sábado, 6 de abril de 2024

não [sei] ser | processos

 



se eu pudesse desaparecer dessa terra e aparecer de novo, na mesma.

apagar minha existência, ser nova em fln, não conheço ninguém, uaaau.

nunca me pirei com praia, nem com nenhum evento cultural, detesto exposições e a social evolvida, curto baladas e sons que nunca tive amigos parças pra me acompanhar, ou mesmo não podia bancar..

fico fora do verde e quando volto levo um susto tãaao grande, que tudo pensa, agora ela entendeu, mas aí o tempo passa. não entendi nada não.

se eu pudesse desaparecer dessa terra e aparecer de novo ia ser tão mais legal, não ia me sentir num campo minado.

se vou ao centro.. meio mundo eu encontro, .. às vezes os bancos de mudaram de lugar e os bares de nome, mas parece que estão sempre lá, num mesmo lugar onírico, idílico, etílico. aí tem que cumprimentar, rir, conversar, contar ou ouvir algo... é difícil, haja paciência.

nas formações.. colegas profes. é difícil não ser o que vejo neles me sentir sempre aquém, uma farsante.

em casa, família.. fazer de conta que somos felizes e ficamos felizes em nos ver, que não temos cobranças e frustrações, decepções do que era e não foi, do que foi, mas poderia ter sido de outro geito, erros que nunca se tornaram desculpas, conversas intocadas. é difícil.

os lugares que eu quero ir, que eu tenho alguma vontade de interagir, ao mesmo tempo que quero, também tenho vontade de estar invisível.  só de pensar em encontrar os conhecidos perdidos do caminho a gastura é sem fim. 

além de que eu sou o que eu sou, e tem pessoas absolutamente não quero ver. então nao posso ir, e aí.. não quero travar nenhuma rede e conexão que facilite, porque eu sou eu ✌🏽.

auto sabotagem mode on, tudo bem, eu já sei disso. mas se eu pudesse desaparecer e aparecer de novo, ser esquecida e não lembrada. o que eu achava mais terrível de começar de novo em outra cidade parece bom hoje. mas onde eu iria, se fosse outro lugar?

onde eu iria que condensasse tudo o que eu gosto de não fazer e estar perto aqui mesmo o de estou? de não ser, ter, estar, mas em alcanse? de nao interagir, mas observar, ou saber onde tá?

esse sábado eu estou enxergando a poeira brilhante descer em tudo, tudo no ar e descendo de uma festa divina.

... estou apreendendo, mas, o que pode ser diferente, é, o que não é, entorna de novo vento!.. pra ter sempre esse movimento, esse passeio transitório sobreposto à paisagem e me distraindo com beleza a mais minha vida.

eu estou aqui sabe. porque se eu não estiver, estarei corrigindo trabalhos e nao quero, arrumando a casa e não quero, conversando com alguém que não quero, tentando desgrudar a Cibe da amiguinha do condomínio sem ter algo tão legal para propor em troca, estaria me frustrando com roupas que eu não entro, vendo merdas on line, ou o que eu não quero, ou não deveria querer, o que quero, mas tô longe de ter.

e esse espaço É meu.

e pra que serve, pra remoer coisas. processar.

eu sei o que as outras pessoas dizem e pensam.

e sei que quando merdas acontecem os outros dizem, mas porque você não fez isso ou aquilo,... porque você nao pediu, .... mas porque isso,... aquilo... e aquelas palavras vazias. ahh..

o único lugar que eu me sinto bem, porque sei que é onde eu devo estar então me dá conforto.. sabe onde é? na Escola. 

no trabalho eu sei que estou no Darma, e estou enfrentando meus demônios, expurgando minhas contradições, contrabalanceando amor e dor, frustrações e agreções.., por mais difícil que seja, plasmar e tornar ideias, as mais bobas factíveis, alí eu sou obrigada, então por mais menos que seja, ainda me faz, um certo bem.

não atoa, os próximos seis sábados, nem sempre sequenciados estarei por lá. 

tudo certo.

porque eu não estou bem agora e eu sei, daqui a pouco eu vou dar a volta. porque sou circular. mas sábado que vem estarei. cumprindo meu dever, reclamando aqui e ali, mas dentro de uma função fundamental da minha vida, com Cibe junto no trabalho, meu coração em paz, isso será vida. a minha de agora, não é.

mas é isso, por hora.