domingo, 7 de abril de 2024


eu gosto dos meus textos as vezes

fico auto orgulhosa das reflexões 

dos rebatimentos, associações, imagens que se formam

sei que nos últimos dias eu tô que tô

eu, o texto, e tibumm sabemos.. estou fugindo de algo real na imaterialidade das minhas caraminholas

estou criando e desfazendo as frustrações e dificuldades, remoendo

e compartilhando, em termos, minhas pérolas, algumas que até recusei muito tempo em trazer

quando eu desisti eu trouxe, e trarei sempre que sentir, tudo bem, é um exercício de soltar, é uma generosidade, talvez

às vezes eu releio um texto e fico bem louca

ou demoro reconhecer 

ou acessar o contexto 

ou faz mal reacessar a dor do motivo

ou me irrita profundamente os erros, que eu limpo, limpo, e sempre tem, que inervante

mas estão aí..

tudo perdido no tempo, uma constelação de impressões que me compõe, que me ajuda a, para além da forma, do idioma, .. a dificuldade que é isso que a gente tenta fazer desde que se alfabetiza, transpor a vida de dentro, pra comunicar de algum modo fora

engraçado

quando eu passo muito tempo dentro de casa, em conflito

minha casa material, casa corpo, casa dores, entre físicas e emocionais, quando sou obrigada a sair, seja por Cibe, ou trabalho, um que outro amigo, é um susto

noossa a vida tá la fora né

as pessoas diferentes no maior fervo, temperamentos,  gostos, visões, entre diferenças e similaridades, em interação

tem quem adore isso, fica feliz em consumir cultura, o lazer dos eventos, aglomerações

além de que tem quem considere saboroso, ou normal mesmo o serviço, as interações convencionais forçadas de trabalho

é só ir, seguir levando e vivendo, na medida, bancando e levando seus prazeres, e planos de vida

se as vezes tudo está difícil, aí é reclamar.., fazer escolhas do coletivo para melhorar, aliar sua mente e convicção entre os pares, com objetivo de trazer mais conforto e facilidade a sua vida e entorno, talvez, e reclamar, reclamar, porque claro, não funciona, e na real .. só piora

todos temos ideias, soluções, mesmo alguém pra culpar quando a questão é tornar o mundo melhor. além de olhar crítico, e alguma teoria pro que não funciona, pras dificuldades do mundo, violência, pobreza, desarmonia e conflito entre povos, dinheiro, terras, posse, acesso a tecnologia, conforto, e tals

esse melhorar, essa ideia de melhorar, por vezes, grande parte das vezes eu sinto, é equivocada.  sempre vai, novaix, .., é que o Seu melhorar não é o do outro, e se os aspectos não estão em balança, não vai funcionar

se a gente está apenas com esse foco no auto-centro, o que ameaça o próprio conforto, e o que sustenta e otimiza Esses próprios bens, e não está refletindo o entorno, o porque, o encadeamento histórico que dá o nosso hoje, o hoje alheio...

se não pensa na criação de necessidades, e crescimento dessa onda consumidora, o descontrole e o desequilíbrio em suprir desmedidamente essas vontades imediatistas, não tão necessárias assim...

será dificil ser justo. e a escassez toma parte ao seu entorno como consequência.., tudo fica tão perdido.  é muito real esse  hoje, .. é egoísta, desequilibrado, violento, predador, maquiado, e ilusório.

e eu não estudo sociedade nem política, deusa que me livre cagar regra ou tentar convencer alguém de alguma coisa. 

só sei que vejo um final ali na frente onde meu pensamento e forma de avaliar não influi, e eu não vou vestir bandeira nenhuma, e assumir uma convicção ou um time, ou mesmo entregar minha vida e energia a uma causa não. 

apesar de assumir certas posturas que permitem com que eu continue no mundo sim, com alguma integração a mais, administrando e cultivando um senso próprio do que certo, aliado a evidências, e pormenores de dores, que veja só, são bem diferentes das minhas. 

isso porque é muito pesado confrontar certos apegos irracionais e irrefletidos que colaboram para um o que, colapso mundial? eu  compreendendo, ainda que superficialmente algo disso, e seguir igual, cedendo, e afundando numa massa irrefletida, uma vala comum, é complicado, e da posição que eu estou nisso tudo, já pesa bem.

e a  vala, É comum, na massa caminhante eu sou levada ou pisoteada, a contra maré é muito fraca, isso é certo. mas sinto de fazer um mínimo sim, mas sabendo, não é nada.

eu sei que a gente é privilegiado em muito por ter nascido aqui, um território a mais ou a menos  pros lados, e seríamos nós em guerra, a mais baixa, perversa, assim como as do passado, igualzinho. 

sem falar nas nossas próprias, as cotidianas e típicas, as violencias urbanas de cunho economico, social,  político que estamos submetidos. e que por vezes é tão difícil de perceber o cerne do problema. 

eu não sou eu nessa ceara. não garanto referências, fico com essa impressão mesmo, de mesa de bar. e manifesto um pouco disso, por eu tenho dificuldade de viver, sair de casa sabe, pra qualquer coisa.  e minha dificuldade de viver não é social, é intima, emocional. um fruto indireto? pode ser, ou não também, mas é mais um ser inadequado. eu não tenho lugar.

mas sou professora né, de rede pública ainda, como profissão interajo e tenho responsabilidade social. defendo interesses, e justiça comum no corpo do meu trabalho. 

vejo faltas onde não deveria ter, percebo carências e desassistencias muito tristes. entro em contato com desestruturação familiar, tudo tão rasteiro e recorrente, .. e se eu reclamo o tempo todo do meu desvio de foco, caara, o que acontece pra fora, no nosso sistema coletivo, em nossa realidade tão próxima, é muito complicado de ver.

enfim..

vou levantar e tomar café.


eu que comecei dizendo que tem texto que gosto acho que esse aqui nem nunca mais releio. 

não é meu perfil falar dos outros e do que não depende de mim enquanto uma, indivídua.

a não ser assim então, uma percepção solta, perdida, proveniente da maaais absoluta falta de vontade de encarar essa própria vida aí mesmo.

.. que é difícil, complicada, mas que também entremeia eventos bons, encontros de dignos, aprendizados importantes.



paisagens diferentes também, .. de uma janela gradeada e uma gata fazendo pose a seu lado.


já Cibe... as sete acordou, as 7.30 Maria Clara chegou à porta, que já estava aberta,  por uma filha zanzante, enquanto eu ainda estava loonge de quererr levantar.., aí saíram, pegaram umas frutas da geladeira... 

e agora pouco recebi fotinho do pai da amiguinha, que mora na última casa, nos fundos, do pomar..