quarta-feira, 31 de maio de 2023

digressões

 

enquanto a rede balança, eu tô assim, uma hora vejo a lua, outra não, outra sim, outra não.. ela tá bonita, lua crescente sempre me trás euforia, uma alegria por nada, é um filme repetido que nunca cança né, e sempre dá pra acrescentar um nuance  a mais. um evento que não costumo curtir muito assim, debaixo dela, uma pena até.

adolescente morei num apartamento em Capoeiras. foi nossa morada número 3 por aqui, primeira vez em apartamento. a lua cheia dava na minha janela sempre. amava. essa varanda aqui também é meio luxo, e outra presença marcante é a lua seguindo a gente no trânsito. a Bruna criança ficava de cara com isso quando estava em ônibus de viagem longa sabe. e caara uma vez morando aqui já, .. agora não sei bem, nunca mais aconteceu de novo mas foi aquelas experiências que a gente não esquece. era assim, lua cheia na frente, sol nascendo no retrovisor, de novo aquela euforia, e essa imagem gravada pra sempre. esses astros..

bom, porque o pé de abacate cresce tanto tanto, que depois nem dá pra alcançar com bambu seus frutos? quero registrar esse protesto super útil. na mami é assim, aqui as que deram abacate esse ano estão meio assim, e na rua hoje estava indo ao mercadinho e vi uma gigaaaante, linnnda, e os abacates também laaaaa em cima, naquela imensidão de altura. só fico imaginando os barulhos, a noite em Itambaracá, a gente ouvia os abacates meio maduros caindo em explosão no chão. aliás tenho medo de ficar embaixo da árvore quando tô colhendo com receio de levar uma abacatada. ixi, agora lembrei do absurdo que é um pé de jaca. mas nem vou falar nada. nem consegui chegar no meu assunto ainda..

ontem eu consegui fazer o que quero fazer faz uns três meses já, ir andando pra minha consulta. não é longe nem perto, foi bem gostoso, e me livro desse trânsito insano de fim de dia. outra coisa interessante foi reconhecer o entorno como pertencente dele. gravar onde fica o que, ler placas, imagens, barulho, tudo que o ritmo diferente permite.

é muito carro né, muita gente andando, bicicleta, moto. vi, passei por um acidente inclusive, o moço da moto caído no chão, aguardando socorro. aparentemente não sério. vou aproveitar pra registrar outra coisa, nunca quero amar alguém que anda de moto. vai ser bem assim, não pra fumante, pra não-mono,   pra cara de moto, os que querem ter filho, pros que fazem pose de top model nos apps, e já tô rindo aqui do quanto fica fácil dar tanto deslike com nem tantos assim critérios. e como é difícil também me interessar.  se bem que faz um bom tempo que estou off total de disponibilidade pra esse tipo de gasto de energia. não quero  conhecer ninguém gente, taí um empenho que eu não tenho pra conseguir algo que não tô precisando. dedicar minha atenção, seduzir alguém? poderia seduzir sim, mas até com pena da pessoa, porque ainda me sinto com defeito, tenho pudores.

que dúvida, já viajei bonito. vou parar pra pegar cobertinha. tô gelando, mas não quero sair daquiiii.

bonito eu, num chat comigo mesma, louquinha pra não fazer aquilo que eu preciso. divagando.

e o que quero formar texto tá me dando uma preguicinha.. talvez um outro post, ou vai ficar um livro isso aqui. pensando.



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é..

lembrando disso agora

andei pensando

eu tinha um pertencimento, estava quase sentindo acolhida pelo entorno sabe

meus médicos, meu restaurante, meu entorno, amigos

quase sentindo que tinha conseguido afinal, um certo tipo de meu lugar..


mas já voltei ao ritmo normal. como chama aquele tipo de casa, aquela que você só mora, tem um nome não tem? todo modo combina mais comigo, historicamente.

outro dia curti sem querer nos apps um vizinho, vizinho de distância não de conhecer sabe.

tenho horror dessas minhas patetisses às vezes. e sempre tive também receio de encontrar o povo do entorno aqui, ui, constrangedor. gente se meu ex- vizinho alugão me visse eu tava perdida viu.

mas como eu não o deletei, apesar de ter verbalizado engano, às olho nossa distância.

tão pertinho. dá essa sensação. de habitar qualitativamente um lugar.. 

imaginação é tudo né, e nada.

mas pretendo me despedir dele antes de sair. cansei da balada. 

o grande  lance é, vou sair,saturei total e geral, mas aí já tenho preguiça de quando voltar. 

só rindo mesmo viu. mas é verdade. no momento, entre algumas intersecções, a impressão que eu tenho é que já dei deslike na cidade inteira e arredores.

mas eu quero sair, porque é m e  d e l e t a r que eu quero ver. e quando quiser voltar, vou ter que rever todêsse povo de novo, pensa..

mas tô d boa.

vida segue, entorno, vizinhança, .. 

isso.


08/09/23