segunda-feira, 4 de maio de 2015

trepadeira vermelha à caminho do hospital



Hoje em dia passo por essa fachada nos meus dias de escola. Cheia de plantas sem medo, algo como fora de controle, ... me agrada muito! No início dessa tarde mesmo dei uma boa namorada, não resisti, fiz essa foto. Não que minha história precisasse, mas como especialmente a roseira está florida, achei que comporia bem com minha felicidade de sábado, quando escrevi o texto a seguir...


Era virose, ou inflamação na garganta.. fato é que fui para emergência. Não era dia de trabalho para mim, amorfa, me sentindo a última, fui buscar atendimento para justificar minha ausência na escola.

Ia descendo a rua, perto do local da consulta havia uma casa cuja lateral esquerda até a varanda do primeiro piso era coberta por pequenas rosas vermelhas, selvagens, espinhentas e abundantes. Se você vai em lojas de plantas procurando roseiras-trepadeiras dificilmente ou quase nunca consegue, então já aprendi a não desperdiçar as oportunidades. Fui logo aproveitando que ao lado era terreno baldio (agora já vai sair um prédio) e me aproximei, peguei vários galhos, com flores e sem, para tentar uma mudinha. Poderia ter pedido, tem vezes que eu peço mesmo, mas é que a roseira estava se espalhando, caindo pro outro terreno, que não vi muito transgressão.

Segui doentinha, um bouquet de rosas dentro de minha garrafa d’agua, pra ser atendida na emergencia.. eu e meu bouquet selvagem gigante.

A metade dos galhos sem flor eu plantei, a outra esperei um pouco, acho que até ter raiz, sempre tento possibilidades diversas, nunca sei bem qual virá. Mas essa rosinha é muito generosa, pega fácil, já virou presente para outros jardins, da Flora da Verinha, e da casa da Adri, que eu me lembre, até porque nós não temos muito espaço.

Quando a vejo florir, sempre me lembro de onde é filha, das circunstâncias de nossa amizade e fico feliz em ser sua nova multiplicadora em potencial, =]...  


 

Como ela se espalha muito tento dar uma enrolada em suas madeixas, aqui, um bom coque não é privilégio das Cibeles!





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ainda preciso escrever sobre como me senti estranha ao resgatar a minha trepadeira vermelha à do caminho do hospital. voltou a ser minha, e está em casa num lugar que gostou porque já me deu 2 flores.

quando eu saí da casa da família do Danilo, foi um dos momentos mais libertadores da minha vida. já escrevi sobre isso.
eu ignorei, eu me agredi, permanecendo em um espaço que não tinha absolutamente nada haver comigo, à não ser o Danilo por um bom tempo, as plantinhas que me davam alento naquele monte de cinza e azulejo, e depois a Cibe.

também já escrevi sobre quando minha filha nasceu. foi tão desafiador que tudo sumiu, só ficaram as dificuldades, e o meu pavor. e as plantas foram perdendo o viço, algumas morreram.

eu nunca entendi de plantas né. acho até engraçado alguém perguntar algo pra mim, porque tipo, sou adepta do quer vim vem, sabe.

claro que fui qualificando meu quer vir vem, o que facilitou um pouco elas virem, e ficarem. no mais é só isso mesmo, quer vir vem, não vem, também não te queria. pronto. eis a escola completa.  

mas então, eram minhas, eu que cuidava, o pai dele não gostava muito, Danilo é meio desligado. então segui com meu propósito de levar t o d a s. 

mas quando estava indo embora, ele pediu pra eu deixar algumas. e pediu de um jeito que não pude negar. mas fiz um monte de discurso pra ele não esquecer de regar e cuidar, porque ficou duas lindas Cibeles, e ficou a minha trepadeira vermelha à caminho do hospital.

preciso acho pensar num nome de  verdade. coisas de futuro.

eu fiquei meio com ciúme ao deixar, mas depois esqueci até. também era importante, ficar algumas, afinal, era casa da Cibe ainda. então ele passou a cuidar.

revi essas fotos ali em cima. a roseira está no mesmo vaso, nunca nem foi podada. algum dia alguém vai ter que me ensinar, encorajar a essa coisa de podar, aliás. 

mas então, está linda ainda, não tanto como no passado, mas está.

na casa do Danilo, pedi pra ele fazer uma muda pra mim um tempo atrás, e ele me ofereceu o vaso. adorei! lá foi ele descer a ladeira com aquele vaso gigante. quee coisa louca a vida.

da história dela escrita aqui, eu tenho uma culpa. eu não consigo escrever porque dói. mas sempre que lembro do evento dessa flor, lembro disso, fico culpada. oooi Germano, tudo bom? .. talvez um dia.

eu sei que faz parte das minhas bobagens. que só eu me importo, e os implicados não tão nem aí. mas, e daí, mais ou menos sério, é sempre sobre a gente no fim das quantas.

acho que das miiiiinhas minhas rosas mesmo, só sei da vida de três hoje em dia. duas que dei pra minha mami, então quando eu quiser pode ter mudas lá. e essa. 

nem tudo está perdido, mas precisa ser mantido. 

mais no carisma né, no amor, na tentativa. existe uma mágica no saber muito, e outra em não saber nada, e tentar. como eu não gosto de ser cobrada, não ser muito especializada me facilita a iniciativa. e tudo fica muito incrível. 

mas já disse, adoro ouvir quem sabe, acompanhar quem estuda, o povo da técnica, da fórmula, talvez. os que tem convicção pelo estudo, prática. 

aqueles que buscam uma conexão com o plantio, que perpassa o respeito, a saúde da terra, do fruto, e de todo o encadeamento de seres vivos interessados nesse crescer, ou seja. acaba que tudo de vivo, né. 


mas isso.









07/07/23