quinta-feira, 1 de outubro de 2020

o que compõe o que a gente é | três luas


as músicas do meu pai, minha mãe, as músicas dos dois. trilhas infernais com início as 6 da matina que deixavam a bruna adole enfurecida.. meu irmão aprendendo violão clássico, com um trecho em looping pra sempre. ou então tirando uma música popular, enroscando por dias nas mesmas frases e acordes. meu outro irmão roubando o violão do mais velho, e aprendendo a tocar sozinho, nas horas vagas do outro. 

tantas músicas que eu não gostava e aí passei a amar. as músicas que eu não gostava, e ainda não gosto, mas que se tocam por acaso, trazem uma emoção muito forte, de algo, e de um tempo, que eu não sei bem. e esse repertório vai se formando ao longo, e as vezes você é levado a  revisitar.

se alguém pergunta qual meu tipo de música, recebe resposta meio decepcionante. não tenho muitas paixões, nem sou convicta de nada. passeio pelas músicas de forma abrangente, com apegos momentâneos que se refazem a todo momento, com um repertório crescente, variado, meio sem identidade, mas compondo uma unidade em si, dentro de mim.