voce que já passou pela experiência de ler, e não apreender vai saber do que estou falando.
seus olhos passeiam pelas linhas, que propõem algo e você tenta estabelecer as relações, mas o conteúdo se perde. as vezes eu leio e releio, e sinto uma distância tão grande do mundo do texto, que nem sei pra que que eu escrevo tanto.
nesse meio tempo, algumas palavras tomam realce e me dispersam. existem umas palavras que chamam a atenção por si, ou que eu paro e penso que alcanço o sentido, mas o significado de fato não sei.
em alguns casos me pegam desprevenida, pocha me considerava tão íntima, mas estava equivocada, o que muda tudo. essas são ótimas, só não estou me lembrando um exemplo, apesar de ter passado por isso recentemente.
o que posso citar hoje é engendrar, a palavra que me tirou do livro e me trouxe aqui, que vou agora buscar um significado específico.
ixxi, conceber na imaginação é outro desvio pra mim, é bonito, quase dispersão dentro da dispersão, mas permaneço. engendrar como gerar, talvez não usasse nesse sentido, eu tinha mais um entendimento de trama, tu vê.
engendrar significa sempre se transformar, diz a frase no texto do livro que está na minha bolsa por eras, que não consigo acreditar que não li ainda, então fico levando em todo lugar. de vez em quando abro. e se Danilo perguntar nego, mas o levei comigo quando saí de la.
o texto tem uma linguagem tão linda, apesar de estar tratando de um assunto bem específico. e eu fico lendo e pensando, isso eu gostaria de ter escrito, isso também, algumas imagens e assertivas, gosto, além de pensar que preciso voltar, preciso voltar aqui, e aqui.
estar intranquila pra leitura é pegar um livro e lembrar de outros dez, nos que estão na caixa, e nos que você não tem e quer, eu não tenho jeito.
bom, ele vai continuar na bolsa, comigo como se fosse meu. vou ler de vez em quando, naquele entre de algo que eu não lembro, pra algo que eu não sei, sempre reconhecendo que tem algo ali que é pra mim, e que sempre me fará retornar.
