vou te receber, não gosto de cozinhar.
pessoas inseguras não tem paz para oferecer talentos.
você vem. o que eu faço?
tem que ser simples, fácil de gostar e fazer, rápido talvez. estou pensando.
se eu fosse uma pessoa que ama receber, adoora preparar coisas, é muuito descolada nessa coisa de colocar alguém na sua intimidade, o que ela faria? isso é um bom ponto de partida.
um sobressalto, você chegou. minha casa inteira te observa, gata-fera, a cachorra do vizinho, plantas,.. tudo está em curiosidade silenciosa.
estou feliz.
você entra, e reconhece o que em parte já conhece, e se integra na paisagem caseira. sua voz preenche os silêncios em simpatia hipnótica.
quaase nunca te imaginei aqui. deve ser esse meu gênio ruim.
mas a realidade é o espanto do desejo reprimido. e eu rio, sempre rio do que me desconcerta.
devagar o pó acenta, a louça é suja, os barulhos, a luz do dia vão mudando. tudo se integra, a casa sossega, a noite vem, tudo dorme.
você é de casa.