quinta-feira, 5 de novembro de 2020

a calculada distância antes do pulo

eu não falo o que eu escrevo, prova oral sempre foi uma desgraça.
não escrevo tudo que penso. não penso tudo que sinto, e assim o poço e a fonte não findam.

lembrei agora do tradutor cleptomaníaco, que na surdina, surrupiava conteúdos dos livros que traduzia. ainda preciso reencontrar esse livro, ou era um conto?

 .. mas, então eu, num assalto aos temas do mundo, os assuntos são assimilados, reformulados, travestidos em cenas, desejos hipotéticos, ooutras historias. assim dá pra fabular as iminências e brincar com a melhor versão, do que o presente entrega. por que é  só a vista de um ponto, né. você escolhe seu ponto, que independe de outras escolhas já feitas, e/ou as alheias. é a dimensão do texto, criativo, e livre.

e todos esses assuntos se retroalimentam, de cotidiano, de terra e água, pé no chão.. no fruir, conectar, e descontrair por inteiro na minha vida pequena, sem exigir mais, nem menos.

em qualquer momento que eu estiver assim, não será férias, mas puro exercício, apreensão, aprendizado, assimilação, transmutação. eis meu começo. de leve, mas constante. 

não tô conseguindo imaginar melhor motivação, já que desde pequena eu penso nisso né, no porque que a gente está na aqui, pra que viver, quanto tempo leva pra gente fazer o que tem que fazer, e se a gente não pode terminar mais rápido, que nem a prova na última aula, e então voltar pra casa mais cedo. quando eu me tornei mãe, essas perguntas cessaram. aprendi muito também sobre não se apavorar com granndes dimensões. ter foco. ter resiliência, apreciar a jornada, muito principalmente.

então tudo bem, enquanto estiver bem, quando o tempo fechar..

pra que fugir? quando o tempo fechar, afinal, a gente se molha, e não dá nada, ou ainda, nada! salta da pedra mesmo, mergulha. quando chove a água fica morna, e cheira melancia. isso é muito precioso pra mim. o cheiro de melancia na água quando chove.