segunda-feira, 23 de novembro de 2020

velhos novos tempos | ou | open season

 

a nova solteira reluta horrores e por fim, no pico da pandemia  de sua vida em 2020, resolve ingressar em um app de date aí. ela, em clima de pesquisa antropológica total, assimilava esse espaço, questionava, observava, e muito tempo depois resolveu que precisava interagir, e ser receptiva também, enfim.

foram poucos, mas representativos. um era próximo, outro de bairro mais distante, dois de outra cidade, profissões bem diferentes.  pediram whats, cortei, nem pensar. outros, acesso a redes sociais, convite pra café (!) nãa, nem pensar. conversas protocolares, meio chatas, truncadas, sem brilho, enfim, também não foram mesmo muitas pessoas. e ela pensava, o que será que é diferencial, qual a possibilidade de haver um interessante? e não seria bom, conversar com alguém assim nesses moldes, exatamente nesse momento recluso que estava vivendo? não seria um alento, um bom porvir? ademais pros seus amigos é tão natural, porque pra ela não poderia ser?

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a nova solteira reluta horrores e por fim, no pico da pandemia  de sua vida em 2021, resolve ingressar em um app de date aí. ela, ainda em clima de pesquisa antropológica, assimila esse espaço, questiona, observa, sabe que precisa interagir, e ser receptiva também, enfim.. pelo menos está de bom humor. e humor é tudo, de bom.






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a primeira boca vegana que eu beijei na vida.. veio de um app. não que isso fosse objetivo ou critério mais importante, mas foi algo bem delicioso de fazer. um cara muito sério, que queria coisas sérias, e que encontrou uma pessoa também bem séria, que foi muito franca em não ser séria, e ele não gostou. e eu fiquei pesarosa, ele era legal, inteligente, possível até, enfim.

mas o primeiro cara da vida nova mesmo foi outro,  e insignificantemente único. e ele tinha algo muito engraçado pra mim, que era o fato de ser completamente diferente de qualquer estampa de pessoa que pudesse me interessar em outros momentos da vida. apesar de que  beleza nunca foi muito meu forte dentro dos padrões de estética vigentes.

aliás eu rio quando imagino um do lado do outro. são absolutamente díspares as aparências, e eu adoro isso tanto nas suas individualidades, quanto no conjunto da minha coleção de atravessamentos afetivos. também aquilo né, no momento em que estão comigo, absolutamente são, sem ser, sendo, os homens mais belos do mundo, quiçá universo, de verdade.

e vou ficar na aparência mesmo tá, como se eu e esse texto fossemos fúteis e inconsequentes. por que o que eu quero dizer aqui, razão do meu desvio da manhã, nem foi mencionado ainda.

mas eu tava falando do primeiro. ele fez o grannde favor de  me mostrar na prática, que o que eu queria, em trepar com outra pessoa logo de uma vez, e colocar minha ex história logo na posse do passado, era boba, bem boba. e acho que uma boa maneira de pensar, apesar de não ser muuito minha lente, é que não existe muito sexo com, existe sexo

mas eu, no meu gênio, e disfuncionalidade sentimental,  problematizei bastante esses aplicativos com eventuais crushes, amigos. já fiz tanta análise comportamental, já julguei hourroures, porque né, irresistível frente a algumas expressões nesta esfera, que  esgotei o tema um pouco. acho que até naturalizei, e isso é triste, porque eu queria expor minhas impressões aqui, mas estou meio entediada com elas.

vi um corte pelo insta, e ri, e me identifiquei. alguém dizendo do Tinder pra prestação de serviço e LinkedIin para dates. claro que nunca vou ter LinkedIn, mas já achei uns caras tãao legais pelos apps, para além dos propósitos óbvios. um luthier, o cara que fazia relógios, o cara desenvolvedor, que perdia tempo me explicando o que ele desenvolvia, o chapeiro, o yogue que me deu uma aula maravilhosa e é um amigo querido, o cara do brownie de maconha, o marido de aluguel, o cara do mate orgânico.. kk, as coisas maais aleatórias, e que me divertem. e sempre achei que para além do afetivo esses espaços são mesmo uma ótima vitrine free.

e o que eu queria mesmo como propósito pra escrever, bemmm na sinceridade, tô com preguiça. vou é ficar bem confortável na superfície dessa rede, nesse balanço, e prometo voltar outra hora. mais imprópria que essa até. assim fico mais inspirada.

e claro, não tem nada haver, mas tem. essa coisa de primeiro e segundo,.. amores. lógico que escrevo, e já começa a tocar aquela música nas interna da mente. e eu não sei nem o nome, ah sim, já pesquisei, Teresinha, do Chico. batida, mas linda.



01/04/23



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eu amo tahine. às vezes não quero comprar de tanto que fico pondo em tudo, mas outro dia participei de uma compra coletiva e fui buscar na casa de uma moça perto de casa até.

estava conversando com ela, Cibe correndo na rua pra lá e pra cá, de repente para um carro. oi, desculpa, mas, Bruna? eu olhei pra ele, que maravilha, esqueci o nome. me deu um abraço, e eu não conseguia aterrissar, era uma memória distante, eu não sabia direito o que estava sentindo.

simplesmente, ele foi uma das primeiras pessoas que dei like nesses aplicativos. tá ele era esquisito, arrogante, caga-regra, e tudo isso eu disse pra ele, em momentos diferentes. conversamos bastante, ele se mostrou muito criterioso e cuidadoso mesmo em relação aos protocolos pandêmicos, eu também, e não muito fazendo questão de encontros naquele momento. 

de vez em quando, eu tinha um rompante e me deletava do app do nada, depois de um tempo voltava, por vezes até em outro app, curtia, dava match, continuávamos a papear e atualizar novidades. mas ele era esquisito, apesar de bonito, e não sei bonito boniiiito assim, mas ele tinha uma estética e um cuidado a mais nas imagens, no texto, era bom. mas eu achava ele esquisito sim. e sempre suscitou receio. ou eu que sou assim com estranhos sem referencia, sei lá.

ele era vizinho da moça do tahine, depois disso voltamos a falar, ele ainda tinha meu contato, elogiou a Cibe, disse algumas impressões da minha presença ao vivo, e estava bem receptivo e animado pra me ver de novo.

ahh, que difícil. não é que não tivesse curiosidade, até porque ele tinha muitas reticências que me deixavam intrigada. se eu quisesse espairecer, dar uns pega no mínimo, ter um pouco de descontexto nessa minha nuvem, seria a oportunidade certa. muitas vezes reatualizamos essa vontade em contatos anteriores. e se não isso, um amigo, algo que até meio que éramos, apesar de que o contexto em que nos conhecemos era muito específico. é, pra amigo não serviria, a prerrogativa era outra, mas não sei também, vaique.

o contato foi me angustiando no sentido de que precisava decidir o que eu queria disso, porque não gosto de iludir. e a verdade é..

não tenho conseguido socializar para além das pessoas do meu círculo, que já estou acostumada, e ainda, meio que de uma em uma, se for mais já me atordoa.

outro dia tava falando pro Germano que não queria regredir, fiz muitos avanços sociais, alguns na casca,  mas são instrumentos importantes, não queria sentir que perco isso porque já fico aterrorizada com a rotina que está pra voltar.

então esse esforço pra ser interessante, ou interessada para construir algo, ainda que superficial, me exige muito, e não gosto também da ideia de iludir ninguém.

então disse pra ele, que estava numa situação estranha, me recuperando, refletindo em muita coisa e não estava achando espaço para dedicar. é verdade. e outra, se eu penso no afetivo, só tem cacos. alguma coisa se perdeu, escureci, fiquei mais cética, seca, fria. não é que não faça investidas. realmente não agora, ainda quero na verdade que todo mundo se exploda e eu também. mas eu me jogo sim, só que é diferente. não sei. 

todo modo foi muito inusitado, o salto da tela. pelo menos sei que ele existe de verdade.


tava procurando outro post, achei esse e quis reatualizar.

10/05/23





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dentre outras coisas, talvez eu seja uma grande insegura de nascença. nem sei porque usei o talvez, mas pode ser que haja uma palavra mais apropriada, então vou deixar assim.

mas ser inseguro é diferente de ser imaturo né, adjetivo que a gente adora dar pras nossas contrapartes de afeto. 

do que me diz respeito, quando me vi solteira na contemporaneidade, e meio que fui olhar o que tinha, e eventualmente me relacionar com um que outro, cheguei a uma impressão estranha.

se você pega um novinho, é idealista, otimista até, inexperiente, por vezes. se você pega alguém mais velho, ou ali ali contigo, grandes chances de você lidar com um traumatizado, cheio de vícios, apegos a histórias passadas, descrente de novas experiências, e/ou resultados diferentes. 

acontece também de você encontrar o solitário, que quando você se relaciona entende de imediato o porque de tanto tempo só, rigidez. era tão séria a vontade, a ideia pré concebida do que seria adequado, que nenhuma história até então foi.

voltando a falar dos apps, eu rancorosa, fui pra seleção de idades e coloquei bemm acima da idade do meu ex 7 anos mais novo que eu. e foram muitas conversas, nem tanntas experiências, mas deu o que pensar.

tenho também minhas travas e senões, não sou melhor do que os que falo, pode ser até que por isso que falo, ou observo né.

então.., a pessoa mais doce que encontrei era irritantes dez anos mais novo, não foi por apps, e me fez refletir muito.

idade era, foi uma questão com Danilo no início e no final da nossa experiência juntos, mas será que era por causa da idade, ou porque ele era ele? pensa, ainda não sei dizer, tenho dúvidas sérias. eu conversei também com uns cara aí de 45 que parece que tem 15, fico de cara..

esse novinho aí, que me fez recair no meu critério maais primordial, demonstrou diferenças fundamentais, do que eu não admirava na minha experiência de recém ruptura. certo que tinha outros aspectos difíceis, mas.. sei lá, acho que é isso né.

que tipo de pessoa eu quero comigo será? complexo viu, eu sou meio medrosa, então se encontrar alguém que, olha que antigo, me faz tremer na base antagoniza ou ressoa, alguém que eu queira muito.. é exatamente essa pessoa que  não vou considerar para mim. é difícil me achar apropriada pra quem eu me interesso. 

historicamente. essa pessoa se tornava uma ideia de querer, e não uma pessoa de verdade, passível de troca, aproximação, experimentação. eu seeei, Germano forever, mas, .. sigo tentando, mudar.

e se eu tinha dificuldade de me considerar páreo pros que eu queria, acabava dando abertura pros ousados, ou então,  pros sem noção mesmo, aqueles que chegam em você da forma mais nada haver, ou com a auto-confiança elevadíssima baseada em nada. os que me faziam rir, que eram pessoas divertidas, carismáticas, me pegavam por esse viés.

mas aí também não era exatamente minha escolha, eu cedia, é diferente. podia ser legal, ou não, mas acho admiravel isso, o bom vendedor. aquele que não se abala e vai atrás do que quer. admiro. 

enfim. refletir não significa concluir né. ainda mais nesse campo, meio em baixa ultimamente na minha vidinha, mas no advir, assim como tudo. 



30/06/23


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ultimamente ando conversadeira.

mas acho que tenho um problema que eu já sei. 

só não sei se eu sei explicar, mas basicamente..

o fato de eu recair nos mesmos caraaassss, que saco. 

não sei se que saco, mas eu tenho a tendencia de  conversar com as mesmas pessoas, no caso machos.

eles são muito díspares né, tem desenvolvedor, programador, entregador de pizza, de terapeuta gratiluz, o cético, o astrólogo, o da yoga, chapeiro, adv., cito alguns que me lembro que conversei mais, alguns poucos que pularam da tela também, ..outros tempos. e aí recaio. acho engraçado.

outro dia conversei com dois de tempos atrás, que eu já sabia que era pra nada, mas então porque curti né, não seria falta dee objetividade? 

desvio de foco, algum tipo de dispersão.. um tdah não é possivel viu. e tô deixando no vácuo mais um, não é por maldade, eu simplesmente detesto fazer e que façam comigo, mas estou aqui pensando se devo, já que da outra vez contamos 1, 2, 3.. e nos demos vácuo, se é que isso faz sentido.

geeeentee esse post tá virando a Bruna surfistinha do date falido né? que bom que dá pra rir.

bom, eu curti um cara esses dias, não lembrei dele, olhei parecia e não parecia familiar, mas como tô bem intensionada a parar com deanbulações, sofrimentos internos sobre nada, vamos de ********** real, nada de profetizar insucessos aqui no porvir, rs.

aí.., conversando com ele nas primeiras linhas, ele me soltou algo sagáz que me tirou um pouco da normalidade de um papo banal, e aí sim, lembrei completamente dele e de quando falamos.  tem sotaque de um idioma que adoraria falar sabe, conversamos um pouquinho antes da virada desse ano. 

se tivesse lembrado antes esse era deslike certo, masss, quase o encontrei hoje, ele é bom de lábia tanto quanto é bom de vácuo. iria. mas não podia. às vezes sou salva pelos não podia,  mas vai saber, .. pode ser um atravessamento interessante também, na época falamos bastante, foi alento, às vezes aparece uns perdido assim.

entãao.. tô tão nada haver do meu gênio que teria ido, o problema..

é a preguiça né Brasil.

agora lembrando melhor... acho que andei enrolando ele. isso. eu até queria juro. sabia que precisa daquilo que ele parecia dispor no trato comigo.

homem decidido, homem do tipo homem, sério, cantadas, nem sei se cantada, mas claro no intuito de me provocar interesse. acho que eu preciso mesmo, disso. 

mas aí ele cansou. uiii, lembrança vindo aos poucos.

sair da inércia, sair da inércia Brunaaa, falo isso pra mim que já podia até parar, já seei. tô indo. 

eu admito. eu tenho medo. poderia dizer de várias maneiras, no fim das quantas, isso resume. de quê? boa. só se eu escrever um livro aqui. agora me lembrei do Germano de novo, perdi, não tive tempo de divagar sobre dores de amor com ele, embora essa dor permeasse o tempo todo. falando nisso, tem coisas que não desejo pra ninguém. 

bom também não desejo eu pra ninguém né. se bem que eu acho que sou um pouco legal também. mas muito refletiva. demais. 

e quem muito reflete, tende a espelho né. e espelho não tem identidade, tampouco vive.


20/08/23