quinta-feira, 29 de junho de 2023

o tempo, a contagem


abraço o tempo e as horas, já não me perco em suas parcelas. o tempo se divide e eu permaneço inteira, nessa nessa roda cíclica e constante brincadeira.


esse é um fragmento de texto de 2020


um textinho perdido, que pode estar dentro de algum outro. como as vezes meus textos são meio repetitivos, tudo bem se sim ou se não. 

ocorre que eu achei perdido, e gostei. quase certo que eu estava me referindo ao relógio, e estava também meio que de bom humor, felizinha comigo por algo do momento.

o que me faz lembrar que é a segunda vez em tempos que Germano me sugere um relógio. e não só, aqueles digitais que eu  acho um pavor, mas que pode servir pra organização, tal.

dessa  vez não aguentei e disse tudo o que pensava sobre esse objeto, ainda mais no braço. o que serviu para nada né, porque talvez eu realmente precise fazer algo nesse sentido. mas foi bom dar a real.

e bom, eu super me perco nas  parcelas do tempo. e nesses dias estranhos mais ainda, o que volta e meia me da desespero. 

a minha vida parou, estou dupla, triplamente presa talvez, rateando e pensando, se será que não estou sonhando. sabe aqueles sonhos que você quer se mexer e não consegue, correr de algum perigo e o corpo não vai. tipo isso. saco de vida.

o que também, por associação livre, me faz lembrar daquele bolero famoso "relógio". a última vez que ouvi foi com a Lia de Itamaracá. não tem muito haver com nada daqui, mas me veio o refrão detenha as horas relóoogio, pois minha se apaga..., como todo bolero é uma música de amor, sofrência, tal. 

minha história não é, minha condição não é nada romântica, mas eu gostaria de deter as horas. eu queria que o tempo me esperasse. queria que as pessoas que estão vivendo suas vidas, imersas em seus eventos, desafios e alegrias, me esperassem sabe, não me esquecessem. 

mass sei lá né. ser esquecido pode ser até bom pra quem não quer ser cobrado por antigos parâmetros.

ser esquecido também pode ser bom pra você não ter que contar onde esteve.

tem também aquilo de conhecer pessoas diferentes, ser nova pra quem não sabe da velha Bruna. ..

não sei. eu mudava muito de cidade. odiava, mas sempre tinha isso, novos vínculos, novas importâncias. então posso fazer de conta que a cidade é nova, tem isso também.

promessas de fim de ano quase, até me faz rir.

sou eu mesma vai, igualzinho. mas é um igualzinho cansado de guerra, sabe como, mais entregue. 

pode que isso me dê um molejo, um tom embriagado de quem borra um pouco a fronteira das travas, algo assim.

bom, já me estendi.

hora de parar.