segunda-feira, 15 de abril de 2024

alma divina

 

sempre que ouvi, li né, na real o nome alma perdida  vinha um fundo de uma poesia

o nome é poético já sabemos, mas não é isso,  era algo do passado meio que conhecido 

quando eu fuçava nos cadernos de poesia da minha mãe, e eventualmente lia alguma coisa para ela, pequenininha que eu era, ela não gostava, dizia para deixar isso para lá que não tinha nada escrito ali que aproveitasse, que ela era adolescente, que já devia ter jogado esses cadernos fora

e apesar de não ter realmente muita conexão com aqueles textos eu fiquei com muitos deles na cabeça, engraçado né?

 alma perdida ressuscitou hoje uma poesia da Cecília Meireles. 

que coisa..

a cadência me vem, eu me lembro lendo. não posso dizer que gosto. gosto da do Navio. mas.. 

Cecília de novo, nas memórias incrustadas, ocupando espaço atoa aí, em algum lugar




Som

Alma divina,
Por onde me andas?
Noite sozinha,
lágrimas, tantas!

Que sopro imenso,
Alma divina,
Em esquecimento
Desmancha a vida!

Deixa-me ainda
Pensar que voltas,
Alma divina,
Coisa remota!

Tudo era tudo
Quando eras minhas
e eu era tua,
alma divina!