terça-feira, 16 de junho de 2015

Procedimento




A desconfiança leva a perder a calma, e para certas leituras, faz muita falta.
Esse início, essa palavra, entremeios, uma sensação de “nem te conheço!”, falta de intimidade, e um livro inteiro a seguir...
Algumas vezes começo os livros pelo final. Um troço de angústia, que alivia em finalizações, despedidas, palavras derradeiras. Mesmo quando o final não é final, e ele está perdido em algum outro lugar da decorrência do livro, vou descobrindo isso, ao contrário.
É um processo interessante. Leia a última parte, continue avançando no retrocesso, e então, o que está meio desconfortável, gradativamente proporciona links retroativos, bons insights, tudo começa a tomar corpo... até que se chega ao final-início. Por vezes, aliás, é mais seguro chegar a um final-começo que um final-final, mesmo quando o final-começo te decepciona. 
Aí, algo inevitável acontece. É certa culpa um pouco de remorso, então parece de relance que teria sido mais sábio ler do início.
E aí é que está! Agora sem ter o que temer, ânimo novo, sem nada escapar ao advir, seguimos recém-conhecidos.

Vezes sim, vezes não.