Cibe, eu queria te falar uma coisa. era um ar bem sério, e ela estava prestando atenção. eu quero ser uma boa mãe, me ajuda. você precisa me ajudar. se você insistir em não querer fazer as tarefas da escola, só querer ver desenho ou qualquer outra coisa, talvez eu não tenha força pra ficar insistindo, insistindo, e aí eu não vou ser boa mãe.
conversando, nós estávamos a caminho da livraria comprar borracha, já meio atrasadas.
ela abraçou meu braço, e me olhou com ar de cumplicidade, carinho, e disse, isso eu te prometo!
aí reforcei, se você me ouvir, acreditar em mim, vai ter tempo de você fazer tudo o que você quiser, é sério.
eu estava mal, não quero ter que fazer um papel de carrasca, chata, aguentar birra e reclamação o tempo todo, pra fazer algo que, na verdade, ela até gosta, de fazer.
aí pensei em pedir pra ela. afinal, somos nós duas, tem que funcionar, nossa rotina, uma mais saudável.
assim ela treina ser filha, eu treino ser mãe, num jogo sem taça, onde às vezes a gente perde, às vezes ganha, pensando, analisando cada movimento em replay, pra no próximo, fazer melhor.