segunda-feira, 15 de maio de 2023

.."por isso deixo aqui meu endereeçooo, se você me procurar  eu apareçoo, se você me encontrarr, te reconheeeçoo",


.. já cantaria Ceumar. te reconheço, mas provalvelmente, vou esquecer seu nome, e passar uma vergonhinha. acho até que é coisa de professor, não sei se justifica.

dependendo do meu estado de humor já me entrego logo, pergunto o nome messmo e já é. em outras fico meio chateda, porque a pessoa chega toda feliz, quase falando até meu cpf, e eu naada, sabendo que deveria.

e data de aniversário, nem gosto, é sempre um drama, mas odeio quando sou esquecida.  e de meu lado, esqueço o de todo mundo quase. não é muita cara de pau? ano passado levei uma bronca. mereci.

tenho meus encantos também, tem uns presentes que adoro oferecer, me agrada a ideia de algo significativo e específico. às vezes escuto, guardo aquele seu presente até hoje, eu não faço a menor ideia do que é. aí se vejo, acho bonito, e a memória distante  vem aos poucos.

tenho uma amiga de olhos granndes e profundos. ela sempre quer deixar bem claro que não convivemos mais, mas tenho importância. aí ela faz terrorismo comigo. sempre que nos vemos começa a contar coisas, situações, com riqueza de detalhes olhando pra mim bem atenta, pra ver bem minha reação, e realmente, muitos desses acontecimentos simplesmente não aconteceram, de tanto que eu não lembro.

mas apesar desses furos, ou de eu simplesmente não ser presente, decepcionar com ausências, eu estou, e eles estão pra mim. não tenho constrangimento de acessar, os próximos né, nem de levar as tal broncas. por que se for pra reclamar também tenho importâncias fundamentais, que pra outras pessoas, essas, não é.

eu deveria ser mais atenta, minha memória deveria ser melhor para coisas objetivas. tinha que me comprometer seriamente com algum tipo de agenda, tinha que gostar mais de socializar, gostar de uns jogos, quem sabe cartas, carteado mesmo o d e i o, morro de tédio, e poderia ser legal né, me enfiar num jogo.

meu ultimo crush até tentou, sabe. e apesar dele querer me convencer que tinhamos razões para estar juntos, foi nesse momento, em que ele estava descrevendo suas últimas incríveis aquisições, que eu tive bem certo qual era a porta de saída. 

está próximo o dia em que volto ao mundo real. que abraço meu ser adulto, supostamente são, e recomeço a socializar. ai ai, já fui recomendada a não pensar lá na frente, mas não consigo. cumprimentar pessoas, receber felicitações por voltar, ou de repente explicar o que houve, ser simpática, abracinhos e beijinhos já me dá vontade de ficar doente de novo. 

mas vamo parar com essa palhaçada então. não precisam gritar, tô indo.