sexta-feira, 22 de julho de 2022

recortes

um texto pode dizer nada ou muito. 

as vezes se tem muito a fazer, não faz, e o texto diz do que não disse e o que não fez. mas aumentando, diminuindo, se evadindo..
todo modo o texto é meu, depois seu, depois de ninguém, ou de todos. 
se esses textos forem seus tanto quanto tomo textos por aí, então eles serão puro abandono. por isso que exercito a despretensão.




* na verdade não faço esforço pra tornar tibumm viável de novo justamente por isso. pra que eu vou buscar algo que eu mesma tenho desinteresse? engajamento, convicção.

a bem da verdade.. ando que preguiça de ler. de me envolver, de me empolgar. não tenho paciência para poesia. dá pra acreditar? já fui assaltada por textos poéticos sim. mas normalmente de forma acidental. pra conceito também. sempre quero. preciso voltar a estudar, mas não tenho forças e nem convicção.  fazer por sacrifício? não sou assim, um pouco, mas não o suficiente nesse momento. meu pai foi assim a vida inteira. nossa, até agora me sinto estranha. e me perdi.


ahh mas esse texto velho era parte de uma outra postagem, e o recorte tá aqui a tanto tempo.. nem lembro muito o que era.

22-07-22












* e neste mesmo rascunho tem a reflexão abaixo. que vou postar junto já que isso tudo tá virando mesmo um grande rascunho. tô até gostando mais. 

e nos últimos dias estou bem assim mesmo. estranha assim como me sinto em ler esses textos. rever essas lembranças completamente sem porque. como se na vida não tivesse outras coisas, como as roupas que vou estender, ou a rua que vou pegar já já. 


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meu 2020 chegou chegando, não me aguento mais, eu comigo. aliás nos dias que estou sozinha em casa consigo me fazer preocupar com isso, com o quanto sou disfuncional e do quanto isso precisa ser visto, sentido, transmutado e amado. esse é mesmo até hoje, desde sempre um objetivo, me gostar, ser auto-sufuciente só eu e só. tem uma diferença você ser ativo e viável no mundo para alguém, por uma parceria qualquer, trabalho, ou fazer para uma criança, e, você ser ativo viável prestativo para si, porque você merece. isso sempre me faz pensar que o que é certo é me aprofundar nesse estar só, me dedicar nisso, apesar de doído é útil pra vida.

o que me faz lembrar também  que, se tem uma coisa que eu fiz nesse meio tempo de isolada é resgate. onde estão minhas músicas, as coisas que eu gostava enquanto indivíduo, o que mudou ou ressignificou.. olhei pro meu corpo levei um susto, difícil, mas pude senti-lo pulsar.. faxinei sentimentos amargos, botei meu coração nas mãos e acarinhei um pouco. olhei pra frente, pra fora da minha vida, e encontrei uma vida vizinha, não tão vizinha, que me colocou em perspectiva no tempo. o lugar do passado, o lugar presente, e do quanto a gente pode sempre, de algum modo estabelecer novas pontes sem perder o equilíbrio, ou construindo novos equilíbrios agregando complexidades. claro que isso foi um vislumbre, um vir a ser muito etéreo, mas adoçou.

olhei a minha volta, coisas, objetos, roupas.. alguns foram, uns ainda vão embora.  consegui também mudanças estruturais de grande porte, tão não eu, ainda tô assustada. mas de repente parece que estou mais engajada, mais adulta, mais crível, visível. e nem sei  se gosto disso. ou se dou conta. e também tenho uma rebeldia com essa coisa de mundo dos adultos. sempre quis que as pessoas sérias demais, ou que se levam a sério demais explodissem do meu redor.. e em certa instância agora não quero desgostar é de mim. que eu  nunca consiga me tirar o sorriso displiscente, e olha que recaio numas auto-sabotagens, mas não gostaria, enfim...