A desconfiança leva a perder a
calma, e para certas leituras, faz muita falta.
Esse início, essa palavra,
entremeios, uma sensação de “nem te conheço!”, falta de intimidade, e um livro
inteiro a seguir...
Algumas vezes começo os livros
pelo final. Um troço de angústia, que alivia em finalizações, despedidas,
palavras derradeiras. Mesmo quando o final não é final, e ele está perdido em
algum outro lugar da decorrência do livro, vou descobrindo isso, ao contrário.
É um processo interessante. Leia a
última parte, continue avançando no retrocesso, e então, o que está meio
desconfortável, gradativamente proporciona links retroativos, bons insights, tudo
começa a tomar corpo... até que se chega ao final-início. Por vezes, aliás, é
mais seguro chegar a um final-começo que um final-final, mesmo quando o
final-começo te decepciona.
Aí, algo inevitável acontece. É certa
culpa um pouco de remorso, então parece de relance que teria sido mais sábio
ler do início.
E aí é que está! Agora sem ter o
que temer, ânimo novo, sem nada escapar ao advir, seguimos recém-conhecidos.
Vezes sim, vezes não.