quarta-feira, 4 de novembro de 2020

o oráculo do tempo que é você mesmo e suas próprias experiências diz o que?
seu entorno, as coisas que você não quer/sabe resolver, o estado da arte, diz o que?

o ano que finda, sua mensagem mais forte, no coro, o que diz?
suas plantas, .. a vida na terra, o que tem embaixo dos seus pés, acima da cabeça, diz?

e por dentro, você do avesso, onde ninguém vê, as partes mais suas que sua mente, as involuntárias, necessárias ou irrisórias, comunicam?

e seu sono, ou falta dele, sua respiração, pulsação, seus sentidos, sua antena, seu radar?
o que ultrapassa a lógica,  te fragiliza, sensibiliza, tenciona ao limite, o que faz mesmo?

a vibração, o barulho ou ausência, o claro e o escuro, seus dedos, mãos, braços? aquilo que você ignora, aquilo que você admira, observa, consulta, o que se avizinha ao horizonte, que  trovoa, venta, faz diferença?

o que te decepciona ou te entristece, que mina, turva seus sentidos, adiciona grau a sua vista, peso aos movimentos, delay na tua fala, desidratação, vai ou fica?


no meio, na antessala, na pré-estréia, na gestação, no prelo, no projeto engavetado, no desejo, na ponta da língua, apesar ou contudo, de alguma forma, ainda assim, .. re começar.






_________


a Cibaby adorava essa musiquinha, fazia parte do seu repertório. e toda vez, mesmo sem estar plantada na impermanência, nesse não-lugar chamado mudança, essa frase já me punha a pensar.

quero começar mas não sei por onde, onde será que o começo se esconde? mil vezes, diversos assuntos, por vezes de forma mais leve e filosófica, como uma musiquinha infantil mesmo, noutras mais sombria, com a insatisfação de quem não aguenta mais ser o que é.

eu sou repetitiva, falo obviedades, sou prolixa, mas é isso. essa frase mil vezes, essa frase pra sempre, todo dia, toda hora. de meu lado, sem dancinha.


10/05/23