segunda-feira, 26 de abril de 2021

no mundo da força, em noite de lua | dentro de si, a cena, ou, no mundo da força 2 | outra força |


porque as vezes é necessário se entregar a algo maior que você. descer às trevas de si, pra depois num carinho, retornar. ontem essa música me limpou e despertou. hoje sigo, um pouco menos do que estava, um pouco mais do que esperava. renovada as forças. sigo.




 




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dentro de si | a cena | ou, no mundo da força II

era um espaço todo verde, um interior de mata assim.

eu estava de frente para uma pessoa que eu reconhecia perfeitamente pelo corpo, mas o rosto era um blur, escuro, não tinha o rosto, mas sabia quem era. usava um chapéu grande de palha, aqueles com aba bem larga e uma camiseta amarela muito forte.

estávamos em pé uma de frente pra outra.

de repente essa presença na minha frente já não estava mais ali, estava agora dentro de mim, vibrava dentro. e a percepção era de que o que eu quisesse saber ou perguntar pra ela, era só perguntar pra mim. 

 

faz tempo. eu escrevi na época, talvez tivesse um ou outro detalhe a mais, mas não achei o texto. fui pela sensação dessa imagem, que é bem viva se você reacessa.

é o tipo de coisa que é como é, sem interpretar, verbalizar também não faz muito sentido na verdade, porque entre banal e corriqueiro, ou profundamente curioso, no fim das quantas, é como contar sonho, né, não representa.

mas ao longo do tempo essa imagem vem adquirindo camadas.
a maneira que li na época não é a mesma de hoje. 

essa presença na ausência, a presença em si. esse si.

19/10/21




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 outra força 

o que é realidade, o que não é? (não com essas palavras, mas algo assim em energia?)

e aí umas sementes começaram a cair no chão em um lugar indefinido que parecia escurecer, estava meio avermelhado assim, sabe.

elas até meio que pareciam de feijão, mas não eram, e caiam de um lugar que não se via do meu  ponto de vista, que era quase rés do chão. meu olhar estava entre uns matos crescidos que balançavam um pouco.

que é realidade, o que não é?

essas sementes assim que caíram começaram a crescer com muita velocidade, virou tudo uma floresta fechada.

o que é realidade, o que não é?

de repente um vento forte começou a soprar, e da direita pra esquerda do meu quadro de visão,  tudo se desfez  como pó, indo embora com o vento.

o que é realidade, o que não é?

mais um vento muito forte sopra e termina por levar o resto, ao que percebo que uma árvore fica.  estava escondida entre as outras, bem à direita, mas quando as da frente sumiram, ela se tornou visível. eu a vejo  com olhar de canto, meu rosto não se mexe, mas era um tronco apenas, muito alta, tinha  uma copa verde,.. e o vento insistia. dessa vez soprou mais força ainda e levou todas as folhas. fez de novo, e seu tronco envergou mais, mas permaneceu.  essa mesma cena se repetiu. e se eu perguntasse de novo senti que o vento tornaria a soprar naquela paisagem, mas sem mudanças. 


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escrever dá margem, outras relações, mas posso dizer que não entendi. ou posso manifestar um zilhão de perguntas e hipóteses. não adianta. a imagem é potente só sendo ela. deixa assim.


19/12/21