Jardin Secret, foi neste idioma que ganhei o livro (originalmente é
inglês) que nos últimos tempos viralizou, mas que foi presente e surpresa quando uma amiga querida o trouxe, em uma passagem rápida pela city no final
de 2014. A ilustradora é Johanna Basfordro, escocesa, estive vendo em uma
crítica que vendeu mais de 100 mil exemplares no Brasil, e 1 milhão no mundo!
Desde que ganhei, até hoje nunca
havia pintado. Outro dia folheei o livro de minha amiga e cunhada, íntimo e particular,
foi muito gostoso ver à cores (observar suas escolhas e maneira de colorir) ...
o que no meu volume era um eterno vir a ser. Fora isso, num crescente, vejo
postagens ou do livro, ou de algumas pinturas, conforme os mais empolgados vão
completando suas páginas, e tem até dicas para sua pintura no YT!
Outro dia, alguém postou a sugestão
de um livro para colorir do Jardim das
Delícias Terrenas do Bosch. Há! Senti uma ironia...
Minha relação com o livro é
afetiva e controversa. Para mim como professora de artes, um livro para colorir,
tão atraente, levemente interativo e delicado, ainda é, um livro para colorir. Pode
servir para distrair, encantar, desestressar, incentivar o exercício artístico,
nostalgia infantil, contato com o mundo idílico, capricho, tentação, passatempo,
exercício motor, meditação..., são muitas as maneiras de ver. Mas quando é comigo
me questiono, porque vou me prestar a colorir o desenho que outra pessoa fez,
se eu posso querer colorir, ou não, os desenhos que eu mesmo criei ou possa vir
a criar, com os temas variados do tamanho do mundo que possam vir a me
interessar? E não é isso que faço dia após dia nas aulas de artes com os
pequenos, e os um pouco mais grandinhos, incentivar a apreciar, aceitar e investir no seu processo de invenção?
Hoje, sábado, Aninha estava com um Jardim Secreto emprestado, e a vi entretida colorindo as imagens. Comentei
com ela que também tinha um, mas que nunca havia tido coragem de pintar. Fui procurar,
e deitamos as duas no chão, solzinho na varanda... Enquanto ela terminava o
dela, peguei a página de entrada, assinei meu nome e comecei a desencantar...
como o lápis era aquarelável já peguei pincel, água e começamos a experimentar.
É mesmo um bom exercício de paciência, a minha ilustração era menor que a dela,
mas nunca acabava, muitos detalhes e, devo confessar, tenho um interior bem
ansioso =]..
Estávamos na varanda, em meio ao
mini-jardim caseiro, e foi esse amor às plantinhas que claramente animou o presente, plantas
nas janelas, suspensas no muro, nas mesas... então distraída comecei a incluir
algumas na minha página. A que chamo de sianinha,
um tipo de dama-da-noite que nunca floresceu,
a onda-do-mar, a abre-caminho, melindro e
a Cibele, minha samambaia número um! Foi divertido compartilhar esse
momento com a Aninha, inusitado, único, e me faz pensar.. Gostaria de encontrar
usos diferentes para o meu livro (não sei exatamente quais), mas, de fato, me funciona
como uma indireta.
Algo do tipo, vá fazer alguma coisa se não você vai acabar presa aqui!,