e por dentro, você do avesso, onde ninguém vê, as partes mais suas que sua mente, as involuntárias, necessárias ou irrisórias, comunicam?
a vibração, o barulho ou ausência, o claro e o escuro, seus dedos, mãos, braços? aquilo que você ignora, aquilo que você admira, observa, consulta, o que se avizinha ao horizonte, que trovoa, venta, faz diferença?
o que te decepciona ou te entristece, que mina, turva seus sentidos, adiciona grau a sua vista, peso aos movimentos, delay na tua fala, desidratação, vai ou fica?
no meio, na antessala, na pré-estréia, na gestação, no prelo, no projeto engavetado, no desejo, na ponta da língua, apesar ou contudo, de alguma forma, ainda assim, .. re começar.
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a Cibaby adorava essa musiquinha, fazia parte do seu repertório. e toda vez, mesmo sem estar plantada na impermanência, nesse não-lugar chamado mudança, essa frase já me punha a pensar.
quero começar mas não sei por onde, onde será que o começo se esconde? mil vezes, diversos assuntos, por vezes de forma mais leve e filosófica, como uma musiquinha infantil mesmo, noutras mais sombria, com a insatisfação de quem não aguenta mais ser o que é.
eu sou repetitiva, falo obviedades, sou prolixa, mas é isso. essa frase mil vezes, essa frase pra sempre, todo dia, toda hora. de meu lado, sem dancinha.
10/05/23