quinta-feira, 18 de junho de 2015

ela e eu



estamos sempre sós, eu e você. é sempre a mesma sensação,
você me intima, mas me intimida a ponto de não saber mais como te agradar,
ou como fazer você gostar mais de mim.
como começar, como te tocar, qual a propriedade e qual a expressão possível para
que você também deixe de ser pálida, fria e aparentemente tão vazia quanto crítica?
seria o emotivo; o inteligente e o político? em verdade penso, e quando penso em você também vem tudo aquilo que indiretamente já tive e tudo quanto imagino poder te oferecer, se nos relacionarmos.
às vezes fico assim... essa fragilidade, que por vezes não é qualidade, mas que denota envolvimento, atenção... te comove?
ingrata! aqui permaneço, e sinto que já te entrego minha primeira palavra. pode não ser a mais importante,
mas a deixo ecoar...


só não se preocupe, logo agora quando tudo começa e as palavras ganham plural,
você não é mais a mesma, e já não sou mais eu...
nos veremos na próxima.




textinho feito à partir da citação "estamos sempre sós, seja no estúdio ou diante da página em branco" (godard)

março de 2010