quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023





eu não tenho conseguido ser minha mãe, para minha filha. tô achando que nunca vou ser, não que devesse, mas nas coisas boas que ela fazia, seria legal. tem rotinas que não sigo, organizações que não alcanso, coisas que faço por esforço tentando até ser outra pessoa pra parecer mais leve sabe. tenho vontades que ainda não cumpri, tem tendências dela que quero contribuir, tem dificuldades dela que quero atenuar. projetos. e culpa.

acho que esse tipo de acompanhamento de vida tem um pouco de atuação né. porque tem coisas que absolutamente não sei como fazer, resolver. mas pra ela.., sou a cara da confiança.  por um lado é bom, mas uma hora a ficha cai. espero que quando cair, existam outras caras pra ela se orgulhar, plenas verdade e assertividade, talvez. 

eu vejo minha mãe hoje, meu coração aperta. ela é uma ermitã desencantada e desajustada das relações humanas. desencantada um pouco das expectativas que tinha com os filhos, infeliz numa casa que ela não quer mais. sua face, seus olhos tem fogo de guerra, a personalidade, a lucidez.., embora por vezes eu veja ares de criança.

e eu sou mãe, e sou filha.

sou irmã do meio.

eu percebo essas pontas, e fico pensando.. entre o que fui,  o que serei, o que se desenrola nesse meio tempo.

não sei. 




______


eu🤷🏽 

tu🤷🏽.. 


tudo certo, acho.



25/04