, lembro que a unica vez que eu achei que meu ex era mesmo de fato o que eu merecia, e que talvez eu devesse ceder as investidas que ele não fazia, mas eu entendia aquele não fazer dele, porque sempre foi um sonso. essa unica vez, foi a vez que eu estava querendo me condenar, e desistir da vida por completo.

que bom que eu decidi desistir da vida por completo de outro jeito, a me submeter  aquilo de novo, aquele eu, aquele ele.  em qualquer hipótese de vida, eu prefiro morrer.

e aqui estou.

então não, acho que aprendi a não exaltar o meu passado, ou ter ilusões ou justificar fraquezas e não acontecidos. 

francamente.

eu me erro, com minhas tendências. 

eu via poesia no não acontecido, e lia como manifestação de realidade e isso não é certo.

uma vez, ainda usando de exemplo minha antiga relação, logo que nos conhecemos, meu então ficante descumpriu um combinado e me deixou sozinha no terminal do centro  num Carnaval. isso para seguir uma amigo  que de forma muito ruim tinha influência sobre ele, levando-o à práticas as quais estava tentando abandonar.

foi bem feio isso. foi bem ruim pra mim.

num futuro próximo ele realmente abandonou as práticas e o amigo, porém, meu ponto não é esse.

um tempo depois, quando nos encontramos pra conversar, dentre outras coisas ele fez um relato de algo que queria ter feito e não fez em relação a mim, para se desculpar.

ele tocava violão e ensaiou ensaiou tocar uma música linda e muito apropriada, se relacionada ao que aconteceu com a gente. ele queria tocar pra mim, ele queria vir até minha casa e tocar, se preparou pra isso várias e várias vezes. mas não sabia como eu iria receber, ele tinha insegurança, ele não fez, ele não teve coragem.

me contou isso, depois da gente ter se entendido, com os detalhes, e a música linda, e de forma tão singela, .. teria sido tão bonito, que eu incorporei sabe, tomei como se fosse. 

ele não fez, mas foi tão lindo o que ele não fez. eu aceitei esse não acontecido. e isso me mata hoje. de representativo do quanto sou e fui otária. 

existe toda a diferença d o m u n d o, dizer de fazer, querer fazer, ter uma ideia de si que não dá conta na realidade, que não se manifesta. e você se ver de forma idealizada tudo bem, problema seu. mas cara.. aí vem outra pessoa e compra esses não sidos, esse ser lindo, que na pratica não é, simplesmente não é?

dizer de ser não é ser.

dizer de querer fazer, não é fazer.

dizer de ser digno e justo, não é ser...

e eu descobri isso. 


e fico enjoada de revolver essas lembranças. nojo. 


eu não fui capaz de restringir a aparência, a construção, a criatividade ao metier das artes. 

eu deixei a invenção, a construção, a imaginação invadir o meu olhar para o outro, e comprei a imaginação, e a ilusão de uma pessoa que também não se enxergava. ou que queria passar uma ideia de si diferente né.

será que eu prometo mesmo não ser uma iludida?

será que eu tenho condições realmente, de garantir algo assim.

meu olhar é triste, e eu estou cansada. 

hoje em dia às vezes eu sinto que, se me vier com uma boa história .. eu compro sim, de boa. e  me divirto, rio, adoro rir, e tudo certo. 

pode vir que te quero, fale o que quiser qualquer você da minha vida.. eu não acredito em mais nada,

e isso faz toda diferença.

fico feliz em ser compreendida,

fico feliz em dar uma boa dica pautada nos meus erros.

seguimos,

boa sorte pra nós ✌🏽





quinta-feira, 28 de março de 2024

e..

como pudemos perceber...

a peia olhou pra mim e sorriu, trabalho lindamente executado.. ela não fala, mas sabe.

eu..

não saí da peia ainda não, e foi tão forte o saculejo, que acho que vou catar caco de mim em outras eras se não me agilizar.

o que bosssta de raio que tenho que fazer?

NÃO SEIEEEEEEE....

se eu soubesse, não estava nesse limbo, me segurando, com a casca trincada, mas enganando bem.

o sol tá quente, meu caminho é chato, mas muitas vezes melhor que minha casa. coitada da minha casa.

o sol está fervente na verdade, eu não estou em casa mas estou no celular, que pena. 

.. estou tomando um café com leite vegetal que é algo tão, mas tão mais ou menos..., que fico de cara até, está igualzinho aos horríveis que tomava em qualquer padaria, com leite animal, q u i n o j o, de lembrar.

o lugar é feio também, então acho que é por isso que estou no celular, se não, juro que me envolvia.

essa semana foi um rio de lágrimas, espero que melhore pra frente. alguma coisa não vai bem, e eu quero que melhore sabe.

lembro que eu olhava pro Germano e dizia me põe de pé, eu preciso trabalhar e fazer minhas coisas na vida.

lembro que eu olhava praquela luiza-ursa e dizia eu quero voltar. por favor me ajuda a voltar.

não era com os dois, eles não podiam fazer muita coisa,.. não conheço eles, porém, ambos no exercício de sua espertise, não me deixaram só de fato. muito grata. 

foram pagos né, em ultima instância posso pensar que estavam por obrigação, e o mérito volta até pra mim, por ter escolhido eles. mas isso porque eu estou querendo ser má comigo, e reforçar o quanto eu sou só. 

okok, .. mesmo que eles não tenham estado por mim, mas pelo dever, .. valeu, eu reconheço, sorte minha, eram bons.

eu sei que algo precisa mudar, que meu estar de pé tem erro, que eu sou errada, que do jeito que estou, vai piorar..

 só não vai piorar mais tanto, porque sou esquecida, com certeza vou me remontar diferente do que eu tava. umas peças a mais, outras menos..., que coisa.

quando Cibe vier no fim do dia ela me melhora. se bem que estou bem atormentada com o que eu não estou fazendo por ela, do que eu tenho de bom, que ela não completamente desfruta, das minhas habilidades. 

mãe, pelo menos ela me tem viva.

e minha mami me responde, e o que é esse viva.

desejei mal pra ela coitada.

mandei ela tomá banho.

tô me vendo levantar

nessa bosta de falta de sono

vou ficar na cama fazendo o que, merda de internet me irrita, musica me perturba, sono, não temos, noite tem, então tenho receio de abrir a porta, mas dá vontade.

em cima da minha cama tem um livro, li um artigo de educação mais ou menos mas faz uns dois dias que falta o último paragrafo sabe.  não tenho cabeça. mas só pra dizer que li inteiro, pode ser um objetivo pra logo mais claro. 

quem sabe o sol não me anime né. alguma coisa vai ter, eu vou ter que fazer.

por hora lavar a louça. aqui em casa tudo começa com lavar a louça, tanto pra realmente arrumar, quanto pra desviar de outras tarefas. depois catar coisas do chão que preciso ficar inventando onde guardar, quando preciso comprar uns móveis logo de uma vez. mas não vou tão cedo, eu sei.

roupa to de boa. ó, tô de parabéns com lavação, até tapetes lavei. ounn un mini-parabénnsss Bruna.

sei lá o que mais poderia.., mas se eu dizer isso.. ja vai estar claro e vou poder abrir a porta, aí já muda um pouco.

vamos ver.

tô muito

muito

muito

contrariada.



frase de mãe

eu sei que eu não suscito

que não dá pra ver, notar

que passo contradição, exagero talvez, assim como as vezes minha cara de cú históca, repeliu pessoas, e alguma tolerancia com gente chata me colocava na casa de  falsa.  meu pai era um falso então, deve ser verdade.

sabe aquelas frase tipo por fora bela viola por dentro pão bolorento? deve ser assim também, ainda mais com essas dores recem-adquiridas que agora tenho que conviver.

verborrágica

 

manifesto aqui

registro aqui

eu gosto de escrever, fui estimulada a isso em certa medida

não é pra ser bonito, embora às vezes tente

é expressão, elaboração, pra estravasar 

tô meio perdida

preciso sair né, do verbo, mas também não tô afim de ser divina

de rezar

meditar

sabe o que eu quero né

mandar tudo praquele lugar lá

tô cansada 

entendi

eu queria estar com minha filha, proporcionar lazer e estar presente, cuidar da casa, planejar e corrigir e registrar aulas, e ainda fazer um que outra coisa que me caracterizassem individualidade, prazer e, ou contribuição ao meu entorno,  exercício de criatividade qualquer.

num mundo em que já vimos, eu morro, mas não consigo, então realmente essa quinta realmente teria que durar e ser vivida nas 24, porque o resto.. fudeu.

tudo bem | ou o que

nem queria é 03.30 quase, daqui a pouco é quatro, de quatro pra  cinco é nada, e cinco,  normalmente acordo.

nem peço mais então 

me deixa aqui sozinha, de olhos abertos, presa na minha mente e no estarrecimento desses dias

quinta quer que eu acorde antes.. pra que pra que, arrumar a casa? aguentar o peso das demandas, afazeres, ler, estudar, fazer plano de aula, ou o que.

me erra.


adoro perder o sono pra | mais essa

rever dores, ver  se elas estão certinhas, se estou boa de reflexo sabe, provoca e reflete.

revisando dores com alguma ajuda. a mesma coisa, pedi certa ajuda pra saber se estou sentindo direito, o que não devia, por tanto tempo, e, sendo isso mesmo, como evitar.

eu vivo errando, mesmo com relação ao que eu sinto e percebo de forma correta. tô passando a limpo mas não sou boa nisso.

quando acho que terminei vem a malha fina da ajuda pra te dizer, amadora, não seria bom ouvir a torcida, alguns conselhos, pra algumas situações até regra tem..

e eu realmente o d e i o perder o sono. e ficar assim, presa do lado de fora da festa. me deixa entrar. por favor não me deixem de fora, a única certeza que sempre tive  é que travesseiro me acolhe. faz isso comigo não. socorro.


____ 

pra completar meu fel, e recalque, e despeito e raiva, preciso só lembrar, nem precisa acreditar, 

o portal, o recanto, melhor sonífero da face da terra ..

já sabe né..

🤷🏽


meu colinho.
16.04.24


terça-feira, 26 de março de 2024

encantada, a consciência do desencanto

quando eu morrer me tornarei uma encantada.

uma encantada urbana, bem de cidade mesmo

conecte-se, lembre-se disso

a fumaça, barulho, trânsito, asfalto? estarei ali.

filha, mãe, contas, empréstimos, tristeza, choro, inadequação, 360 dias, graus.. me chama, minha casa.

separação, sobrecarga, discussões infrutíferas.. eu transito.

ruídos, buracos na via, matinhos nas frestas.

lembre-se mim em desavenças, trabalho pesado, sem prazer.

estarei nas máquinas que pifam, carros quebrados, decomposição do rejeito, na toxidade do ar, na poluição de tudo,.. meu habitat.

perpasso a isso, e muito mais.

estou nas travas do tempo, nas dúvidas de caminho, nas palavras não ditas..

habito o veneno, a comida doce e salgada de mais, longe do sol, 

o prazer atravessado, a violência, maldade gratuita, egoísmo

solidão, meio 10°, o parcelamento, empréstimo, limites humanos, urbanos.

no mais humano do cimento, estarei.., no pixe, também.., nas depressões e doenças, pestes e pandemias.

cante pra mim, reze. estarei lá.


se disser o que eu te diria, a peia que te provocaria, a paz na limpeza que te daria, eu não estaria mais aqui.

fervo mais ainda, antes de partir. estou ampliando skills. vou curtindo, pegando gosto, pra interagir no lixo que conheço bem.

enquanto aqui, admiro a paisagem, a atmosfera, respiro fundo no meu real, troco meus pontos, por linhas, das linhas, vou tramando. 

pode não ter tanta beleza, sofisticação, estética, 

.. servindo tá bom.

um exercício de verdade.

curtir bem.

quando for o pó, a força do encanto para mim, para você e pra quem me quiser .. vira disso.

___


levar a sua dor urbana cinza, pros encantados da floresta

um choque

trazer os encantados da floresta, pra sua dor urbana, cinza

um choque

o meu eu encantado do futuro não trará soluções, nem cura, assim como os da floresta. 

eles e eu são, propiciatórios, mais isso.

entrega resiliente, sempre. 

nada de redenções, salvamentos, ... 

de meu lado consciência de limbo traduzida, com traquejo de quem baila tua dança. 

pensando...,porém,

coisas de pós vida.


28/03/24

segunda-feira, 25 de março de 2024

mulheres


pamonha, cural especialmente, doce ou salgado, essas feituras mais complexas pra mim. coisa que mulherada gosta de dizer que é pra quem tem mão.

minha mami  falava com saudade  das feituras da vó Dita. 

meu papi gostava de chamar minha vó de véia Chica, dona Chica, Chiquinha. também, olho dele brilhava. as especialistas. 

a vó, tia Nana, tia Balbinha, e minha vó teve ums trocentos irmãos, mas tinha uma que sempre via, estava sempre visitando quando a gente também tava. ela tinha um nome estranho, e tenho pensado muito nela nos ultimos tempos. por causa do meu sono sem fim.

é a tia Leontina. ela sempre foi muito gordona, tipo vó redonda sabe. e tinha uma risada mmmuito escandalosa. uma gaitada mesmo. 

ela morava perto de São Paulo. sempre fico imaginando os vô saindo de, onde era mesmo? Guaxupé MG, aí vieram vindo e caíram uns filho pelo caminho acho.. de lá até aqui tinha irmãos pelo caminho.

mas a tia tinha algo muito impressionante. ela estava falando animadíssima, até no meio de piadas, do nada, puffff ela pegava no sono. aí depois de um tempinho ela voltava como se nada fosse, voltava a conversar..  animadíssima. 

diziam que era uma questão cardíaca. mas gente, tudo nela era engraçado, e sua gargalhada,.. histórica. o amor das duas também. muito ligadas, bonitinho de ver.

a tia Leontina era a filha mais nova. e acho que a gente se encontrava porque íamos em datas festivas, assim como ela.

Mila me disse que ela morreu de coisa de pulmão. dizia sempre que queria trazer os filhos pra Vó Chica conhecer, zilhões imagino, minha vó tevesete, um não vingou. pouco antes dela falecer conseguiu levar. já estava ruim, tossindo horrores.


Mami reafirmou que as pamonhas da vó Dita eram as melhores..

mas pra qualquer dos lados, do que eu via, sempre juntava um monte de mulher, uma querendo mostrar mais jeito que a outra, de minha parte lembro da irmãs se juntando. quem descasca mais, rala melhor, avilia ponto. a congregação, a comilança. 

as pamonhas da vó Dita eram uma delícia. eu que ralava o milho, a gente fazia de sacada as pamonhas. e eu comia que nem, louca porque eu adorava. 
coisa de criança, marcado né, eu ralava e ensacava, adorava. as pamonhas da Vó eram as melhores.

isso são.. lembranças de criança que olhava com curiosidade para pessoas apaixonadas por algo que particularmente eu e meu paladar não viamos tanta graça. eu sou cria do chocolate, do açucar, danoninho, pirulito sei lá. crescida e formada no açucar branco, mais restritivo. muito rapidamente perdeu a graça o doce de banana, casca de laranja, goiaba, pamonha, cural, batata doce, etc. esses doces não eram tão legais quanto bolacha recheada, bis e leite condensado.

mas sempre algo com o milho, meus pais em seus quintais faziam as carreiras, tudo bem, eu amava milho cozido, e enfiar semente no buraquinho, brincar no quintal, mas é algo que na mão, na visão deles era uma iguaria, algo de maravilhoso.

me pergunto o quanto de memórias não suscita, já que são da cidade, mas com pais tudo da roça, do interior de Minas, e que vieram pro Paraná Santa Mariana pra continuar com a mesma feitura na roças de lá.

o pai foi um dos últimos, mas também nasceu na roça, mas um pouco maior vieram pra cidade, e vô Matias abriu um bar.

Vó Dita bem.. tava por aí, quando se casou com meu Vô Silvio, um senhor italiano já de idade, corcunda, que nasceu no navio. 

ele tinha uma venda, esqueci aquele nome antigo pra venda que tinha tudo sabe. 

minha vó já tinha duas filhas meio grandes, que iam e vinham. depois logo se casaram também.

mas pra mim, a presença do milho da infancia não se conservou, foi perdendo presença, e valor. o veneno, a transgenia tiraram uma inocência de algo bom e saudável. de tudo na verdade. mas o milho tem um desencanto.

lembro quando mãe se ressentia de não conseguir ter frutas em casa quando a gente era pequeno. para além das que eventualmente a gente conseguia no meio dos mato por aí, nas cidades pequenas que moramos. quando isso foi possível, a razão foi, não que ela ficou rica, e sim, elas já não eram tão boas assim. cruel.

Cibe ama milho, mas não conviveu com o pé, ao menos o pouco que eu. e adora milho em lata, que come frequentemente enxendo meu coração de culpa. mas estou firme. nunca mais eu sofro uma vírgula por isso.

Dridi me deu umas espigas de uma cesta orgânica que ela tem comprado, esqueci de onde. 

Desde que colaborei com o inicio do BemViver de perto da casa de mami, e recebi umas coisinhas,tal, nunca mais entrei em nenhuma iniciativa. e faz um tempo bom aí que declarei minha desistência de tentar. eu vou comprar e comer o que for mais prático e simples pra mim, e vai todo mundo pro inferno. o todo mundo que vai me dizer que hoje em dia é muiito mais fácil e acessível que já foi, e que comparado a gastos com saúde o sobregasto não existe. ahh vai se ferrarrr. minha dor é outra. se for pra morrer antes beleza, estou com os meus. é dado pra pesquisa.

nossa comida é cada vez menos inocente. eu sei que é de um barato que sai caro. não tenho ilusões. 

mas se não posso lutar contra isso agora. se eu não tenho força pra isso. melhor ser uma iludida deliberada, né. me convence aí que eu deixo. conta qualquer grosélia aí, que te devolvo um olhar de compra. 

se for barato, e fácil.. vou comprar tua história de boa.








o chão é lava

ontem a noite fui dormir pensando nisso

na imagem do vulcão. 


olha o que o uol kids me disse

a erupção vulcânica, ao ser provocada pelo acúmulo de pressão quando há movimentação das placas, acaba gerando uma descarga de energia e, então, a ascensão do magma. Dependendo da intensidade que ocorrer essa erupção pode resultar em possíveis tremores na superfície, ou seja, os terremotos.

eu não estava pensando nisso, nesse processo, e sim na consequência. gostei de ler. parece que tem haver com o que aconteceu comigo.

mas quando fui dormir pensava na destruição provocada, no entorno, na catástrofe do descontrole, naquilo que se vê, de zerar pra recomeçar, na explosão fértil, o que vem em camadas, a nova cobertura e as sucessões de nascimentos, tudo de novo, com uma ou outra diferença, sabe. eu pensava nesse  pós, tentando me consolar. 

eu nesse caso seria um matinho qualquer, desses  que morre e vive zilhoes de vezes, e fica vendo as mudanças em piscadelas sabe como, em pulos. mas ainda assim, bemm devagar em relação às eras.

as mudanças não são pra mim, talvez minha luta reflita na Cibe, no que vier depois dela. pode que minha dificuldade de viver seja importante pra fortalecer alguma estatística e então pesar pra alguma mudança ou revolução futura.. outro tipo de erupção. enfim..

a semana começa com tudo o que eu não fiz batendo ali, na única porta da minha casa.

preciso atender.




domingo, 24 de março de 2024

a calada noite | música de novela

 

é a hora morta que nem eu

até me emocionei agora

a noite calada, hora morta

como pude esquecer essa imagem, a das madrugadas.., quando tudo para, até os grilos, gafanhotos e sapos.

e hoje é de lua né. 

a noite tá looonge de ser calada com essa pagodeira.

e meu coração oprimido. 

e meu emocional um lixo, mas não exatamente de modo ruim, senão chacoalhada que estou, tudo voando. moral baixa. 

tem gente acordada na calada da noite..

graças à Deusa, .. quase sempre não sou eu.

se o sono é dos justos já não digo. qualquer idiota do mal, infeliz, mal resolvido, gente cansada só, de todas as idades.. dorme, uma hora dorme.




e quem assistiu Cláudia Ohana em Vamp, nunca deveria esquecer da calada noite Bruna. você me surpreende viu.

escolhi um clipzinho d a q u e l e s, mas com a Vange Leonel, melhor que com a Cláudia, porém  difícil assistir igual, enfim, estética de época.

que bom que fui pesquisar para além do refrão em looping na minha caxola. 



meus olhos não aguentam mais / claro que não aguentava, tudo girava

cadê a noite / cadê o dia, cadê eu, meus problemas, pessoas e não-pessoas, pra que isso importa, quando se está em face de se perder de si?

purificação / até parece. não se trata disso, nunca foi pra isso, mas se algo dela viesse, mal não seria

noite preta / nem era, tinha uma fogueira, lua de figurinha relevo, estrelas, pequenos brilhinhos flutuantes, salamandras.. mas nada disso adiantava, eu não tinha controle sobre meu corpo, consciente e inconsciente 

calada / eu não conseguia ficar, estava desesperada e pedindo ajuda, pedindo pra Luiza, aquela menina que parecia um urso de voz doce e firme não me deixar, não desistir de mim, não sair, eu não aguentava mais, não morria, nem saia do corpo, mas quase

fecho meus olhos / e estão abertos, abertos são como fechados, parece que eu escuto, "não há como nem onde fugir"

entre o sim e o não / um limbo maquiavélico. sim. a vontade ela rolar no chão e gritar. foi por um triz.

Deus / que Deus

onde vim parar / só fui atender o pedido de uma amiga distante

noite preta / linda e maravilhosa, mas não era pra mim, ou era, minha balada da morte. eu morri.

vou me entregar / "se entrega". eu tenho ímpeto de agredir qualquer pessoa, em qualquer situação que me larga uma maravilha de frase dessa. não se trata disso. se eu largar, quem vai pegar? se eu me largar no enlevo, alguém, alguma força vai pegar, e isso, esse é o terror, sentir que seu corpo vai ser tomado. mas essa é apenas uma faceta do combo.



a mandala com velas grandes estavam no toco quando voltei a mim. quase no final já.

só que não voltei ainda, estou aos poucos.

um furacão passa por você, o que sobra. não sobrou nada. só a devastação, a vagareza da conformidade de alguma ordem. reconstrução.




eu comigo | crise de identidade | nova era


há anos, desde que me separei acho, tenho o grupo eu comigo no whats. com tudo que é porcaria que preciso, quero resolver ou guardar. desenvolver. 

é pra qualquer merda mesmo, rascunho, tals.

esse grupo tinha uma foto linda, nunca mudei, eu eu no chão, com várias flores que Cibaby foi adicionando no meu rosto.

Cibe ao notar o eu pra mim, achou interessante, e não levou muito tempo realizou sua primeira intervenção..

mudou pra uma foto dela.

depois um coração..

agora é outro...

hoje, ... mudou o nome do grupo o/..

tô com dificuldade de tirá-la da tela, especialmente hoje que estou virada, quebrada, arrasada, não tá bom.

mas propus pra ela escrever-mos um texto. ela escreve lá, no compú, e eu respondo no celular.

eu passei o dia inteiro ouvindo..

onde está Maria Clara

onde está Maria Clara

onde está Maria Clara

ela fala nisso.. e eu não tô conseguindo ser boa o bastante pra não me sentir afetada. ixi, será que a criança sou eu?

o tema de textinho que ela começou foi a amiga.

agora tô esperando que depois de mil anos,vai responder..

ela quis tirar uma foto nossa

aí eu disse, então vou mudar o nome do grupo

ela não gostou da ideia, mas quando viu o que eu escrevi, adorou... mãe e filha.


precisamos de um título, algo que tenha haver com o que a gente escreveu. lembra, você com saudade da amiga, eu com saudade de você, e de mim. 

já sei, saudade da mãe, e saudade da filha

na hora de escrever, ficou assim como abaixo, provavelmente porque estava cansada e quis diminuir. mas amei.



saudade da amiga, e da filha

[24/3 17:40] Bru.M: minha  amiga  foi mas nao  voutou onde ela  foi onde ela esta  quero  brincar mas  ela        nao vouta

[24/3 17:43] Bru.M: a saudade é um sentimento lindo, tenho saudade da minha menina o tempo todo

quando ela está longe, meu coração se agita

quando eu estou perto dela e ela de mim, às vezes não nos vemos

mas quando a gente se encontra pra fazer algo, é lindo

pura vida.

🧡

[24/3 18:48] Bru.M: o  cresimento  e a  coisa mas inportante  da  vida sen  creser  nao  ten  o  motivo de ser  umana

[24/3 18:53] Bru.M: eu sou uma criança grande, quando brinco com você

[24/3 18:54] Bru.M: fofo❤️🩷






_______



eu ia dizer que na calada da noite finalmente elas puderam brincar um pouco, e brincam ainda. 

mas me ocorre que eu não sei qual é a hora da calada será que é entardecer? eu não sei.

só sei que elas estão felizes.



________




hoje virou pinturinnha.

Cibe hoje não teve aula, não sei se é greve declarada, ou sequência de paralisações, mas ela passou o dia comigo, sexta também. 

eu com a tarde em plena formação online, como vimos, super imersa e atenta. com a Cibe ao lado, reclamando que não tinha ninguém pra brincar..

aí sugeri ela desenhar a fotinho foufa, e depois pintar com tinta de aquarela. disse que poderia ser presente pra amiga. e agora já estou um pouco apegada..






estou me sentindo mais sobrecarregada que o normal e presa, sem saber resolver como sempre.

os dias que eu tenho livre pra trabalhar, são os dias que ela fica comigo,  e sou obrigada a sair para conduzí-la. além de todos os finais de semana.

o fato de eu não conseguir, acaba comigo, com minha moral. nem ser boa bastante pra filha, nem pras minhas coisas de trabalho. eu no meio, disforme, incompetente, presa. mas.. não tem ninguém reclamando aqui. 

nem resolvendo. 

deixa o tempo correr com sua emergência, vamos ver.


25/03/24


sábado, 23 de março de 2024

como pode.. | consciência | nova, ou outra frequência

um círculo pra chegar sempre de volta ao ponto inicial, nao quero.

espiral, topo.

mesmo que seja aquelas tão espandidas, mas tão tão, que sempre vou me sentir numa reta plana, tudo certo pra mim. mas o conceito é tudo, vale pra qualquer bobeira.

espiral que sobe, ou desce?

depende né, de onde pra onde. mas estou bem afim de ascender, aparencias novamente, não estou olhando isso.

se a direção é o centro da terra, ou um infinito sideral, o que eu busco n ã o é,  certamente, mais do mesmo. 

o que eu busco não é a inércia que meu corpo pede, o vazio inerte, a tristeza e a lama, não é remoer, hesitar, paralizar.

ou é, mas diferente, um grau a mais ou a menos que me refine. 

nunca aprendi a andar de patins pra patinar tanto, hora de adaptar o esporte.


quarta-feira, 20 de março de 2024

primeiro e segundo aninho | alô, teste | mamíferos daqui


 



____


eu trabalho 40h, quando não estou trabalhando, estou exausta e caio, ou estou exausta-planta, chip queimado sem conseguir fazer nada, ou estou com Cibe, exausta e chipe queimado e, planta.

não é que eu sou vítima e falte tempo, é que eu eu eeeeeu, tenho dificuldades homéricas em muitos aspectos organizacionais e criativos e até emocionais, pra estar de pé na vida. moro numa gaiola que nem aquela ali também, não quero sabe, mas sou muito medrosa.

dentro disso, qualquer inociativa que fuja do automatismo da minha vida e rotina, tem que ser simples, fácil, leve. se não for assim. não será.

já disse, me incomoda e eu sou preocupada com a representatividade no recorte, no conteúdo de minhas aulas. me preocupo mais do que executo até, sabemos, não gosto de me sentir cobrada, e não gosto de estar em falta em coisas que sou obrigada, que concordo também, enfim..

eu precisava de uma informação que não me deram. tentei uma, outra e outra pessoa e n ã o m e d e r a m. por diversas razões... as quais eu posso dizer que entendo, maaaaas não posso ficar insistindo e esperando, e ficar fazendo e refazendo o mesmo pedido de formas diferentes pra ver se sou compreendida.

eu sou criticada por não procurar, e nao sou compreendida ao procurar, ou sou ameaça, ou alguma aproveitadora será? creio que não,  são tempos diferentes mesmo. e nada disso é problema, quem dera meus problemas fossem esse. eu resolveria com tempo e jeito.

mas como eu tenho ... 12 ou 14 turmas sei lá, nem lembro, duas aulas de projeto, planos e correçoes, coisas atrasadas e futuras. eu eu eu, simplesmente não posso me restringir à ideia pra uma turminha de segundo ano. a única coisa que eu posso é desistir, e tentar de um modo mais simples. o que é, de fato e verdadeiramente mais simples pra mim.

enfim.... esse feriado eu precisava trabalhar. alguém me vendo trabalhar aqui? aí eu adoeço não sei porque. 





30/03/24











passado melilindre, o rancor da auto-sabotagem...

..resolvi pedir de novo uma informação que eu sei já tinha tentado receber de algumas pessoas, e que não vinha.

eu sei porque eu sou assim também.., o quanto é complicado as interações, as trocas, especialmente entre desconhecidos, e demandas com demandas gratuitas que atravessam nosso foco. 

qualquer resposta, é a que a gente precisa ter, no sentido de elaborar e seguir com aquela experiência procurando ainda de alguma forma, transformá-la no aprendizado que você precisava.

ontem tive um acesso de me contrariar no gênio, não é sobre mim, pode ter haver com isso. tem haver com os tempos mesmo, da cabeça com a vida, e com os imediatos pra lidar, abarcar tudo, estamos todos meio assim.

esse revestimento social para interação, né, como um programa mal instalado, que cusssta a rodar nas minhas internas.  tô que nem meu celular, que vive dando o warning de memoria cheia, me pedindo pra esvaziar... tem isso também, enfim, 

... ontem estava de bom humor para sins e nãos tentando, e não, abandonando. aí enviei as foitinho.., e um audio retomando.




oi Karaíi, olha só, fizemos essas pinturas essa semana,  mais precisamente hoje, e eu tô fazendo ainda com alguns,  vou ainda fazer com o segundo ano...  você ainda quer colaborar ? eu tô aqui insistindo de novo,..  (rindo) .. eu pensei num numa fala sua, pode ser um áudio, só para eu fazer uma menção pra eles de um olhar diferente né, por que tu vê, eu mostro passarinhos para eles, eles falam "ahh meu pai tem esse", "esse aqui eu tenho na gaiola" então eles querem, e tem a questão da posse, de adquirir, de prender, tirar do habitat, então.. outra possibilidade de colaboração seria, uma pequena fala, e tudo bem,  eu posso encontrar até, talvez, na internet, mas eu preferia pedir povo vizinho né, que coabita aqui com a gente. uma visão da natureza, uma visão pros pássaros e para os animais, que seja a de vocês, que seja diferente da deles, pra que eu possa apresentar e fazer um contraponto, .. fazer  uma reflexão com eles...  eu pretendo mostrar assim .. algumas coisas da cultura Guarani ... tem um material pedagógico bem bonitinho que é feito... esqueci o nome, mas que fala .. fala um pouquinho  da adjaka, do petynguá, dos animaizinhos.. e quero mostrar pra eles e aí agregaria sua contribuição.. ó,.. é a última vez que eu te encho o saco com isso,  ... (risos)  não vou pedir de novo, e.. só se você quiser, porque se não quiser também, tá ótimo, .. e qualquer hora eu eu a gente se conhece melhor,  obrigada um abraço, e até mais...



ele achou graça, foi simpático, disse que tinha esquecido e comentou de suas correrias também. e deu uma resposta pra crianças tão linda. singela, e linnda mesmo. fiquei de coração bem cheio.


agora meu desafio né, terminar o trabalho, fazê-los me ouvir. .. entrelaçar as informações e torná- las deglutíveis não pra u m a criança mas pra trinta ao mesmo tempo. essas mágicas.. de ser professor.

enfim...

preciso dar conta.



05/04/24



_______














pensei, penseeei, não cheguei a nenhuma ideia brilhante se não deixá-los ouvir o áudio que eu recebi, com a voz, o som do mato, o coral ao fundo.. e aí coloquei no compu a coleção de pássaros que fiz a partir do nome que eles mencionaram. 

foi bonitiiiinho. ouviram atentos, e ouviram visualizando as imagens, funcionou super bem 🥰.

primeiro ano não sei..


o recorte deles:


mas assim uma mensagem que seria importante passar para eles com relação aos pássaros é que são seres sagrados né, no passado eles também foram humanos, seres humanos como a gente e eles ganharam missão.

e a missão deles é sempre levar mensagem, cada pássaro em seu canto ele traz uma mensagem para cada um.. 

um exemplo que eu posso citar para você, quando bem-te-vi ele vem cedo e canta perto da sua casa, ele tá anunciando a chegada de uma nova vida né, que a gente chama ele de "mitãdjarê"

ele é o avô das crianças como a gente diz, então ele vem ele canta, primeiro ele começa fazendo barulho "uin, uin.." que em Guarani significa "tem",.. "tá vindo" né, depois ele vê a mãe, a que vai ser a mãe ou o pai da criança que tá para vir pra esse mundo.. aí ele começa "bem te vi", "bem te vi", ..que tipo dizendo né que tá vendo a o pai ou a mãe, ou algum parente daqui de um novo ser que tá vindo 

então os pássaros eles são mensageiros por isso que eles voltaram pra o morada de Nhanderu e vieram no formato de pássaros, que é para eles voar levando mensagens..

então esses mensageiros eles querem a liberdade, eles querem estar levando a mensagem para todo canto,.. eles não querem viver preso 

é por isso que a gente busca sempre a preservação o cuidado com a natureza, porque ali é a morada deles, eles querem estar felizes ali levando as mensagens para todo mundo, porque são sinais bons..

assim como também tem pássaros que trazem notícias tristes, eles vem anunciando que vai acontecer num futuro próximo

então é importante mesmo esse trabalho que tu tá fazendo de explicar para eles né essa essa visão do povo Guarani, e não só do povo Guarani, mas todos os povos indígenas, tem essa crença, os pássaros são mensageiros, mensageiros são sagrados, não merecem viver preso, estar em uma gaiola..





eu quero deixar transcrito aqui esse presente, compartilhar com você o que veio pros pequenos. 

três turmas de segundo aninho, individualmente, ouviu essa voz, esse chamado, esse alerta. 

e eu bem que eu pedi, pra eles ouvirem com o coração.

sigo.




💚


16.04.24

meu eu Coruja

mamãe, desenhei os quatro elementos pra você.
 


volta e meia ela vem com os personagens. a menina do cabelo de arco-íris, menina vento, terra, aí tem desenho, história sem fim, aí eu não posso dar atenção, fico com pena, meio culpada, e o desenho fica sem referência, ou se perde na bagunça.

esse é de três dias atrás, a iema é umas duas semanas. sempre fico com medo de perder ou estragar. quando coloco aqui, já sinto melhor.

tem uma história que ela fez, que me lembrou algo de João pé de feijão sabe, não tô lembrando detalhes, mas amei. quero por aqui, achei inteira ainda, será a próxima.

terça-feira, 19 de março de 2024

quando o um não quer...

os três zeros seguintes não valem nada.

nem pra brigar, nem para amar.

é vazio.

nem todos os zeros do mundo, fariam esse um mudar de ideia

na roleta do 999, .. a virada travou, pifou, não foi

e viva o quase 

mil seria muito por aqui

então vamos de sem mil, mais certo.


lembrando que perpassando todos esse textos como sei que fez.. nenhum, nenhum te trouxe, n e n h u m foi o bastante, nem os que te dei, .. e ainda dou, não resisto.

na verdade quando o Seu primeiro, Seu segundo não bastou, já vi tudo, os demais foram pra estravasar energia de eras, pega uma dor, e usa. 

mas agora é sem.. tudo bem. comemora comigo.

e não estou nem aí em ser cruel de novo.

é só uma face, tenho muitas, sabemos.



_______


ok, parando com a palhaçada, hoje eu tô, ou sou mesmo mimizenta, ui.

pros meus recém feitos quatro dígitos, eis as minhas primeiras 5 postagens.

acredito que deletei algumas de quando estava triste com Danilo, uma acho. 

delas, três foram exercícios das aulas de roteiro do cinema, que desisti muito rápido, e tenho horror só de lembrar que cogitei cursar.

adoro os três, embora facínora, por mais que tenha tentado, acho confuso, nunca consegui  de fato montar como imaginei, mas adoro o resultado da minha cabeça, quando leio fico irritada.

e o pai e o léo, que por muito tempo foi só a imagem, bom.. tenho um amor muito grande por ela, por esses dois. 

Léo tá grávido! não creio. ele disse que eu previ. eu não me lembro de ter dito nada, mas achava que teria outro filho realmente.

espero de coração que ele arrume seu caminho. 

somos meio perdidos, de maneiras diferentes, mas gente boa. 

enfim.

vou o que?

d o r m i r

concluindo. acho que amanhã vou em assembléia nenhuma.

muah universo.

parabéns pra mim.




999 | quase



no quase, no respiro final....  taí, eu na rede no cair da tarde, fazendo o videozinho da ode à rede, que deletei sem querer.

sempre que digo eu na rede penso nas duas tu sabe né.

tá aí, quase tua, quase da rede, quase da vida, quase perdida, quase certa, quase perto, mas definitivamente... quase pra sempre.


 

novecentos e noventa e oito | eu prometo

não é 999

e não é 1000

portanto não tem graça nenhuma

é um número que cansa mas não motiva

999 é um quase que dá orgulho

1000 é o grande feito

então o que eu poderia dizer agora no 998 que valesse uma postagem, já que eu tô aqui de bobeiragem para cumprir uma meta não cobiçada, mas curiosa?

pensando...


ahhhhhh

na minha postagem de número 998 gostaria de deixar registrado que existe no meu  Limoeiro de baixo, um  pézinho mal desenvolvido de bucha,  que subiu, uma parte murchou,  e a outra está subindo, e que hoje eu coloquei terra uma cobertura, muita água porque estava bem seco e abandonado, e fiquei um bom tempo admirando,  e pensando, pelo menos você não desistiu da vida, está comigo guerreira, prometo que se você me der uma bucha bem linda, eu tomo banho todo dia.

e tenho dito.


tic tac

eu queria agora sabe o que?

996 formas de terminar minha noite sem que seja angustiada e culpada, e me sentindo um embuste.

abusada né.

podia ser uma só.

na verdade queria é passe de mágica.

e ó que eu preciso me ligar rapidinho. 



995 | excentricidade

hoje pensei bastante em tarô, mas não por vontade própria, se não por lembrança forçada de uma experiência exitosa, porém de um curso que eu abandonei sem começar, mas que me valeram esses textos, honrei a proposta, me admirei.

agora tenho dois tarôs,  o mitológico, histórico na minha vida, que ganhei sem pedir, e ao longo aprendi um pouquinho dos seus significados sem, compromisso. e o Guarani que são os arcanos maiores. são lindos, e estão ótimos guardados ali dentro da gaveta.

sem falar no da Maria Mulambo e no Lenormand que comprei muito tempo atrás, porque achei as cartas lindas.

eles são apenas uma, ... esqueci a palavra, mas já vem... 


uma colher de chá | volta às aulas

meia colher só, tá, nem vem que já sabemos seu lugar.

sabe que tô tentando preparar aula né.

por isso tô tão engraçadinha aqui.

fiz nada.

não sei o que fazer, nem por onde começar e agora tô com sono, e amanhã tem assembléia, e a tarde 99,9% de possibilidade de retorno ao posto de trabalho, ou seja, tenho 10 aulas pra planejar contando  com as de quinta, e 5 planejamentos trimestrais para desenvolver, e sempre parece que estou começando ontem. nunca sei de nada, apesar de intuitivamente já ter coisas iniciadas que ainda não sei como desenvolver. 

alguma dúvida que isso me adoece? não. mas eu não sei o que fazer, tenho ideias, mas, nada de realidade.

essa greve eu não deixei entrar no meu coração. eu não me estressei, fui no que pude, levei a Cibe, vivi seus momentos mas não me consumi em nervos, me recusei.

eu acho que ainda vou viver momentos em que a greve não existirá pois não haverá quórum, as pessoas preferirão se apegar às migalhas oferecidas, a se revoltarem contra as restrições, desmandos, desmontes, perda de direitos. acredito que a rebeldia está perto do fim. a cada greve, e a cada resultado de eleições fico mais certa, aquelas pessoas não estão lá por acaso elas representam e elas são o resultado da cabeça de um coletivo, o nosso.

é triste ver a perseguição, a difamação, a burrice e ignorância operando e influindo e tendo sucesso.

voltando agora a novidade é o ponto eletrônico. mas um lixo pra perseguição, para além de toda a burocracia impetrada pra fazer a gente se distanciar cada vez mais do ato de lecionar.

ai ai, que vontade de ficar aqui. morar aqui escrevendo vento.

hoje acabei de descobrir que escrevi mil textos. tem uns incompletos no arquivo com eles formam esses 1000. a que ponto cheguei de inutilidade ein Brasil.

mas você gosta dos meus textos que eu sei, então. .. 

então granndes merda, isso sim.


cheu ver..

994 publicados, 8 no arquivo,.. mas são coisas que nao contam muito, então acho que só formará os 1000 valendo, se for de publicados. pensa.



mamãe acho que sou filha de Iemanjá

porque?

lembra que você conversou com ela, e aí eu vim?

eu sou filha dela, então deixa ela comigo.


isso só porque ela se apossou da Iemanjá do meu oratório quando eu limpei, e ficou com ela na mesa do escritório, e depois levou para o seu quarto, e não queria mais me devolver .. então queria justificar e me convencer.

espertinha.

uma Iemanjá branca, bem branquinha do tipo que faria um tsunami de críticas dentre as pessoas mais críticas, e que reivindicam a memória ancestral da orixá,  com razão evidentemente.

só que por vezes com tanto desdém e desprezo, que faz com que eu tenha vontade de desligar o viés consciente, o viés reparador, e me restringir à vivência e ao coração, e a conexão com a própria entidade, do que buscar de fora da boca das pessoas algo acolhedor, e um impeto para colaborar com o levante, enfim, um pequeno mimimi aqui.

eu amo essa imagem porque ela veio de uma pessoa que eu amei, e que naquele momento soube expressar o seu melhor sentimento através desse presente. eu escolhendo uma iema, teria optado por uma imagem mais condizente com figura e origem. mas essa, aceitei de bom grado,  eu amo eu louvo e quero sempre pela próxima como uma representante de uma história.

tendo vindo do Danilo, já nem me lembro mais porque data, sei que ainda não havia ideia de Cibele na nossa vida, .. ela é realmente uma presença de conexão entre nós e nossa filha, da nossa história, portanto, é uma imagem importante, cheia de sentimento por tudo que representa.

e Cibe se grudou nela, o que me deixa apreensiva por sua segurança e existência, mas, achei bonitinho. está lá no quarto dela abençoando ainda mais agora, nessa nova fase em que ela está exercitando assumir seu quarto à noite.



Cibe fez esse desenho na escola. eu simplesmente a m e i e não canso de admirar.


Cibe, você sabe o que é intolerância religiosa??

 

ano passado, Cibe tava cantando ponto na escola.

só de pensar já começo a rir. ela adora cantar comigo, especialmente no  carro. mas depois fiquei preocupada.

já pensou? portão de ferro, cadeado de madeira é na porta do cemitério onde mora exú caveira, bem alto na sala de aula? fico rindo sozinha, muito, só de pensar.

e me lembro de algumas vezes conversar com a profe, e ela aludir a religiosidade, ao respeito às crenças e tal, ahhh lembrei! ela veio me dizer que Cibe estava dormindo em sala. e que ela havia comentado que era por causa do Centro, que voltava tarde. Cibe tem uma noção de tempo lúdica sabe.

simm voltamos passado horário dela dormir, mas é sempre às sextas, não justificaria, a não ser por alguma rotina mais intensa na casa do pai, com quem ela acaba ficando o meio da semana, terça à quinta, expliquei pra prof.

pra Cibe conversei com ela, disse que os pontos era pra gente guardar sempre pra cantar nas noites de gira, ou então pra quando a gente pudesse cantar junto, porque são musicas de reza e cura, precisam ficar protegidos no nosso coração.

ano passado foi isso. e ficou por isso.

eesse aaano. eis que Willian, o professor de matemática que assumiu a casa depois que o Murilo, prof. de Ed. Fisica se mudou, foi embora também, grávido com sua amada, partiram pra outra morada. 

a casa 4 ficou vazia, e ficou vazia um temmmpão,  estava adorando, até que Jéssica, personal trainer, recém separada, se mudou com sua filha Maria Clara, 7 anos também, realizando o sonho de Cibe, de ter uma amiguinha no condomínio. ela está eufórica. a menina também ficou feliz, pensa num chiclete. as duas.

que não seja evangélica, que não seja evangélica, que não seja evangélica, que não seja evangélica, foi meu mantra até descobrir, Jéssica É evangélica.

depois de azedar geral, ter uma baita crise de malumor, pensar, pensar. o que eu faço, não posso podar a naturalidade da Cibe. mas não posso provocar a onda supostamente insana da visinha, e possíveis preconceitos advindos da própria pregação de determinados pastores em cultos de diferentes linhas, grande maioria na verdade, que conste.

aí tentei.

Cibe, você sabe o que é intolerância religiosa??

expliquei com as palavras mais simples, dei exemplos, contei que tem pessoas com dificuldades em aceitar as escolhas religiosas diferentes da sua, que acha, acredita que só sua igreja salva, que  é a única que garante um bom lugar depois que morre, que é capaz inclusive de entrar em guerras, que pensa que só o seu canto é de luz, que só a sua reza acessa a um Deus, ou  uma energia poderosa exclusiva, e então olha para o que é do outro com desconfiança,  desqualifica, enfim.

Cibe, você lembra que você me disse que as vizinhas novas frequentam igreja? 

normalmente essas pessoas tem preconceito com o diferente, não sabem lidar com a escolha dos outros. sabe o que seria bom? lembrar de guardar o nosso reza só pra nós, pra nossa sexta, pros nossos momentos de canto. .. quando a gente for no Centro, diz que vamos sair, não precisa dizer onde a gente vai. isso se chama preservação. não é um segredo entende, é um resguardo.

enfim.. eu tentei.

alguns dias depois me arrumando para sair, Cibele estava em casa no fim do dia e elas brincavam um pouquinho no intervalo entre quase sair e não sair, e eu ouvi as duas conversando..

elas estavam reclamando de se separar, e a amiga pergunta para Cibe aonde que ela ia.  

a resposta veio rápida, simples e espontânea, com todas as palavras ahh hoje nós vamos para o Centro de Umbanda.. bem assim, com todos os efs e errees.

eu ouvi, dei uma mini fervida, depois comecei a rir né. é isso. na medida, eu introduzi uma situação. decidi que de vez em quando vou repetir a pergunta e ter essa conversa de forma recorrente, e vou reforçar o verbo dela. 

Cibe, você sabe o que é intolerância religiosa??

é muito bom que ela tenha na ponta da língua um.. eu respeito a tua, você respeita a minha , né.

é o que eu sinto no momento. além de desconforto, eles criaram o desconforto e a ojeriza em mim, por tudo que as personalidades dessa religião tem feito, especialmente com a inserção na política. 

mas eu prezo pelo respeito e tolerância, vamos ver..


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na nossa infância, época de Iguaraçu, a mãe teve uma amiga crente. minha mãe nessa época frequentava um Centro Espírita desses tipo Kardecista, nossa infância teve um pouco disso, boa parte dela até.

a princípio ela se mostrou aberta, disse que não se importava, e ficou bem proxima da minha mãe. mas o que soubemos depois é que o pastor tinha dado a missão de conversão. como ela não obteve sucesso, em dado momento disse que era melhor romper, e foi bem triste porque do nada, ela se afastou, tipo, apagou a gente. 

as casas eram próximas, ela tinha um filinho pequenininho o Betinho, que chorava, queria ver, brincar, e aí, parecia que a gente tinha doença.., as vezes ele fugia e vinha correndo pra dentro da nossa área, ela vinha na sequência em desabalada carreira, pra levá-lo mais rápido ainda. um escândalo.

foi mais difícil pra ela com certeza, se prestar a um papelão desses, rejeitar do nada uma amiga. prender o filhinho em casa. e também como já disse, mami sempre conversou muito com a gente. 

olha.., e isso durou até o final de nossa morada naquela cidadinha.

logo fomos embora. dalí a mudança seria pra Londrina, meu pai já estava desempregado e queria se estabilizar perto de seus pais e irmãos, era um sonho antigo.

eu me lembro da Rose sair da casa dela com Betinho, a gente já ia entrar no carro..,  e ela  veio abraçar minha mãe muito forte e pedir perdão, dentre outras coisas, muito acalorada e arrependida.

foi marcante pra gente.

emblemático pra mim.

as pessoas tem cada uma.

não quero viver algo assim.

rezo.