sexta-feira, 11 de junho de 2021

Bel-Prazer, 1978

foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez a tua mão, e eu tinha aversão do comercial desse disco que passava na tv toda hora, talvez compondo o álbum de uma novela. e não é que também agora ame, se não pra mencionar nossas revoluções internas e certezas como são bobas, olhando hoje. mas quando criança era muito, muito irritante. e o moço do avião nem era problema coitado. 

o que dizer de entre tapas e beijos é ódio é desejo é sonho é ternura, que minhas amigas de escola se juntavam em coro pra cantar? que ódeo. ou o que é que vou fazer com essa tal liberdade, se estou na solidão pensando em você (?). 

acho muito engraçado saber essas músicas, e perceber que ocupam algum espaço dentro de mim, e até afeto, quando conjugadas à momentos de vida, não pelas músicas, mas pelos momentos, mas que diferença faz agora, estão juntos. é o submundo da minha memória musical. uma mini fresta se abre as vezes, e meu gatilho hoje foi lembrar do clube da cidade pequena, aquele de piscina, sempre com o som bem alto. aí a trilha vem, e cola pra perturbar.  socorro Belchior.