sexta-feira, 12 de maio de 2023

presente do passado, presente do futuro

 

uma lembrança muito querida de um amigo que sumiu. mudou de cidade, tem uma companheira maravilhosa, um filho lindo. mas não mantivemos contato em sua nova vida.

Augusto conheceu todas as minhas moradas, a mini-house, no canto, a casa amarela, no córrego, a casa do pantanal, que com certeza teve nome, mas tô adorando ter completamente esquecido nesse momento, provavelmente vou lembrar depois.

foi em um aniversário nessa última casa que ganhei meu presente. ele era um prenúncio de liberdade, já que não admitia, mas era muito difícil estar lá naquela casa. era um objeto muito sensível, delicado, era um sonho, uma promessa, um devir (apesar de não gostar dessa palavra acadêmico-pop demais pra mim).

um amigo artista talentoso em tudo, era o gente fina, mas não passa na grade, mais querido que já vi.

estou no carro de bobeira, Cibe sai em quinze, tô morrendo de saudade, e aí, nas minhas inutilidades desenterrei esse mimo, esse acontecido perdido no tempo, pra devolver seu significado e carinho.

veio dentro de um pote de vidro, com uns pedrilhos, um cenário muito árido, até triste, preso como eu estava, sem saber. mas eu que me coloquei nessa situação, que não foi ruim o tempo todo tá, mas também não era bom. e nunca dei verdadeiramente conta a ponto de tomar uma providência. 

tive receio de tirar do vidro, parecia frágil. só fui tirar aqui na casa do futuro, anos depois, mas saiu no momento certo, junto comigo. quando a tirei, e coloquei no espaço mais verde das plantinhas da varanda, meio escondido da Cibe por razões obvias, fez muito bem pro meu coração.

Augusto me deu a casa, a minha casa, se é pra eu ter uma então, é essa, que vai comigo onde eu for. e como se eu pequena fosse, e o mundo grande demais como sempre vi, fico feliz, segura na minha casinha, numa locação só minha, perdida num lugar bem lindo que eu mesma sempre vou tentar criar.

papo de casa né. antes de vir pra escola fui tomar um café com Dridi, e em dado momento do nada ela pergunta porque eu não financiava uma casa. comecei a rir. contei que tinha escrito exato sobre isso hoje.

curiosa mesmo estou pra chegar amanhã e ver a quantas anda minha casinha. ♡







tava morrendo de medo de ter perdido, ou dela estar quebrada. fazia tempo que não mexia ali, as plantinhas precisam de cuidado, já sei. mas estão no modo sobrevivência que nem eu, então até me sinto acompanhada, mas tá.

rolou meio que um trabalho de arqueologia, estava bem afundada na terra, ressurgindo pra superfície do vazo sujinha e bem inteira como era. bem colocada agora pra ver a vista e respirar um ar diferente.