☆
______________
dentro de si | a cena | ou, no mundo da força II
era um espaço todo verde, um interior de mata assim.
eu estava de frente para uma pessoa que eu reconhecia perfeitamente pelo corpo, mas o rosto era um blur, escuro, não tinha o rosto, mas sabia quem era. usava um chapéu grande de palha, aqueles com aba bem larga e uma camiseta amarela muito forte.
estávamos em pé uma de frente pra outra.
de repente essa presença na minha frente já não estava mais ali, estava agora dentro de mim, vibrava dentro. e a percepção era de que o que eu quisesse saber ou perguntar pra ela, era só perguntar pra mim.
faz tempo. eu escrevi na época, talvez tivesse um ou outro detalhe a mais, mas não achei o texto. fui pela sensação dessa imagem, que é bem viva se você reacessa.
é o tipo de coisa que é como é, sem interpretar, verbalizar também não faz muito sentido na verdade, porque entre banal e corriqueiro, ou profundamente curioso, no fim das quantas, é como contar sonho, né, não representa.
outra força
o que é realidade, o que não é? (não com essas palavras, mas algo assim em energia?)
e aí umas sementes começaram a cair no chão em um lugar indefinido que parecia escurecer, estava meio avermelhado assim, sabe.
elas até meio que pareciam de feijão, mas não eram, e caiam de um lugar que não se via do meu ponto de vista, que era quase rés do chão. meu olhar estava entre uns matos crescidos que balançavam um pouco.
o que é realidade, o que não é?
essas sementes assim que caíram começaram a crescer com muita velocidade, virou tudo uma floresta fechada.
o que é realidade, o que não é?
de repente um vento forte começou a soprar, e da direita pra esquerda do meu quadro de visão, tudo se desfez como pó, indo embora com o vento.
o que é realidade, o que não é?
mais um vento muito forte sopra e termina por levar o resto, ao que percebo que uma árvore fica. estava escondida entre as outras, bem à direita, mas quando as da frente sumiram, ela se tornou visível. eu a vejo com olhar de canto, meu rosto não se mexe, mas era um tronco apenas, muito alta, tinha uma copa verde,.. e o vento insistia. dessa vez soprou mais força ainda e levou todas as folhas. fez de novo, e seu tronco envergou mais, mas permaneceu. essa mesma cena se repetiu. e se eu perguntasse de novo senti que o vento tornaria a soprar naquela paisagem, mas sem mudanças.
___________
escrever dá margem, outras relações, mas posso dizer que não entendi. ou posso manifestar um zilhão de perguntas e hipóteses. não adianta. a imagem é potente só sendo ela. deixa assim.