domingo, 22 de novembro de 2020

 

sabe quando vc tem que fazer uma coisa que absolutamente não quer, mas sabe que é importante, e você a observa.

tem que fazer mas não quer, precisa fazer mas não quer, já até se convenceu de fazer, mas não quer, e você a observa.

e aí pra fazer é como andar contra o vento forte, ou aqueles sonhos, quando você quer se mover mas não consegue, quer fugir mas está paralisado, falar e a boca não meche? e você a observa.

dói no corpo quase, exige força, é contra maré do temperamento também, mas tem que fazer? e você lá, imóvel.


[pra qualquer dos casos, em 20 de maio de 22.. encerraria o texto aqui.]




entre o que eu vejo e o que me olha existe um mundo de olhos, como que assistindo a novela. além desses olhos, existe o amontoado de outros focos que te pertencem, que você sabe que precisa atentar, que são sua responsabilidade digamos. então devo dizer que no horizonte do que eu quero está o que eu preciso, o que eu devo, e o que eu percebo mas ignoro.  o que quero mesmo não alcanço, ou, parcialmente, e gera culpa.

quem aguenta? eu não aguento, sinto o peso em cada célula. então sim, minha terapia, eu sinto culpa. e se a torre da minha vida caiu, e eu já analisei por todos os lados, eu sinto culpa, não como quem sente falta, já sou outra, mas porque ainda tenho a mim, dentro de mim, e não gosto, talvez justamente por estar aqui. desviando.