sábado, 25 de março de 2023

eu ouvi minha infância inteira Bruna deixa de ser pessimista, que as palavras tem poder. sim, minha mãe pregava muito na minha orelha, na nossa, mas confesso, ela fez diferença, deu uma amaciada legaal.

na época dos amigos de graduação eu ouvia Bruna você é muito niilista. era pra eu ver outras coisas na vida.

nesses dias um amigo da meditação disse diferente e toda vez que eu lembro dou risada porque eu achei muito fino, então Bruna você precisa qualificar as palavras.

bom as palavras tem poder, sim, eu concordo. carregam consigo energia agregada de todas as situações desastradas que chamaram por ela ao longo do tempo? sinto isso as vezes, não discordo. e sim, o oposto acontece com força também razão a qual fazer esse chamado e por vezes agradecer, aceitar a desventura e chamar um contraponto de sentimento pode ser uma prática revolucionária, não duvido.

e como disse, sou uma pessoa melhorada pelo tempo.

porém, em alguns momentos da minha vida, e acho que estou assim como nunca, reinvidico o direito de ser sincera e dizer exatamente o que eu estou pensando e sentindo sobre o que é, e como está a minha vida. é que eu explodi, fui vencida, estou entregue, não estou mais me importando, não afim de maquiar nada, e é isso aí. 

tenho dois lados. falo coisas que não sinto sim, omito pra não ofender, troco palavras pra não me expor, atuo em situações onde a espontaneidade falta porque é difícil muito essa coisa de se relacionar com o mundo.

mas no momento, como diria velho Matiínha, eu quero é ver ferver.

estou falando no presente, mas já estou diferente um pouco. já estou conseguindo acessar umas Brunas mais doces. é reconfortante.

e me incomoda ser um eu, eu, eu, a vida é tão maior e mais maravilhosamente encantada, e existem também tantas urgências, e eu às voltas comigo toda hora. mas tenho defeito, venho tentando me ajustar desde sempre mas ainda assim tô do lado de fora.  me esforço pra ser natural e me integrar onde pra outras pessoas é orgânico, que saco. fico correndo atrás, em parte por sobrevivência, por outra, por perceber que meus ganhos tornam minha vida menos árida. 

sigo. viver é um desafio, sempre foi. dói. e a dor faz parte da vida, mas não só,  tenho responsabilidade com a felicidade porque tenho um legado, não quero deixar cacos, que triste.

e que bom. sigo mais um pouco, meu otimismo oscila por constituição, mas por insistência, sempre dá as caras.