domingo, 7 de maio de 2023

uma coisa à outra | do começo até o final, .. do dia | domingos


.. é de manhã vem o sol mas os pingos da chuva que o tem caiu...  bem cedinho ainda é possível ouvir a sua voz, antes de tudo acordar. velho Matias  circulando e fazendo alguma coisa da casa, ligando a tv por algo naqueles programas que passam bem cedo, esperando o Globo rural. ahh, tinha também o Som Brasil, ele amava.

Corre um boato aqui onde eu moro, que as máguas que eu choro são mal ponteadas, eu não sei o que é ponteadas, falando nisso, mas não quero saber agora. mas essa papi também gostava de cantar.

o que me faz pensar que preciso qualificar o que a Cibe ouve em termos de musica, ou pelo menos começar a nomear, chamar a atenção.

conscientemente comecei ontem. acordamos juntas, não sei porque ela tem costume de acordar marrenta, eu sempre acordo tão feliz.., estranho até, mas acordar pra mim é uma promessa, é algo feliz, e abraçar a fia, e encher de beijo sempre vem com ranhetisse. qualquer hora ela muda.

aí Cibe depois falando sem parar uma hora soltou um eu queria ser... alguma coisa, eu eu lembrei da metamorfose ambulante e ficava interrompendo a frase dela pra cantar, mil vezes até ela ficar brava, e depois desistir pra achar graça. aí falei da música, do Raul, mostrei um pouquinho dela, e disse que tinha uma música que ele fez especialmente para crianças, .. e mostrei.

Plunct, plact, zoom ela ficou cantarolando o dia inteiro. ainda na cama começamos a falar sobre planetas e seus tamanhos, pesquisamos o tamanho dos planetas em relação ao sol, o sistema solar com seus oito planetas, que mora na via láctea, que é só uma das galáxias, de muuuitas do universo,   além dos misteriosos buracos negros. 

nesse papo aí Cibe lembrou daquela música do palavra cantada, Ora Bolas, que vai da bola no pé do menino ao planeta, falando da casa, rua, cidade, floresta, Brasil, America do Sul, continente americano até a bola-planeta, rebolando lá no céu, e cantou inteeira, eu amei a relação.

sei que ficamos mais um tempo na cama e no fim, combinamos de fazer algo na rua de noite, tinha lua cheia, íamos olhar o céu. 

a lua nasceu vermelha, gigante, esplendorosa, mas quando arrumamos tudo já estava meio nublado. ficamos lá, comendo pinhão, deitadas debaixo da cobertinha, vendo as nuvens passar, e a gatinha caçar.

Cibe não acordou ainda, algo quase inédito, e eu levantei mais cedo porque queria fazer pão-de- beijo pra ela, algo também meio sem precedentes. fiz, agora tô na rede vendo o sol levantar velado por nuvens, tão bonito, só que meio friozinho.