quarta-feira, 14 de junho de 2023

tecimento | nova ordem



 eu vi ali escrito tecimento, de ontem, e me lembrei do amor que compõe uma palavra que me toca. e tocar em alguém amortecido não é interessante né. provocar alguém com aquilo que ela não precisa, ou simplesmente não ter a chave de acesso pra esse efeito.

viver em sociedade é muito complicado. fui muito questionada sobre ensinar uma inocente criança a não ingerir outros animais e seus derivados em sua alimentação, nem em nada. a crítica é tão ridícula como se, na parte simples, não fosse bem óbvio que sim, queremos passar o melhor de nós para nossos filhos, assim como gostaríamos que não cometessem nossos erros. ou iria educar minha criança como. e quem está amortecido, se pra muitos o senso de família não ultrapassa o mesmo sangue, se estendendo a mais um que outro de sua própria espécie.

uma vez conversando com uma criança me referi ao gato da casa como seu irmão, ao que a mãe prontamente corrigiu. gato é gato, gente é gente. ela não está errada, não era pra eu confundir a cabeça da criança.  nunca esqueci, eu fiquei espantada. ela não tá errada, mas eu não consigo, eu digo pra Cibe que os animais são como irmãos, que somos filhos da Pachamama, que todos pisamos o mesmo chão, que ninguém tá afim de sofrer deliberadamente, manifestando isso sempre, cada um a seu modo. dor é linguagem universal, alegria também, e mesmo amor, talvez. mas quem sou eu né.

e estava eu então fazendo um experimento com folhas de abacate. tecendo sim, cheeia de amor, apesar do trocadilho meio chato, o que seria um embrulho para um objeto. na verdade esse é um mosaico de retalhos das três embalagens que fiz. como será que folha de abacate seca né, será que vai ficar muito quebradiça? folha de bananeira não dá que já sei, folha de mamona acho que esfarela fácil, mas  não sei,  a do abacate, só fiz porque elas vieram pra minha mão de um galho grande caído, lembrei que queria experimentar e recolhi.

fiz toda empolgada, mas já lamentoza, é uma delícia, mas muito demorado apesar da já mencionada falta de minúcia como proposta, portanto impraticável. mas amei.

e sim, eu quero tocar alguém, sensibilizar, quero provocar e surpreender com o que tiver de mais simples.

aliás provocar é uma ação maravilhosa quando usada para o bem, mas quando você percebe que o bem é relativo a quem o provoca tudo fica meio tenso né. taí a publicidade e a propaganda pra concordar comigo.

como eu vou saber então se meu bem, que ofereço,  é seu bem, pra você, qualquer você, mas você principalmente? e eis a grande questão que já é solução em si. não existe moeda pra vontade x realidade. ok  um pouco de propaganda pode surtir um efeito, mas ainda assim, se amortecido e embebido de outra esfera de realidade, é deixar, e já é.

nem sempre amortecimento é negativo, pode ser estratégia de sobrevivência, ou uma conveniência,  zona de conforto, pacatismo, meio de vida. 

todo modo.. fui longe demais. é que eu tenho que sair, então tô enrolando, e tudo aqui agora ficou tãao bom.  mas eu tenho que sair, se não for vai ser pior. 

todo modo 2, tem diferença entre as escolhas pessoais que te amortece ou intensifica os sentidos, das escolhas que não te dizem respeito, as quais indivíduo, ou ser algum pode responder. a não ser o próprio. 

muitos seres não falam e parece que eu escuto, sei o que pedem e suas fronteiras. é fácil. já você..