segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

22. mais um ano, um ano novo, ou o que.

eu gosto da ideia de arrumar as coisas. deixar, abandonar o que não tá funcionando, passar pra frente, desfazer, se desfazer, repensar. esses papos de final de ano. mas entro nessa até porque não tenho muita opção, é meio urgente.

então tô nessas. e tô perdida também. por onde começo? minha cabeça, computador, celular, carro, geladeira, armários, o todo da casa, quintal, onde será. 

nos momentos sem Cibe ainda tem o susto, a vertigem, onde qualquer coisa que eu faça ou vá tem agregado em si um quê de estranheza. 

e os momentos com Cibe parece que são os momentos de maior verdade. tudo o que é, e o que não é, tem um ritmo, uma eletricidade, velocidade próprios, que nem sempre vão de encontro à ordem das coisas.

enfim, agora agooora assim, tento arrumar o quarto da minha filha. logo ela volta do pai e então pretendo arrumar de novo com ela, o que compete a ela, mas algo precisa acontecer antes. 

e estou catando, organizando papéis no meu quarto. perdi um texto em outubro, nada demais mas me dói até agora. especialmente porque estava pronto, e  não tem rascunho em outro lugar. ainda acho que vou encontrar.

e tem a curadoria dos muitos desenhos de Cibe ao longo desse ano. o que vai, o que fica. como esses dois que fizemos, não faz muito tempo. essa coisa de esquecer de botar data acaba comigo, me sinto com defeito, queria ser mais organizada, sabe. mas diria que estou na pré-curadoria vai, tem muita coisa que não vou fazer sumir sem que ela saiba. 

e assim estou indo a caminho do último dia desse ano. por vezes já me sinto em 22, voltando do futuro só pra arrumar umas coisas aqui e alí que eu esqueci. noutras quero um tempo lento, muito devagar, parado e parando. só pra não enfrentar certas coisas no advir. e tem as horas que me aquieto. é bom também.

pretendo estar acordada nos últimos momentos de 21. quero sentir sua partida, quero estar do seu lado até o final. quero não sentir medo, e até ficar feliz não importa o que. depois quero adoçar meu coração com o açúcar certo. quero olhar pro céu e pro chão. sentir esse ar, dessa troca né, do que foi e do que virá, sendo que recém é, enfim.., esse é o plano.



mamãe você desenha uma parte, eu eu continuo..