quarta-feira, 3 de março de 2021

nem estou dizendo que você reviveu


*um dia ainda escrevo sobre grades..


só um eu muito distraído. mantive esse toco de planta comigo. ele insistia em se manter verde, eu insistia em pensar, quem sabe uma hora.. ela não dava nenhum sinal, eu também não fazia nada de diferente. e ficamos assim.

e lá vou eu pras histórias procrastinadoras, aquelas que ninguém quer ler, nem eu quero contar, mas que neste momento, o que mais eu quero mesmo é estar aqui, daqui ninguém me tira.

floriculturas, casas de tias e vovozinhas. os famosos vasos de 7 ervas? não fazia muito sentido pra mim. mas adquiri um respeito quando percebi, ou conheci pessoas que viam ou sabiam, ou tinha acesso a um tipo de devoção, ou entendimento a mais, que me deixava muito curiosa. 

sei que quando comecei a pensar no que eu gostaria de plantar perto da minha casa, pensei nelas. isso a algumas casas atrás. sem ser tão importante o que eu não sentia, ou percebia, e, especialmente por isso. a ideia é que elas cuidassem do que eu não via, que me inspirassem, intuíssem no que eu não notava, ou que só crescessem mesmo, algo assim, enfim..

quando me mudei pra casa arco-íris, a primeira coisa que pensei em tentar plantar naquele espaço foram elas. as sete ervas. vou pular muito papo aqui, pra chegar no caso. faltava a última, a comigo-ninguém-pode. e não que uma ou que outra também não fosse, mas ela, tive muito medo de plantar no chão. muito perigosa com seu veneno. 

morávamos em uma casa ao lado do banco onde meu pai trabalhava. era Itambaracá/PR. tinha umas escadas de acesso e ao lado uns canteiros grandes com essa folhagem, até que um dia resolveram podar. enfim, sei lá como meu irmão mais novo catou do chão um pedaço e encostou na boca, ele achou que era um pedaço de cana. foi bem horrível, e ele só encostou um pouquinho. mas apenas um susto no conjunto. e uma lição. e um aviso. a gente precisa saber com o que lida né. vamos aprendendo os distanciamentos apropriados ao longo, acho. experiências e convivências.

então peguei minha mudinha e a deixei na água, onde ela se desenvolve bem, outro pedaço ia colocar no galho da árvore, próximo as outras, mas esqueci. e ficou esse toquinho, na água também, um tempão, depois resolvi por na terra, mas isso já aqui, na casa do futuro. também ficou muito tempo nesse copinho. mais de quatro, cinco meses nesse processo todo. sei lá, pra mim é bastante. 

maaas, plantinha, veja bem, nem estou dizendo que você reviveu tá. se eu acreditar muito nisso capaz de você estacionar de novo. então não digo nada. faz o que você quiser, quando quiser, .. e lide com o que vier com sua força de vida. tudo tem sua hora é a frase pronta mais irritante da face da minha terra, não gosto de ouvir, não gosto de dizer, mas é isso, ou você sabe a hora, ou a hora sabe de você. minha janela é sua, tome seu tempo.

seguimos...