quarta-feira, 19 de agosto de 2020

o exercício, o extrato ou meditação



"eu tenho meu gênio!" é uma frase que volta e meia performa no meu vocabulário. e eu não gosto.

mas como se tivesse mesmo um gênio, ele nunca me favoreceu com os desejos. só é ótimo em fabular, é questionador, crítico, juiz, ... e tem excelente memória pro que não precisa.

nas histórias, os gênios sempre querem fugir né, sair fora, curtir a vida, desopilar. esse não. está bem sentado na poltrona, e quem quer fugir dele sou eu.

já passei bastante tempo distraindo meu gênio pra que ele não opinasse ou azedasse o que não devia. e dá certo, funciona. assim a espontaneidade da vida se manifesta mais plena. é um alívio.

eu tenho meu gênio. ele não me determina. mas existe. quase tenho vontade de fazer um looping com essas frases. quando na verdade o que eu preciso mesmo é, sei lá, aquietar dentro, interagir com o entorno, sentar no chão e apreciar a vista, de quando em vez.



                    cena de frente, cena de fundo, desse meu recorte de mundo