segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

as histórias se dissolvem, o texto fica.. | um mês de cura


hoje eu senti. um final de dezembro se uniu ao dezembro anterior em uma grande compressão. mas essa não é uma palavra palavra apropriada. um limbo, um espaço etéreo, sei lá, volátil, não consegue, ou precisa ser exatamente comprimido pra desaparecer. esse hiato entre um dezembro e outro, sumiu nesse relance de pensamento. pronto, isso. claramente.

em dezembro de 19, depois de um tempo já na casa arco-íris, eu caminhava com muita certeza em direção ao lugar em que estou agora. um ponto se uniu a outro.

a expectativa com o ano seguinte, frente ao trabalho e organização de demandas, se assemelham ao que já até consigo enxergar, após aquela cerquinha ali, do dia 31. também um ponto que se une ao do passado.

e se nesse passado eu dizia que estava bem, surpresa, mas aliviada, empolgada com a minha individualidade, responsabilidades, perspectivas, com clareza e objetividade nos meus horizontes. super contente com a perspectiva de assumir meus erros, enganos, fragilidades, como só meus, e então lidar com eles de coração aberto,.. e tudo isso era mais uma vontade que realidade, penso que ainda assim,  daria pra dar uma forçada, e unir um ponto a outro. só pra fazer desaparecer esse 2020, e quem sabe poder vivê-lo novamente, um novamente diferente, com alguma utopia. ou então só suprimir mesmo, e já é. 

em 2016,7? que bom que registrei essa memória em texto, eu tentei fixar um pouco desse período interessante chamado "lua de leite". hoje, olhando em perspectiva, eu entendo mais sobre o porque chamam esse período de lua. ..é  pensar naquele tempo e só ver, sei lá, o branco mesmo.

primeiro eu senti, depois me fizeram ver, e agora posso dizer que 2020 pra mim foi uma longa plena lua. as incertezas, confusões, jogos mentais, expectativas, ansiedades, falta de clareza, emoções afloradas, enganos, intensidades, tudo muito pleno na minha atmosfera. mas agora ela passa a minguar, mês doze ao longo,.. tudo envolto a essa nuvem inexata, até restar sei lá, uma impressão, um déjà vu, ou outro tipo de branco. 

após esse processo será apenas o breu. 

estonteante, quando olhar para o céu.