quinta-feira, 15 de junho de 2023

minuto de sabedoria | status quo

 

o meu fundo do poço é curvo, não é uma quina. quase aconchegante como uma rede onde me acomodo naquele escuro de mãe, de terra.

é engraçado, mas se permanecer muito tempo nele me desfaço né, me decomponho mais rápido, me transformo em outra coisa quase sem querer, só com o tempo agindo mesmo. 

e depois, algum tipo de adubo pode vir talvez, substrato que chama, ou seria muita pretensão, não sei. pensando..


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ouvir uma música e dançar outra

sentir um sabor, comendo outro

o doce, no amargo

frio, no calor, ou o contrário

se eu for capaz de perceber, sentir, ver, em concomitância o que eu queria de um certo você, em outra pessoa, ou despersonalizar né, transformar algo direcionado em uma necessidade básica, instintiva.

fazer de um desejo uma intensidade frangmentada em diferentes personas.

podendo encontrar então muitos você, infinitos.

e isso transmutado num senso de liberdade e pertencimento, podendo me satisfazer  mecanicamente como o animal que sou, sem responsabilidade afetiva, ou me travestindo de uma capa de auto-respeito e entendimento de como as fronteiras se estabelecem.., sem precisar, ou tentar oferecer mais do que posso, assim vou ser feliz? pensando..


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pensando nisso hoje, em tanntas inutilidades quanto é possível um dia como esse e o estado em que me encontro, e cheguei a algo que não é ruim. mas uma característica minha de deslumbre. eu adoro na verdade, apesar de me sentir as vezes meio limitada. 

eu reconheço que meu ensino fundamental, básico de escolas públicas do interior do Paraná e depois o médio também, quebrado em várias escolas.. foi bem ruim. ou isso, somado às minhas dificuldades cognitivas mesmo, fez com que  hoje eu tenha muitas lacunas que ainda não consegui preencher sozinha, com relação a assuntos diversos.

sou quase analfabeta em matemática, em português quem me lê sabe. e meus conhecimentos gerais são bemm nada profundos.

ocorre de me dizerem coisas tão bonitas, tão incríveis, mágicas, por vezes até advindas da obviedade do mundo, que percebo que deveria saber, ou que já soube, ou ouvi em algum momento sob determinado aspecto, mas que me chega como novidade, e então sinto um maravilhamento. 

adoro  as pessoas que me suscitam isso, fico até grata. também tenho um olhar muito atento aos portadores de conhecimentos que eu não tenho e quero, ou que quero e só, estar perto. 

quando isso acontece reverencio meu interlocutor, pelas fichas que caem, e recaem. ou me sinto muito bem colocada, onde devo estar.

os assuntos e pessoas são variados. mas gosto muito. 

a minha pergunta invisível, e meu gatilho pra curiosidade infinita, .. me diga algo que eu não sei.