quarta-feira, 12 de outubro de 2022

12.

"Olhos nos olhos" do Chico, aquela versão antiga de "beijinho no ombro" da Valesca Popozuda. aproximei as duas agora.., pensando minhas inutilidades.

olhos no olhos, que experiência né? 

"porque você está me olhando assim?" "nossa para de me olhar assim!", "você entra dentro da gente." quantas vezes, quantas pessoas. nada disso, é só meu jeito de olhar, e prestar atenção. e eu sempre presto muita atenção mesmo, parece que o  mundo para. e eu gosto de ir analisando, percebendo.. acho também que é coisa de gente com dificuldade de falar, observa muito.

minha mãe por muito tempo frequentou uma escola de meditação, e eu Brubi menina, ia com ela. e sempre tinha o momento daquela meditação, o Drsti,  um dirigente da casa conduzia e estava no centro, e ele ia  de passando de pessoa em pessoa seu olhar e sustentando fixamente por um tempo no centro da testa, no meio dos olhos. era a maior encaragem. e eu morria de vergonha. o corpo esquentava, o incômodo vibrava, eu me sentia sem fronteiras, sem limite com a outra pessoa. era muito desafiador, e lindo também na proposta de que a sua luz interior vibra com a luz interior do outro, ampliando numa luz maior.

recordação tão distante, e querida, daquelas crianças que acompanham os grandes sem opção e vai vivenciando a vida deles nesses corres num viés paralelo, fabulando, viajando, se entediando, na mesma linha do tempo da vida.