segunda-feira, 6 de agosto de 2012

quão inédito | tortura fina



Dizem, que a soma de mil palavras vezes não é suficiente para se igualar ao resultado expressivo provocado por uma imagem. E na balança do visível o lado que mais pesa é aquele que se expressa tão rápido, mas tão rápido, que efeito do olhar sobre o objeto é quase tão imediato como um momento desses que agente tenta preservar. Mas nem todos os momentos são enquadrados estáticos, nem todas as imagens expressam aquilo que se vê, e nem todas as palavras descrevem aquilo que se sente. E quem sabe a forma de prolongar aquilo que se quer talvez seja relembrar, pois a memória guarda os que se fazem únicos, talvez seja reviver, mas não recriar, pois pela unidade cada qual se faz conjunto, e  os passos dados para que se chegue até aquele exato instante, são tão únicos, que fora deles, não há contexto. AQUELE , fez processo... e é mais um, dentre tantos, que se fez durar quando apertamos o botão, como se o ato fosse representativo... como se o vermelho fosse nossa cor, e aquela nossa hora, nossa de demonstração de um + o outro... um corpo + outro, um elo, um laço, um BEIJO.

ele



































...olhando um momento como esse,
nós, os dois replicados revivemos, relembramos, rimos entrando em sintonia a partir da imagem.
o olhar alheio tem uma viagem diferente. ele cria, supõe, especula, tantas hipóteses quanto é possível um olhar curioso e indagador
em qualquer dos casos, envolvidos estamos todos agora (entre reviver e criar)
mas no enlace que nos compete, e prolongamos com palavras, 
apenas algo faz sentido agora.

ela






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afinal estava aqui o tempo todo. algumas respostas para o que perguntava láa no dia 12, quando voltei para cá depois de alguns anos.

existe criação, recriação sim. e quando o significado se esvazia, fica a publicidade. a estética vazia de uma atuação de amor que você pode reacessar como um vulto, se quiser, ou que você pode projetar para o futuro, como se aquilo fosse um devir de experiência, numa outra roupagem, com intensidades diferentes. ou pode sim, ser só uma lembrança mesmo. pública como quem não viu ou não se importa, aquelas fotos escondidas/esquecidas entre outras em um álbum, aquele post convertido pra sempre num arquivo qualquer. ou não.

novembro 2021



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lembrei dessa foto agora pouco.
quantas palavras pra um ato tão bom, que poderia só ser, ..bom.

quantas palavras no passado, de passado, e futuro..

pretenções, anseios, luxúria.

o que me veio, se é o presente que importa.. quantas vezes te beijei hoje?

toquei, me acomodei em seus ombros, te amei?
e fiz ou quis, 
fiz ou quis Brasil, 
fiz ou quis? 

sei de mim.


11/08/23