sábado, 2 de maio de 2015

!sobre jardins...



Jardin Secret, foi neste idioma que ganhei o livro (originalmente é inglês) que nos últimos tempos viralizou, mas que foi presente e surpresa quando uma amiga querida o trouxe, em uma passagem rápida pela city no final de 2014. A ilustradora é Johanna Basfordro, escocesa, estive vendo em uma crítica que vendeu mais de 100 mil exemplares no Brasil, e 1 milhão no mundo!

Desde que ganhei, até hoje nunca havia pintado. Outro dia folheei o livro de minha amiga e cunhada, íntimo e particular, foi muito gostoso ver à cores (observar suas escolhas e maneira de colorir) ... o que no meu volume era um eterno vir a ser. Fora isso, num crescente, vejo postagens ou do livro, ou de algumas pinturas, conforme os mais empolgados vão completando suas páginas, e tem até dicas para sua pintura no YT!

Outro dia, alguém postou a sugestão de um livro para colorir do Jardim das Delícias Terrenas do Bosch. Há! Senti uma ironia...

Minha relação com o livro é afetiva e controversa. Para mim como professora de artes, um livro para colorir, tão atraente, levemente interativo e delicado, ainda é, um livro para colorir. Pode servir para distrair, encantar, desestressar, incentivar o exercício artístico, nostalgia infantil, contato com o mundo idílico, capricho, tentação, passatempo, exercício motor, meditação..., são muitas as maneiras de ver. Mas quando é comigo me questiono, porque vou me prestar a colorir o desenho que outra pessoa fez, se eu posso querer colorir, ou não, os desenhos que eu mesmo criei ou possa vir a criar, com os temas variados do tamanho do mundo que possam vir a me interessar? E não é isso que faço dia após dia nas aulas de artes com os pequenos, e os um pouco mais grandinhos, incentivar a apreciar,  aceitar e investir no seu processo de invenção?

Hoje, sábado, Aninha estava com um Jardim Secreto emprestado, e a vi entretida colorindo as imagens. Comentei com ela que também tinha um, mas que nunca havia tido coragem de pintar. Fui procurar, e deitamos as duas no chão, solzinho na varanda... Enquanto ela terminava o dela, peguei a página de entrada, assinei meu nome e comecei a desencantar... como o lápis era aquarelável já peguei pincel, água e começamos a experimentar. É mesmo um bom exercício de paciência, a minha ilustração era menor que a dela, mas nunca acabava, muitos detalhes e, devo confessar, tenho um interior bem ansioso =]..

Estávamos na varanda, em meio ao mini-jardim caseiro, e foi esse amor às plantinhas que claramente animou o presente, plantas nas janelas, suspensas no muro, nas mesas... então distraída comecei a incluir algumas na minha página. A que chamo de sianinha, um tipo de dama-da-noite que nunca floresceu, a onda-do-mar, a abre-caminho, melindro e a Cibele, minha samambaia número um! Foi divertido compartilhar esse momento com a Aninha, inusitado, único, e me faz pensar.. Gostaria de encontrar usos diferentes para o meu livro (não sei exatamente quais), mas, de fato, me funciona como uma indireta.

Algo do tipo, vá fazer alguma coisa se não você vai acabar presa aqui!,